Lucas raramente aparecia em um bar para se divertir, a menos que fosse por negócios. Vestindo uma camisa branca, com um olhar frio e distante, ele atraiu a atenção de algumas garotas que, ao vê-lo, pensaram em convidá-lo para um drink, mas hesitaram devido à sua postura impenetrável.Sua jaqueta estava casualmente largada sobre o balcão do bar.— Presidente Moreno, o que faz num bar em pleno dia? A empresa tá indo à falência?— Aaron comentou, apoiando o cotovelo no balcão e ocupando um dos banquinhos altos. Ele olhou Lucas de cima a baixo e balançou a cabeça, com uma expressão provocadora. — Raridade te ver aqui.Ele virou-se para o barman e pediu:— Um coquetel, por favor.Os dois homens, cada um com seu estilo – um mais selvagem, o outro gelidamente contido – se acomodaram no balcão para beber. Lucas bebia devagar. Aaron, por outro lado, tomava grandes goles, com a camisa entreaberta, lembrando um verdadeiro fora-da-lei. Não estavam ali para encher a cara, apenas para relaxar um pouc
Beatriz acordou de manhã com o cabelo todo desgrenhado. A primeira coisa que fez foi procurar alguma notícia sobre Rodrigo. Mas nada. Nenhuma atualização sobre ele. Nem mesmo as pessoas que ela tinha pedido ajuda pra procurar tinham novidades. Ficou um tempo parada, meio aérea, antes de se levantar pra se arrumar.Hoje era o dia de ir resolver os documentos de identidade. Ela foi até a gaveta pegar os papéis e acabou dando de cara com alguns cartões de banco. Dois eram dela, mas o terceiro era o que Rodrigo tinha deixado pra ela. No dia em que foi sequestrada, todos os cartões que ela carregava desapareceram, mas por sorte, ela nunca andava com todos no bolso.Beatriz divagou um pouco sobre tudo isso. Tomou um café da manhã simples e saiu de carro para ir ao cartório. O novo documento ia levar mais dez dias pra ficar pronto. Na hora do almoço, comeu uma tigela de macarrão e aproveitou para passar no supermercado. A casa ainda precisava de uma limpeza e ela fez questão de se ocupar o
Beatriz franziu a testa e perguntou: — Presidente Moreno, posso te pedir um favor?— Fala.Beatriz estava com as costas quase encostadas na porta. Não tinha mais como recuar. Sem pressa, ela ergueu o olhar e perguntou: — Quanto você gastou pra me tirar daquele lugar? Eu não posso pagar com gratidão, mas dinheiro eu posso devolver.Lucas deu uma risadinha leve, com a voz um pouco fria:— Você acha mesmo que eu te resgatei pra cobrar depois?Beatriz olhou para ele, desconfiada, e perguntou com seriedade: — Então por que foi que você resolveu me salvar?Lucas ficou com a resposta presa na garganta. Com a atitude defensiva dela, ele sabia que se dissesse qualquer coisa sobre tentar reconquistar, ela viraria a cara na hora.Como ela era difícil!O ambiente ficou tenso por alguns segundos. Ele ajeitou as mangas da camisa e, com um rosto impassível, respondeu: — Um real.Beatriz o encarou, surpresa. — Como?— Um real para te resgatar.— Disse Lucas, visivelmente irritado.Beatriz hesitou, mas
— Parece que a Beatriz está grávida.— Eu vi o meu irmão acompanhando ela no hospital outro dia.Quando Larissa disse a primeira parte, Cláudia não demonstrou nenhuma reação especial. Afinal, a gravidez de Beatriz não tinha nada a ver com elas. Mas a segunda parte, ah, essa já era outra história.— Larissa, o que você acabou de dizer?— Cláudia mal podia acreditar no que tinha acabado de ouvir, largando a xícara de café.— Eu vi meu irmão acompanhando a Beatriz no hospital outro dia, então fui procurar saber mais sobre o assunto, e só hoje descobri que ela está grávida.— Larissa disse com o rosto sério. Essa Beatriz parecia que não ia sumir tão cedo.— Que absurdo é esse que você está falando?— Cláudia, com uma expressão nada agradável, respondeu num tom severo:— Essas coisas não se espalham por aí.Larissa fez um biquinho:— Mãe, estou só te contando, relaxa. Eu sei guardar segredos. Quer ligar para o Lucas para confirmar?Cláudia lançou um olhar impaciente para Larissa e cutucou a test
Gabrielle apenas deu umas dicas, fez um favor de leve, mas não tinha razão para se desgastar ajudando a Vera. Ela foi gentil, e Vera não era tola, agradeceu de forma educada. A situação dela era um pouco delicada, pois ela e Rodrigo não eram oficialmente casados, mas, felizmente, ela era filha da clã Pereira de Cidade B, então tinha certa posição.Laura estava sentada no sofá da sala com um travesseiro, assistindo TV, enquanto Gabrielle e as outras aguardavam para ir ao evento beneficente. Gabrielle pensou em Larissa e virou-se para Vera: — Seu primo Aaron tem namorada?— Não, nenhum dos meus dois primos tem.— Respondeu Vera, intrigada com o motivo da pergunta dela.— Minha neta Larissa já está na idade de se casar.— Comentou Gabrielle, sem detalhar muito.Vera entendeu imediatamente: era por causa de Larissa. Mas conhecendo o primo, sabia que ele jamais se interessaria pela neta de Gabrielle, embora, claro, fosse prudente não expressar isso. Com um sorriso discreto, respondeu: — Eu p
— Mãe, por que você de repente quer saber sobre a gravidez da Beatriz?Larissa foi ao hipódromo e não viu Aaron, o que a deixou um pouco chateada. Quando Cláudia ligou, acabou distraindo-a desse incômodo. — Prevenir é melhor do que remediar.Cláudia ouviu o conselho da mãe e decidiu que não faria nada demais, apenas investigaria um pouco. Larissa bufou: — Eu acho que o bebê que a Beatriz está esperando não pode ser do meu irmão, só não sei de qual homem é. Thiago, que estava passando logo atrás dela com alguns amigos, ouviu essa frase. Beatriz está grávida? Thiago franziu ligeiramente a testa. — Thiago, hoje você não vai fazer nenhuma aposta? Eles sempre faziam apostas para se divertir quando iam ver as corridas de cavalos. Porém, Thiago estava preocupado com o sumiço de Rodrigo e, mesmo tendo mandado pessoas procurá-lo, ele não conseguia se animar para apostar. Larissa virou-se, viu Thiago e os outros, mas Aaron não estava lá. Decepcionada, voltou a falar com Cláudia a
— Eu tenho a sensação de que alguém está me vigiando.— Beatriz desabafou, esfregando as têmporas com cansaço. Ela não conseguia dormir bem havia duas noites, e sua voz já estava rouca. Beatriz contou isso para a Dra. Roversi, que havia sido sua médica responsável durante uma internação recente.A Dra. Roversi franziu o cenho ao ouvir. Depois de examinar Beatriz, ela a observou atentamente, percebendo o cansaço e o rosto pálido dela. Ela sabia que o pai da criança havia enfrentado problemas recentemente. Sentindo empatia, a Dra. Roversi percebeu que talvez Beatriz precisasse de apoio psicológico.Com um tom suave, ela sugeriu: — Senhora Silva, marquei uma consulta para você no setor de psicologia. Para o bem de você e do bebê, recomendo que vá. Como você está grávida, não posso prescrever remédios para dormir.Beatriz parou por um momento, depois sorriu com um toque de ironia. — Está bem. Obrigada.Talvez fosse realmente uma boa ideia procurar ajuda psicológica.Depois de sair do cons
Ela não estava em condições de dirigir, então teve que pegar um táxi. Havia alguns táxis parados do outro lado da rua. Quando Beatriz se preparava para atravessar, alguém segurou seu braço.Lucas franziu a testa. — Beatriz, o sinal está fechado.— Ele olhou para ela, que usava uma máscara, mas seus olhos estavam visivelmente vermelhos.Beatriz levantou o olhar lentamente, disfarçando o mal-estar. — Obrigada.— Ela tinha se distraído por um momento.Lucas percebeu que Beatriz não estava bem e não soltou seu braço:— Para onde você vai? Eu te levo.— Não precisa, você pode me soltar.— Beatriz tentou puxar o braço, mas ele não cedeu, e ela franziu a testa.Os olhos de Lucas ficaram mais profundos:— Eu te levo, o Jean também está no carro.Beatriz o encarou, irritada pelo cansaço:— Não precisa, solta, não entendeu o que eu disse? Ela suspirou, lembrando que ele a impediu de atravessar o sinal fechado:— Desculpa.Lucas a olhou por um instante antes de soltá-la. Assim que o sinal abriu, Beat