Horas antes.Lorena narrandoEstou no escritório de um amigo de Miguel. Chegamos na Espanha há uma semana. Já procurei em cada canto desse maldito lugar, mas ninguém consegue encontrar o lugar exato onde Fabrício leva os homens para o abate.Ouço uma batida na porta e levanto com expectativa. Um dos meus homens entra.— Encontramos!— Já era hora. — Digo, sentindo um alívio percorrer pelo meu corpo. — Onde ele está? E como conseguiram encontrá-lo?— Tive que oferecer uma fortuna para um dos capangas de Fabrício. Depois de uma semana me enrolando, ele me disse onde fica o galpão e até me mandou uma foto do senhor Miguel.— Foto? Me mostra!— Senhora, não recomendo... — Assim que Rick diz, encaro seus olhos de uma forma ameaçadora de imediato ele me entrega o celular.— Céus... — Sussurro com o tamanho do pavor que sinto ao ver o estado do meu irmão. Bato o celular com força na mesa, fazendo-o quebrar. — Quero todos mortos, todos! Está me ouvindo?— Sim, senhora, os homens já estão prep
O barulho dos tiros faz com que Fabrício dirija a toda velocidade. Ainda com Oliver no telefone, ele tenta chamar a atenção do seu braço direito, pois sabe que ele está ferido.— Oliver, me fala, você está muito machucado?— Estou bem, senhor... Volta, tem muitos deles. — Oliver mente ao dizer como estava. Fabrício conhece ele tempo suficiente para saber que está mentindo.— Tenta encontrar um lugar protegido. Por favor, não tente nada contra eles, já estamos a caminho. Aguente firme, amigo. — Fabrício desliga e soca o volante. — Porra, não acredito nisso, aquela merda conseguiu escapar?— Aquele maldito conseguiu fugir? Não é possível.— Caio pergunta percebendo o quanto Fabrício estava com raiva.— Infelizmente sim.O silêncio pairou no ar. Caio e Fabrício chegam no galpão e encontram três homens mortos e Oliver dentro do carro desacordado. Fabrício abre rapidamente e percebe que seu amigo recebeu dois tiros, um na barriga e outro no ombro. Caio, vendo o desespero dele, faz os primei
Cassandra sai da frente da porta dando passagem para dois homens extremamente altos. Camila desesperada corre para o quarto e tenta trancar a porta, mas com facilidade ela é arrombada.— Sai... não me toca.— Ela grita sentindo seu corpo ser imobilizado por um dos capangas do homem que a comprou. Enquanto um segura o outro prepara um forte sonífero e aperta o tecido branco tampando sua respiração e em poucos segundos ela apaga.Ja era de manhã quando Camila enfim acordou, ela abre os olhos lentamente, sua cabeça lateja e ela sente um gosto amargo na boca. Apertando os olhos fortemente tentando se orientar, ela tenta se mexer, mas percebe que está amarrada em uma cama. Seus olhos se arregalam de terror ao perceber que está em um quarto pequeno, sem janelas, com apenas uma fraca luz vinda de uma lâmpada no teto.— Onde estou?— Ela pergunta vendo a silhueta um um homem no canto da parede.Uma voz suave responde do outro lado da sala.— Você está na mansão do Senhor Malaquias.— Por favor
Fabrício está no escritório com Caio. Desde que Miguel foi resgatado, ele ficou no Texas. Como o pedido para que ele fosse rebaixado de cargo foi negado, ele foi afastado por três meses de suas funções como uma punição por querer passar por cima de uma autoridade maior. Entretanto, isso não incomodava Fabrício, ele estava tão focado em proteger sua amada que a única coisa que tirava seu sono era o silêncio sobre o que aconteceu com Miguel - ninguém sabia se ele estava vivo ou morto.Apesar da preocupação com os rumores que surgiram entre seus colegas de trabalho na delegacia, Fabrício estava tranquilo, acreditando que ninguém nunca iria descobrir que Alejandro Gutierrez é realmente seu pai, já que Alejandro não é o seu verdadeiro nome.Caio e ele estão distraídos quando o celular de Fabrício toca e ele percebe que é Davi.— Fala, cara, quanto tempo. — Fabrício diz animado ao atender.— Amigo, tenho notícias e não são boas.— Está preocupado? O que aconteceu?— Pediram uma reunião com n
Medson está no quarto desenhando, Caio observa a irmã com orgulho, pois consegue ver o quanto ela está lutando para ficar bem. — Caio, é você?— Ela pergunta sentindo o perfume dele chegar até ela.— O que faz parado na porta? Entra. Venha ver o vestido que desenhei.— Estou só admirando você desenhar.— Ele fala e entra no quarto dela.— Que desenhos lindíssimos. Você tem muito talento.— Obrigada. Está bom mesmo? Eu não sei como está ficando. Queria ver pelo menos uma vez os desenhos que faço.— Para Deus nada é impossível, Med. O que acha de mandar seus desenhos para uma costureira e pedir para fazer os modelos para você usar. Garanto que ficará muito elegante.Medson aperta o lápis sentindo o coração disparar, seu sonho era poder ver seus desenhos criando vida, mas o medo sempre a atrapalha.— Não sei se devo. Não tenho certeza de que está bom para ser reproduzido. Quem sabe um outro dia.Caio ficou em silêncio e viu uma pastas com vários desenhos e uma ideia surguiu. Ele se aproxima
Os dias foram passando, Fabrício e Medson se aproximaram de um jeito surreal, parecia que os momentos mais felizes do dia dela eram quando ele estava presente. Fabrício é divertido, carinhoso e atencioso, fazendo com que ela se sentisse como sua única prioridade na vida. No entanto, ao decorrer de suas conversas e sua curiosidade sobre ele, descobriu que Fabrício agia com as outras pessoas de forma fria, ele não se importava se suas palavras fossem machucar alguém. No começo, ela até sentiu um pouco de receio, talvez até um pouco de medo, principalmente sabendo o que ele faz com quem trai sua confiança. Ela investigou quem era Alejandro Gutierrez e as coisas que descobriu a fizeram tremer um pouco. Porém, quando Fabrício está com ela, ele parece ser completamente diferente do que dizem; em momento algum ele fala sobre máfia ou o que faz. Estranhamente, ela começou a desejar ser forte e destemida como ele, ou, pelo menos, aprender a se defender para que ninguém pense que sua frag
Dois meses depois. Do outro lado da cidade, estava Miguel. Após dias dolorosos de recuperação, ele finalmente estava de volta ao seu território. Lorena caminha ao seu lado, sentindo orgulho do irmão. Ela não saiu do seu lado nem por um momento. Assim que Miguel sai do hotel em que estava hospedado, ele vai direto para a reunião com a cúpula, onde todos ficaram surpresos ao vê-lo caminhando com firmeza e sem dificuldades. — Senhor Miguel? É você mesmo? Achamos que você estivesse morto.— Disse o ancião com os olhos arregalados, sem conseguir disfarçar que estava feliz com sua suposta morte. — Sim, sou eu. Acharam mesmo que eu morri, não é mesmo? Mas estou de volta, mais forte e cruel do que nunca. — respondeu Miguel, com um sorriso malicioso no rosto. Lorena olhava para ele orgulhosa por tê-lo de volta. — O que vamos fazer, irmão? — Quero minha mulher ao meu lado. Page quem tiver que pagar para me passar informações sobre ela. Quero saber tudo o que aconteceu durante esses do
Com o amanhecer, Medson estava pronta para iniciar o dia, apesar da chuva, o ar estava agradável. Ela colocou um vestido que marcava bem sua pequena barriga e começou a se maquiar, com tudo que aconteceu ela deixou um pouco a vaidade de lado e só agora sentiu vontade de se cuidar como antes. Ela segura o batom levemente rosados e passa em seus lábios, por alguns segundos ela fica segurando o batom, seus pensamentos eram perturbadores, por algum motivo ela se culpava pelo que Miguel fez e agora carregando um filho suas dúvidas vinham, entre elas duas não saía da sua cabeça. E se ela não souber ser mãe e se não conseguir proteger o filho de pessoas como Miguel? Caio entrou e viu as inúmeras dúvidas pairando sobre ela. Medson sorri sentindo sua presença se aproximar.— Bom dia, carinho. Pronta para ouvir pela primeira vez o coraçãozinho do seu bebê?— Bom dia, Caio. Estou mais que pronta.— Por quê sinto que está ainda com dúvidas em relação a gravidez? Se for isso que está tirando sua