Ela não sorria, ficou séria desde do momento que desceu até quando chegou na entrada da casa onde eu e Jarbas estávamos. Mateo me cumprimentou mas a bastarda simplesmente me ignorou apenas segurando um maldito terço como se estivesse rezando feito uma infeliz freira. – Alessa, cumprimente o senhor Fontana. – Boa noite, senhor Fontana. Ela continuou olhando o chão e o terço como se me desprezasse como todos os outros, quem essa bastarda pensa que é? – Venha, meu amor, tem um jantar de noivado nos esperando. Ele se aproximou dela beijando sua boca, a menina não correspondeu parecia em outro planeta como se somente seu corpo estivesse aqui, não imaginei que ver Mateo tocando nela iria me incomodar tanto. Essa garota não representa nada e não é importante para ninguém, no entanto, ainda assim sinto um terrível incômodo por vê-la tão próxima dele. Mateo entrou junto com ela sem mais olhar para mim. – Jarbas, acredito que não vou demorar, já conheci a menina, não vou ficar para o jant
Alessa Minha visão ficou turva, parecia que tudo passava em câmera lenta na minha frente, um minuto atrás, senhor Mateo segurava meu braço com tanta força que chegava a doer, no outro minuto, ele estava no chão com um tiro na cabeça que ceifou sua vida em segundos, seu olhar morto ainda está gravado em minha mente e não seria esquecido tão cedo, ele morreu olhando para mim e seu sangue banhou minha camisa branca. – Fontana, fez tudo por causa dessa sem valor? O Don vai ficar bem irritado, Mateo era membro antigo e bem influente! – Luma, Sofia e Vivian, saiam! Vou conversar com Fontana, levem essa garota também. Mas antes, Sofia, chame um dos meus homens para tirar Mateo daqui e alguém para limpar esse sangue todo. Vivian segurou no meu braço com uma brutalidade estranha, o que fiz de tão errado? Meu Deus, por que isso está acontecendo comigo? Ela me levou até o seu quarto e trancou a porta logo depois, pegou uma toalha e uma muda de roupas me colocando dentro do banheiro sem dizer
Dante– Mateo era meu amigo, Dante, o que vou explicar para o Don? – Vai dizer a verdade: Mateo ofendeu meu pai e ofensas feitas contra nossos progenitores é crime de honra, parece que apesar de ser um dos membros mais antigos da família não sabe das regras, Negrini. Somente o matei para defender minha honra mas agora falemos da imunda, os valores oferecidos continuam os mesmos, agora quero que prepare os documentos para que possa assinar e registrar no cartório, sei que fez cópias sem assinaturas.Negrini é um homem de negócios, jamais deixaria de fazer cópias sem assinaturas, tentei focar na leitura dos documentos, em cada pormenor, respirei fundo para não deixar minha mente perder o foco depois que conclui, assinei e acionei meu contador para solicitar o depósito do valor bem como também contatei meu advogado para preparar dois contratos: a parte da empresa de tecnologia que seria transferida para Flávio e o contrato que Alessa deve assinar ciente do valor que deve devolver. Tudo
Alguns dias depois– Irei viajar, já deixei tudo organizado, Jarbas. Você fica aqui, será meus olhos e ouvidos enquanto estiver fora, cuide de tudo, aliás onde está Alessa? A garota é invisível, esses últimos dias não a vejo andando atoa pela casa seguindo assim minhas ordens, como se fizesse de tudo para cumprir o que havia dito, Léia colocou os trabalhos mais pesados e difíceis para ela por ordens minhas, a procurei em seu quarto algumas vezes para vê-la sempre rezando ou falando sozinha. Mas estranhamente sentia minha presença e logo retirava suas roupas ficando nua em minha frente. A possuía como um animal e quando terminava, ela esperava que me arrumasse para somente depois se vestir, ajoelhar e rezar novamente, todas as vezes era assim, é como se nossa relação virasse um ritual seguido a risca sem um único erro sempre feito de maneira metódica. – Está limpando as casas dos seus homens, senhor, ela começou bem cedo e acredito que esteja terminando. – Ótimo! Antes de ir que
AlessaA última casa, essa é a última das cinco que já limpei!Estou cansada mas Deus vem me dando a força necessária para prosseguir sem esmorecer, esses últimos dias vem sendo tristes e solitários, mas tenho comigo que Deus irá cuidar de tudo como vem fazendo. Minha rotina não se alterou tanto pois sempre trabalhei muito no convento seja com os enfermos ou com os órfãos. – Bom dia, sou a moça da limpeza, tem roupas sujas para que possa levar até a lavanderia? O homem que deve ser um pouco mais velho que eu olhou para mim de cima em baixo como os demais homens também fizeram antes das demais casas, sei que falam de mim pelos cantos, sussurrando longe do senhor Dante apenas finjo que não é comigo, no convento também falavam de mim por causa dos demônios que possuíram meu corpo quando criança, estou acostumada com esse tipo de tratamento. – As roupas estão no cesto no banheiro, parece que você tem muito trabalho, não gostaria de se sentar e tomar um café comigo? – Agradeço o convit
HenriqueVejo o italiano entrando pela entrada da minha fazenda como se fosse um rei, parece que é um comportamento geral de todos esses gringos, se sentem melhores e maiores por serem europeus, é bem complicado ter negócios com eles pois são escorregadios e sempre querem tirar vantagem de tudo e todos, ainda carregam no sangue o espírito de invasores que querem tudo a seu dispor. – Senhor Fontana chegou, devo deixá-lo entrar? – Pode deixar entrar, é bom resolver logo, sabe que não aguento ver essa cara de rei sem coroa que esse italiano tem. Maldita hora que resolvi fazer negócios com esses gringos, queria poder sair dessa enrascada mas me envolvi justamente com mafiosos perigosos, deveria ter ouvido minha mãe e avó que disseram para não me envolver com esse povo, meu pai que nunca quis me assumir por ser um maldito canalha era descendente de italianos. Minha mãe foi enganada com promessas de uma vida melhor e acabou caindo na conversa daquele infeliz que a engravidou deixando um
🚨Alerta🚨Capítulo possui gatilhos! JarbasLá está ela, sorrindo com algum pensamento que com certeza se lembrou, uma lembrança boa sem dúvida alguma. Alessa é cheia de uma doçura misteriosa e bem atrativa, Dante a trata como uma escrava, uma pessoa de segunda classe mas ele tem uma atração por ela, doentia mas tem. Pediu para vigiar cada ação dela que para mim é a melhor tarefa do dia, é tão linda, dedicada e discreta. Para um homem como eu, Alessa é perfeita, e representa tudo que sempre sonhei em uma mulher, sua postura sempre respeitosa não me permite aproximação, ela diferente de qualquer outra mulher que conheci parece ter medo de que algo aconteça sempre com um comportamento silencioso. Ela caminha até o banco do velho jardim dos fundos da mansão, segura seu prato de comida enquanto conversa sozinha, existe algo sobre ela que me chama a atenção, sempre está conversando sozinha, a solidão de não ter ninguém próximo a deixou assim, confiando somente em si mesma, tendo diálogo
Algumas semanas depoisDante É bom finalmente voltar para casa, viajar tem suas vantagens principalmente quando volto mais rico, no entanto, agora que tenho motivos para voltar as viagens não tem mais o mesmo encanto financeiro de antes. O meu motivo de voltar é Alessa, Jarbas relatou com riqueza de detalhes tudo que ela fez durante os dias que estive fora, estou cada vez mais obcecado por ela, sei que não é recomendável mas tem algo nela que me cativa, ainda não sei o que é. Entro na mansão e todos os meus empregados me esperam, Jarbas junto com Léia tomaram a dianteira dos outros, mas algo me incomoda, Alessa não está aqui. Ando do começo até a ponta da fila para vê-la mas não a encontro, porque não está aqui para me receber? – Onde está Alessa? – Na cozinha, senhor, terminando o almoço, a orientei a fazer as comidas que gosta pois sei que normalmente não se tem muitas variedades a escolher quando se está viajando. Queria ir até lá, esbofetear ela por não estar aqui mas isso ir