Depois de um tempo sentada ao lado da cama do meu pai, decidi tomar um banho. O hospital era particular, e o quarto dele era espaçoso, com um banheiro privativo e uma poltrona reclinável para acompanhantes. Precisava tirar aquele peso do cansaço da viagem e da tensão do dia.A água quente escorria pelo meu corpo, mas não levava embora minhas preocupações. O que aconteceria a partir de agora? Eu precisaria reorganizar tudo para acompanhar meu pai no tratamento. E Alessandro? Ele sequer percebeu minha ausência?Suspirei, terminando o banho. Vesti uma roupa confortável e voltei para a poltrona ao lado da cama do meu pai. Já passava da madrugada, e o silêncio do hospital me envolvia.Encostei a cabeça no apoio da poltrona e fechei os olhos. O sono veio aos poucos, e antes de apagar completamente, um pensamento insistente passou pela minha mente: Alessandro não ligou, não mandou mensagem, não perguntou onde eu estava. Provavelmente, nem notou que eu tinha viajado.Talvez estivesse ocupad
A tensão no carro era sufocante. O silêncio entre mim e Alessandro estava carregado, como se a qualquer momento pudesse explodir. E, claro, ele foi o primeiro a romper o silêncio.— Por que diabos você chamou aquele cara para cuidar do seu pai? - Sua voz era firme, mas carregava uma ponta de irritação.Cruzei os braços, já antecipando onde essa conversa iria dar.— Porque eu confio nele e sei que meu pai está em boas mãos.Senti o olhar de Alessandro pesar sobre mim, mas continuei olhando para frente. Ele apertou o volante com tanta força que seus nós dos dedos ficaram brancos.— E como você soube que ele era enfermeiro? Desde quando vocês se aproximaram assim? - Seu tom ficou mais ácido, carregado de desconfiança.Aproveitando o sinal vermelho, ele se virou para mim, os olhos escuros analisando cada detalhe do meu rosto, como se estivesse tentando arrancar uma verdade escondida.— Me diz, Larissa… Você tá tendo um caso com aquele enfermeirozinho?Revirei os olhos, soltando um riso ir
Afastei essas lembranças indesejadas da minha mente e me vesti, escolhendo um vestido simples e descendo para encontrar Margarida já pondo o jantar.Ultimamente, ela não colocava mais dois lugares e sempre esperava a hora para saber quem chegaria.一 Obrigada, Mah. - Disse quando deixou o prato na minha frente.一 Posso pedir um favor para a senhora? - Olhei para ela acenando em confirmação. Madalena parecia nervosa enquanto continuava. 一 Meu sobrinho, Eric, veio para Centropolis em busca de um emprego mas até agora não encontrou nada. Sei que pode ser pedir demais, mas como o jardineiro aposentou, estive pensando nele assumir o cargo até acharem alguém mais qualificado.一 Ele já
Na hora do almoço, decidi ir ao shopping atrás de um vestido que coubesse no meu bolso e fosse ao nível do evento no sábado. Catherine estava comigo, ajudando nessa busca difícil.Depois de quase uma hora entrando e saindo das lojas, Catherine veio até mim com um sorriso gigante no rosto. Ela me entregou um vestido e sem deixar eu vê-lo, mandou provar.Fiz o que pedi, até porque eu já me sentia cansada. Fui até o provador e me troquei, me olhando no espelho assim que o vestido caiu perfeitamente em meu corpo. Um sorriso brotou em meus lábios e saí da cabine, vendo a expressão da minha amiga.一 Você está linda! - Disse empolgada, me fazendo rir.一
Alessandro fungou e vi o momento em que Chiara segurou o seu braço, tentando levá-lo para outro lugar, mas o homem enraizou os pés aqui.一 Não, realmente somos bons amigos. Apenas a Lari não estava se sentindo bem e eu a trouxe para se distrair um pouco.Úrsula o olhou com os olhos brilhando e acenou orgulhosa para Diogo. 一 Fico feliz que se tornou um homem tão incrível, meu menino.Depois de conversarem um pouco mais, Úrsula se retirou e um homem anunciou que o leilão iria começar. Eles iriam leiloar as peças caras que os ricos que estavam aqui doaram para uma instituição de caridade.一 Vamos nos sentar. - Diogo disse, oferecendo o braço para
As palavras caíram como uma sentença de morte entre nós, ecoando no silêncio tenso da sala. Alessandro ficou ali, parado como uma estátua. O olhei por mais uns segundos antes de me afastar para sair do quarto.一 Você acha que pode simplesmente me deixar, Larissa? Que pode me substituir por outro homem e seguir em frente como se eu fosse nada? - ele disparou, sua voz ecoando pelas paredes do quarto.Parei abruptamente, congelada no lugar enquanto as palavras dele me atingiam como um soco no estômago. Virei-me lentamente, meus olhos cheios de incredulidade e dor.一 Alessandro, não é isso que eu… - Comecei a protestar, minha voz vacilante com a intensidade de minhas emoções.一 Não me venha com desculpas, Larissa.- ele me cortou, sua voz carregada de desdém. 一 Você não vai se livrar de mim tão facilmente. Eu nunca vou deixar você ir.As palavras dele me atingiram como uma onda gelada, congelando-me no lugar. Eu o olhei, vendo a determinação implacável em seus olhos. Sabia que ele estava
(Alessandro)Sentei sozinho na sala de estar, o silêncio ao meu redor parecia ensurdecedor. Eu esperava ansiosamente pelo retorno de Larissa, mas à medida que as horas passavam e a noite caía, a sensação de solidão e frustração se aprofundava dentro de mim.Peguei meu celular e disquei o número de Larissa, mas ela não atendeu. Tentei novamente mais tarde, mas fui recebido pelo silêncio impiedoso do outro lado da linha.A raiva começou a borbulhar dentro de mim, misturada com uma dor lancinante que eu lutava para entender.No domingo de manhã, tentei novamente ligar para ela, mas mais uma vez fui ignorado. A rejeição queimava em meu peito. Me perguntava onde
(Larissa)A semana passou voando, e agora só faltava um mês e vinte dias para o fim do contrato.Eu sabia que talvez já estivesse incomodando um pouco ficando na casa da Catherine, mas sinceramente? Não queria nem pensar muito nisso. Se eu tentasse alugar qualquer outro lugar, Alessandro daria um jeito de me deixar na rua. E como esse apartamento está no nome da Cathe, ele não pode fazer nada. Nem um pio. Eu espero.Mas, mesmo tentando seguir em frente, as lembranças continuavam me perseguindo. Principalmente aquela discussão no escritório dele... Quando ele soltou, meio no impulso, que eu era dele. Como assim “dele”? Desde quando ele acha que tem esse direi