Quando Grace entrou na casa, o ar imediatamente pareceu mais pesado. A atmosfera estava estranhamente tensa, como se algo estivesse errado. Ela fechou a porta atrás de si e deu alguns passos em direção à sala, onde foi surpreendida pela visão que a esperava. Alana estava sentada confortavelmente no sofá de Grace, as pernas cruzadas com uma elegância calculada, o olhar fixo em algum ponto da sala. Era como se estivesse esperando por ela, uma predadora à espreita, pronta para dar o bote. Grace parou no meio do caminho, sentindo o coração acelerar. Sua mente correu em mil direções, tentando entender o que Alana estava fazendo ali. A sala, que antes era seu refúgio, agora parecia um território hostil. Cada detalhe, da luz suave até a decoração, parecia conspirar para intensificar o desconforto. O ambiente fedia a cigarro, e ela sabia que Alana havia fumado ali. — O que... o que você está fazendo aqui? — Grace finalmente conseguiu perguntar, a voz baixa, mas cheia de inquietação. Ela d
A noite envolvia a cidade, e Grace sozinha em sua casa simples, olhava pela janela, perdida em pensamentos. As palavras de Alana ainda ecoavam em sua mente, misturadas com o medo e o desejo de proteger Adrian. Ela sabia que não podia continuar ali. As ameaças eram reais, e ela não queria ser o motivo de sua queda. Mas antes de partir, algo dentro dela gritava para vê-lo uma última vez, para sentir seu toque e seu calor antes que tudo acabasse. Ela se levantou lentamente e foi até o espelho. Vestia uma blusa de seda preta, justa e delicada, que moldava suas curvas de maneira sutil. As calças jeans escuras, apertadas, realçavam suas pernas, e os sapatos de salto baixo completavam o visual simples, mas atraente. Seu cabelo caía em ondas suaves sobre os ombros, e os lábios estavam pintados com um leve toque de vermelho, o suficiente para realçar sua expressão determinada. Depois de se olhar no espelho por alguns segundos, ela respirou fundo e pediu um táxi. Enquanto esperava, puxou as c
O sol da manhã penetrava pelas cortinas semi abertas, iluminando o quarto com uma luz suave. Adrian se mexeu lentamente na cama, ainda meio sonolento, sua mão procurando por Grace ao seu lado. Um sorriso preguiçoso se formou em seus lábios ao lembrar da noite que passaram juntos. No entanto, quando seus dedos tocaram o lençol frio, ele franziu o cenho e abriu os olhos. Grace não estava lá. Ele se sentou na cama, coçando a cabeça e chamando por ela. — Grace? — Sua voz rouca ecoou pelo quarto vazio. Adrian esperou um momento, imaginando que ela poderia estar no banheiro. O silêncio respondeu ao seu chamado. Ele se levantou, ainda nu, e caminhou até a porta do banheiro, batendo de leve antes de abrir. — Grace? Você está aí? — Ele perguntou novamente, sem obter resposta. Quando abriu a porta, encontrou o banheiro vazio. O choque de não vê-la ali fez seu coração bater mais forte. Ele correu uma mão pelos cabelos, tentando organizar seus pensamentos. Onde ela estaria? Por que teria saí
Um mês depois ….. Já havia se passado um mês desde que Grace deixou tudo para trás, desde que tomou a difícil decisão de partir. Ela agora vivia em uma pequena cidade chamada Vermont Valley, uma cidade pitoresca cercada por montanhas e lagos, um lugar calmo, longe do caos e das ameaças que a perseguiam em sua antiga vida. Vermont Valley era exatamente o oposto do que ela estava acostumada. As ruas eram tranquilas, as pessoas sorridentes, sempre prontas para uma conversa amigável. Grace escolheu aquele lugar propositalmente, um local discreto, onde poderia recomeçar sem ser notada. Quando chegou, ainda carregava a dor da despedida, as lembranças de Adrian e a culpa por tê-lo deixado sem uma despedida verdadeira, mas sabia que precisava seguir em frente. Ela alugou uma pequena casa em um bairro afastado, cercada por árvores e com uma varanda de onde podia ver o pôr do sol todos os dias. As manhãs ali eram tranquilas, com o som dos pássaros e o cheiro de café fresco que impregnava o a
Adrian estava há um mês mergulhado na missão de derrubar Alana. Desde que Grace havia partido, forçada pelas ameaças de Alana, ele não conseguia mais viver sua vida normalmente. Cada momento que passava longe de Grace era preenchido por um único propósito: descobrir tudo sobre Alana e colocar um fim no seu poder. Ele sabia que derrubar alguém como Alana não seria simples. Ela controlava o clube, sim, mas seu alcance ia muito além. Alana tinha conexões poderosas, pessoas influentes que a protegiam, homens dispostos a fazer o que fosse necessário para garantir que seus segredos nunca fossem revelados. Mas Adrian estava determinado. Ele sabia que, para proteger Grace e reconquistar a paz, precisava descobrir cada detalhe do passado de Alana, cada sujeira que ela escondia debaixo do tapete de sua vida. Sua mansão estava irreconhecível. Papéis espalhados por toda parte, anotações rabiscadas em cadernos, fotos antigas de Alana, registros de transações financeiras suspeitas. Adrian havia
Antes de desligar a chamada com Marcos, Adrian pediu um último favor. Seu coração já estava focado em outra missão, tão importante quanto derrubar Alana: encontrar Grace. Ele precisava saber como ela estava, ver com seus próprios olhos que ela estava bem. E, acima de tudo, matar a saudade que o corroía há mais de um mês. — Marcos, consegue rastrear o número de Grace? — A voz de Adrian saiu firme, mas ansiosa. Houve um silêncio do outro lado da linha, enquanto Marcos, sempre cauteloso, considerava o pedido. — É arriscado, Adrian. Se Alana descobrir que você está procurando por ela... — Eu sei — interrompeu Adrian, com uma mistura de determinação e urgência. — Mas eu preciso fazer isso. Por favor, me ajude. Depois de alguns minutos de espera que pareciam uma eternidade, Marcos retornou com a localização aproximada de Grace. Ela estava em uma pequena cidade chamada Vermont Valley, longe do caos de São Paulo. Adrian agradeceu rapidamente, desligou e se preparou para seguir em frente.
Grace havia acabado de chegar do trabalho. A pequena cidade de Vermont Valley estava silenciosa, com as ruas escuras e o vento frio da noite soprando suavemente. Ela estava cansada, como sempre, mas sua rotina agora era sua única companhia. Despiu-se rapidamente e entrou no chuveiro, deixando a água quente correr por seu corpo, tentando aliviar o cansaço acumulado. Ao sair do banho, vestiu uma camisa masculina que havia comprado há algum tempo, mais por conforto do que por qualquer outro motivo. A camisa era larga, confortável, e ela gostava de como o tecido macio envolvia sua pele. Combinou com um short simples e desceu para a cozinha. A pequena cozinha da casa tinha um charme rústico. Enquanto o café passava na cafeteira, o bolo que ela havia colocado no forno começava a soltar um aroma doce pelo ar. Grace se permitiu um raro momento de tranquilidade. Por um breve instante, quase conseguia esquecer de tudo o que havia deixado para trás. Foi nesse momento que ouviu batidas na port
A noite já se instalava, e a pequena casa de Grace em Vermont Valley estava mergulhada em uma calma quase surreal. No interior, o cheiro doce de bolo recém-assado se misturava ao aroma do café quente. O ambiente era acolhedor, com luz suave iluminando a mesa de madeira onde Adrian e Grace estavam sentados. Adrian observava Grace com um olhar misto de alívio e preocupação. Depois de tanto tempo longe dela, vê-la ali, na sua frente, parecia um milagre. Grace cortava o bolo com delicadeza, enquanto era admirada por Adrian. O silêncio entre eles não era desconfortável, mas carregava a tensão do que precisava ser dito. Grace, em silêncio, colocou uma fatia de bolo no prato de Adrian e serviu o café em sua xícara, mantendo o movimento suave e cuidadoso. Ela queria prolongar aquele momento de paz, queria segurar aquele instante antes de encarar a realidade que sabia estar à porta. Adrian, por sua vez, ainda observava cada movimento dela, mas sua mente estava dividida entre o presente e os