_Porque está me evitando? O que aconteceu com você!? - Ele enxuga uma lágrima que escorre pelo meu rosto.
_Por favor não me toque. - Digo desviando meu rosto dos seus dedos.
_Você não pode sair da minha vida assim Bella. Precisamos conversar!!!
_Eu não quero falar com você. Não tenho nada para dizer, não quero te ouvir. Eu vi o suficiente, não sou tão burra que você precise explicar e nem tão ingênua para não saber o que vocês estavam fazendo. - Os sentimentos dentro do meu peito mudaram completamente, sinto uma imensa raiva crescendo em mim.
_Isabella... - Ele diz devagar. - Você precisa me dar uma chance, eu sou homem, fui fraco, admito, mas... Nós não...
_Cala boca Vítor! - Praticamente grito e as pessoas que passavam ao nosso redor nos olham, provavelmente querendo saber o que estava acontecendo. - Fica calado e longe de mim. O que você fez não tem volta ou explicação. - Digo entre os dentes, eu quero vê-lo sofrer e definhar, quero sofra pelo que me fez!
_Você não pode me deixar! - Vitor fala alto e todos começam a parar percebendo que é uma discussão.
_Eu não só posso como devo e se quer saber, eu já fiz isso. Não. tem. volta! Acabou! Já era!
_Eu disse que NÃO!!! - Vitor segura meu braço com força. Vejo o desespero nos olhos dele e por um lado sinto prazer por isso e por outro me sinto horrível.
_Você está me machucando. - Falo depois de tentar me soltar, ele me segura forte para que eu não consiga escapar, insisto em tentar tirar meu braço e do aperto de sua mão.
_Você tem que me escutar! - Ele fala ainda mais nervoso, seus olhos se enchem de lágrimas.
_Me solta! - Tento puxar meu braço novamente.
_Só quando me ouvir. - Ele diz firme e eu penso em ceder e ouvir o que ele tem a dizer, talvez assim ele me deixe em paz.
_Ela mandou você soltar. - Uma muralha humana para a minha frente e Vitor inconscientemente ou não me solta focando sua atenção na outra direção.
_Não enche cara estou conversando com a minha namorada.
_Eu não sou sua namorada! - Grito, não sei porque quero esclarecer. - Não mais. - Dou de ombros, admito que estou com medo vendo o olhar mortal de um para outro.
Percy coloca a mão no ombro de Vitor e penso que eles irão brigar. Faço um barulho ao lado dos dois tentando chamar a atenção, meu ex me olha por um tempo analisando minha postura, estou segurando o braço de Percy e dando leves puxões na vã tentativa de tirá-lo daqui, o semblante dele muda rapidamente depois de perceber o que estou fazendo, quando Vitor ergue seu corpo e se endireita para olhar nos olhos do meu cavaleiro sem armadura, o sarcasmo é poupavél.
_Olha só, Percy Jackson, o mostrengo! - Odeio esse sarcasmo, essa postura de garoto mau, Vítor costumava ser assim antes de namoramos, eu detesto isso nele. - Virou amiga desse cara agora Isabella? - Ele olha nos meus olhos e onde havia dor e lágrimas agora existe raiva, muita raiva.
_Não é da sua conta Vitor. - Respondo de forma petulante, não gosto de ser intimidada e parece que é isso que ele está fazendo.
Recebo um olhar frio. Ele quer dar o troco e sair por cima, o orgulho é maior que ele próprio.
_Está fazendo caridade? Ou continua sonhando acordada? - Vitor sorri. - Vocês fariam um casal legal, tipo a Bella e a fera. Até ela se cansar dessa sua cara medonha. - Vitor se vira para Percy.
Vejo os olhos de Percy escurecerem, tenho certeza de que Vitor vai tomar um belo soco. Todos meus músculos enrijessem, estou com mais medo do que possa acontecer, eu quero que eles parem.
_Ou talvez ela descubra que eu sou muito mais homem que você. - Me surpreendo com a resposta de Percy.
Vitor fecha a mão em um punho.
Tudo acontece muito rápido, não tenho tempo de reagir. Fico parada em meio a confusão de dois homens enormes brigando, tenho sorte por não ser atingida, outros alunos se juntam em volta e eu tenho vontade de morrer.
Edgar apareceu de qualquer lugar que eu não tenho ideia e Yvi me abraça tapando minha visão. Ela me arrasta para longe de toda a confusão e a última coisa que vejo são dois rapazes segurando Vitor e Edgar parado ao lado de Percy com um braço estendido a sua frente.
...
_P&J você arrebentou aquele cara! - Yvi sorri. - Você é de mais maninho. - Vejo a impolgação dela e tenho vontade de gritar, mas permaneço no mesmo lugar.
"É claro que é um problema!" Penso.
Estou limpando o machucado que Vitor fez depois de acertar um soco na boca do Percy, estou seria e com vontade de chorar. Não teve graça, ambos saíram machucados, Vitor muito mais.
Não sou fã de violência.
Edgar e Yvi se levantam dizendo que irão comprar alguma coisa para comer, nesse momento nenhum de nós está assistindo aula.
_Você está bem? - Percy me pergunta.
Olho para ele sem entender, até que minha fixa cai. Ele deve ter percebido o quanto estou triste e chateada.
_Eu estou bem... - Suspiro. - Você que não, está machucado, levou uma suspensão e ainda pode ter mais problemas. Isso me deixa muito triste! Não deveria ter entrado numa briga por minha causa. Passo o polegar sobre o lábio inchado do Percy. - Está doendo muito?
Os grandes olhos verdes dele brilham de um jeito diferente enquanto sorri. Eu teria chamado a atenção dele por estar sorrindo feito bobo. Na certa está se gabando por ter deixado o Vitor muito pior. Mas sou interrompida por um beijo. Um beijo quente.
A pior parte dos beijos que ele me dá é que eu correspondo todos eles. É involuntário, automático e... parece certo, mas eu sei que não deveria corresponder.
_Você tem que parar de me beijar desse jeito... - olho para a grama do pátio envergonhada.
_Você quer que eu pare de te beijar? - Por que cardas d'águas ele me fez essa pergunta e pior, por que eu simplesmente não respondi logo que sim. Eu devia ter respondido que isso era o que eu mais queria.
Só o fato de olhar pra ele e ficar calada parece dizer alguma coisa. Levanto meus olhos sem dizer nada, não posso mentir, eu fiquei olhando para a boca dele, olhando descaradamente. Isso deve ter sido algum tipo de sinal contrário porque dessa vez ele não só me beija como passa sua mão por debaixo da minha nuca me fazendo ficar com o corpo ainda mais colado ao dele.
Meu corpo inteiro se aquece. Parece loucura, talvez seja. Porque tudo que consigo fazer é segurar em sua camisa com força. Sinto seus braços me apertarem e sou levada a sentar sobre seu colo.
Ainda continuamos nos beijando até ouvimos um barulho. Escondo meu rosto no vão entre o ombro e o pescoço dele envergonhada pelo que acabo de fazer.
_Você me confundi, se não quer que eu te beije está demonstrando de uma maneira muito contraditória. - Sorrio com o comentário dele. - O que você quer Isabella? - O moreno pergunta me afastando do corpo dele para me olhar nos olhos.
_Eu trouxe batatas. - Yvi diz. - Estou atrapalhando? - A pergunta veio logo depois de perceber o clima que se instalou entre nós.
_Está. - Percy responde ao mesmo tempo que respondo "não". - Não, não está. - Ele responde por fim, Logo depois olha nos meus olhos. Todas as vezes que ele faz isso sinto que é capaz de ver minha alma.
Tento sair do colo dele mas sua grande mão segura minha coxa esquerda me impedindo de levantar.
_Compra refrigerante e outra porção de batatas Yvi. - Percy pede jogando a carteira na direção dela.
Pela segunda vez nessa noite eu quero morrer. Vejo Yvi olhar uma última vez antes de sumir pela porta do prédio da faculdade.
_Me diz o que você quer? Você me beija como se me quisesse na mesma medida que eu te quero e logo depois corre de mim, me evita, me diz que eu tenho que parar de te beijar... Me diz o que você quer porque eu estou completamente perdido e não quero alimentar sentimentos por alguém que não me quer e me iludir.
_Eu não sei o que quero... - Passo a mão pelo rosto dele, o polegar pelos seus lábios, Percy fecha os olhos com o carinho. Como quero beija-lo de novo! - Eu estou com medo, muito medo. - Admito enquanto volto a beijar seus lábios. - Não quero me magoar, mas não quero perder o que tenho com você. Eu estou confusa... - Volto a beija-lo e dessa vez com mais desejo.
Lembro das palavras do meu pai e logo depois a imagem do Vitor na cama com outra garota me vem a mente. Sinto um aperto no meu peito. Todo meu corpo treme e eu quero fugir de novo.
_Eu preciso ir... - Digo me afastando. Percy me segura novamente, dessa vez com as duas mãos, seus olhos se abrem e uma tonalidade de verde claro, um brilho diferente faz meu coração parar.
_Você não vai fugir de mim Isabella.
Percy me trouxe em casa, eu o convidei para entrar enquanto fazia janta para o meu pai ele me contava sobre a irmã mais nova. O carinho que ele fala dela é palpável, sorrio achando lindo o carinho dele para com ela._Você quer jantar?_Não. - Ele responde se levantando da bancada da cozinha. - Vou conhecer meu sogro hoje?_Você já conhece meu pai._Não como seu namorado._Não estamos namorando. - Digo de forma displicente, sinto seus beijos em meu ombro e pescoço. - O que você está fazendo...? - Pergunto com a voz mais melosa do que gostaria._Tentando descobrir o que sou para você, já que não sou seu namorado. - Solto um gemido sem querer e sinto seu sorriso sobre a minha pele. - Um ficante, talvez?Me viro e o encaro._O que eu sou pra você? - Pergunto com a sobrancelha erguida, faço minha melhor pose inquisidora. Os olhos verdes agora muito mais escuros._Eu diria minha namorada, mas n
A semana passou muito rápido, em todos os dias Percy me trouxe em casa. Eu passei o sábado durante o dia arrumando a casa, a noite teve uma "festinha" na casa do meu namorado.Me surpreendi com a tal festa. Porque não é como as festas que Vitor costumava fazer, Percy se resumia com as irmãs dele e aos amigos. Tudo bem que eu me perdia as vezes na conversa porque dois deles só falavam em inglês.Tinha muita pizza, cerveja, refrigerante, salgadinhos e bolo. Enquanto tiro outra fatia de bolo uma cabecinha loira para ao lado._Você quer?_Você é... - Ela pensa um pouco. - Namorida do meu irmão?.Acho engraçado a forma que ela fala. Preciso me lembrar que ela está aprendendo o português._É namorada, e sim sou a namorada. - A garota sobe na bancada e vejo que tem uma cicatriz de queimadura no braço. - Você se queimou também?Ela levanta a manga da blusinha e posso ver o quanto está feia, a pele fina e enr
No domingo de manhã eu estava com o humor péssimo. Meu pai ainda estava dormindo quando acordei. Ele costuma chegar pela manhã quando seu plantão é a noite. Enquanto escovava os dentes o som do maldito interfone soava por toda a casa.Olho o relógio do celular e vejo que são dez horas da manhã. Quem em sã consciência bate na porta dos outros às dez da madrugada? Será que as pessoas não respeitam o sono dos outros!Abro o velho portão da minha casa. Moro num bairro humilde, apesar disso aqui é bem tranquilo. A maioria se conhece desde sempre, é um bairro bem antigo também. Na minha rua algumas das casas foram reformadas e estão até muito bonitas.A minha casa porém ainda tem o velho portão de madeira escura e sobre ele o pequeno telhado colonial. Olho pelo olho mágico e vejo um rapaz franzino, com certeza se enganou de casa. Abro o portão e tomo um susto.O rapaz segura um enorme buquê de rosas, pelo tamanho ex
Nós três fomos almoçar juntos. Meu pai, Percy e eu. Achava estranho o fato do meu pai ter tamanha liberdade com ele. Mas ouvindo os dois conversarem percebo que eles se conhecem a mais tempo do que imaginava, o que explica um pouco.Permaneço calada enquanto ouço os dois conversarem como velhos amigos. Eles estão falando do hospital Central onde meu pai trabalha e das pessoas que trabalham nele. Como se meu pai estivesse falando de um filho do qual tem orgulho sou incluída na conversa._Você acredita que outro dia o doutor Benedito estava falando dele para ele. Os dois riem com cumplicidade._Eu ainda não entendi... - Aponto o dedo de um para outro que estão sentados na minha frente, mudando de assunto completamente. - Qual é a de vocês? Há quanto tempo se conhecem? - Franzi a sombrancelha estranhando a cara que meu namorado fez._Você não sabia? - Percy é voluntário lá no hospital! Eu conheço ele tem...
Coloquei numa vasilha de porcelana branca o pêssego em calda e depois despejei o creme de leite que estava ao lado do queijo mascarpone. Me sentei ao lado do meu namorado que comia brownie com sorvete._Onde conseguiu isso? Ele apontou para um mostruário refrigerado que ocupava todo o lado esquerdo da entrada.Dei de ombros já colocando em minha mente que comeria daquilo também. Coloquei o primeiro pedaço na boca e gemi. Nunca tinha provado algo tão bom!Depois de acabar com o pêssego comi um pedaço da torta holandesa, outro de pudim e a goiabada com queijo. Ao lado daquele espaço da loja um arco dava passagem para uma outra área de vendas com potes de doce variados, queijos diversos, alguns pacotes de doces como cocadas, beijinhos, cajuzinhos, freezers com sorvetes e toda delícia pecaminosa.Percy comprou a
Depois de pouco mais de um mês depois da surra que Vitor levou. Ele continua me ligando, vira e mexe manda flores e da última vez até bombons. Umas duas vezes ele esteve aqui em casa, mas meu pai o colocou pra correr mesmo eu estando aqui.As vezes acho que meu namorado se sente incomodado. Eu não posso culpa-lo, também estaria no lugar dele. As atitudes do Vitor não são algo que eu possa controlar. O que Percy não sabe é que estou cada dia mais apaixonada por ele e Vitor não tem a menor chance.Enquanto estamos nos beijando na sala com a TV ligada para nos assistir. Eu estou sentada no colo dele. Nas pernas para ser exata, mais próxima dos joelhos. As mãos grandes e quentes seguram minha cintura carinhosamente, ele não está me apertando ou forçando meu corpo para mais próximo como Vitor costumava fazer. Estamos sozinhos em casa._Vocês podem fazer isso no quarto! - Meu pai fala assim que entra nos vê na sala.
Percy Jackson JohnsonQuando cheguei ao Brasil eu queria esquecer de tudo que aconteceu. Acordar naquele hospital e saber que meus pais tinham morrido foi muito difícil.As minhas irmãs e meus avós foram a força que me moveu até aqui. No começo eu fazia as seções fisioterapia por elas, depois com o tempo eu passei a me aceitar melhor, não que tivesse deixado de doer, ainda doía muito. Acredito que uma parte de mim morreu naquele incêndio.Depois de seis meses após acordar do coma os pesadelos vieram, então eu passei a me exercitar o máximo que conseguia, das aulas na escola a academia, apenas para ter uma noite de sono, o que não adiantava, os pesadelos sempre vinham.Quando tudo parecia estar perdido, veio o convite do meu tio James para que eu ficasse um tempo no Brasil. A primeira semana foi a segunda pior da minha vida.Sem se dar por vencido meu tio me incluiu num programa
Percy Jackson JohnsonBato na porta da sala que pertence a Paulo, como ninguém respondeu eu abri a porta. Suspiro cansado. Porque não consigo encontra-lo? Sigo meu caminho até a sala do meu tio, me assusto quando vejo Paulo saindo de dentro dela._Tudo bem Percy?_Eu estava te procurando Paulo. Preciso conversar com você... - Falo um pouco sem graça enquanto comprimento meu tio que está sentado em sua mesa de diretor._Sobre a Bella? - Eu confirmo, Paulo se despede do meu tio e sai pela porta, eu o acompanho. - Sobre vocês estarem na sala eu presumo. - Volto a acenar enquanto caminhamos até a sala dele. - Sentados um de frente ao outro com apenas a pequena mesa de escritório nos separando Paulo olha nos meus olhos. - - - Vamos lá põe pra fora._Não aconteceu nada...Ele levantou a mão pedindo que eu parasse.