O alívio em saber que não estava louco inundou Aldous.— Mestre, está bem? — indagou Sigmund, afastado, apreensivo com as diversas emoções que passearam no semblante de Aldous em instantes.— Sim, criança! — suspirou — Vamos ao Salão Principal.— Sim, senhor. Quer que chame Epifron? Ou Hibris?Aldous riu, negando, e ambos seguiram ao salão.Althea estava sentada à mesa, acompanhada de Dieter, Ignácia e Asah.Os quatro estavam formalmente trajados.Já havia vinho servido à mesa e Byron conversava com eles.— Senhora — prostrou-se Aldous.Automaticamente toda a horda o fez — mesmo que, há alguns instantes, a tenham recebido da mesma forma!— Crianças… não é necessário! — riu, aproximando-se de Aldous e estendendo a mão para auxiliá-lo a levantar. — Como está?— Bem. Como posso servi-la? — Beijou sua mão e levantou.— Tão formal! Quero conversar. Reúne as crianças, amor meu?Ao olhar ao redor e observar a ausência de alguns, Aldous assentiu e convocou todos, sem exceção. Os prostrados, p
Ambos seguiram ao quarto do menino e Althea o deitou na cama.Sigmund não sonhou ou viu seu outro eu, o que propiciou a calma que apresentou ao despertar, quando Althea o permitiu tal feito.— Como se sente, pequeno Sigmund?— Bem… — disse, esfregando os olhos.— Epifron, está bem para lidar com seu treinamento?— Não, senhora! Entreta-— Sem “mas”, “entretanto” ou “todavia”, Chase! — repreendeu. — Se não está bem, peço Profasis. Descanse, por Macária!— Sim, senhora. Perdão! — reparou-se.— Epifron, não está bem? — indagou Sigmund, olhando-o e vendo as manchas azuis. — A Loucura… — afirmou, abaixando a cabeça.— Terminei aqui, momentaneamente. Profasis se encarregará do seu treinamento nos próximos dias, tudo bem!?— O mestre não está bem? — indagou Sigmund, preocupado.— Não, mas melhorará. Precisa descansar. — Ela o beijou na testa. — E você precisa de banho! Logo Profasis o levará ao Grande Cemitério para eu averiguar sua saúde, até lá, cuide-se!— Sim, senhora. — disse o menino,
— Meia hora de estudo. Pegue o saung. — Fitz pediu, rindo da curiosidade do menino com o exercício das cordas. — Levarei a louça e trarei mais vinho para nós.Sigmund correu para buscar o saung.Observou que o ato de pegá-lo não ressoava em suas cordas, mas seguiu atento. Ao chegar, sentou à mesa tornando a aproximar a palma da mão, com o saung em seu colo, e a ressonância se fez presente.Ele riu da curiosa reação.Fitz voltou com vinho, as taças e algumas cordas.— O saung fez o mesmo — riu, mostrando a Fitz. — Quando pego, elas não vibram sós… estranho!— Algumas partes do corpo são preparadas para espalharem o impacto, poupando as cordas… — riu, observando o menino. — É uma característica de todo instrumento produzido por nós. Já observamos alguns instrumentos vivos capazes de manifestarem tal fenômeno.— Uau!— Trouxe cordas. Toquemos, já que outros estudos podem afetá-lo.Fitz lecionou parte da noite, expandindo o conhecimento do menino quanto ao saung. Os acidentes com as corda
— Anaideia é louca! Tenho sede por seu sangue! — esbravejou.A vontade da divindade, manifesta em sua silhueta, sorriu.— Alguns diriam que todos os meus filhos são loucos… Matá-la não resolverá. Quer diagnosticar e lidar, pequeno Sigmund?— Preciso! A única falha que tive após tantos anos de existência!— Um anseio alimentado por tanto egoísmo está fadado ao fracasso.— Ainda é impedir que ela siga sendo uma agente ativa da mais enojante esterilização intelectual que já vi e vivi!— Muitos fatores compõem a fórmula que nos trouxe aqui. As crianças, com a sinfonia escrita por mim, recebem diferenciação e isto adiciona dificuldades no contato com Anaideia após a missão como Lírio.— Anaideia é consequência? — indagou, franzindo o cenho.— Não só consequência da Loucura ou da guerra. A Crueldade mudou! Fato negligenciado por teus irmãos… — explanou, começando a dedilhar a harpa. — Contudo, creio que não veio para falar de Anaideia.— Quero poupar o mestre e o monge. Suporto! Prometo sup
— Devo tomar algum cuidado, minha mãe? — indagou Fitz.— Estão estáveis, na medida do possível. A situação da Loucura é grave, então fique atento. É possível que a louca sabedoria lide, mas, este é um eterno campo desconhecido.— Estimulá-la a agir seria perigoso?— Para ele nunca será… A louca sabedoria é a instabilidade. A ordem em meio ao caos. Qualquer intervenção, induzida ou não, será saudável. Há o risco de abruptas mudanças comportamentais, mas nada nocivo.— Compreendo. Pode ser interessante fazer isto! — concluiu Fitz, pensativo. — Sabe de algo para tal?— Consulte Chase, ele, com certeza, tem algo de Algos Jamon que se comunica diretamente com a louca sabedoria e os herdeiros de Algos.— Obrigado, minha mãe. Retornarei enquanto ele dorme. Pode me ajudar com duas horas de sono a mais? — pediu, observando o fio do menino indicando alguns minutos de sono.Althea tocou para aprofundar o sono do menino.— Cuide-se! Que Macária os abençoe — bem-disse.Fitz sorriu, em agradeciment
— Ainda não voltarei ao trabalho, mas Pseudos, Profasis e Epifron têm explicações para me dar… Vamos ao quarto! — disse Aldous, ao fim da refeição. — Deixarei Himeros no quarto e você descansa, não!? — sugeriu, tomando-a em seu colo novamente.— Sim, Hibris dorme comigo! — disse, sonolenta, após tanto chorar.Aldous a deixou no quarto da horda.Com seu general e tenentes-generais rumou ao quarto. Sentou-se na cama, observando-os. Chase, como usual, sentou recostado à porta e Fitz, com ajuda de Byron, serviu vinho para os quatro.— O que houve com o herdeiro?— Pautamos estimular a louca sabedoria para combatermos a Loucura e suas mazelas. Desconheço os pormenores, porém, após muita resistência de Epifron, ele cedeu e aceitou — reportou Fitz.— Não precisei fazer muito. O buda revoltado tomou uma conta, meu pai. — Chase disse, culpado e intrigado. — O buda calmo teve um transe bizarro encarando o mala, não permiti tocar. Enfim, é o mais resumido e preciso possível. Eu e Profasis ficamo
No Salão Principal, após a refeição, Sigmund aproximou-se de Chase.— Ela está bem, herdeiro! Mais dois meses e atestamos reabilitação. Algumas feridas demorarão para cicatrizar, mas já não sangram… — disse Chase, olhando-o brevemente e voltando a olhar para o nada. — Epidotes lidou com a infertilidade. Ela é jovial, pode encontrar alguém e, quem sabe, deixar uma boa herança para os vivos, ou mortos…— Ela ficará feliz — sorriu. — Obrigado, Epifron.— Disponha! — Chase sorriu, solene. — Hoje está livre para fazer o que quiser, contanto que não seja confusão! Com a saída do mestre Algos, serei o responsável por ti, mas só treinaremos a partir de amanhã.Sigmund observou Chase por algum tempo, intrigado, com a estranha calma e seriedade que ele tinha no semblante.— Está tudo bem, Epifron? Por que tão solene? — perguntou, finalmente tomando coragem. — Precisa de ajuda com algo?— É trabalho… — Ele franziu a testa e seguiu para o corredor.Sigmund o acompanhou com os olhos e quando Chase
Latisha, Laura e Chase estavam na cozinha. Ele estava sentado em uma das bancadas enquanto conversava e ria bastante com as moças.— Epifron! Himeros! Hibris! — O menino assumiu seu lugar.— Olá, herdeiro! Como foi o passeio? — indagou Chase. — Vinho?— Foi interessante… O herdeiro de Penia me apresentou outros. Eles precisam se ocupar, são ociosos! — reclamou, servindo quatro taças. — Têm tantos assuntos que me senti deslocado, mas não tive problemas.— Isto que causa sua sensibilidade! — reclamou Laura. — Se trabalhassem mais enquanto jovens, seriam adultos melhores.— Sem dúvida, mas cada um sabe o que faz com suas crianças… — Chase riu. — Se querem inúteis, deixem-nos com sua inutilidade…— Concordo com Hibris que o trabalho edifica… mas, ajudaram a observar a sociedade… Logo, agradeço ao ócio! — riu.— Falou igual o rebelde…— Sim — concordou Latisha, sem olhar. — Só faltou a rouquidão.— Isto é ruim!? — preocupou-se Sigmund, olhando para Chase.— Não, não se preocupe! — riu. — S