Ela tinha algo sobre Bruna. As duas tinham interesses em comum, o que as fazia conversar mais.Como Bruna evitava encontros arranjados também era ideia de Débora.— O quê? Você foi fazer um exame e Beatriz te viu?— Ela com certeza me reconheceu, ela viu o meu relatório de exame, o que eu faço?Débora sentia uma tensão no ventre. Ela havia descoberto que estava grávida há alguns meses, pensando que seria só superar os primeiros três meses perigosos, mas agora, entre o quarto e o quinto mês, sem ainda estar visivelmente grávida, ela começou a ter sinais de sangramento.Ela não ousava contar para Afonso, já que ele tinha esperanças para este bebê. Ela foi ao hospital sozinha para os exames, e então... a gravidez parou.Para descobrir a causa, seriam necessários mais exames.O médico sugeriu que ela fizesse um aborto o quanto antes, pois quanto mais tempo um feto morto permanece no útero, maior é o dano para ela.Ela estava devastada com o resultado, querendo usar este bebê para melhorar
Débora sabia que precisava cuidar da sua condição o quanto antes. Afinal, quanto mais tempo um feto morto fica dentro dela, maior o dano.Voltou para Vila Silva, calculando que Afonso deveria ter chegado.Pegou o celular fingindo fazer uma ligação. — Cuidem dos negócios do estúdio da Beatriz em segredo, sem dizer que fui eu que pedi. O que vocês gastarem, eu reembolsarei...Terminou as instruções, desligou o telefone e, virando-se, viu Afonso.— Afonso? Como você chegou sem fazer barulho? Quase me matou de susto —, repreendeu Débora com um ar doce.— Você está ajudando Beatriz?— Humm, nós não somos tão próximas, mas acredito que isso não foi culpa dela. Foram os subordinados que tomaram decisões erradas. Eu admiro suas capacidades e acho que ela não merece ser desrespeitada. Além disso, tenho estado contra ela há bastante tempo e gostaria que pudêssemos aprender a coexistir pacificamente. Eu sei que você está em uma situação difícil entre nós. Vocês estiveram juntos por três anos e eu
Ela e Helena ainda estavam ocupadas, então ela rapidamente pediu uma comida por delivery.— Helena, pare um pouco, descanse um momento.— Se o Sr. Carlos estivesse aqui, poderíamos relaxar um pouco.Ao ouvir isso, Beatriz olhou para o escritório de Carlos.Ela ainda se sentia melancólica, parecia que eles não poderiam nem mesmo ser amigos no futuro.Foi então que Helena soltou um leve exclamação. — Sra. Silva?Beatriz se surpreendeu, Débora tinha vindo.Ela estava aberta ao público, qualquer um poderia entrar, ela não poderia impedir Débora de entrar.— O que você veio fazer aqui?Débora disse com um sorriso. — Eu vim te buscar para ver Afonso, estarei lá também esta noite.Beatriz de repente não entendeu, achou que Afonso a tinha convidado sozinha, não esperava que Débora também estivesse.— Estou muito ocupada, não tenho tempo.— Eu e Afonso conversamos, se fosse nos tempos antigos, eu estaria disposta a servir Afonso com você.Ao ouvir isso, Beatriz ficou nojenta, o que eles estavam
Mesmo sabendo que era uma armadilha de Débora, naquele momento de vida ou morte, Beatriz não podia se importar menos.Ela rapidamente ligou para o 192, esperando a ambulância chegar, Débora foi levada, deixando uma grande poça de sangue no chão.Beatriz olhava para aquele sangue, o coração batendo rápido. — Como ela... como ela ousa usar o filho para me incriminar?Débora estava grávida, era o primogênito de Afonso, ela precisava deste filho, jamais usaria a criança para armar contra si mesma.Portanto, quando estava com Débora, embora guardasse certa cautela, Débora nunca havia feito nada contra o bebê. Mas desta vez... ela havia caído por acidente, ou foi por outra razão?— Srta. Rocha, fique tranquila... eu vi tudo, vi claramente, você não a empurrou, foi ela que se soltou da sua mão e se jogou propositalmente no chão.Helena falava gaguejando, claramente assustada também.— E as câmeras de segurança?Beatriz havia verificado as câmeras primeiro, mas não conseguiu identificar nada d
— Helena?Beatriz não podia acreditar, estas eram as palavras de Helena, que havia seguido com ela por mais de três anos, ela nunca a havia tratado mal.Mas ela a traiu, apesar de ter dito algo completamente diferente antes de sair.— Você é uma das pessoas de Débora? — Agora ela finalmente percebeu.— Não tenho nenhuma relação com a Sra. Silva, Srta. Rocha, apenas não consigo ir contra minha consciência, não posso assistir você cometendo maldades.Helena continuou chorando.Beatriz, emocionada, deu alguns passos à frente, querendo confrontá-la. — Por que você fez isso comigo…Inesperadamente, Afonso foi mais rápido e agarrou seu pulso firmemente.Ele olhou para ela com um olhar complexo: — Beatriz, você é realmente cruel, atacar uma grávida. Meu filho morreu, está satisfeita agora! Eu te digo, eu não vou deixar isso passar, mesmo que alguém te proteja, eu farei você pagar.Ao dizer isso, ele também lançou um olhar para Daniel.— Por favor, vocês dois, venham conosco até a delegacia,
Afonso, irado, avançou sobre o médico e agarrou sua gola. — O que você disse? Repita!O médico, tremendo de medo, respondeu: — A Sra. Silva perdeu a capacidade de ter filhos... desculpe, fizemos o possível para salvar uma vida...Naquela situação, não havia outra escolha, caso contrário... a vida dela estaria em risco.Afonso apertou o punho, querendo atacar com força. Mas o punho parou no meio do caminho, apertando e soltando, sem conseguir desferir o golpe.Por fim, ele baixou a mão, sem forças.— Saia.O médico saiu, e Afonso, com passos pesados, aproximou-se de Débora, olhando-a com um olhar extremamente complexo.Ele havia sonhado com uma vida inteira ao lado de Débora, com filhos.Mas agora, seu filho se foi, e Débora não pode mais ter filhos, quem irá sucedê-lo?Ele realmente queria matar Beatriz, mas as coisas já chegaram a esse ponto, sem volta.Pobre Débora, e o filho infeliz!O tempo passava segundo a segundo, Débora acordou fracamente, vendo Afonso, seus olhos se encheram d
Os dois se encontraram em uma cafeteria no térreo, e Daniel entregou a ele um dossiê.Há seis meses, Débora procurou Helena, com o objetivo de aliciá-la.Naquela época, o estúdio de Beatriz estava quase falindo, e quase todos os funcionários tinham sido levados, mas Helena, fiel, permaneceu.Teoricamente, Helena e Débora não deveriam ter nenhum contato, mas depois houve várias comunicações entre elas.— Com base nesses poucos contatos, o que você está tentando dizer?— Ontem, Débora contatou Helena, o conteúdo foi deletado, precisaremos de alguns dias para restaurá-lo tecnicamente. Mas, se você estiver disposto a esperar, eu prometo uma resposta satisfatória.Afonso franziu a testa, bateu na mesa com força e levantou-se furioso: — Você está dizendo que Débora, para incriminar Beatriz, não hesitou em sacrificar o próprio filho? E chamou Helena para dar um falso testemunho? Que benefício Débora teria com isso! Com esse filho, ela garantiria sua posição como Sra. Silva, e já tínhamos desc
Sem evidências suficientes para provar a inocência de Beatriz, mantê-la na delegacia era, de certa forma, uma proteção.Ela estava detida, e Daniel usou seus contatos para garantir que ela não tivesse contato com outros detentos.Ele já tinha visto pessoas que ficaram anos detidas, sem fiança, com casos pendentes, sempre retidos.No início, essas pessoas ainda tinham esperança nos olhos, mas com o tempo... tornavam-se desoladas.Ele não queria que Beatriz visse esse mundo sombrio.Beatriz estava lá, e ao menos a fúria de Afonso havia sido aplacada, impedindo que ele agisse ainda mais brutalmente.Daniel foi visitá-la, surpreso por Beatriz recusá-lo. Mas isso não deteve seus passos.A porta da cela se abriu, ela pensou que fosse uma policial para um interrogatório rotineiro, mas quem entrou foi Daniel.— Eu disse que não queria te ver, não foi?— Mas eu queria te ver.Ao ouvir isso, Beatriz empalideceu.Ela mordeu o lábio, quase ao ponto de sangrar.Por que Daniel sempre tinha que vê-la