O meio-gigante pediu um Átrio, que era uma bebida muito comum, verde, gosmenta, servida muito gelada. Tinha um sabor extremamente doce. Quando passava pela garganta, algumas borbulhas estouravam e você tinha a sensação de algo indo diretamente para seu cérebro. Não era só a sensação, realmente um gás era liberado dessas bolhas e uma substância química se ligava a corrente sanguínea, pegando o caminho do cérebro. Você literalmente esfriava a cabeça. A sensação temporária era de que não existiam problemas. Diferente de outras drogas, ela não causava a sensação inversa, mesmo quando seu efeito gradativamente passava. Também não tinha compostos viciantes. E por fim, ainda servia como alimento, tinha os principais compostos enérgicos que recarregavam e regulavam o funcionamento do organismo. Não substituía uma boa sharkera, que era um bom prato de folhas da Sharka, uma árvore típica dos Elfos, mas ainda assim, ajudava.
Apesar de Adwig nãoAdwig estava muito dividida. Ainda assim, quando Athos estendeu a mão, ela aceitou o convite e estendeu seu braço de volta. Ouviu ainda, antes de fechar os olhos, a voz do outro elfo que estava com Athos, dizendo que alguém estava chegando.Quando abriu os olhos estava em outro lugar completamente diferente. O céu era escuro, com uma pequena luz avermelhada. Parecia uma espécie de Sol. Estavam em outro planeta. Aos seus pés, apenas terra. Ao seu redor não havia nada além de algumas estruturas rochosas, lama, uma espécie de lago negro mais a frente. Ela sentia arrepios com uma mudança brusca de temperatura entre ventos gelados e baforadas incandescentes.- Aqui é Tânatos. Eu vivi aqui por milhares de anos. Preso, sozinho. Eu podia sofrer, de inúmeras formas, mas não podia morrer. Descobri que isso é uma espécie de inferno. Um planeta, perto do final da sua condição de vida, se torna um inferno. Porém, a noção de tempo para o universo
Na manhã seguinte, enquanto Adwig contava tudo a Mantelar tudo que ele perdeu enquanto dormia, o Reverendo Verto foi realizar os preparativos para uma reunião, como ele prometeu, com seus fiéis, com o povo. Mantelar ia fazendo caretas variadas e movimentos engraçados com as mãos a cada nova revelação de Adwig. - Como é que, enquanto eu dormia, você conseguiu fazer uma viagem para outro planeta? Não estou acreditando. Como posso querer te proteger se eu durmo e alguém te leva pra outro lado do Universo? - Mantelar se mostrava desolado. - Adwig, a assembleia está cheia. Será que podemos conversar com os fiéis? Você viria? - Disse, o Reverendo, interrompendo os chiliques de Mantelar. - Você acha uma boa ideia fazer isso depois de ontem? - Perguntou o meio-gigante. - Se eu pretendo ser Rainha, acho que não posso ter medo de conversar com o povo, não é mesmo? - Respondeu, Adwig, terminando de se arrumar e saindo pela porta.
Adwig percebeu a chegada dos três companheiros de Athos. Silency tentou correr para ajudar, colocou a mão sobre a testa de Teleret, tentava recuperar suas energias, curar ferimento, mas seu olhar desesperançoso, seguido da retirada da mão foi o veredito final para ela. Silency deu alguns passos para trás, enquanto Adwig continuava inconsolável. Ficaram assim por algum tempo até que Athos chegou. Sem sequer olhar para ele, ela grita:- Você prometeu que me ajudaria no momento certo.- Eu, em nenhum momento, vi seu irmão, se eu tivesse previsto isso, teria evitado. O momento em que eu te ajudarei ainda está por vir e não é aqui, não está ligado aos elfos. - Athos respondeu, mas Adwig não se importou.- Eu quero pedir pra vocês irem embora! - Disse, ela, num tom de voz mais baixo.- Eu sei o que você es
Um grande tumulto transformou a comemoração que se iniciava pela cura em conflito. Muitos gigantes queriam agredir seu líder por ele ter sido omisso durante toda a crise. Outro grupo, mesmo pensando o mesmo, tentava impedir a ofensiva por acharem que não era momento pra isso. Houve troca de socos, empurrões, um gigante foi arremessado longe por outro, o que gerou a destruição da parede de uma casa, que criou uma nova confusão. Amerer foi agarrado e seria espancado não fosse Adwig usar uma rajada de vento, jogando todos pra longe, separando-os.No meio de todo esse caos, Adwig percebe uma movimentação estranha junto a sua equipe de ajuda. Aparentemente um grupo de fadas estava sequestrando alguém que estava desacordado. Pode perceber que não se tratava de um elfo. Tentou se aproximar da situação, mas não teve tempo. Rapidamente já tinham adentrado à floresta.- O que aconteceu? - Perguntou, ela ao grupo.- Um grupo de Fadas atirou um dardo no rapaz que também era
A floresta lembrava muito o local onde Adwig passou os últimos anos. Com uma fauna e flora bastante diversificada, principalmente de pássaros, insetos e pequenos animais. Árvores frondosas repletas de frutos e árvores rasteiras que dificultavam muito o caminhar. O grupo era muito grande e diverso. Os maiores não conseguiam passar por trechos estreitos e precisavam tentar destruir e cortar árvores galhos. A floresta parecia ser viva e aparentemente respondia. Era como se as árvores atacassem de volta, com quedas de troncos e buracos camuflados. Os menores ficavam presos, precisavam ser carregados constantemente. Alguns sugeriram a Adwig que utilizasse seus poderes e abrisse um caminho na floresta, mas ela explicou que não era certo em situação nenhuma destruir qualquer ser vivo se não fosse o último recurso. Seria ainda pior estar em um território que era preservado por outros a tanto tempo e simplesmente destruir para conseguir passar. Fadas viviam ali há séculos e a natureza sempre
Existia uma primeira muralha de ataque, com lançadores de pedras gigantes, as quais Adwig havia destruído e havia uma segunda muralha, essa sim, muito alta que ia desde as estruturas rochosas do oceano ao final da praia até um horizonte a se perder de vista do outro lado.A Rainha tinha receio de que existissem armadilhas em cima da muralha e que não só os Pégasos mas mais membros do grupo se ferissem gravemente. Existia um único acesso, uma enorme rampa que passava por baixo dela, em um determinado ponto. A estrutura repleta de mecanismos que se fechavam e se abriam era complexa e admirável. O acesso à essa rampa se dava por meio de um pedido que podia ser feito por uma pequena passagem de som.Frempor sugeria à Rainha que usasse os Coraces que seguiram com eles como interlocutores para solicitar e acesso, mas Adwig imaginou que entrar de surpresa com todo aquele grupo, enganando-os, seria uma demonstração de guerra e o conflito não era a primeira opção dela.Resolve
Frempor começou a ficar preocupado com a demora e quando decidiu subir atrás de sua Rainha, o Magnata surgiu.- Chegamos num ótimo acordo e a Rainha decidiu que agora que conquistou todo o planeta irá permanecer aqui por um tempo. Enquanto ela permanecer, serei seu porta-voz. Ela pediu para trazer algumas coisas do Reino dos Elfos e eu vou repassar a lista. Ela está descansando, pois desde que começou nessa empreitada ainda não tinha parado. Nossos objetivos estão alinhados e eu continuarei no comando dos Coraces sob às ordens da Rainha Adwig. Fiquem à vontade para usufruírem da nossa hospitalidade, faremos uma comemoração. Meus empregados em breve começarão a preparar tudo. Na entrada as senhoras Vantis, as três irmãs que são minhas governantas, indicarão para vocês onde poderão descansar antes da festa e poderão oferecer
Ao atravessarem o portal, Adwig ficou abismada com o local onde saiu. Lembrava a Terra dos Elfos de Key, mas conseguia ser ainda mais bonita, melhorada, aprimorada provavelmente parecia a palavra mais correta. Não era uma cópia exata, mas lembrava muito.- Na verdade, quando criei Key e construí o que se tornou a Terra dos Elfos, que foi nossa primeira morada, reproduzi boa parte do planeta onde vivi meu nível 5, Nordok, o planeta dos Elfos primordiais. O que você está vendo aqui é o que de melhor eu tenho de memórias de lá, antes dele ser destruído. Melhorei muitos aspectos, adaptando nossa melhor estrutura de vida e agora, acho que consegui unir tudo que achei de melhor para nosso povo, levando em consideração a possibilidade de integrar muitas outras comunidades de elfos. - Krakor apresentava para a filha o planeta, como um artista fala a respeito de uma obra de arte. Mas se tratava de toda uma cidade.- Uma cidade não... Um planeta! Na verdade, planetas. Estamo