Damian VólkovO tempo passou rápido. Rápido demais.Pela primeira vez em muito tempo, tivemos um momento de paz.Os dias se seguiram com uma estranha tranquilidade, como se o universo estivesse nos dando um respiro antes da tempestade. Mas eu não me permitia baixar a guarda. Não agora.Celeste estava a poucos dias de dar à luz. Sua barriga crescia a cada instante, e com isso, sua magia parecia mais intensa, mais vibrante. Às vezes, eu a via de olhos fechados, sentindo a energia pulsar sob sua pele, como se estivesse se preparando para algo muito maior do que apenas o parto.E eu nunca a deixava sozinha.Nem por um segundo.Sienna, Nick e Nosferatu estavam sempre a postos, prontos para qualquer coisa que pudesse acontecer. Mas eu não confiava em ninguém mais além de mim para protegê-la.Nossos inimigos ainda estavam lá fora. Escondidos. Esperando o momento certo.E se eles ousassem chegar perto dela ou do nosso filho, eu os destruiria sem hesitar.Foi durante uma dessas noites silencio
Celeste MoreauO peso do pequeno corpo em meus braços era como segurar o próprio universo. Meu coração estava acelerado, mas, ao mesmo tempo, uma paz inexplicável tomou conta de mim.Meu filho.O meu bebê.Seus olhos brilhavam em um tom dourado impossível, refletindo algo que eu não conseguia decifrar. Havia poder neles. Muito poder. Poder demais.Eu o segurei com mais firmeza, sentindo seu calor se misturar ao meu. A magia que sempre pulsou em meu sangue agora parecia fluir para ele, e de alguma forma, ele respondia. Como se estivéssemos conectados de uma maneira que transcendia o normal.— Ele é perfeito… — sussurrei, incapaz de conter as lágrimas.Damian se ajoelhou ao meu lado, seus olhos escuros brilhando de emoção e preocupação. Ele estendeu a mão e acariciou o rostinho do bebê com a ponta dos dedos, como se temesse quebrá-lo.— Você foi incrível, meu amor. — Sua voz era baixa, cheia de reverência.Sorri, exausta, mas plena. — Nós fomos incríveis.O pequeno franziu a testa e abr
Celeste MoreauO silêncio após a batalha ainda pairava no ar, pesado e carregado de tensão. O cheiro de magia queimada impregnava o quarto, e minha pele ainda formigava com a energia que havia sido liberada. Mas, mesmo no meio de toda aquela escuridão, eu olhava para ele—meu filho.Seus olhos dourados me encaravam, puros e cheios de algo que eu não conseguia descrever. Poder. Destino.Damian ainda segurava meu corpo contra o dele, a mão forte acariciando minha nuca em um gesto protetor. Ele também não conseguia desviar o olhar do pequeno ser que agora repousava em meus braços.— Ele nos salvou. — Minha voz saiu quase como um sussurro.Sienna, ainda ofegante, se aproximou e olhou para o bebê. — Que diabos foi aquilo? O brilho... a energia... eu nunca senti nada assim.Nosferatu limpou os resquíc
Damian VólkovO ar se tornou denso, carregado com a energia sombria que anunciava sua chegada. Meus instintos gritavam perigo, e meu corpo reagiu antes mesmo que minha mente processasse. Posicionei-me em frente a Celeste, minha prioridade absoluta.— Fiquem atrás de mim. — Minha voz saiu grave, uma ordem inegável.Nosferatu manteve-se firme ao meu lado, seus olhos antigos brilhando com um misto de fúria e determinação.— Ela não deveria ter encontrado este lugar tão rápido... — murmurou ele.— Não subestime quem amaldiçoou um imortal. — Magnus respondeu, sua mão brilhando com magia pura.Então, ouvimos.Um riso baixo, quase um sussurro que rastejava pelo vento e se infiltrava em nossas mentes. Um calafrio percorreu minha espinha, e Celeste se encolheu atrás de mim.A porta da entrada se escancarou com um estrondo.Lá estava ela.Sua silhueta esguia envolta em um véu escuro, olhos profundos como o abismo, lábios que se curvavam em um sorriso de puro deleite sádico.— Vocês realmente pe
Celeste MoreauMeu coração pesava como se estivesse preso a correntes invisíveis.Selar parte do poder do meu filho? Era a escolha certa, mas doía como se me pedissem para arrancar um pedaço da minha própria alma.Lúcian dormia tranquilamente em meus braços, alheio ao caos ao seu redor. A cada respiração suave que ele dava, minha decisão se tornava mais difícil.Damian segurava minha mão, apertando-a com uma firmeza que me ancorava na realidade. Seus olhos ardiam com preocupação e orgulho. Ele queria protegê-lo tanto quanto eu, mas sabia que essa era minha decisão.— O que eu preciso fazer? — minha voz saiu mais baixa do que eu pretendia.Nosferatu se aproximou, seu olhar carregado de sabedoria e peso.— Você deve usar sua magia para tecer um selo dentro da alma dele. Algo que impeça sua essência de despertar completamente até que ele esteja pronto. Mas isso requer um sacrifício.Meu peito se apertou.— Que tipo de sacrifício?— Parte do seu próprio poder.O ar pareceu escapar dos meus
Damian VólkovO vento frio da madrugada sussurrava pelas janelas da fortaleza, carregando consigo um peso que eu não conseguia ignorar. Meus sentidos estavam aguçados, captando cada som, cada mínima mudança no ambiente.Algo estava errado.Celeste dormia ao meu lado, com Lúcian aninhado em seus braços. A cena deveria me trazer paz, mas em vez disso, me mantinha em estado de alerta.Levantei-me silenciosamente, observando os dois por um longo momento. Meu filho... Meu fruto. Pequeno, frágil, mas carregando dentro de si um poder que ainda não compreendíamos totalmente.Saí do quarto sem fazer barulho. Ao atravessar os corredores da fortaleza, encontrei Nosferatu à minha espera, de pé, como se já soubesse que eu viria.— Você sentiu? — perguntei.Ele assentiu, os olhos afiados como lâ
Damian VólkovO salão explodiu em caos.A bruxa não hesitou. Com um simples movimento de mão, uma rajada de escuridão se esconde, como serpentes sombrias deslizando pelo chão e subindo pelas paredes. O ar ficou raro, como se estivéssemos sendo sugados para um abismo invisível.— Protejam Celeste e Lúcia! — gritei, sentindo meu próprio corpo responder ao chamado do perigo.Nick e Nosferatu foram os primeiros a avançar. A lâmina de Nick brilhou em prata quando cortou o ar, mas a bruxa desviou com um simples olhar. Nosferatu atraiu as mãos e lançou um feitiço, suas palavras em uma língua esquecida ecoando como trovões.Uma bruxa riu.— Você acha que pode me impedir?Com um estalar de dedos, uma onda de escuridão atingiu Nick, jogando-o contra a parede com um impacto brutal. Meu peito se abre ao vê-lo cair, mas não tive tempo para reagir. Ela se virou para mim.— E você… o lobo imortal. Finalmente encontramos a verdade.Seus olhos me analisaram, como se estivessem tentando ver além da pel
Damian Volkov O ar cheirava a queimado e sangue quando atravessei a porta de casa.— CELESTE! — Minha voz ecoou pelas paredes.O chão estava rachado, a energia mágica vibrando como se o próprio espaço estivesse pronto a se partir. No meio da sala, Celeste segurava nosso filho nos braços, seus olhos brilhando com uma intensidade que eu nunca tinha visto antes.E diante dela… a bruxa.— Então é isso — murmurou a maldita, os lábios se curvando em um sorriso venenoso. — O filho da linhagem das bruxas e do lobo imortal. Ele é a chave…Meu lobo rugiu dentro de mim. Ela não tocaria em nenhum dos dois.— Se der mais um passo, eu arranco sua cabeça.Celeste me olhou, sua expressão era de desespero e desespero ao mesmo tempo