Celeste MoreauMeu coração pesava como se estivesse preso a correntes invisíveis.Selar parte do poder do meu filho? Era a escolha certa, mas doía como se me pedissem para arrancar um pedaço da minha própria alma.Lúcian dormia tranquilamente em meus braços, alheio ao caos ao seu redor. A cada respiração suave que ele dava, minha decisão se tornava mais difícil.Damian segurava minha mão, apertando-a com uma firmeza que me ancorava na realidade. Seus olhos ardiam com preocupação e orgulho. Ele queria protegê-lo tanto quanto eu, mas sabia que essa era minha decisão.— O que eu preciso fazer? — minha voz saiu mais baixa do que eu pretendia.Nosferatu se aproximou, seu olhar carregado de sabedoria e peso.— Você deve usar sua magia para tecer um selo dentro da alma dele. Algo que impeça sua essência de despertar completamente até que ele esteja pronto. Mas isso requer um sacrifício.Meu peito se apertou.— Que tipo de sacrifício?— Parte do seu próprio poder.O ar pareceu escapar dos meus
Damian VólkovO vento frio da madrugada sussurrava pelas janelas da fortaleza, carregando consigo um peso que eu não conseguia ignorar. Meus sentidos estavam aguçados, captando cada som, cada mínima mudança no ambiente.Algo estava errado.Celeste dormia ao meu lado, com Lúcian aninhado em seus braços. A cena deveria me trazer paz, mas em vez disso, me mantinha em estado de alerta.Levantei-me silenciosamente, observando os dois por um longo momento. Meu filho... Meu fruto. Pequeno, frágil, mas carregando dentro de si um poder que ainda não compreendíamos totalmente.Saí do quarto sem fazer barulho. Ao atravessar os corredores da fortaleza, encontrei Nosferatu à minha espera, de pé, como se já soubesse que eu viria.— Você sentiu? — perguntei.Ele assentiu, os olhos afiados como lâ
Damian VólkovO salão explodiu em caos.A bruxa não hesitou. Com um simples movimento de mão, uma rajada de escuridão se esconde, como serpentes sombrias deslizando pelo chão e subindo pelas paredes. O ar ficou raro, como se estivéssemos sendo sugados para um abismo invisível.— Protejam Celeste e Lúcia! — gritei, sentindo meu próprio corpo responder ao chamado do perigo.Nick e Nosferatu foram os primeiros a avançar. A lâmina de Nick brilhou em prata quando cortou o ar, mas a bruxa desviou com um simples olhar. Nosferatu atraiu as mãos e lançou um feitiço, suas palavras em uma língua esquecida ecoando como trovões.Uma bruxa riu.— Você acha que pode me impedir?Com um estalar de dedos, uma onda de escuridão atingiu Nick, jogando-o contra a parede com um impacto brutal. Meu peito se abre ao vê-lo cair, mas não tive tempo para reagir. Ela se virou para mim.— E você… o lobo imortal. Finalmente encontramos a verdade.Seus olhos me analisaram, como se estivessem tentando ver além da pel
Damian Volkov O ar cheirava a queimado e sangue quando atravessei a porta de casa.— CELESTE! — Minha voz ecoou pelas paredes.O chão estava rachado, a energia mágica vibrando como se o próprio espaço estivesse pronto a se partir. No meio da sala, Celeste segurava nosso filho nos braços, seus olhos brilhando com uma intensidade que eu nunca tinha visto antes.E diante dela… a bruxa.— Então é isso — murmurou a maldita, os lábios se curvando em um sorriso venenoso. — O filho da linhagem das bruxas e do lobo imortal. Ele é a chave…Meu lobo rugiu dentro de mim. Ela não tocaria em nenhum dos dois.— Se der mais um passo, eu arranco sua cabeça.Celeste me olhou, sua expressão era de desespero e desespero ao mesmo tempo
Damian VolkovO intervalo pelo bebê estará seguro durando menos de uma hora.Assim que Nosferatu foi levado para preparar feitiços de proteção, senti um arrepio percorrendo minha espinha. Um instinto profundo, uma inspiração na escuridão, avisando que algo estava errado.Sai para fora da cabana, com Nick e Sienna logo atrás. A floresta ao redor estava silenciosa demais. Nenhum som de animais, nenhum vento entre as árvores.A lua estava alta no céu, mas sua luz parecia fraca... distorcida.— Você está sentindo isso? — Nick murmurou, a mão já indo para a arma na cintura.Assenti, fechando os olhos por um segundo para me concentrar nos cheiros ao nosso redor.E então eu senti.Um cheiro doce e podre ao mesmo tempo. Como flores murchas misturadas com carne em sobremesa. Magia Negra.Ela estava aqui.— Entrem agora! — rosnei para Nick e Sienna.Mas antes que pudéssemos reagir, a floresta explodiu em sombras.Algo nos atingiu como uma onda de escuridão líquida, nos jogando contra as árvores
Celeste MoreauEu senti o mundo diferente.O ar ao meu redor parecia vibrar de uma forma que nunca havia sentido antes. Como se estivesse vivo. Como se responde a cada batida do coração do bebê em meus braços.Meu filho.Ele estava calmo agora, mas eu sabia o que tinha acontecido.A bruxa desapareceu. O chão a engoliu.E foi ele quem fez isso.A mente de um recém-nascido deveria ser um oceano tranquilo… mas quando olhei nos olhos do meu filho, vi tempestades. Vi estrelas cadentes rasgando o céu, vi universos colidindo, vi poder.Vi um destino que eu ainda não entendia.E isso me apaixonou.— Celeste…A
Celeste MoreauA madrugada avançava, e o silêncio era apenas uma ilusão. Meu corpo estava exausto, mas minha mente não me deixava descansar. Lúcian dormia tranquilo entre Damian e eu, sua respiração leve e ritmada, completamente alheio ao peso do destino que carregava.Damian ainda estava acordado, seu olhar fixo no teto como se esperasse algo. Como se sentisse que algo estava prestes a acontecer.— Você não consegue relaxar, não é? — Sussurrei, virando-me para ele.Ele suspirou, seus olhos negros encontrando os meus na penumbra.— Não posso. Não depois de tudo.Passei os dedos por sua mandíbula, tentando aliviar a tensão ali.— Nós estamos seguros… pelo menos por agora.Damian soltou um riso baixo e seco.— Você realmente acredita nisso, Celeste?Mordi o lábio. Não. Eu não acreditava. Mas queria acreditar.Foi então que aconteceu.O ar ao nosso redor ficou pesado, denso, como se uma sombra invisível se arrastasse pelas paredes do quarto. Lúcian, que dormia tranquilamente, franziu a t
Celeste MoreauO silêncio no quarto era pesado, mas dentro de mim, o caos rugia como uma tempestade. Minhas mãos tremiam ao segurar Lúcian contra o peito, o calor de sua pele contrastando com o frio cortante que a bruxa deixou para trás. Damian ainda segurava a espada, seus olhos fixos na escuridão além da janela.— Ela voltará. — Ele disse, sem rodeios.Eu sabia que ele estava certo.A bruxa nos encontrou. E agora que viu Lúcian… ela nunca mais nos deixaria em paz.— O que vamos fazer? — Minha voz saiu mais fraca do que eu gostaria.Damian desviou o olhar da janela e veio até nós. Ele passou os dedos suavemente pelo rosto de Lúcian, que ainda exalava aquele brilho dourado estranho. Seu olhar era uma mistura de fascínio e preocupa&c