A complexidade daquilo que vivo atualmente é tanta que nem mesmo eu consigo uma explicação. Sim, busquei tentar entender esse sentimento avassalador que toma conta de mim em minha atual caminhada.
Muitas vezes, coisas simples tornam-se tão importantes, tão necessárias, tão reais, que quanto mais eu tento entender, mais eu me complico.
Atualmente, até a distância tornou-se relativa para mim. Mesmo que não esteja ao lado dela, muitas vezes sinto como se estivesse. Mesmo que não a veja, sinto que ela está ali, bem ao meu lado.
Como isso acontece? Não sei. Mas sei que isso torna algumas coisas mais fáceis.
Veja bem, doutor. Tive dois dias muito difíceis, dias recheados de aborrecimentos, de cobranças, de caras feias. E mesmo depois de trabalhar muito, de realizar tarefas que nem a mim pertenciam, só o que escutei eram frases para me desanimar.
É engraçado como vejo a vida hoje. Sempre vivi cada momento, sem dar atenção aos detalhes. Sempre olhei a vida com outros olhos, com olhos de quem passa por ela. Mas desde que eu e Joana Gabriela passamos a viver esse momento tão estranho e tão intenso, cada momento vivido ao lado dela tornou-se um marco em minha vida.Veja bem, num encontro anterior, relatei como um simples encontro com ela, um abraço e minutos ao seu lado me fizeram tão bem. Também relatei o quanto ela me deixou mais feliz através de mensagens que me enviou. Momentos singelos, porém, marcantes em minha vida.Será que é porque não posso estar ao lado dela todos os momentos que desejo?Pois não sei o que é pior, estar longe, separado pela distância, se comunicando apenas por mensagens e por ligações, ou estar com ela sem poder revelar tudo aquilo que sinto, sem pode
Doutor, depois de todas essas coisas que contei, finalmente aquele ano estava chegando ao fim.E o que aconteceu naquele último dia de ano? Inicialmente, nada. Absolutamente nada.Sinceramente queria muito estar ao lado dela, sentir seu corpo tocar o meu, mas esse foi um dos momentos que achei não me ser permitido.Antes de mais nada, quero lhe contar o que estava programado para aquele que seria o último dia daquele ano louco e intenso.Meu carro pareci que funcionaria sem problemas, então, iríamos viajar para uma cidade vizinha e nos reunir com amigos. Amigos que não eram meus. Amigos... dela... E isso não me animava nem um pouco, afinal, se você conhecesse as pessoas que ela chama de “amigos”, entenderia meu drama e minha revolta.Porém, doutor, dentro de um ano atípico, sem sentido, com tudo que estava me acontecendo, eu resolvi ir. Como se tivesse muita escolha.
Doutor, no último encontro eu contei como, na virada de ano, terminei abandonado e abraçado a uma garrafa de vinho. Eu achei que, ali, depois de terminar tudo com “ela”, poderia viver em paz com Joana Gabriela. Mas não foi assim. No mesmo dia, minha amada resolveu dar uma chance para “ele” e eu terminei tudo com ela dias depois.E aí, a primeira semana do ano terminou. Eu? Bem, consertei algumas coisas na minha casa, tentando adaptar ao meu novo modo de viver. “Ela” mandou uns amigos que tiraram seus objetos de lá, levando tudo que puderam.Agora imagine. Fiquei numa casa vazia, sem sofá, sem cama, sem geladeira e sem TV. O fogão “ela” deixou porque achava velho e feio.Doutor, minha vida retornava ao zero.Naqueles dias todos não tive nenhum contato com Joana Gabriela. Nenhuma mensagem, nenhum sinal de que estava bem ou não.Resolvi camin
Passado esse momento, tivemos um dia um tanto quanto especial.Já havíamos marcado para nos encontrarmos e eu aguardava temeroso e ansioso por esse dia.Por que temeroso? Não sei se é essa a palavra para definir o que eu sentia naqueles angustiantes dias antes do encontro. Mas meu coração se preocupava com o que poderia acontecer nesse dia que passaríamos algumas horas juntos. Não queria de forma nenhuma que algo que acontecesse ou que fosse dito a magoasse.Por outro lado, estava ansioso. Esse mal que me atinge e que normalmente controlo voltou a me atacar nessa expectativa de encontrá-la.Quando aquela manhã chegou, preparei o material que precisaria para o dia, resolvi alguns assuntos pelo computador e aguardei um contato dela.Eu esperava que ela fizesse um contato bem cedo, devido ao lugar que estava e ao lugar que iríamos nos encontrar, mas não aconteceu. Por
Doutor, sei que parece estranho. Depois de tudo que aconteceu, não contei para Joana Gabriela que agora poderíamos ficar juntos. Fiquei me perguntando, sozinho, deitado no chão da sala, por que isso. E acho que cheguei a uma conclusão. Um dos motivos que faziam com que nosso relacionamento fosse tão intenso era a impossibilidade. Pelo menos era o que eu achava naquele momento da minha vida.Viver esse estranho, intenso e gostoso relacionamento com Joana Gabriela me faz sentir o adolescente que nunca fui. Muito do que faço para ter pelo menos um minuto ao seu lado é muito mais do que já fiz um dia para estar com alguém.E amanheceu mais um dia das minhas férias. Um dia sem expectativas de vê-la, mas que ainda podia sentir tão presente em mim os momentos anteriores quando estivemos juntos por horas naquela praça. Admito que se eu fechasse meus olhos, ainda poderia sentir o corpo del
Depois de tantos encontros e desencontros, doutor, me sinto um pouco mais à vontade de relatar assuntos que me são mais íntimos e de além de minhas vitórias, contar meus fracassos. Posso confiar todas essas informações sem preocupações, doutor? Posso ter a certeza de que nada vai interferir no seu julgamento quanto ao meu caráter?Hoje quero falar de um dia que chamei de “O Dia que Não Foi”. Pode parecer um nome bobo, mas é assim que senti este dia.Na noite do dia seguinte, depois de correr pela cidade para encontrar Joana Gabriela, sabe o que descobri? Que teria minha tarde inteira do dia seguinte completamente livre, de todos e de tudo. Sozinho. Poderia fazer o que quisesse. Meu trabalho retornava aos poucos, mas ainda não era em toda a carga horária semanal que eu deveria cumprir.E então minha mente começou a imaginar tudo que seria po
Doutor, se no último encontro eu chamei aquele dia de “O Dia que não Foi”, acho que posso me dar o direito de chamar esse dia de “o dia que deveria ter sido”.É estranho pensar assim, caminhar com possibilidades, mas, sinceramente, doutor, tenho percebido que nesses últimos dias nem mesmo o destino tem me ajudado. Parece que ele quer que eu fique longe de Joana Gabriela. E o mais interessante é que justamente nesse momento que vivo, um abraço dela me faria muito bem. Não precisava de muito mais, somente um abraço.Sabe, tem dias que me questiono duas coisas: por quê? E para quê? É uma situação tão complexa, doutor, que muitas vezes as lágrimas rolam de meu rosto por não saber como proceder, qual o próximo caminho seguir, o que fazer. Mas nesse dia o que me entristeceu foi o fato de que nem mesmo contemplar o sorriso dela me foi pe
Às vezes é engraçado os rumos que nossa vida toma. Fico a pensar que, há alguns meses, minha maior preocupação era pensar em contas, em minha família, em meu trabalho. Mas um novo componente surgiu: Joana Gabriela. Desde que ela apareceu em minha vida, muito mudou. Penso em horários e dias para ficarmos juntos, aguardo ansioso quando sei que ela vai fazer um contato e ainda arrumo formas para ficar com ela.Depois do dia que não foi e do dia que deveria ter sido, passei um dia péssimo, questionando se tudo aquilo valia a pena e até que ponto viver esse relacionamento era sadio para nós dois.Mais do que isso. Estava revoltado porque, ainda com possibilidades claras de encontrar Joana Gabriela, só tive desencontros. E um novo elemento se juntava à história. Antes, os problemas eram “ele” e “ela”. Agora, apareceu Alexandro Francisco do nada e e