Não parecia ser real, mesmo sentindo sua pele quente encostada na minha. Porém, seu cheiro fascinante provocou em mim um desequilíbrio emocional. Antes, queria distância, e quando dei por mim, instintivamente estava retribuindo seu abraço. Como se tivesse sido atraída para me aconchegar ainda mais dentro dos seus braços. Um enlace um tanto desconjuntado. Eu caída na areia e ele todo grande de calça jeans, sem posição nenhuma para ajoelhar. Mas ainda assim, admito, foi incrível!
— Manu, você precisa acreditar em mim! Eu nunca te traí, nunca! Samantha é louca! Ela armou tudo! — ele disse, desesperado.
— Vamos conversar em outro lugar — falei, sem graça por causa das pessoas a nossa volta.
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Me senti verdadeiramente feliz em sua companhia. Ver seu sorriso, fez toda viagem e todo transtorno para encontrá-la valer a pena. Claro que eu tinha milhões de perguntas para lhe fazer, mas tudo a seu tempo. Não ia passar o seu aniversário questionando sobre o albergue e sobre sua suposta hospedagem no hotel. Como se já não bastasse o fato de não ter me lembrado de uma data tão importante para ela. A verdade é que, desde que conheci a Manu, tudo foi tão intenso e rápido, que me peguei sem saber dos detalhes sobre sua vida. Me questionei quanto a isso, será que me tornei aquele tipo de pessoa insuportável que só fala sobre si mesma e que não se atenta a quem está a sua volta? Se eu era o problema do nosso relacionamento, precisava agir o quanto antes e consertar as coisas. Reacender o romantismo, mostrar a ela o quanto eu me importo em v&eci
O meu plano inicial, era contar toda a verdade antes de dar um passo à frente no nosso relacionamento. Porém, quando dei por mim, estava perdida em seus beijos, desorientada com o seu cheiro e alucinada com o seu toque. Perdi totalmente o autodomínio, o clima do ambiente também contribuiu muito para isso. O quarto amplo, estilo colonial, com uma decoração suntuosa e ele, meu Julian, o homem dos meus sonhos, todo arrumado para jantar comigo. Não pude deixar de repará-lo naquele traje que o deixou ainda mais incrível. Há tão pouco tempo, conhecê-lo não passava de uma utopia, um sonho distante! E agora o homem da minha vida, com quem eu sonhava há tantos anos, estava ali, bem na minha frente, todinho para mim! Eu evitava momentos assim, a sós, porque sabia que o meu autocontrole me pregaria uma peça. E sendo bem honesta, quando entrei naquele t&
Acordei no meio da noite e fiquei por um bom tempo ali deitado só a admirando. Incrivelmente linda. Mas o seu interior que me chamava mais a atenção. Eu a admirava em todos os aspectos. Sua doçura e ao mesmo tempo braveza. Sua seriedade, que contrastava perfeitamente com seu jeito brincalhão. A mulher que pensei que só existia em personagens construídos por grandes roteiristas, era real e minha, pensei. Minha namorada, futura mãe dos meus filhos. Como não fazer planos pensando em um futuro, quando se está loucamente apaixonado? Queria acordá-la com beijos e tê-la novamente em meus braços. Um desejo que achava que iria me perseguir até a velhice. Perfeição seria passarmos o resto das nossas vidas juntos, pensei. Acho que fiquei por horas acordado, planejando em como convencê-la a vir morar comigo. Foi quando, devido a insônia da an
Ainda estou em estado de choque. Só me recordo de ter colocado o vestido que ele comprou para mim, muito contrariada, por sinal. Não queria usar, justamente por lembrar ainda mais da nossa noite juntos, porém, ainda assim era a minha melhor opção. Saí do hotel enfurecida, mas ao mesmo tempo angustiada. Eu tinha o direito da réplica e ele me tirou isso. Me tratou da pior forma que pôde, e se foi. Senti-me como uma página na sua vida, que ele simplesmente arrancou ou tratou de imediatamente colar alguma coisa em cima. Não me ausento da culpa, sei que agi muito errado em me calar, em ser conivente com cada mentira criada por Rafael. Me sinto muito culpada por isso! E me pergunto a todo instante, como ele descobriu? Assim que cheguei no apartamento de Kate, chorando e contando tudo que havia acontecido, me veio à memória cenas da minha adolescência. Jamais pensei que
Estava na sétima dose de whisky, eu acho, quando ouvi meu nome:— Julian?!Por mais que eu soubesse que seria impossível que Manuela estivesse ali, suas feições insistiram em vir à minha mente. A voz era completamente diferente, porém, ainda sim, meus pensamentos instantaneamente se voltaram para nossos momentos naquele quarto de hotel. Foram flashes de segundos, despertados por um balde de água fria quando avistei Pietra. Nem eu mesmo me entendi, fui totalmente contraditório. Não queria pensar em Manuela, o reverso disso, queria apagá-la da minha vida. Contudo, minha imaginação me ludibriou.— Foi atrás da sua atriz? — Pietra ironicamente disse.
Eu não havia contado à Kate sobre o meu quase acidente de moto, ou melhor, atropelamento. Ao menos, não com detalhes. Ela ficou meio abobalhada quando viu que eu conhecia o rapaz, e com um olhar insistente, entendi que queria ser apresentada.— Eu só não me lembro do seu nome — falei, sem graça. — Essa é minha amiga, Kate.— Alejandro. Alejandro Madero. Muito prazer em conhecê-la, Kate. Bem-vinda ao México!— O prazer é todo meu! — Kate falou, irradiante.— E quanto a você, Manuela. Sendo honesto, não foi uma surpresa para mim. Eu sabia bem quem eu iria encontrar aqui.— Sabia?&
Fiquei chateado por Edgar não ter me contado do retorno da Manuela. Rafael insistiu que também não sabia, porém, não consegui acreditar nele. Esse é o grande lance da mentira, a perda da confiança.Já era tarde quando liguei para o Heitor. Eu precisava extravasar. Queria sair para beber, mas ele já estava acompanhado. O homem não perdeu tempo! Passou o restante do dia me perguntando sobre a amiga da Manuela. Eu avisei a ele que ela parecia um tanto inconsequente, e pedi que a deixasse bem longe do volante, caso ela topasse em sair. Porém, jamais pensei que ela fosse aceitar. Nos poucos minutos que a vi no corredor da emissora, era notório que seus olhos estavam vidrados no assessorzinho da Manuela. Esse então, não me desceu mesmo. Achei um tanto prepotente no seu jeito de falar. O sujeito e
Abri os olhos, porém me recusei a levantar de imediato. Permaneci ali, deitada, ainda um pouco desorientada. É estranho acordar e não reconhecer o lugar. Acredito que o cansaço da viagem contribuiu muito para a minha pequena confusão mental. Contudo, logo as lembranças da noite anterior foram retomando, e só consegui pensar em Katerine. Vesti um hobby e, sem me importar com a opinião alheia, atravessei o corredor e fui até o quarto de Kate. Bati diversas vezes à porta, chamei inúmeras vezes por seu nome, porém sem êxito algum. Me apavorei! Essa foi a primeira reação. Por conhecer bem minha amiga, sei que por mais que tivesse tido algum tipo de envolvimento com Heitor, às oito horas da manhã certamente já teria retornado. Ela é dessas que saem no meio da madrugada, só para não precisar acordar com ningu&eacut