— Esta é... sua namorada? — Daniel perguntou.— Não é...Beatriz apressou-se nervosamente em responder, enquanto Carlos também sorria e explicava. — Ela é minha colega, Beatriz Rocha. Bia, deixe-me apresentá-lo. Este é o presidente do Grupo Dias, Daniel Dias. Cresci brincando na casa da minha avó, que é vizinha da dele. Ah, e Daniel, a Bia está abrindo um estúdio de design na Capital, e eu vou me juntar a ela. Esperamos contar com seus pedidos, seja uniformes de equipe ou encomendas pessoais.— Vocês vão se associar?— Sim.— Isso é bom. Com certeza vou apoiar. Importa-se de adicionarmos mais um lugar? Também não nos vemos há muito tempo.— Claro, quanto mais gente, melhor.Daniel sentou-se com naturalidade, mas Beatriz se sentia como se estivesse fazendo algo errado, querendo encontrar um buraco para se esconder.Foi então que o celular de Beatriz vibrou. Era uma mensagem de Carlos. “Não estava preocupada em não conseguir pedidos? Faça um bom contato com Daniel, e não faltarão encom
Ela sentiu o olhar frio e distante de Daniel passar por cima dela.— Nós veremos novamente, se houver oportunidade. — Após dizer isso, Daniel partiu.Depois que ele se foi, Beatriz demorou para voltar a si.— Bia, o que aconteceu, você está com uma cor péssima. Está se sentindo mal?— Eu... Eu estou bem.Foi então que o celular dela tocou, uma mensagem de Daniel.【Em dez minutos, quero te ver no estacionamento subterrâneo.】Beatriz, desesperada, sentiu como se o karma a tivesse alcançado. — Aquilo... Eu acabei de lembrar que tenho outro compromisso, preciso ir. Venha amanhã que assinaremos o contrato.— Você nem comeu ainda...— Não dá tempo. — Beatriz, em pânico, saiu às pressas e deu uma volta antes de ir ao estacionamento subterrâneo.Enquanto procurava o carro de Daniel, ao passar por uma van, de repente uma mão se esticou e a puxou para trás.Ela levou um susto, tentou gritar, mas então sentiu um cheiro familiar. Daniel a prensou contra a porta do veículo, envolvendo-a com seus br
Beatriz não tinha a menor dúvida de que ele estava falando sério; afinal, ele havia sido um servidor público.Sua moral e conhecimento das leis eram superiores aos dos demais, o que, em teoria, deveria fazer dele um indivíduo extremamente sério e repleto de senso de justiça. No entanto, Daniel era diferente, exibindo até certo ponto uma astúcia maliciosa. Ele possuía uma natureza rebelde!Ele jamais tocava em questões ilegais, mas explorava ao máximo os limites permitidos pela lei. Por exemplo, como eram um casal casado legalmente, ele não hesitava em beijar e abraçar quando desejava.Esse tipo de pessoa era muito mais perigoso do que ela imaginava.— Deixe-me te levar ao hospital, seu ferimento ainda está sangrando.— Não vou morrer.— Vamos para o hospital. — A atitude de Beatriz era firme, ela o levou para o carro e o levou ao hospital.O corte se abriu, sangrando profusamente e manchando a camisa branca de vermelho, uma visão assustadora, necessitando de sutura e aplicação de medic
Se não fosse pela posição de Afonso, os concorrentes já teriam reagido. Mais cedo ou mais tarde, Débora enfrentaria as consequências de suas ações.Carlos nem sequer olhou o contrato antes de se preparar para assinar, mas Beatriz falou antes que ele pudesse fazê-lo: — Irmão, você me perguntou se eu estava solteira. Bem, agora eu não estou mais.Carlos hesitou com a ponta da caneta, rasgando o papel. — Como... tão de repente, há dois dias atrás não estava solteiro? Como encontrou alguém tão rápido?— Na verdade, eu menti para você na última vez, principalmente porque não queria tornar público, então... sinto muito, eu menti para você.Carlos sorriu: — Não tem problema, você gosta dele?Essa pergunta a deixou sem resposta; ela já não ousava mais falar sobre sentimentos, ainda mais com alguém perigoso como Daniel, mais difícil de lidar do que Afonso. Ela não poderia gostar dele. Mas ela o admirava, era grata, temia, tinha medo...Se dizer que não gostava, então não seria adequado serem na
— Ela disse que me enganou na última vez, não queria tornar público, então não me contou a verdade. Ela também disse que gosta muito do cara, gosta tanto que eu definitivamente não tenho chance.— Ela disse que gosta muito?— Sim. — Carlos baixou a cabeça, desanimado.— Você vai encontrar alguém mais adequado, ela não é para você.— Daniel, eu provavelmente nunca mais vou encontrar uma garota de quem goste tanto. Você nunca viu como ela brilha, com espírito elevado e talento excepcional. Se você encontrasse uma garota assim, também se apaixonaria.Não houve resposta do outro lado da linha por um longo tempo. Carlos mudou de assunto; afinal, Daniel já era casado, um casamento arranjado pelo Velho Senhor, ele provavelmente não poderia entender.— Um dia desses te convido para uma bebida. — Logo depois, Carlos desligou o telefone e foi conversar com Beatriz sobre o pedido, quando por acaso a viu navegando em uma página de leilão. Ela estava fixada em um bordado.Era a obra-prima final de
Beatriz apertou seu número com força, frustrada. — Quarenta e um milhões.— Cinquenta milhões. — Afonso falou calmamente, e o valor de cinquenta milhões apareceu rapidamente no display.As pessoas ao redor murmuravam. De fato, era uma demonstração de grande riqueza, aumentar em milhões dessa forma, tão despreocupadamente.— Cinquenta e um milhões. — Beatriz continuou, desafiadora.— Sessenta milhões. — Afonso olhou para ela com desprezo.Beatriz sabia que, com eles ali, ela nunca conseguiria o bordado. Ela estava pálida de raiva, suas unhas cravando na palma da mão. Frustrada, mas impotente.Justo quando o leiloeiro estava prestes a finalizar, inesperadamente, um novo valor apareceu no display.— Quanto?— Cem milhões? Alguém ofereceu cem milhões? O que está acontecendo, esse bordado é feito de ouro?— Mesmo se fosse todo de fios de ouro, não valeria cem milhões, certo?Beatriz estava atônita, não esperava que alguém do camarote superior ainda fosse aumentar o lance.Alguns no camarote
Uma mulher nas mãos de sequestradores, qual será o seu destino? Beatriz Rocha estava vivenciando esse pesadelo. Aquele grupo queria transformá-la em uma prostituta.Ela estava vendada e com a boca selada por fita adesiva, amarrada em um canto como um animal. Seu corpo estava coberto de cicatrizes, sem um pedaço de pele intacto. A corda que a prendia era curta, tinha menos de um metro. Se ela se movesse um pouco mais para a frente, a corda apertaria seu pescoço. Várias vezes, Beatriz lutou inutilmente, ficando sem ar, o rosto roxo, a voz sufocada.Ela não podia escapar...Do lado de fora, ela ouvia os sequestradores xingando furiosamente. Eles tentaram violentá-la, mas ela reagiu mordendo a garganta de um deles. Se tivesse um pouco mais de força, teria quebrado sua traqueia, matando-o.Por isso, Beatriz foi brutalmente espancada e amarrada ali. Drogada, sua resistência foi reduzida a quase nada.De repente, lá fora, algo aconteceu. O barco em que estavam colidiu violentamente, e ela cai
Aquele era um clube que Afonso frequentava, onde ele costumava beber com os amigos.A razão dizia para Beatriz não acreditar nas palavras do chefe dos sequestradores, que tudo era mentira. Mas seu corpo, fora de controle, queria verificar. Ela esteve ao lado de Afonso por três anos e sabia o número da sala privativa que ele frequentava. Foi diretamente para lá.— Afonso perdeu, o que vai ser, verdade ou desafio?— Verdade.— Então, quem é a mulher que você mais ama no seu coração?— Isso ainda é uma pergunta? Claro que é Débora.Beatriz estava do lado de fora, ficando cada vez mais pálida. Suas pernas ficaram pesadas como chumbo, e suas mãos pairaram no ar, incapazes de bater na porta por um longo tempo. Depois, parece que eles começaram outra rodada do jogo. Desta vez, Débora foi quem perdeu.— Cunhada perdeu, então, você escolhe verdade ou desafio?— Desafio.A voz da mulher era suave como água.— Então beije um dos homens aqui por três minutos.— Ah, não brinque assim.Débora estava