Nós acordamos cedo para assistir à final do CBlol, mas não é bem assim que a coisa acontece, logo que acordamos saímos para ir ao mercado e comprar besteiras para comer durante a tarde, sim saímos os cinco. Vamos até o mercado e pegamos tudo que você puder imaginar para comer, salgadinho, pão de queijo, nugget,s pão de alho, chocolate, biscoitos, refrigerante e algumas latas de energético, acredite ou não, o Samuca diz que tudo isso é necessário para estarmos bem atentos aos detalhes do jogo. Pegamos também pipoca para micro-ondas e algumas balas, tem tantas sacolas que mal dá para carregar.
Nós saímos do supermercado e voltamos andando para casa do Samuca, porém, no meio do caminho, um motorista que estava na contramão passa o sinal vermelho, e atinge o Samuca, que voa e desmaia na mesma hora.
Nós ficamos muito desesperados. Eu chamo uma ambulância e ligo para a mãe dele para avisar o que tinha acontecido. Você já deve imaginar que ela fica desesperada, grita várias coisas comigo no telefone, diz que eu sou irresponsável, que não tenho maturidade e dezenas dessas outras baboseiras.
Eu entendo que é uma situação difícil para ela e por isso não me importo com o que ela diz, apenas aviso que já tinha chamado ambulância e que assim que souber para qual hospital iremos eu aviso. Dona Rosa não fica nada contente, nem satisfeita, mas acaba por concordar. Sua voz treme tanto que eu tenho medo de não conseguir falar.
Desligo o telefone e fico ali com os rapazes esperando ambulância, uma coisa que demora uma eternidade. Já precisou chamar o SAMU? Aquilo demora muito, o nosso governo precisava fazer alguma coisa com relação a isso, mas isso é assunto para outra hora.
Eu fico lá esperando um tempão, quando finalmente a ambulância chega, eles perguntam se ele tem plano de saúde e o que tinha acontecido. Eu explico que o motorista que vinha na contramão atropelou o Samuca e fugiu, mas eu fui rápido o suficiente e consegui anotar a placa e, assim que o Samuca estiver melhor, nós iremos até a delegacia prestar queixa.
Então os paramédicos colocam o Samuca na maca e o levam para dentro da ambulância, então dirigem para o hospital que o plano de saúde do Samuca cobre os gastos. Também nos explicam que nem todos nós podemos ir na ambulância.
Então eu vou com o Samuca e os outros rapazes pedem um Uber para o hospital para o qual vamos. Assim que descubro qual é o hospital, passo uma mensagem de W******p para a mãe de Samuca para avisar. Nossas compras tinham ficado todas com os meninos e eu estou com fome e o nervoso da situação está me deixando desconfortavelmente descontrolado. E eu não gosto de ficar assim.
Então seguimos viagem e eu impaciente no banco do passageiro esperando chegarmos logo no hospital. Quando isso acontece, os paramédicos entram com o Samuca e me indicam para ir até a recepção fazer a ficha dele e assim eu faço. Passo toda a informação do que tinha acontecido, nome completo, os documentos dele já que eu estou com a carteira dele e todo o restante. Explico que a mãe dele já está a caminho e que não tem nenhum maior de idade conosco, mas que ela já está para chegar.
Depois da ficha feita, aguardo mais um tempo para esperar que a mãe dele chegue junto com os garotos e, assim, esperamos. Samuca fica um pouco de tempo desacordado, mas logo recupera a consciência, ele tinha fraturado um braço e uma perna e nosso dia de final de CBlol acaba aí. Mas nada é tão ruim assim, no hospital tem televisão, nós perguntamos ao Samuca se ele quer que ligue para que a gente possa assistir, mas ele diz que não não conseguiria prestar atenção e não conseguiria analisar as jogadas e as partidas e que, no final, descobriremos quem vence o jogo. Samuca é medicado e, logo depois que suas dores melhoram, os enfermeiros vêm para engessar seu braço e sua perna.
Sua mãe está aturdida, coitada, nunca tinha visto o filho quebrar um osso sequer e agora dois de uma vez. É muito prejuízo, mas ela está feliz que ele está bem, apesar de todos os pesares. Ele também tem um corte na cabeça que tinha sido feito ao cair no asfalto, mas ele não se queixou muito e diz que está feliz que estava bem. Ao contrário do que todos pensavam, Samuca não é assim tão reclamão, ele apenas ficou chateado porque nossa tarde de CBlol tinha ido para o espaço, mas logo nós voltamos para casa para poder comer toda aquela porcaria que a gente tinha comprado.
O Samuca passa a tarde inteira no hospital e a gente ali com ele conversando fazendo ele se distrair, escutando os médicos. Ele tem que fazer vários exames, uma ressonância, para saber se não tinha machucado a cabeça, diversos raio x, exame de sangue fizeram não sei porque, e mais alguns outros que eu não sei nem falar o que era. Mas quando dá 6 horas da tarde ele recebe alta e vamos todos para casa dele.
O que mais acho interessante nessa história toda é a reação de Rodrigo, que passou o tempo inteiro em silêncio sem quase nada comentar, como se estivesse em choque nervoso, como se o medo assolace, como se Samuca fosse a coisa mais importante da vida dele e, como vocês sabem, eu já desconfio que realmente é.
Bom, nós voltamos para casa do Samuca, comemos os doces e os salgados e a mãe dele faz todas as comidas e ainda um pouco mais, compramos até um bolo da Sodiê para comemorarmos que Samuca não estava tão mal assim e passamos o final do dia.
Quando fica muito tarde, a mãe do Samuca leva cada um de nós para casa com a desculpa de que o garoto precisa descansar, porém, Rodrigo fica lá com ele enquanto ela leva a mim e os outros garotos, com a desculpa de que seus pais não estavam em casa e que ele podia ficar mais alguns dias se assim Samuca permitisse E é lógico que ele o permite.
O plano de Magnus é simples, ele não tem o plano. Magnus sempre costuma planejar tudo, porém, nesta manhã, sua cabeça está nas nuvens, ele não para de falar sobro o acidente que viu na rua.-Eu tenho certeza de que era ele! -Exclama ele irritado. -aquele cabelo é inconfundível. Se eu pego o desgraçado que atropelou ele, eu o mato na porrada!-Magnus, o que raios aconteceu? -pergunto sem entender. -Quem foi atropelado?-O Samuel! Você não esta escutando falar?-Tô. -Respondo. -Mas eu não faço menor ideia de quem é Samuel.-Nada de importante. -responde Bianca. -Só a primeira paixonite dele.-Ah tá. O garoto tímido da aula de Educação Físic
No domingo de manhã eu levanto cansado. é dia de ir ao parque com meu primo, mas não tenho a menor vontade. Acontece que eu e meu primo temos nossas diferenças, mas ele gosta de me encontrar aos fins de semana para manter a amizade, ele diz que ajuda a manter as origens.Eu escuto a buzina do carro dele, então ponho a mochila sobre os ombros e saio para a rua onde ele me espera dentro de sua BMW. É, ele é rico, um fato que prefiro esquecer e me concentrar apenas naquilo que nos une.– E aí? – cumprimento entrando no carro.– Beleza? – ele pergunta. – Pronto pra corrida de bike?– Será que dá pra ser sem a bike? – pergunto. – Tô precisando movimentar os músculos.– Claro! – exclama ele. – Aconteceu algo de estranho?– Meu amigo foi atropelado ontem, a coisa foi um pouco feia.– Qual deles? – Meu primo pergunta.– O jungler. – respondo sabendo que ele não ligaria o nome à pessoa. – A gente tinha ido ao mercado, íamos assistir a final do CBLoL na casa dele
No domingo de manhã, eu me levanto bem cedo, pois Magnus irá passar na minha casa para irmos visitar o Samuel. Eu nunca falei com o garoto na minha vida, mas acredito que não seja assim, tão ruim.Coloco uma calça jeans e uma baby look rosa, prendo os cabelos em um rabo de cavalo e passo um pouco do meu perfume favorito. No rosto, um blush para dar cor e um batom mais avermelhado. Coloco um tênis mais esportivo e desço para a cozinha.Samantha está colocando a mesa, sozinha no ambiente e cantarolando uma música alegre.– Bom dia, minha querida! Acordou cedo.– Bom dia Samantha! – respondo. – Vou sair com o Magnus.– Num domingo de manhã? – ela pergunta espantada. – Algo muito grave deve t
O despertador toca às cinco. Eu abro o olho ainda no escuro tentando tatear meu celular. A lembranças do dia anterior ainda todas na mente. Marianne sentada ali, naquele sofá na casa do Samuca, eles rindo e conversando como velhos amigos.Levanto da cama e vou até a janela para sentir um pouco da brisa da manhã que, por algum motivo, cheira a cookies de chocolate. O vento levemente quente indica que a temperatura irá subir, infelizmente.Eu detesto calor, não há uma roupa que seja totalmente fresca e o uniforme do colégio é muito grosso. É claro que muitos alunos não usam, mas eu, como um bom nerd, tenho que usar. Então eu tiro o pijama e vou para debaixo do chuveiro, a água fria para que eu desperte mais rapidamente. Quem dera eu pudesse ficar uma hora ali embaixo.Depois de banhado
Tenho prova na segunda de manhã. Levanto bem disposta e vou para o chuveiro, tomar um banho para acordar. Fico pensando no dia anterior e na fala de Samantha, que ainda ressoa na minha cabeça.Aqueles garotos são muito unidos e jogam como uma equipe há bastante tempo. MTagáK uma vez me contou que jogava com seus amigos do colégio e formavam um time juntos e que ele jogava comigo por diversão, porque eu era uma garota legal.Também me recordo que ele me contou que é apaixonado pela garota popular de seu colégio e ela nem dá bola para ele. E, se ele for, realmente, o Mathieu, há uma grande chance de essa garota ser eu. Ainda mais, se eu levar em conta a forma que ele reagiu quando me viu na casa do Samuel.Saio do banho e visto uma calça jeans, eu raramente uso uniforme, meu pai considera-o
Sinto meu coração parar. De repente, tudo gira fazendo sentido, mas não consigo acreditar.– Isso é uma brincadeira? – pergunto incrédulo. Ela começa a digitar.– Não. Também não consigo acreditar que você é o Math. – Maclaire responde.Meu cérebro está à milhão tentando processar a informação. Ma de Marianne e Claire do Sinclair, como não tinha percebido antes? É tão óbvio. Minhas mãos estão trêmulas e não consigo digitar uma palavra sequer. As mensagens dela continuam chegando.– Você ainda está aí?... Me desculpe, não deveria ter falado assim do nada... É que eu estava tão atordoada com isso. Pensar que você é a pessoa que sabe tudo sobre mim e agora eu descubro que estava do seu lado o tempo todo.
Depois da conversa com Math, eu estou tremendo inteira. Eu admito que já sou afim dele faz um tempo, mas nunca imaginei que eu o via todo dia, o fato de não conhecê-lo pessoalmente, talvez fosse o que eu gostava mais.Você deve estar pensando então, porque eu quis abrir o jogo. A dúvida tava me matando e pensei pelo lado dele também. Nós conversamos todos os dias, pensei que fosse melhor ele saber com quem estava conversando.Samara desceu comigo para servir o almoço, ela tinha feito carne de panela. Meu estômago ronca em aprovação, estou com fome. Ela me serve um prato com arroz, feijão, carne e pimentão. Seus olhos exibem um sorriso inocente, como de quem está achando tudo muito fofinho.– Eu te falei, não foi? – Ela pergunta rindo. – Já está na hora da senhorita arrumar um namorado.
Eu combinei com Marianne, Maclaire, não sei mais como a chamo, que a encontraria na padaria depois da escola, assim, ninguém nos veria sair juntos.– Você vai mesmo sair com ela? – pergunta Rodrigo. – Você nem sabe se ela tá falando sério. E se ela te der um bolo.– Vou estar em casa, pelo menos.De fato, a padaria fica abaixo da minha casa, o que me dará vantagem para me arrumar, pelo menos um pouco, para... Eu deveria chamar isso de encontro?Estou nervoso, parte porque agora sei que ela sabe muito a meu respeito, parte por ser a garota pela qual sou apaixonado, parte porque não faço ideia do que fazer.– Eu devia tomar um banho quando chegar em casa? – pergunto a Rodrigo.– Eu acho que deveria. Aula de Educação Física, mas isso não vai te atrasar? Chegar atrasado num primeiro encontro pode ser muito ruim.– Ainda não acredito que você vai sair com alguém. – provoca Cléber. – O primeiro de nós a despertar interesse em alguém.– Lembra de ser fir