Ela não estava em condições de dirigir, então teve que pegar um táxi. Havia alguns táxis parados do outro lado da rua. Quando Beatriz se preparava para atravessar, alguém segurou seu braço.Lucas franziu a testa. — Beatriz, o sinal está fechado.— Ele olhou para ela, que usava uma máscara, mas seus olhos estavam visivelmente vermelhos.Beatriz levantou o olhar lentamente, disfarçando o mal-estar. — Obrigada.— Ela tinha se distraído por um momento.Lucas percebeu que Beatriz não estava bem e não soltou seu braço:— Para onde você vai? Eu te levo.— Não precisa, você pode me soltar.— Beatriz tentou puxar o braço, mas ele não cedeu, e ela franziu a testa.Os olhos de Lucas ficaram mais profundos:— Eu te levo, o Jean também está no carro.Beatriz o encarou, irritada pelo cansaço:— Não precisa, solta, não entendeu o que eu disse? Ela suspirou, lembrando que ele a impediu de atravessar o sinal fechado:— Desculpa.Lucas a olhou por um instante antes de soltá-la. Assim que o sinal abriu, Beat
Na verdade, Vera no começo nem pensou em contar para Pedro sobre a gravidez de Beatriz. Mas, depois de refletir, percebeu que falar sobre isso poderia lhe trazer várias vantagens.Pedro a observava, com um sorriso tranquilo e aquele jeito de patriarca compreensivo. — Vera, o que você acha disso tudo?No clã Santos, os descendentes eram poucos, e Pedro jamais permitiria que um filho de Rodrigo ficasse desamparado.Vera ficou um pouco surpresa com a pergunta de Pedro, hesitando antes de responder: — Eu... realmente não sei.— Então, vamos esperar o Rodrigo voltar e deixar que ele decida por conta própria. Quanto à gravidez de Beatriz, por enquanto vamos agir como se não soubéssemos de nada.” Pedro pegou seu copo de leite. — Já é tarde. Vá descansar também.— Sim, descanse bem.— Ela respondeu, saindo da sala. Assim que fechou a porta, um leve sorriso surgiu em seus lábios.Vera sabia que, mesmo sabendo da gravidez da Beatriz, Pedro não tomaria nenhuma atitude agora.Na noite passada, Be
Alguém queria fazer ela sofrer.Beatriz franziu a testa, decidida a trocar de hospital para consultar outro psicólogo. Ela não acreditava que estivesse com paranoia. Lucas, observando o esforço dela para se manter calma, comentou: — É uma cobra verde, sem veneno. Fica aqui fora, eu vou lá resolver isso. Ele segurava o casaco, prestes a entrar.Beatriz segurou a manga dele, hesitante:— Espera aí. Deixa eu ligar para um serviço especializado.Lucas baixou o olhar para os dedos finos dela, que seguravam sua manga com um toque mínimo, distante:— Ela não tem veneno. Se eu for rápido, posso pegá-la antes que entre em casa.Só de imaginar a cena, Beatriz sentiu um arrepio. Já pensou acordar e encontrar uma cobra na cama? Ela imediatamente soltou a manga dele.Lucas deu um leve sorriso e passou o casaco para ela, andando silenciosamente até a árvore. Beatriz ficou na porta, segurando a maçaneta, pronta para fechá-la se a cobra viesse em sua direção.A cobra verde percebeu a aproximação e começ
Alguém queria prejudicá-la.Beatriz franziu a testa, pensando que talvez fosse melhor procurar outro hospital para consultar um psiquiatra. Ela não acreditava que estava com algum tipo de paranoia.Lucas olhava friamente para os dois, que se abraçavam no meio da sala. Seu olhar encontrou o de Rodrigo por um instante, e ambos desviaram o olhar logo em seguida.Lucas pegou o casaco, com o rosto impassível, e saiu do ambiente.Rodrigo soltou Beatriz, mas segurou suas mãos e a olhou com um carinho genuíno.— Bia, me desculpa.Beatriz queria se zangar, queria gritar com ele. Toda a tensão acumulada nos últimos tempos estava a ponto de explodir. Mas, ao lembrar que Rodrigo estava de volta, aparentemente sobrevivendo a uma situação quase fatal, ela engoliu a irritação e apenas manteve uma expressão fria.Ela soltou as mãos dele, com os olhos ligeiramente marejados.— Só importa que você voltou. — Respondeu, virando-se para conter as lágrimas.Rodrigo percebeu a raiva de Beatriz e a abraçou po
No instante em que Rodrigo ia beijá-la, Beatriz deu uma tossidinha fingida e virou o rosto. Ela já estava quase admitindo pra si mesma que talvez tivesse um toque de paranoia, mas alguma coisa realmente não parecia certa. Pelo bom senso, se ela tinha acabado de ver Rodrigo voltar vivo, ela deveria estar louca de vontade de beijá-lo intensamente. — Droga, será que tô pegando um resfriado?— Beatriz franziu as sobrancelhas e fungou um pouco. Rodrigo a encarou profundamente, percebendo o quanto ela não só tinha emagrecido, mas também perdido a cor nesses dias. — Bia, não esquece que eu sou médico. Amanhã vou te levar pra um check-up no hospital.— Não dá amanhã, deixa pra outro dia. Amanhã eu tenho o aniversário de uma amiga pra ir.— Ela baixou os olhos ao dizer isso.Na verdade, de manhã ela tinha uma consulta no psiquiatra e só depois iria pra festa na casa do Jean. Rodrigo franziu o cenho, claramente desaprovando:— Tem mesmo que ir? Você tá com uma cara péssima.— Vou sim! Minha ca
Logo pela manhã, Rodrigo levou Beatriz até a casa do Jean. Ela desceu do carro e, assim que Rodrigo se afastou, pegou um táxi direto para o hospital.O médico começou a consulta com uma conversa descontraída, tentando conduzir Beatriz para abrir-se aos poucos. — Senhora Silva, você...Antes que ele pudesse continuar, a porta foi escancarada e um homem entrou como um furacão, completamente descontrolado. Beatriz, assustada, protegeu instintivamente o ventre e recuou para o canto da sala.O médico foi imediatamente agarrado pelo pescoço por aquele homem desvairado. Beatriz procurou desesperadamente algo que pudesse usar para se defender, mas, infelizmente, não havia nada ao seu alcance.Por sorte, alguém do lado de fora ouviu o tumulto e entrou para segurar o homem, afastando-o. Depois daquele caos, o médico obviamente não poderia prosseguir com a consulta.Beatriz respirou aliviada, mas começou a sentir uma leve dor no abdômen. Colocou a mão sobre a barriga e se abaixou devagar. Uma en
Beatriz estava se preparando para levantar e dar uma olhada mais de perto na clavícula de Rodrigo, quando o celular dela, que estava no criado-mudo do hospital, começou a tocar.Rodrigo, que estava descansando, abriu os olhos de repente com o som do toque. Vendo que ela tinha acordado, ele perguntou com a voz rouca: — Bia, tá tudo bem? Tá sentindo alguma coisa?— Não, é só o celular.— Ela respondeu.Rodrigo ajudou Beatriz a se sentar, apoiando-a no travesseiro, e lhe entregou o celular.Era uma ligação de Jean.Beatriz desbloqueou o celular com a digital, atendeu e ouviu Jean dizer: — Você não esqueceu da comemoração de aniversário hoje, né?Beatriz se desculpou e disse: — Dá os parabéns pra Eulália por mim. Eu não tô muito bem, ainda tô aqui no hospital.Jean ouviu a resposta e, instintivamente, olhou para Lucas, que havia aparecido de última hora para a comemoração.— Se cuida, então.— Ele disse, e desligou.Ele virou-se para Eulália, que estava ao seu lado, e comentou: — A Beatriz n
Lucas ficou parado do lado de fora do quarto 1201, olhando pela janelinha de vidro na porta. Ele viu Rodrigo alimentando Beatriz, e seu olhar se apertou. Sem mais, ele se virou e foi embora.A verdade é que Lucas tinha escolhido trabalhar com Chris porque ouviu falar, por amigos no exterior, que Chris, durante a faculdade, foi convidado para entrar no Instituto TKN, um lugar onde só os gênios tinham vez. E agora, quem diria? Chris perdeu para Rodrigo.Dentro do quarto, Rodrigo terminou de dar a última colherada para Beatriz e, com o maior cuidado, limpou a boca dela. Cada gesto seu era de um carinho que aquecia o coração. Depois, levou a tigela vazia até a pia para lavar e, em seguida, pegou uma maçã para lavar também.Beatriz o observava descaradamente, sem o menor disfarce. Rodrigo cortava a maçã com precisão, e então soltou, com um sorriso brincalhão: — Já olhou o suficiente, ou ainda falta?Ela suspirou, um leve sorriso no rosto. — Ainda não.De repente, sua expressão ficou séri