Damian VolkovO ar estava carregado de magia. Cada célula do meu corpo gritava que aquilo era umaarmadilha, um jogo mortal onde qualquer erro poderia custar a vida de quem eu maisamava.Eu sentia Celeste atrás de mim, segurando Lucian com força contra o peito. Seu coraçãoacelerado batia no mesmo ritmo que o meu.A bruxa se movia lentamente, como se estivesse saboreando o momento. Seus olhosfamintos estavam fixos em Lucian.— Você realmente acha que pode lutar contra o inevitável, Damian? — Ela disse, suavoz soando como um eco sinistro dentro da minha mente. — Seu filho pertence a mim.Minhas mãos formigaram, a magia circulando sob minha pele.— Se você tocar nele, eu juro que será a última coisa que fará.Ela sorriu, o tipo de sorriso que me fez querer arrancá-lo à força de seu rosto.E então, ela atacou.O chão tremeu quando uma onda de sombras se ergueu ao redor dela, avançando contranós. Meu corpo se moveu antes que eu pudesse pensar, criando um escudo de puraenergia para no
Capítulo – A Profecia SombriaDesde o momento em que nasci, o mundo tentou me destruir.Minha mãe gritou ao me trazer ao mundo, seu corpo frágil consumido pela escuridãoantes mesmo de me segurar nos braços. Ela foi morta pelo próprio sangue que corria emminhas veias. Meu pai? Nunca existiu. Ou, se existiu, nunca se preocupou em meprocurar.Eu fui criada pelas sombras.Na aldeia onde nasci, eu era vista como uma maldição ambulante. "Filha do caos","amaldiçoada", "desgraça". Eram os nomes que me deram antes de me jogarem no rio,como se quisessem que a corrente me levasse para longe e apagasse minha existência.Mas a morte nunca foi meu destino.Uma velha bruxa me encontrou às margens do rio, ainda bebê. Ela me levou para suacabana nos pântanos, alimentou-me, deu-me um nome. Genevive ou Samira.Foi com ela que aprendi que o mundo não era feito para pessoas como nós. Foi com elaque aprendi que fraqueza significava morte.— "O poder é a única coisa
Damian VolkovO som dos nossos passos ecoava pelas pedras frias da caverna. Meu coração estavadisparado, e meu sangue fervia com a adrenalina. Cada músculo do meu corpo estavatenso, pronto para atacar, mas algo dentro de mim dizia que era tarde demais.Nick estava ao meu lado, com a espada empunhada e os olhos varrendo a escuridão.— "Sente isso?" ele murmurou.Eu senti.O peso da magia no ar havia desaparecido. O cheiro de podridão que sempreacompanhava a bruxa… sumiu.O medo apertou minha garganta. E se fosse uma armadilha?Avançamos mais alguns metros, e então eu o vi.Lucian.Sentado no chão, rindo.Meu filho.Minhas pernas quase cederam quando o vi, tão pequeno, tão indefeso… e ao mesmotempo intocado.E ao seu redor, os Espíritos Anciãos pairavam como sombras iluminadas, envoltos emuma luz espectral. Eles sussurravam, seus olhos vazios voltados para mim.— "O que aconteceu?" perguntei, minha voz rouca de desespero.Os espíritos pairaram ao redor de Lucian
CELESTE MOREAUSienna e Nick estavam prontos quando descemos. Ela ajeitava a gola da blusa dele,enquanto ele bufava impaciente.— "Sienna, eu já sou um homem adulto!"Ela ergueu uma sobrancelha.— "Ah, sim? Porque parece uma criança de cinco anos se debatendo."Damian riu, e eu fiz o mesmo. Era bom ver que algumas coisas não mudavam.Nosferatu estava sentado no sofá, observando-nos como se fossemos um grupo deadolescentes saindo para o primeiro dia de aula.— "Não fiquem muito tempo fora," ele disse, olhando para Lucian, que estava no colode Sienna. "O pequeno tributo precisa da presença de seus pais."Nick revirou os olhos.— "É, porque ele parece muito preocupado com isso," disse, apontando para Lucian,que dormia tranquilamente.Beijei a testa do meu filho e acariciei sua bochecha antes de entregá-lo a Nosferatu.— "Voltamos antes do pôr do sol."Nos despedimos e Damian me guiou até o carro. Enquanto a cidade passava pe
Sienna DeverauxDois meses depois do pedido inesperado de Nick no escritório, o dia finalmentechegou.Nick, é claro, queria casar o mais rápido possível. Ele praticamente me arrastou parauma igreja no dia seguinte ao pedido para já marcarmos a data.— "Você não acha que deveríamos esperar um pouco mais?" — perguntei, só paraprovocá-lo.Ele arregalou os olhos, quase surpreso por eu sequer sugerir essa ideia absurda.— "Esperar? Eu já esperei tempo demais para você admitir que me ama! Agora quefinalmente aceitou, eu não vou perder um segundo!"E assim, dois meses depois, lá estava eu, em um quarto luxuoso da igreja, vestida como vestido mais lindo que já vi, pronta para dar o próximo passo.E guardando um segredo que mudaria nossas vidas.Celeste foi a única a quem contei. Precisava de alguém para dividir essa emoção antesde contar a Nick.— "Você vai contar antes ou depois do sim?" — ela perguntou, segurando minha mão.— "Depois. Quero ver a car
Celeste MoreauOs anos passaram rápido demais.Parece que foi ontem que estávamos fugindo para salvar nossas vidas, enfrentandoperigos, traumas e incertezas. Agora, tudo parecia… assustadoramente perfeito.Todos nós encontramos nosso lugar no mundo.Magnus, nosso eterno amigo rabugento e irônico, finalmente encontrou alguém à suaaltura.Ele conheceu uma bruxa chamada Elara, uma mulher forte, determinada e cheia desegredos próprios. Era engraçado ver como ele mudou depois de conhecê-la.Ele nunca foi bruxo, mas com a ajuda de Elara, aprendeu a canalizar poder danatureza, algo raro para quem não nasceu com magia. Ele ainda dizia que era ummortal comum, mas havia um brilho diferente em seus olhos.Um brilho de alguém feliz.E, claro, ele nunca se afastou completamente de nós. Sempre mantínhamos contato, eele vinha nos visitar sempre que podia.Nosferatu, depois de anos vivendo como uma criatura das sombras, decidiuexperimentar uma vida mais comum.Ele conseguiu um apartamento próx
O quarto do hospital estava repleto de uma energia indescritível.Celeste segurava nossos gêmeos recém-nascidos nos braços, os olhos brilhando de amore cansaço. Ela estava radiante, mesmo depois do esforço do parto.Lucian, empoleirado na cama ao lado dela, olhava fascinado para os irmãos mais novos.Nick, Sienna, Nosferatu e Magnus estavam lá também, todos reunidos, como sempre.Nossa família estava completa.— "Eles são tão pequenos…" — murmurei, acariciando os cabelos de Celeste enquantoolhava para nossos filhos.Uma menina e um menino. Os dois mais lindos que já vi.A menina tinha os cabelos negros como os de Celeste, os olhinhos puxados, brilhandocom um tom dourado vibrante. O menino, por outro lado, tinha meus traços, mas osolhos eram de um azul intenso, quase mágico. Morgana e DaemonLucian sorriu, apontando para os bebês.— "Eles são especiais, papai."Eu ri baixinho.— "Todos nós somos especiais, filho."Mas então, o ar na sala mudou.Um arre
A lua pairava alta no céu, um disco pálido que banhava a densa floresta com um brilho prateado. O vento sussurrava entre as árvores, trazendo consigo o cheiro de terra molhada e folhas antigas. Eu, Damian Vólkov corria, meus pés descalços quase não tocavam o solo enquanto eu me movia com a graça de um predador noturno. Eu não era um homem comum. Nunca fora. Mas naquela noite, seu destino mudaria para sempre.O ar carregava o perfume denso da magia, um cheiro doce e intoxicante que se misturava com o ferro do sangue derramado. Meu peito arfava, e eu parei abruptamente diante da clareira iluminada por velas negras. No centro, um círculo de runas ancestrais brilhava com uma luz pulsante, alimentado pelo feitiço que estava prestes a ser concluído.— Você demorou, Damian — uma voz feminina cortou o silêncio como um punhal afiado. Ergui o olhar, encontrando a figura encapuzada que já esperava por mim. Meu coração bateu forte — não por medo, mas por uma estranha antecipação. Havia buscad