Carlos também se sentiu desconfortável, achando que Daniel tinha sido muito indelicado. — Daniel, ela é uma garota, como você fala assim?Ele falou baixo. — Eu disse algo errado? — Daniel falou calmamente, levantando uma sobrancelha para Beatriz.Beatriz sentia uma raiva crescente dentro dela, se não somos íntimos, então não somos, quem se importa com ter alguma relação com ele?— Certo, eu sou apenas uma estranha, continuem a conversa. Este é o meu escritório, por favor, saiam.Ouvindo isso, Daniel virou-se e foi para o escritório de Carlos.— Eu sei que você é sempre frio com as garotas, mas tem que ter limites, o que a Bia fez para você?Daniel pressionou os lábios, sem dizer uma palavra, seus punhos se fecharam silenciosamente. Ela disse... ‘mais cedo ou mais tarde vamos terminar, é só diversão’.Ela me tratou como uma ferramenta de vingança, um objeto para passar o tempo?— Vamos falar do assunto principal, não quero falar de outra coisa.Carlos, ouvindo isso, também não pôde faze
Ela ignorou o impasse dos últimos dias, pensando que sua saúde era mais importante, decidiu então fazer uma ligação.Normalmente, as ligações para Daniel eram rapidamente atendidas, mas dessa vez o telefone tocou por muito tempo. Quando ela estava prestes a desligar, alguém atendeu.— Daniel, eu estou...— Beatriz, sou eu. — Para sua surpresa, quem atendeu foi Bruna. Naquele instante, ela sentiu como se a dor desaparecesse, ficando paralisada.— Onde está seu irmão?— Ele está tomando banho e não pode atender. Ele não vai voltar para casa esta noite, não o incomode. — Dito isso, ela desligou o telefone sem cerimônias.Beatriz não teve chance de dizer o resto.— Como está? Sua família chegou? Os documentos estão prontos? — A enfermeira apareceu.— Desculpe, minha família não pode vir, eu estou sozinha.— Então você precisa estar ciente de que a cirurgia tem seus riscos. Após se familiarizar com estas regras, basta assinar.Com sentimentos misturados, Beatriz assinou seu nome.Devido à d
Bruna não ousou dizer a verdade.Ela sentia que Daniel estava seriamente comprometido com Beatriz.Ela poderia aceitar que Daniel seguisse os planos dos pais e se casasse com uma mulher que não amava; afinal, seria apenas uma companhia para a vida.Ele ainda estaria centrado nela, e ela poderia se aproximar dele sem restrições, mesmo que apenas como irmã, ela estava contente com isso.Mas Beatriz era diferente; ela havia roubado toda a atenção e carinho de seu irmão, fazendo com que ela não fosse mais a pessoa mais importante no coração de Daniel.Ao pensar nisso, Bruna chorou inconsolavelmente, com medo de confessar seus verdadeiros sentimentos.Ela sabia do temperamento de Daniel; se ele descobrisse seus verdadeiros sentimentos, certamente a afastaria para sempre.— Você a investigou? Você contou tudo para nossos pais?— Como não deveria contar para nossos pais? Se as pessoas da Capital souberem que você casou com uma mulher que foi manipulada por sequestradores, você tem noção do im
— Ela está sozinha em casa, eu me preocupo.— Irmão, eu fugi de casa por vários dias, e você não disse que estava preocupado. Irmão, faz tempo que não conversamos, tenho muitas coisas para te contar, conte histórias para mim, me faça dormir, podemos ir juntos amanhã? Já prometi aceitar a cunhada, me mime um pouco também.Daniel pensou que havia sido de fato um tanto severo com Bruna ultimamente, então concordou. Ele a confortou até que adormeceu, ficando até meia-noite.Ele não reservou um quarto ao lado, mas desceu e sentou-se no carro. Ele ligou a vigilância da mansão, querendo ver a que horas Beatriz voltava para casa, o que ela fazia lá.Eles estavam em silêncio, não se falando durante esse tempo, mas ele sabia de tudo sobre ela.Sabia que não era certo espiar secretamente, mas não conseguia se controlar.Mas Beatriz não voltou para casa durante toda a noite. Ele franziu a testa, pensando imediatamente se ela tinha saído com Carlos. Mas logo sentiu que era impossível, Beatriz não e
— Não se preocupe, eu não tenho nada a esconder. — Ela disse, furiosa, mas sua aparência era tão patética que até sua raiva parecia sem força.— Onde você estava ontem à noite? Parece que você também não voltou para casa.— Fui atrás da Bruna, ela está ficando cada vez mais rebelde, até se misturando com os vagabundos do bar.— Passou a noite lá?— Sim... Fiquei de olho nela no hotel, com medo de que ela fugisse. — Daniel falou calmamente, sem ousar contar a verdade, não queria que ela soubesse que havia passado a noite em vigília, sem dormir.Beatriz riu friamente por dentro, os irmãos realmente tinham um vínculo forte, até precisavam se vigiar à noite.Daniel provavelmente gostava de Bruna, talvez amasse sem perceber, ou talvez soubesse, mas não podia expressar devido à sua posição.Enquanto pensava nisso, para sua surpresa, Bruna chegou, segurando um buquê de flores.— Cunhada, vim te visitar.Bruna não falava mais tão agressivamente quanto antes, e havia um sorriso em seu rosto, nã
Após Bruna deixar o quarto do hospital, ela ligou para Afonso.— Afonso, Débora está bem?— Já recebeu alta, e eu cuidei daquelas postagens na internet. Quando as coisas se acalmarem, vou levá-la para passear.— Que bom, ultimamente não sei o que está acontecendo, todo mundo indo parar no hospital.— Quem mais está no hospital?— Beatriz, ela fez uma cirurgia, parece que foi algo sério. É uma pena, meu irmão não dá a mínima para ela, deixou-a sozinha no hospital. Ela nem se atreve a chamar a família, só contratou cuidadores, é de dar dó. Não pude deixar de visitá-la.— Que cirurgia foi essa, é grave? — A voz de Afonso tornou-se ansiosa.— Não sei, ela não quis dizer, e eu não insisti, parece grave. Afonso, você não quer vir vê-la? Afinal, Beatriz ficou com você por três anos, sem crédito ao menos teve o trabalho, agora... ela deve estar precisando muito de companhia.— E se Débora ficar sabendo...— Débora é tão compreensiva, como ela poderia se importar? Se soubesse, com certeza seria
Débora demorou a responder. Após algum tempo, finalmente enviou uma mensagem.【Eu confio que Afonso não será enganado por ela.】Bruna sorriu friamente através da tela. Isso era típico de Débora, sempre tentando manter sua imagem de compreensiva, sem poder vir aqui fazer um escândalo.Mas não importa, contanto que Débora esteja ciente, ela não será mais gentil com Beatriz no futuro.Ela não respondeu mais, em vez disso, ligou para Daniel.— Irmão, onde você está?— Estou quase chegando ao hospital, o que aconteceu?— Espere-me na entrada, eu vou ao seu encontro.Bruna rapidamente desceu, e logo avistou o carro familiar.Daniel tinha feito uma viagem especial de volta à mansão para trazer comida, imaginando que Beatriz não estaria se adaptando à comida do hospital. Mesmo que precisasse comer alimentos leves e líquidos, eles deveriam ser saborosos e nutritivos.Ele estava prestes a subir, mas Bruna o interrompeu. — Irmão... estou com cólica menstrual, pode comprar absorvente para mim?— S
— Não se preocupe, eu não vou contar a ela.— Mano, vamos embora, antes que a cunhada perceba. — Bruna puxava Daniel para fora, falando sem parar. — Quando uma garota fica doente, ela se sente frágil e magoada, Afonso esteve com ela por três anos, é claro que há memórias que não se apagam facilmente, procurá-lo logo que ficou doente é compreensível...— Ela procurou o Afonso primeiro? — Daniel parou, sua voz fria.— Parece que quando o médico estava verificando a ferida, estava um pouco aberta, e doía muito. Ela queria te ligar, mas acabou ligando para o Afonso sem querer.Bruna mentia sem piscar ou fazer movimentos desnecessários, e Daniel a olhava profundamente. Ele também havia estudado análise de microexpressões, e naquele momento, o olhar de Bruna era sincero e puro, sem vestígios de falsidade. Era difícil para Daniel não acreditar.Bruna tinha razão, não é fácil esquecer um relacionamento de três anos.Beatriz sempre foi orgulhosa, recusando-se a ceder perante Afonso, mas agora,