Beatriz entrou no carro, no banco da frente. Pedro deu a partida e soltou: — Vera e Rodrigo formam um casal e tanto, né?Beatriz olhou pelo retrovisor, vendo a mansão sumir de vista. Com os olhos marejados, ela murmurou: — É, eles combinam mesmo.Pra um casal durar, tem que combinar mesmo.O quadro foi entregue, e Beatriz precisava avisar Aaron.Quando ela ligou, deu pra ouvir Aaron ofegante.Beatriz hesitou: — Foi mal aí, tô atrapalhando. O quadro chegou.Aaron mandou Julia, que tava no colo dele, dar um tempo. Com a voz rouca, ele falou: — Beleza. Amanhã de manhã não vou estar no escritório, tenho uns lances pra resolver.— Tá bom. — Beatriz desligou.Trabalhar como secretária para Aaron não era tão cansativo assim.Mais tarde...Laura arrastou Beatriz pro karaokê.As duas estavam arrasando: top curtinho, barriga de fora, shortinho. Pareciam gêmeas. Elas reservaram uma sala particular e começaram a dançar e cantar lá dentro.Laura abriu uma breja e encheu os copos: — Bia, tu arrasa
Lucas respondeu só com um [Sim.] Beatriz mandou um emoji sorrindo: [Parece que minha memória tá voltando aos poucos, valeu.]Na manhã seguinte, Beatriz preparou um café da manhã ótimo, daqueles bons pro estômago.Colocou tudo numa marmita térmica e ainda separou um pouco pra deixar pra Laura. Antes de sair, ela ligou pra Jean.Jean atendeu sem esperar que o pedido fosse para levar o café da manhã pra Lucas.— Jean, quando entregar, pergunta pra Lucas se o sabor tá igual ao que eu fazia antes. Tô tentando ver se recupero as lembranças.Antes, quando moravam em Alphaville, Beatriz sempre fazia um café da manhã especial pra Lucas.Jean deu uma olhada em Lucas, que tava sentado no banco de trás: — Ok.Beatriz: — Obrigada.Jean desligou e passou o recado pra Lucas.Lucas ficou em silêncio por um tempo: — Entendi.Beatriz deixou a marmita na portaria do Grupo Moreno pra Jean e foi trabalhar na InovaTec.Jean levou a marmita pro escritório do Lucas, que tava olhando pela janela.— Pode fi
Hoje, Beatriz preparou um novo café da manhã nutritivo. Colocou tudo na marmita térmica e, ao chegar no Grupo Moreno, ligou para Jean.— Beatriz, o chefe pediu pra você entregar direto no escritório.Ela ficou um pouco surpresa: — Tá bom, obrigada.Estacionou o carro, pegou a marmita e foi para o escritório. No caminho, cumprimentou alguns antigos colegas assistentes com quem já havia trabalhado.— Beatriz, o chefe pediu pra você esperar aqui. — Disse a assistente Carlota Barros.— Obrigada. — Beatriz respondeu com um sorriso.Ao entrar, deu uma olhada ao redor. Tudo estava do mesmo jeito. Carlota logo entrou com uma xícara de café, que Beatriz agradeceu antes de a mulher sair para continuar seu trabalho.Não demorou muito para a porta se abrir novamente. Lucas entrou, com sua presença imponente e olhar frio, seguido por Jean. Lucas pendurou o paletó e lançou um olhar sério para Beatriz.Ela nem levantou. Afinal, não era mais secretária dele. Jean colocou alguns documentos sobre a m
Aaron deu uma olhada nos documentos, revisou rapidamente e assinou apoiando na coxa. As coxas musculosas esticavam o tecido da calça social.Os músculos que ele ganhou malhando ultimamente deixaram a calça meio apertada. O cara soltou um suspiro de desprezo: — Depois do expediente, compra uma calça nova pra mim.Beatriz sabia que cuidar das roupas do chefe fazia parte do trabalho. Antes, quando ela trabalhava pra Lucas, ela é quem cuidava do guarda-roupa dele. Pensar no Lucas a fez lembrar da conversa chata que tiveram mais cedo: — Vou tirar suas medidas depois. — Ela respondeu, pegando o cigarro de volta e saindo do escritório com os documentos assinados, já ligando para o departamento responsável para buscá-los.Quando terminou essa parte, ela pegou uma fita métrica e entrou no escritório de Aaron. Aaron estava de pé, cooperando enquanto ela tirava as medidas. Já que ia comprar uma calça, era melhor garantir que a camisa também servisse. Beatriz mediu o peito, a cintura, o comprimen
Beatriz ouviu Aaron chamá-la, então primeiro passou o cartão e pegou o recibo antes de se aproximar. — Beatriz, Vera quer comprar umas roupas pra Rodrigo, Dá uma força pra ela aí. — Mal terminou de falar, Aaron se tocou da besteira: — Espera aí, talvez Beatriz não possa ajudar muito, eles mal se conhecem.Aaron não sabia que Rodrigo e Beatriz se conheciam, isso nunca tinha vindo ao público.Vera lançou um olhar para ele e sorriu: — Relaxa, Aaron. Beatriz conhece Rodrigo sim. Me ajuda aí, Beatriz? Tô perdidinha com os tamanhos.Beatriz fez que sim com a cabeça. Ela nem entrou na parte de escolher cores ou estilos, só pegou um tamanho.— Pode usar esse tamanho como referência.— Obrigada.— De nada. Se não precisa de mais nada, vou nessa.Aaron ficou para ajudar Vera com as compras, e Beatriz voltou para casa de carro. As roupas que compraram no shopping iam mandar direto pra casa de Aaron.Ela já tinha medido a cintura dele. Com as mãos.Os dois já tinham transado, então ela sabia bem
Beatriz olhou ao redor, mas não encontrou o homem. Ele provavelmente já tinha ido embora. Beatriz devolveu o capacete e a moto pra moleque: — Valeu.— Você pode me passar seu contato. — Perguntou o garoto, meio tímido.Beatriz só deu um sorrisinho, entrou no carro, acenou e foi embora.Enquanto isso, Rodrigo entregou o capacete para o Assistente Martins, acendeu um cigarro com um ar preguiçoso e entrou no carro.Assistente Martins olhou pro braço do chefe, sem poder fazer nada. O braço nem tinha sarado direito e o cara já tava pilotando a moto.Eles tinham encontrado Beatriz na estrada por acaso e a seguiram até o Autódromo José Pace. Não imaginavam que ela iria pilotar uma moto pesada. É raro ver alguém pilotando essas motos pesadas. São difíceis de controlar.Rodrigo deu uma tragada e exalou a fumaça devagar, olhando para a silhueta da mulher que entrava no carro ao longe. Ele segurou o cigarro entre os dedos, perdido em pensamentos.— Chefe, a Vera ligou pra você. — Lembrou o Assis
Aaron segurou o queixo de Beatriz.Olhou pra um lado, pro outro.Beatriz fechou a cara: — Pode soltar? Isso é assédio no trabalho.Aaron soltou o queixo dela, obedientemente, e chegou a uma conclusão: — Quem diria, Beatriz... Você é mesmo uma daquelas que só pensam em romance, né?O ex-marido nem liga pra ela, e, mesmo assim, ela continua trazendo café da manhã com carinho. Se isso não é ser cega de amor, o que é?Beatriz respirou fundo, soltou uma risada fria e, de má vontade, entregou os documentos para ele: — É, sou louca de amor mesmo. Tem reunião às nove e meia.Aaron franziu a testa: — Quem foi o idiota que marcou reunião às nove e meia? Logo de manhã, o cérebro ainda tá no modo soneca.Às vezes Beatriz não entendia como Aaron virou presidente. Nasceu com o cu virado pra lua.Aaron xingou baixinho, pegou os papéis e saiu correndo pra trabalhar.Beatriz foi comprar um café na cafeteria em frente à empresa.Mal saiu da cafeteria, viu Jean parado do lado de um carro preto.Ele veio
Jean abriu a porta e sentou no banco do motorista. Ouviu Lucas falar friamente lá atrás: — Liga pra Aaron. Quero marcar uma reunião com ele.De qualquer jeito, Beatriz não podia ficar ali.Lucas pensou na Camila, pensou na filha.Quando Aaron recebeu o convite de Lucas, ergueu a sobrancelha, achando estranho.Lucas chamando ele pra conversar? Essa era nova.— Diga a ele que às sete da noite estou disponível. — Aaron desligou o telefone.Laura, ao receber a ligação de Beatriz, foi direto para o camarote do bar onde Beatriz estava. Quando entrou, viu uma garrafa vazia sobre a mesa. Só uma garrafa, ainda bem.A bebida nem era tão forte, Beatriz ainda tava lúcida.— Bia, o que houve? — Laura cutucou o braço de Beatriz: — Afogando as mágoas na bebida?Beatriz levantou uma sobrancelha e deu um sorriso: — Não é mágoa, é só pra relaxar.Ela só não entendia por que o Lucas queria que ela saísse dali de repente.Tava chateada.Ela não ia sair de jeito nenhum. Sair significava deixar Camila se s