Beatriz ficou surpresa e um pouco embaraçada, percebendo que havia se enganado.— Então... quais são os requisitos?— Use seu bom gosto, quero prepará-lo para ela, para que ela possa usá-lo quando se casar. Ela é quase da sua altura, com uma estrutura corporal similar, você pode usar a si mesma como referência.— Certo, então verei o que posso fazer, mas um vestido de noiva requer muito trabalho, leva tempo.— Não há pressa.Após o jantar, eles voltaram juntos. No dia seguinte, ao chegar ao estúdio de design, Beatriz soube que Helena havia conseguido um contrato. Mas o cliente queria conhecer o designer pessoalmente e ver seu portfólio para ter uma ideia.— Então, mande o Irmão Carlos.— Mas o cliente quer fazer roupas para a esposa dele, acho que você seria mais adequada.Beatriz concordou, realmente fazia mais sentido ela ir.O cliente marcou para as oito da noite, e como era uma cliente feminina, Beatriz não viu motivo para preocupação, levando Helena consigo.Assim que chegaram, pr
— Você trouxe suas ferramentas de medida, não? Que tal tirar minhas medidas para um traje sob medida?— Temos um designer especializado em moda masculina no nosso estúdio. Eu posso apresentá-lo ao senhor, com um desconto.— Não quero outro, quero que seja você a desenhar para mim. Vamos, meça agora, com cuidado.— Sr. Santos, acho melhor deixarmos para uma próxima vez, quando sua esposa puder vir falar comigo diretamente. Tenho outros compromissos agora, preciso ir.A expressão libertina no rosto do Sr. Santos era repugnante, e ele continuava a tocar sua cintura de maneira inapropriada.Beatriz, enfurecida, pegou suas coisas para ir embora, mas assim que se levantou, sentiu uma tontura súbita, como se estivesse desfalecendo. Como isso era possível, se ela não havia bebido nada dele? Ela olhou para o copo de vinho, que permanecia intocado.— O vinho está bom, o problema foi com o copo de água com limão. Não percebeu? — Sr. Santos riu maliciosamente.Beatriz sentiu seu coração gelar. Ela
Beatriz fez um esforço para abrir os olhos e tentar ver quem era, mas a pessoa estava contra a luz, só conseguindo ver a silhueta de alguém alto, sem conseguir identificar mais nada.— Quem é você? Ousando estragar meu momento, sabe quem eu sou... — Sr. Santos foi interrompido por um chute forte, sendo lançado longe.No segundo seguinte, Beatriz encontrou-se em um abraço caloroso. Ela mal conseguia abrir os olhos, estavam muito pesados, mas podia sentir a respiração dele. Era a respiração de Daniel.Seu coração angustiado se acalmou. Com ele por perto, sempre se sentia segura.Daniel acariciou seu rosto delicadamente, e ela, mesmo inconsciente, franzia a testa de dor.Ele, sentindo pena, retirou a mão, cuidando para não a machucar mais. Cuidadosamente, a ajeitou no sofá, cobrindo-a com seu casaco para evitar que ela se expusesse. Em seguida, seu olhar se voltou para Sr. Santos, que com dificuldade tentava se levantar.Esse chute, com certeza, quebrou pelo menos duas de suas costelas. E
Ele sentiu as lágrimas de Beatriz molharem sua camisa, lágrimas quentes que queimavam sua pele.Depois de um tempo, Beatriz finalmente se recuperou, levantou os olhos úmidos, parecendo um cervo assustado na floresta.— Você... como você está aqui?— Você saiu procurando por ajuda, e eu por acaso vi.Então era isso, eles realmente tinham uma conexão especial. Sempre que ela estava em perigo, ele conseguia chegar a tempo; ele era como um anjo da guarda para ela.— Você está com fome? Quer comer algo, talvez um lanchinho da noite?Beatriz balançou a cabeça.— Você está cansada? Quer tentar dormir mais um pouco? Vai se sentir melhor depois.— Fique comigo. — Beatriz falou, sentindo-se culpada por seu pedido irracional, mas ela estava realmente assustada e ainda abalada.No momento em que o Sr. Santos tocou nela, sentiu como se tivesse caído em um abismo.Ela tinha muito medo dessas situações!Daniel mordeu o lábio, parecendo tomar uma grande decisão. — Tudo bem, vou ficar aqui com você.—
A mão de Beatriz ficou presa por um instante, permanecendo em um lugar embaraçoso. Naquele momento, ela realmente desejava desaparecer ali mesmo.— Eu só queria... ver como estão os seus músculos peitorais, já que você faz exercício frequentemente.Ela tentou manter a calma ao dizer isso, e então lentamente retirou sua mão, dando uma tapinha no peito dele. — Nada mal, bastante firme e ainda por cima elástico, muito bom.Daniel arqueou uma sobrancelha, olhando para ela enquanto falava aquelas bobagens com a maior seriedade.— Vou me arrumar. — Beatriz virou-se e saiu sem olhar para trás, sentindo aquele olhar intenso como uma lança em suas costas.Ao entrar no banheiro, ela trancou a porta, desejando bater a cabeça na parede.Como podia ser tão coincidente? Por que ele tinha que acordar justo naquele momento?Quando terminou de se arrumar e saiu, viu Daniel tirando o pijama para se vestir. Ele já havia trocado de calças, exibindo agora suas costas musculosas e definidas.Suas costas est
Desde que Daniel se pronunciou, ela também não se importava mais.Ela estava em casa se recuperando, Bruna a via como se não a visse, com uma atitude arrogante, desprezando todos ao seu redor.Beatriz também não lhe dava atenção. Bruna voltou ao Grupo Dias, para ser secretária de Daniel, e todos conheciam sua posição, até mesmo Lucas lhe dava alguma deferência.Dois dias depois, as marcas de tapa no rosto de Beatriz finalmente desapareceram, mas ainda havia alguns hematomas pelo corpo que precisariam de mais alguns dias para sumir. Ela voltou ao estúdio, e Helena, ao vê-la, imediatamente começou a chorar.— Por que está chorando? Não estou bem?— Foi minha culpa, na hora crucial eu falhei. Se eu não estivesse com dor de estômago naquele momento, teria ido com você, e aquele Sr. Santos não teria ousado fazer nada com você.— Quem poderia saber? Não se preocupe, eu não te culpo, não leve isso a sério. — Ela consolou Helena.Helena estava com ela desde o início da empresa, e sua relação j
Ao ouvir isso, Beatriz ficou petrificada.Bruna não era filha biológica da família Dias, mas sim adotada? Mas isso era desconhecido pelo público externo.Bruna olhava fixamente para a moldura de uma foto, falando consigo mesma, claramente apaixonada por Daniel. Não é de se admirar, ela sempre achou que o afeto entre os irmãos era exagerado, sempre sentiu algo estranho.Beatriz, paralisada, de repente sentiu que não deveria estar ali; parecia que tinha descoberto algo que não deveria. Ela tropeçou para fora, apressada em voltar ao estúdio, trancando-se em seu escritório.Não é de se estranhar que Bruna não gostasse dela, vendo-a como uma rival amorosa.E quanto a Daniel? Será que ele também amava Bruna, mas, por causa dos costumes e da moralidade, não podia aceitar, por isso a rejeitava? Ou seria outra coisa?Ela se lembrou da voz suave com que ele falava ao telefone com Bruna. Ele nunca havia falado assim com ela, nem com ninguém.Ele mimava Bruna excessivamente, e desde o início sabia
— O relacionamento entre eles é realmente muito profundo.— Será que Bruna percebeu seu relacionamento com Daniel e está complicando as coisas para você? Beatriz, melhor você terminar logo, Daniel é muito mais perigoso do que você imagina.— Obrigada pela preocupação, mas eu sei cuidar de mim mesma.Beatriz deixou Vila Silva, sentindo-se atordoada. Ela não sabia por que se sentia tão oprimida, como se houvesse um tijolo em seu peito.Ela soltou um suspiro pesado, forçando-se a acalmar.Porque Daniel a havia salvado várias vezes, ele era como um ser divino para ela, despertando uma admiração e amor incontroláveis, fazendo-a respeitá-lo profundamente. Isso também a levou a compreender as dificuldades enfrentadas por policiais e militares.Assim, ela não pôde evitar desenvolver sentimentos por Daniel, mesmo sabendo que homens podem ser inconstantes. Quando descobriu que Daniel tinha sentimentos proibidos por Bruna, isso a fez sofrer.Mas, foi apenas por um momento, logo ela conseguiu se r