Ele sentiu as lágrimas de Beatriz molharem sua camisa, lágrimas quentes que queimavam sua pele.Depois de um tempo, Beatriz finalmente se recuperou, levantou os olhos úmidos, parecendo um cervo assustado na floresta.— Você... como você está aqui?— Você saiu procurando por ajuda, e eu por acaso vi.Então era isso, eles realmente tinham uma conexão especial. Sempre que ela estava em perigo, ele conseguia chegar a tempo; ele era como um anjo da guarda para ela.— Você está com fome? Quer comer algo, talvez um lanchinho da noite?Beatriz balançou a cabeça.— Você está cansada? Quer tentar dormir mais um pouco? Vai se sentir melhor depois.— Fique comigo. — Beatriz falou, sentindo-se culpada por seu pedido irracional, mas ela estava realmente assustada e ainda abalada.No momento em que o Sr. Santos tocou nela, sentiu como se tivesse caído em um abismo.Ela tinha muito medo dessas situações!Daniel mordeu o lábio, parecendo tomar uma grande decisão. — Tudo bem, vou ficar aqui com você.—
A mão de Beatriz ficou presa por um instante, permanecendo em um lugar embaraçoso. Naquele momento, ela realmente desejava desaparecer ali mesmo.— Eu só queria... ver como estão os seus músculos peitorais, já que você faz exercício frequentemente.Ela tentou manter a calma ao dizer isso, e então lentamente retirou sua mão, dando uma tapinha no peito dele. — Nada mal, bastante firme e ainda por cima elástico, muito bom.Daniel arqueou uma sobrancelha, olhando para ela enquanto falava aquelas bobagens com a maior seriedade.— Vou me arrumar. — Beatriz virou-se e saiu sem olhar para trás, sentindo aquele olhar intenso como uma lança em suas costas.Ao entrar no banheiro, ela trancou a porta, desejando bater a cabeça na parede.Como podia ser tão coincidente? Por que ele tinha que acordar justo naquele momento?Quando terminou de se arrumar e saiu, viu Daniel tirando o pijama para se vestir. Ele já havia trocado de calças, exibindo agora suas costas musculosas e definidas.Suas costas est
Desde que Daniel se pronunciou, ela também não se importava mais.Ela estava em casa se recuperando, Bruna a via como se não a visse, com uma atitude arrogante, desprezando todos ao seu redor.Beatriz também não lhe dava atenção. Bruna voltou ao Grupo Dias, para ser secretária de Daniel, e todos conheciam sua posição, até mesmo Lucas lhe dava alguma deferência.Dois dias depois, as marcas de tapa no rosto de Beatriz finalmente desapareceram, mas ainda havia alguns hematomas pelo corpo que precisariam de mais alguns dias para sumir. Ela voltou ao estúdio, e Helena, ao vê-la, imediatamente começou a chorar.— Por que está chorando? Não estou bem?— Foi minha culpa, na hora crucial eu falhei. Se eu não estivesse com dor de estômago naquele momento, teria ido com você, e aquele Sr. Santos não teria ousado fazer nada com você.— Quem poderia saber? Não se preocupe, eu não te culpo, não leve isso a sério. — Ela consolou Helena.Helena estava com ela desde o início da empresa, e sua relação j
Ao ouvir isso, Beatriz ficou petrificada.Bruna não era filha biológica da família Dias, mas sim adotada? Mas isso era desconhecido pelo público externo.Bruna olhava fixamente para a moldura de uma foto, falando consigo mesma, claramente apaixonada por Daniel. Não é de se admirar, ela sempre achou que o afeto entre os irmãos era exagerado, sempre sentiu algo estranho.Beatriz, paralisada, de repente sentiu que não deveria estar ali; parecia que tinha descoberto algo que não deveria. Ela tropeçou para fora, apressada em voltar ao estúdio, trancando-se em seu escritório.Não é de se estranhar que Bruna não gostasse dela, vendo-a como uma rival amorosa.E quanto a Daniel? Será que ele também amava Bruna, mas, por causa dos costumes e da moralidade, não podia aceitar, por isso a rejeitava? Ou seria outra coisa?Ela se lembrou da voz suave com que ele falava ao telefone com Bruna. Ele nunca havia falado assim com ela, nem com ninguém.Ele mimava Bruna excessivamente, e desde o início sabia
— O relacionamento entre eles é realmente muito profundo.— Será que Bruna percebeu seu relacionamento com Daniel e está complicando as coisas para você? Beatriz, melhor você terminar logo, Daniel é muito mais perigoso do que você imagina.— Obrigada pela preocupação, mas eu sei cuidar de mim mesma.Beatriz deixou Vila Silva, sentindo-se atordoada. Ela não sabia por que se sentia tão oprimida, como se houvesse um tijolo em seu peito.Ela soltou um suspiro pesado, forçando-se a acalmar.Porque Daniel a havia salvado várias vezes, ele era como um ser divino para ela, despertando uma admiração e amor incontroláveis, fazendo-a respeitá-lo profundamente. Isso também a levou a compreender as dificuldades enfrentadas por policiais e militares.Assim, ela não pôde evitar desenvolver sentimentos por Daniel, mesmo sabendo que homens podem ser inconstantes. Quando descobriu que Daniel tinha sentimentos proibidos por Bruna, isso a fez sofrer.Mas, foi apenas por um momento, logo ela conseguiu se r
Carlos também se sentiu desconfortável, achando que Daniel tinha sido muito indelicado. — Daniel, ela é uma garota, como você fala assim?Ele falou baixo. — Eu disse algo errado? — Daniel falou calmamente, levantando uma sobrancelha para Beatriz.Beatriz sentia uma raiva crescente dentro dela, se não somos íntimos, então não somos, quem se importa com ter alguma relação com ele?— Certo, eu sou apenas uma estranha, continuem a conversa. Este é o meu escritório, por favor, saiam.Ouvindo isso, Daniel virou-se e foi para o escritório de Carlos.— Eu sei que você é sempre frio com as garotas, mas tem que ter limites, o que a Bia fez para você?Daniel pressionou os lábios, sem dizer uma palavra, seus punhos se fecharam silenciosamente. Ela disse... ‘mais cedo ou mais tarde vamos terminar, é só diversão’.Ela me tratou como uma ferramenta de vingança, um objeto para passar o tempo?— Vamos falar do assunto principal, não quero falar de outra coisa.Carlos, ouvindo isso, também não pôde faze
Ela ignorou o impasse dos últimos dias, pensando que sua saúde era mais importante, decidiu então fazer uma ligação.Normalmente, as ligações para Daniel eram rapidamente atendidas, mas dessa vez o telefone tocou por muito tempo. Quando ela estava prestes a desligar, alguém atendeu.— Daniel, eu estou...— Beatriz, sou eu. — Para sua surpresa, quem atendeu foi Bruna. Naquele instante, ela sentiu como se a dor desaparecesse, ficando paralisada.— Onde está seu irmão?— Ele está tomando banho e não pode atender. Ele não vai voltar para casa esta noite, não o incomode. — Dito isso, ela desligou o telefone sem cerimônias.Beatriz não teve chance de dizer o resto.— Como está? Sua família chegou? Os documentos estão prontos? — A enfermeira apareceu.— Desculpe, minha família não pode vir, eu estou sozinha.— Então você precisa estar ciente de que a cirurgia tem seus riscos. Após se familiarizar com estas regras, basta assinar.Com sentimentos misturados, Beatriz assinou seu nome.Devido à d
Bruna não ousou dizer a verdade.Ela sentia que Daniel estava seriamente comprometido com Beatriz.Ela poderia aceitar que Daniel seguisse os planos dos pais e se casasse com uma mulher que não amava; afinal, seria apenas uma companhia para a vida.Ele ainda estaria centrado nela, e ela poderia se aproximar dele sem restrições, mesmo que apenas como irmã, ela estava contente com isso.Mas Beatriz era diferente; ela havia roubado toda a atenção e carinho de seu irmão, fazendo com que ela não fosse mais a pessoa mais importante no coração de Daniel.Ao pensar nisso, Bruna chorou inconsolavelmente, com medo de confessar seus verdadeiros sentimentos.Ela sabia do temperamento de Daniel; se ele descobrisse seus verdadeiros sentimentos, certamente a afastaria para sempre.— Você a investigou? Você contou tudo para nossos pais?— Como não deveria contar para nossos pais? Se as pessoas da Capital souberem que você casou com uma mulher que foi manipulada por sequestradores, você tem noção do im