KURTZachary nunca encontrou a fêmea dele… Talvez por isso fosse tão desagradável. Falta de amor. E de mais alguma coisa, se me entendem. Nós o seguimos castelo adentro. Eu não estava prestando atenção nos outros lobos em volta, apesar de sentir os olhares. Inclusive das fêmeas, afinal, sabendo que eu talvez viesse a ser o sucessor do Rei, elas queriam mais do que tudo ter uma chance para me seduzir. É triste falar como muitas lobas visavam apenas o poder. Mas… Era uma característica da nossa espécie: nós éramos atraídos por poder.Não, não quero soar como se eu fosse cheio de mim. Era tudo relacionado à minha posição, não à minha pessoa. Eu teria que ser um idiota para não saber isso. Até que o Rei finalmente passasse da idade, eu era apenas um João Ninguém. Elas me olhavam de cima a baixo com nojo, como se eu fosse menos. Isso, antes. Agora, eu podia ouvir risadinhas afetadas. Elas que pensassem duas vezes… Andamos até chegarmos à sala do trono. Era uma sala ampla, imensa, de verd
KURT— Ela disse que não me quer — ele deu de ombros. — Disse que eu sou violento demais. Uso muita força… — Darius fez uma careta — Eu nunca a machuquei! E ela ficava pedindo mais! Ela me pedia para foder com mais força, mais rápido, e agora vem com essa! — O rosto de Darius estava mais do que vermelho. — Hmm… — Mais uma vez… Eu não podia comentar nada. Isso era pessoal demais. O… ato deles. Imaginar Hanna e ele fazendo aquilo era nojento. Depois de ter levado um par de chifres pela minha primeira companheira, eu não duvidaria que aquilo estivesse acontecendo com Darius, mas eu jamais colocaria mais lenha na fogueira. Até porque eu não tinha certeza e isso poderia causar ainda mais problemas entre o casal. Resolvi falar sobre o que era da minha conta: o meu casamento. Ou melhor, o casamento que eu não queria. — Darius… Eu não posso me casar com Giselle. Ele, que antes olhava para a parede, quase fuzilando a pobre, desviou o olhar para mim, como se tivesse ouvido alguma coisa mais
KURT— O que estava fazendo, Hanna? — Eu perguntei, sério. Eu não suportava traição!— O que você acha, Kurt, querido? — Mas era uma desavergonhada, mesmo! Ela nem tentou disfarçar!— Como pode fazer isso? Não te dói a consciência? Você não tem medo do que Darius vai fazer se ficar sabendo disso? — Enquanto eu falava com ela, percebi o outro macho saindo de fininho, pelo canto, e sumindo atrás de uma das pilastras. — Não. Eu não queria ser o par de Darius. Ele me marcou porque assim ele quis! Não somos predestinados! Ok, eu não sabia disso. Ele sempre disse que eles eram feitos um para o outro e que não haveria união mais perfeita! — Mas…— Eu não gosto dele. O seu primo é insuportável! — Hanna inspirou e não havia dúvidas do quanto as palavras dela carregavam verdade. — Então por que não pediu o divórcio? Você nem sequer teve filhotes! — Claro que não! Acha que eu teria um filhote dele? — Ela perguntou com desdém — Fique grato, assim, você será rei. Ela passou o dedo pelo meu p
ROSAEle acenou positivamente com a cabeça, tornando o meu terror mais vívido. Mas pelo que eu podia ver no rosto dele, aquilo não era tudo. — O Rei mandou que ela ficasse aqui, no quarto do Alfa. Ah. Claro, ela seria a Luna em nome, não apenas como eu, uma amante. — Oh… Entendi. Eu… Eu vou retirar as minha coisas daqui agora mesmo! — Eu falei e então, senti o perfume de Giselle. Os passos dela. Ultimamente eu estava com os meus sentidos mais despertos. Não demorou até que ela aparecesse na porta. — Pode ficar aí — Ela falou, séria — Isso deixaria Kurt ainda mais irritado e eu não quero isso. Quando ele voltar, nós faremos os arranjos necessários. Até lá, por favor, Gamma Henry, eu preciso de um quarto. A forma como Giselle não me olhou direito no rosto e nem a Henry, mostrava que ela estava insatisfeita com aquilo, mas tentava manter a pose. — Tem certeza, Giselle? Foi ordem do Rei — Eu perguntei e ela, que já tinha se virado para ir embora, me olhou por sobre o ombro com algo
ROSA— Ande logo, eu não tenho a noite toda! — Ela praticamente rosnou, de braços cruzados, irritada, batendo o pé no chão. — Claro. Desculpe — Eu disse, mas não abaixei a cabeça, e entrei no veículo. Ela foi até a janela do passageiro, onde eu estava sentada. — Espero que entenda qual o seu lugar e não volte aqui. Kurt é meu. Meu macho, meu noivo. E vai ser o pai dos meus filhotes. Ela sorriu maliciosamente. Eu não achei que ela fosse daquele jeito! Henry deu partida no carro e nós começamos a nos afastar. — Aquela vaca! — Henry disse e eu fiquei assustada. Ele nunca tinha falado um palavrão na minha frente! E não foi sobre qualquer um, mas sobre a futura Luna do bando!*** *** *** ***KURTEu queria quebrar tudo, eu queria ir até o Rei e arrancar a cabeça dele fora. Como ele pôde submeter a minha companheira àquilo? Por ordens dele, Giselle humilhou Rosa na frente de todo o bando. Eu queria matar alguém, mas não podia. Porque eu estava longe da mulher que amo e, sendo assim, nã
KURT— Eu podia estar fazendo algo íntimo, Darius — Eu disse a ele, de mau humor. — Ora, Kurt! — Ele fechou a porta e conforme ele se aproximou, eu senti um cheiro de… Wolfsbane! — O que caralhos você andou tomando? — Eu perguntei e ele franziu a testa, confusa. — Vinho, o que mais? — Wolfsbane — Eu disse e então, ele riu. — Ah, sim… Faz parte do meu vinho. Por isso é tão especial! — E desatou a gargalhar, o idiota!Só para esclarecer: Wolfsbane é venenoso para nós, lobisomens. No entanto, ele pode ser… Manipulado, a ponto de ser mais como uma droga, como ópio. E Darius não conseguia sentir a fêmea dele por isso! — Darius, cuidado… Vai ficar brocha — Eu falei em tom jocoso e ele fez uma careta. — Nunca! — Ele falou e então deu de ombros — Mas, de que adianta ainda “levantar”? Hanna não me quer — Eu revirei os olhos. Apesar de ele olhar sim para outros rabos de saia, Darius não se deitava com outras fêmeas que não a esposa dele. Nisso, pelo menos, ele mantinha o mínimo de dign
KURTA minha preocupação não era apenas em perder as terras, mas sim a morte de vários inocentes. Inocentes estes que cabia a mim cuidar e proteger. Eu não tinha outra escolha, não é mesmo? Então, eu tomei banho e fui para a cama, mas não consegui dormir. Eu só podia pensar em Rosa e em como eu diria a ela que eu tinha fodido com tudo. Resolvi tomar um remédio para dormir. Eu precisei muito disso quando Alexandra me sacaneou e eu andava sempre com alguns comprimidos comigo. Não precisei tomar nenhum enquanto com Rosa, mas eu levei na viagem. Certo, não eu. Finn. Ele sempre cuidava de mim, eu tenho que admitir. E naquele exato momento, eu me senti bem mal por ter deixado ele praticamente isolado de mim. Mas… Eu não queria muito contato e eu não tinha opção quando se tratava de Darius. Finn tinha família. Agora, eu entendia ainda mais como era estar atado aos que amamos para não cometermos loucuras. Após tomar os remédios, eu precisei esperar um pouco e logo, eu estava no mundo do s
DARIUSAgora, por que eu não a reportei? Simples: estávamos passando por um momento delicado com os bandos e eu não podia deixar que soubessem que a família real estava em desarmonia. Por isso, eu esperei, e esperei. E eu nem sequer perguntei nada a ela. Comecei então a tomar o vinho especial, feito apenas para mim. Eu posso parecer um inútil para muitos, mas sou excelente com botânica e sim, Wolfsbane se tornou o meu objeto de interesse. Dosei o suficiente para fazer uma droga capaz de anular os meus sentimentos, o meu lobo, mas não para me matar ou me deixar debilitado em caso de real perigo. Eu não podia reportar Hanna, eu não queria ser motivo de piada. Apesar de que, se ela já estava fazendo o que bem entendia, eu já devia ser o palhaço, à boca miúda. Os jogos com humanos me ajudaram a tirar um pouco da minha raiva ao vê-los se matando, nas minhas mãos, e achando que estavam se divertindo. Os que não morriam, eu prendia e poucos conseguiam sair, claro. Eu não podia matar todos