Sarah se deixou levar e chegando ao quarto, Thomas a colocou gentilmente na cama, como se ela fosse uma joia rara e delicada, preciosa demais para ser danificada.Sarah se sentia envolvida em um cuidado que ressoava em seus sonhos mais íntimos, a concretização de como imaginava ser amada. Em sua fantasia, o amor era um sentimento que se revelaria atencioso, comprometido, incondicional, um presente mútuo selado por um destino que uniria os amantes incessantemente, vida após vida...Ainda que a crença em um amor eterno e espontâneo tivesse se dissipado da sua mente, a ironia não escapava: era Thomas, paradoxalmente, quem despertava essa sensação, ele, que outrora demolira seus sonhos mais genuínos.Thomas a tocava com carinho, como se buscasse registrar bem no fundo da memória cada parte do corpo dela, temendo que a beleza daquele momento pudesse esvanecer.A suavidade da pele sob seus dedos era um convite irresistível, enquanto deslizava pelas bochechas rosadas e quentes, sentindo o le
Sarah estava no quarto de Aurora, arrumando os lençóis enquanto a menina dormia calmamente. A noite anterior ainda a atormentava, como uma tempestade silenciosa — cada olhar de Thomas, cada mensagem trocada sem palavras, e aqueles beijos..., aqueles toques abalaram suas certezas. Alguma coisa dentro dela estava mudando, e isso a assustava mais do que qualquer outra coisa.Enquanto dobrava a coberta de Aurora, flashes da noite passada invadiam sua mente. A lembrança do quarto de Thomas — o mesmo lugar que um dia simbolizara dor e traição — agora trazia sentimentos completamente diferentes. Naquela noite, ela não sentiu medo ou raiva. Apenas uma paixão inquietante e, talvez, algo perigosamente próximo de felicidade.De volta ao seu quarto, Sarah sentou-se na beira da cama, com os dedos entrelaçados e tremendo levemente. A tensão a envolvia, um misto de ansiedade e incerteza. O que aconteceu antes ainda ecoava em sua mente, e ela se sentia perdida em seus próprios pensamentos. Era difíci
Nos dias seguintes, a tensão entre Thomas e Sarah cresceu como um fio esticado ao limite. Cada olhar trocado parecia uma faísca à beira de um incêndio, uma energia que não podia mais ser ignorada.Sarah se concentrava no tratamento de Adrian, mas não conseguia evitar o coração acelerado sempre que Thomas estava por perto. Ele parecia estar em todos os lugares, e cada vez que ela o via, sua determinação vacilava.Thomas, por outro lado, não fazia questão de esconder o que sentia. Seus olhares eram longos e intensos, suas palavras carregadas de subtexto. Ele sabia que Sarah estava lutando contra si mesma — e isso só reforçava seu desejo de romper a barreira entre eles.Numa noite silenciosa, Sarah foi até a cozinha em busca de um copo de água. A mansão dormia, envolta em uma calma aparente.Ao entrar, ela encontrou Thomas ali, sentado à mesa com um copo de uísque na mão. Seu olhar era distante, mas ao ver Sarah, ele sorriu levemente.— Não consegui dormir, ele revelou, a rouquidão denun
Na noite seguinte, Sarah estava quarto de Thomas de novo. O silêncio era interrompido apenas pelo som suave das respirações sincronizadas de Thomas e Sarah. Na quietude do momento, suas almas pareciam entrelaçadas, como se as cicatrizes que carregavam finalmente tivessem encontrado um bálsamo.Thomas deslizava os dedos pelos fios de cabelo de Sarah, desenhando um trajeto delicado através de suas mechas. Seus olhos estavam focados nela, como se tentassem entender cada palavra não pronunciada.— Você entende o que isso representa para mim? — ele questionou, com uma voz rouca, quase sussurrando.Sarah ergueu o rosto, seus olhos brilhando.— Thomas, eu... sinto que estou me reencontrando..., mas isso me assusta.Ele envolveu seu rosto com as mãos, firme, mas delicado.— Eu também tenho medo, Sarah. Mas não podemos deixar que o medo roube isso de nós.Os lábios de Thomas roçaram os dela com a suavidade de uma promessa, mas logo o beijo se aprofundou, reacendendo a paixão que, naquela noite
Os dias na mansão Lewantys estavam sombrios. Adrian, que antes reagia bem ao tratamento alternativo de Sarah, começou a mostrar sinais de fraqueza novamente. A febre não cedia, e sua energia diminuía a cada dia. Cada momento era uma luta para manter a esperança viva.Thomas, sempre ao lado do filho, estava ficando desesperado. Aurora, normalmente cheia de vida, agora estava mais silenciosa, como se sentisse o peso do que estava acontecendo com o irmão. Sarah fazia tudo o que podia para confortá-los, mas sabia que o tempo estava se esgotando.Os médicos finalmente entregaram os resultados dos exames de Anna. Após múltiplas tentativas de fertilização in vitro e avaliações detalhadas, a conclusão era clara: Anna não poderia gerar outro filho.Thomas encarou o relatório médico em silêncio, a cabeça baixa. O desespero parecia tomar conta de seu corpo. Anna, por outro lado, parecia mais interessada em reforçar seu controle.— Eu avisei que isso não seria fácil — disse Anna com um tom de fal
Após o pedido de Thomas, Sarah lutava contra o peso da proposta. A luz suave do jardim iluminava a noite, mas sua mente estava mergulhada em sombras. Dúvida, medo e esperança se entrelaçavam em seu coração enquanto ela ponderava sobre salvar Adrian. O que isso significaria para ela? O sacrifício exigido parecia esmagador, e a incerteza sobre suas próprias forças a deixava ainda mais angustiada.— O que eu devo fazer? — murmurou, a voz embargada, como se as palavras pudessem trazer alguma clareza. A pergunta que não conseguia silenciar ecoava: ― Se eu disser sim... será por ele, ou por que meu coração não quer mais lutar contra o que sente? Essa reflexão a confrontava com seus sentimentos mais profundos, revelando um conflito interno que a impedia de tomar uma decisão.Ainda assim, a condição de Adrian pesava sobre ela como um fardo insuportável. Cada vez que olhava para o menino, tão frágil, uma culpa profunda a invadia, por hesitar em fazer mais para ajudá-lo.E cada sorriso de Au
Na manhã seguinte, Sarah estava decidida. Ela encontrou Thomas no escritório, perdido em pensamentos.— Você decidiu alguma coisa? — Ele foi direto, mas com um tom cauteloso.Sarah respirou fundo, mantendo a compostura.— Sim. Mas não é o você está esperando.Thomas franziu o cenho.— O que quer dizer?— Quero que você me escute com atenção — disse ela, aproximando-se.— Acredito que há outra maneira de ajudar Adrian sem precisar ter outro filho.Thomas parecia confuso.— Outra maneira? Sarah, já tentamos quase tudo. Adrian está sem tempo... você sabe disso.— Eu sei, — ela respondeu, com a voz tremendo levemente. — E é por isso que quero fazer mais testes. — Sarah fez uma breve pausa antes de continuar.— Quero testar minha compatibilidade com Adrian.O silêncio pairou na sala. Thomas piscou, surpreso.— Sua compatibilidade? — ele repetiu.— E quero que Aurora também seja testada, — Sarah completou, sua voz baixa, mas firme.Thomas ficou imóvel por um instante, processando a sugestão
No dia seguinte, Sarah, Adrian e Aurora foram ao hospital para a coleta de amostras. Sarah tentava manter a calma, principalmente para não assustar as crianças, mas por dentro, estava um verdadeiro caos.O peso da incerteza e da esperança se misturavam em seu coração.— Mamãe Sarah, por que estamos fazendo isso? — perguntou Aurora, apertando a mão de Sarah com força. Seus olhos grandes e curiosos brilhavam com uma inocência que quase fazia o coração de Sarah se partir em mil pedaços. Sarah engoliu em seco, sentindo a pressão aumentar em seu peito, como se o ar ao seu redor estivesse se tornando escasso.— Estamos aqui para ajudar o Adrian, querida. Você quer ajudar seu irmão, não é mesmo?Aurora acenou rapidamente, um sorriso doce e radiante iluminando seu rosto pequeno.— Claro que sim! A determinação de Aurora era um farol em meio à tempestade que se formava dentro de Sarah, um lembrete do amor que unia aquela família em momentos de adversidade.Adrian, mesmo visivelmente fraco, sor