Às vezes é engraçado os rumos que nossa vida toma. Fico a pensar que, há alguns meses, minha maior preocupação era pensar em contas, em minha família, em meu trabalho. Mas um novo componente surgiu: Joana Gabriela. Desde que ela apareceu em minha vida, muito mudou. Penso em horários e dias para ficarmos juntos, aguardo ansioso quando sei que ela vai fazer um contato e ainda arrumo formas para ficar com ela.
Depois do dia que não foi e do dia que deveria ter sido, passei um dia péssimo, questionando se tudo aquilo valia a pena e até que ponto viver esse relacionamento era sadio para nós dois.
Mais do que isso. Estava revoltado porque, ainda com possibilidades claras de encontrar Joana Gabriela, só tive desencontros. E um novo elemento se juntava à história. Antes, os problemas eram “ele” e “ela”. Agora, apareceu Alexandro Francisco do nada e e
Doutor, no último encontro iniciei falando daquilo que o destino me aprontou e de como ela e Alexandro Francisco saíram juntos da festa que não pude ir e trocaram um beijo. Hoje quero contar do dia seguinte a este acontecimento.Uma dúvida ainda estava no ar, e essa dúvida era se ela conseguiria realmente me encontrar. Porém, era um momento decisivo no nosso relacionamento. Precisava resolver com ela nossa situação.E assim foi meu dia. Levantei-me cedo, resolvi alguns assuntos e saí no horário que eu marquei de encontrá-la. Caminhei pelas ruas, sabendo que aquele poderia ser o último encontro. Afinal, como alguém que simplesmente encontra com outro em uma festa e sai com ele pode ser de confiança?Quando nos falamos naquele dia pela primeira vez, ela estava a caminho do nosso encontro. Por mais carinhosa que tentava ser, eu me mantive frio. Respostas rápidas
O dia amanheceu mais triste. Nem mesmo o sol era capaz de aquecer meu coração que chorava em saber que chegávamos ao final de um relacionamento tão lindo. Dor. Parece que rasgaram meu coração no meio. Parece que meu corpo não vai resistir. Parece que vou explodir. Esse era o sentimento.Nosso relacionamento é uma rua sem saída. Era essa a frase que eu ouvia ecoar em minha mente a todo momento.Sozinho, deitado no sofá da minha casa, diante da TV que permanecia desligada quase o tempo todo, eu apenas sofri. Minhas forças se esvaíram, tudo o que eu pretendia se foi. E eu? Só chorava. Me alimentava mal, não me sabia nem ao certo quando tomara o último banho. Não havia mais nada que pudesse me motivar a viver.Ali, deitado, pensei como posso ter sido tolo. Se tivesse contado a ela que estava livre, se falasse que agora poderíamos lutar pelo nosso am
Já não bastasse a minha angústia, já não bastasse a minha dor e, agora, recebo uma mensagem como essa de Joana Gabriela.Em outro momento, não ficaria surpreso, não teria nenhuma questão. Mas, naquele dia, naquele momento em que vivia, era exatamente tudo que eu não precisava ouvir. Minhas mãos tremiam, meu rosto escorria um frio suor. Imagine, doutor, grávida. Tivemos apenas uma tarde de amor juntos. E... será que?Aquela tarde intensa, onde somente pensamos em nos amar sem preocupação. Ah, será que ia trazer uma consequência assim para minha vida? Aquilo mudava tudo. Esse acontecimento poderia mudar toda a minha história.Por outro lado, ter um bebê. Ser pai. Um sonho antigo e não realizado devido às loucuras do dia a dia. Claro que amaria ter um filho ou filha. Porém, as circunstâncias não eram as ideais
Doutor, eu poderia utilizar todo o meu conhecimento filosófico, sociológico, cultural e linguístico para tentar explicar tudo que estava acontecendo. Porém, por mais que eu tentasse, não conseguiria expressar o que me atraía tanto naquela jovem mulher.Não era apenas uma atração física. Claro que ela era muito bonita, possuía um corpo que qualquer homem desejaria, mas não era somente isso. Era algo a mais. Um olhar diferente, uma forma de agir que só ela sabia fazer, havia algo de especial em Joana Gabriela.Ah, por que não podia ser mais fácil? Por que eu não podia simplesmente a ignorar e não me preocupar com ela? Eu tentei, e por uma semana consegui. E, repentinamente, ela reaparece em minha vida com aquela notícia que poderia ter mudado tudo.Ainda bem que o resultado deu negativo. Pelo menos, estava mais aliviado.Quando ela m
Doutor, aquele foi realmente um dia especial. Por mais que começou com tanta loucura, foi um dia onde terminamos juntos, ali, só eu e ela. Seria isso a maior de todas as loucuras da minha vida? Pense, doutor, estava já livre dela e, de repente, quando menos percebi, nos agarramos e nos amamos ali, na minha casa.Bom, pelo menos não posso dizer que não vivemos tudo o que estava em nossa lista. Jantamos juntos, dormimos juntos, ficamos abraçados no sofá vendo filme embaixo da coberta. O que mais faltava?Quando amanheceu, acordamos com o sol que invadia as janelas da minha casa. Levantamos, tomamos um banho e fiz um café para nós dois. Sentados no sofá, único lugar da casa onde era possível sentar, comemos e conversamos um pouco.E aí, claro, estava tudo muito fácil. O destino precisava aprontar alguma para mim e para Joana Gabriela. Não poderiam deixar nossa v
Parece estranho quando falamos que o destino nos prega peças, que ele nos manipula, que fez com que nossos caminhos se cruzassem, mas acredito sinceramente que há alguma força maior que conduz nossos caminhos e nos prepara surpresas.Doutor, onde em minha vida eu iria imaginar conhecer Joana Gabriela em um treinamento, algo que faço como rotina? Onde alguém poderia supor que eu e ela nos envolveríamos de maneira tal ao ponto que chegamos? Para aumentar ainda mais as loucuras, onde eu pensaria que seria possível viver bem com ela, sem preocupações? E, por fim, agora que tudo estava andando bem, eu fico doente. Isso não é loucura, doutor? Será que estou sendo manipulado por alguma mente bem insana que gosta de me fazer sofrer?Lembro que relatei do dia e noite que passamos juntos e que, pela manhã, Alexandro Francisco apareceu. Depois, entrei e, enquanto conversava com Joana
Doutor, quero falar hoje do que aconteceu até o terceiro dia atípico, sendo quase alimentado apenas por remédios e líquidos.Por mais que falei para Joana Gabriela que eu estava bem e realmente me sentia melhor (talvez devido aos medicamentos), a minha garganta estava doendo.Antes de parar em casa, passei em uma farmácia e comprei os remédios que me receitaram. Ainda acrescentei alguma vitamina que sabia que iria me fazer bem. Paguei e segui para o carro novamente, levando um chocolate para Joana Gabriela.É engraçado o que conseguimos comprar em farmácias. Desde remédios a chocolates, bebidas e doces. Talvez, um dia, vai ser mais um mercado do que farmácia.Dali, seguimos de volta para minha casa. Entramos e sentamos no sofá. Ela estava extremamente preocupada comigo, analisando se eu estava com febre a cada cinco minutos.Então, depois de medicado, voltei
Na última consulta eu falei sobre o dia em que, ainda sobre efeito de remédios, eu disse para Joana Gabriela fazer a melhor escolha de sua vida. Achei que aquele seria o maior acontecimento do dia, mas estava extremamente enganado. Era só o começo.Doutor, queria saber. Por que a vida não pode ser um pouquinho mais fácil? Por que as coisas não podem se organizar de forma simples e tudo seguir seu rumo sem nenhuma dificuldade? Ah, doutor, tem momentos onde não aguento mais. E talvez seja esse um desses momentos. Tudo acontece ao mesmo tempo e eu... bem, fico destruído.Primeiro, foi aquele desabafo com Joana Gabriela. Disse a verdade para ela. Queria seu bem, queria que ela seguisse o rumo que fosse melhor para sua vida. Conversamos por horas, sem saber o que seria do nosso futuro... de novo.Não é que eu goste de complicar os acontecimentos, mas que é tanta coisa junta que fico p