Parte 1...
Igor já tinha olhado as fotos da tal garota escolhida pelo advogado várias vezes. Era bonita, mas não como as mulheres que estava acostumado a andar. Porém tinha beleza e charme.
Ela tinha respondido aos formulários e passara nos testes médicos. De acordo com o que seu advogado lhe dissera era bem decidida e entendera exatamente o que era a proposta e como seria realizado o acordo. Não pareceu ter nenhuma restrição.Era atraente, educada e sabia se portar bem, como era pedido por ele mesmo. Tinha que ser alguém que seus avós considerassem ideal para um casamento e para ser mãe de seu bisneto. Uma coisa que ele não lhe falou foi sobre a personalidade da garota. Disse que ela parecia ser bem ativa, esperta e capaz de fingir muito bem. Só não queria se envolver com outra maluca fútil.Pediu um encontro antes do pretendido casamento para resolver se ela valeria a pena o investimento. Apesar dela ter passado na entrevista com o advogado e ter feito os exames médicos e realmente não ter nenhuma doença, ele ainda queria avaliar pessoalmente, apesar de que seu advogado já fizera um depósito em nome dela.Caso ele achasse que não, cancelaria o acordo e se livraria dela logo. A questão financeira era fácil de resolver. Ela só teria que lhe devolver o valor pago pelo advogado. Estava tudo assinado, então ela sabia bem onde estava se metendo e só faltava agora ele também avaliar isso.********** **********
— Meu Deus, você está linda! – Alana andou em volta da irmã — Ficou ótimo em você o vestido.— Hum... Não sei - ela puxou o vestido azul apertado para baixo.— Vai estragar, Aline – ela reclamou.— Não posso usar suas roupas, são muito extravagantes e não combinam comigo. É tudo muito colado, muito curto. Credo!— Mas você vai ter que usar se vai se passar por mim.— Serei eu mesma. Você usou meus dados – protestou — E eu nem saberia ser você, Alana.— Aline, você não sabe se vestir na moda, parece uma hippie louca. Não pode se apresentar assim. O que o cara vai dizer se vir a mulher que ele contratou entrando como uma maluca nessas roupas que você usa.— Não me visto mal. Sou mais simples que você.— Até demais, né!– revirou os olhos — Mãe, vem me ajudar aqui, por favor! Fala a verdade sobre o vestido.Anabel entrou no quarto e ficou surpresa.— Filha você está linda!— Viu só? Eu tenho razão.— Ficou muito bem em você, Aline. Deveria usar mais roupas desse estilo. Você é linda – deu uma gargalhada de leve — Vocês duas são lindas e maravilhosas – abraçou as duas.— Só que fica melhor em mim – Alana disse balançando o corpo.— As duas ficam bem – Anabel afirmou — Vou comer alguma coisa, vocês não querem?— Não. Temos que resolver umas coisas aqui.A mãe saiu do quarto e as duas continuaram a escolher roupas. Alana foi falando sobre as perguntas feitas pelo advogado e como ela as respondera. O celular dela tocou.— É ele... Quer dizer, o advogado dele.— Atenda logo – Aline fechou a porta para que a mãe não ouvisse.Alana falou com o advogado e marcou o encontro.— Daqui a pouco o motorista dele vem me buscar... E você vai no meu lugar. Olha lá o que vai falar e fazer, pelo amor de Deus. Tem que fingir bem.— Ai... Acho que não consigo... - balançou as mãos sentindo um frio na barriga — É melhor inventar algo...— Consegue sim, não vai dar pra trás agora - falou baixo entre dentes.Alana inventou uma mentira para a mãe sobre a saída dela e ficou olhando lá de cima quando o carro parou e a mandou descer rápido.Aline estava muito nervosa quando o motorista chegou, mas lembrou de que ele não a conhecia, assim como o italiano. Ele só a vira nas fotos que Alana entregou ao advogado. Respirou fundo e se apresentou.Após a apresentação educada o motorista de nome Danilo, a levou ao encontro com Igor Anton. O trajeto foi feito em silêncio e ela repassou na memória os conselhos e dicas da irmã. Suas mãos tremiam e ela estava ansiosa demais. Era a primeira vez que cometia uma loucura na vida. Sempre tinha feito tudo certo e esse tipo de coisa era para Alana que tinha mais coragem e menos juízo.Pena não terem tido mais tempo para conversar. Estava com medo de esquecer algo. O local era um restaurante muito conceituado que ficava no térreo do hotel. Já passara em frente algumas vezes, mas nunca entrou por saber se caro demais. Acompanhou Danilo pelo local e deu graças a Deus por estar usando um dos vestidos de Alana, mesmo se sentindo desconfortável. Todo mundo ali estava bem vestido.E o cabelo estava bonito, brilhante. Enquanto Alana falava escovava seu cabelo com força e depois fez uma maquiagem como se fosse ela para o encontro. Também treinou um pouco como andar parecido com a irmã.Entrou em outro espaço reservado. Nem sabia que tinha isso no restaurante. Seu coração disparou ao ver um homem sentado sozinho em um pequeno sofá. Ele parecia sério e sua presença era marcante.Engoliu em seco. Era agora, não dava para desistir. Seu coração começou a bater tão forte que ficou com medo que pulasse pela boca.Igor levantou o rosto. Ficou surpreso com a bela mulher que acabara de entrar. Magra, mas com curvas que se mostravam embaixo do vestido colado. Parecia muito mais bonita do que nas fotos e mais charmosa também. Sentiu que ela estava um pouco travada, talvez por ser o primeiro encontro deles. Era muito atraente o modo como andava e ao se aproximar viu melhor seus traços. Os olhos eram brilhantes de um marrom âmbar, o cabelo ruivo estava menor do que nas fotos, mas muito bonito, solto até os ombros. A boca era bicuda em um batom rosa claro, a cintura delineava o quadril e acentuava as curvas. Os seios pequenos pareciam firmes. Muito mais bonita pessoalmente. De imediato sentiu o corpo ficar alerta. Parecia que seu advogado realmente tinha feito uma boa escolha.Aline ficou impressionada com o homem à sua frente. Ele ficou de pé quando a viu e deveria ter com certeza mais de um e oitenta de altura. Seu pai tinha o mesmo porte. Era muito bonito. Alana não lhe falara que ele tinha tanta presença assim. O cabelo escuro, rosto de linhas quadradas, pele morena, nariz reto e uma boca grande de lábios bem feitos. Deu até calor. E ela ficou sem jeito de se aproximar, mas suas pernas conseguiram seguir.O homem era muito másculo. O olhar dele era forte e a despiu só em uma passada. Sentiu-se tímida diante desse olhar. Que homem era esse. Alana deveria ter preparado seu espírito para isso.— Você então é Aline?“Meu Deus, que voz”. Ela se arrepiou.— S-sim.— Sente-se aqui comigo um pouco – pegou a mão dela e a puxou para o sofá — Igor Anton. Quer beber algo?— Hã... Um suco está bem.Parte 2...A garganta dela estava seca. Suas pernas tremiam. Foi bom sentar. Esperava que ele não ouvisse seu coração batendo dentro do peito.Ela observou a roupa dele. Dava para saber que eram de marca cara só pelo brilho da seda da camisa azul escura e a calça preta. Olhou rápido o relógio e viu a marca gravada. Cartier. Ela sabia que era uma das mais caras. A peça tinha ouro branco, só podia ser e as pedras com certeza eram algum cristal. — Não prefere algo mais forte, mais requintado?— Não, obrigada. Eu não bebo álcool.Igor achou que ela gostasse de beber, já que na avaliação isso estava marcado. Talvez um erro.— Você não gosta ou não quer agora?— Eu não bebo álcool – repetiu enfiando as unhas na palma da mão, nervosa — Nunca provei.Ele achou estranho. Depois iria rever a avaliação dela. Mandou que trouxessem o suco. Ela sentou grudada ao braço do sofá e ele foi para perto. Parecia desconfortável.— Você marcou que bebia em seu relatório.— Foi? – ficou sem graça. Alana não
Parte 3...Ele estudou o modo dela de se portar. Era muito bonita e se o advogado a tinha escolhido dentro do que exigiu, poderia correr o risco de casar com ela. Com certeza ele tinha feito uma boa entrevista, pois estava bem seguro ao relatar para ele que já tinha encontrado a candidata.Qualquer coisa errada era só cancelar o acordo. Ele não tinha que ficar casado com ela. Mas passou por sua mente que os avós iriam gostar dela e só isso já valia a pena o risco. Ela andava pela sala como se a qualquer momento fosse levar bronca. Seus ombros estavam tencionados e ela apertava as mãos.— Você é tímida mesmo ou está só nervosa?— Um pouco dos dois - respondeu puxando o ar.Ele ficou surpreso com a resposta. Talvez seu avô gostasse dela de imediato. Ela parecia bem o jeito que sua avó Helena era quando mais jovem.— Seria bom falarmos sobre nosso casamento.Ela ficou travada e Igor a puxou para o sofá.— Acho que seu advogado já falou sobre isso direitinho, não há necessidade de repet
Parte 1...Igor ainda não conseguira dormir. Não parava de pensar na garota que em breve seria sua esposa. Ela era muito sexy de um jeito que não era vulgar, apesar do vestido curto e colado. E apesar do vestido ser bonito, não parecia estar à vontade com ele.Mas essas coisas de mulher era até difícil de entender, cada uma tinha sua mania e frescura particular. Quando era casado com Katiana viu várias vezes ela reclamar com drama sobre não ter roupa para sair, sendo que o closet estava lotado.Estava com as fotos dela em suas mãos. Era a mesma pessoa que conhecera no restaurante... E ao mesmo tempo não era. Tinha algo que não estava de acordo nas fotos com a pessoa ao vivo. Ela parecia ser mais delicada, seus gestos eram mais curtos, a fala mansa, rosto um pouco mais cheio. Talvez devesse ter pedido fotos tiradas na hora por seu advogado. Talvez assim ele tivesse uma ideia de como ela se sentia no momento em que assinou o acordo.E o modo dela parecia em desacordo com o que lhe foi
Parte 2...— Não está bom de compras? Acho que já nos viram bastante.— Vamos almoçar – ele pegou sua mão — Para que fique tudo certo, vou ter que falar com seus pais.— O que? Mas para que? - ela engoliu em seco.— Quando as fofocas começarem vão dar um jeito de entrar em contato com eles e precisamos ter a mesma versão da história - explicou.“Ai, meu Deus”.— E o que vamos dizer?— Marque um encontro com sua família e eu resolvo isso.Como ela faria agora? Precisava urgente falar com a irmã sobre isso. Ele insistia em falar com a família. Seu pai estava enrolado com a outra e sua mãe deprimida com os problemas.Seria difícil que eles se juntassem para ouvir o que ele tinha a dizer. No máximo a mãe poderia aceitar, mas teriam que ter cuidado.— Vou ver o que posso fazer.— Quero que seja hoje à noite.Ela quase travou. — Meu pai não está na cidade - inventou depressa.— Não faz mal. Falarei com sua mãe e irmã. Marque o horário.Pronto. Agora ela havia travado. Ele parou e a encarou
Parte 3...Na manhã seguinte o celular a acordou cedo. Mas não era Igor, era seu pai. Estava curioso e queria saber sobre Igor.— Como tem esse número – esfregou o olho.— Liguei ontem à noite e sua mãe me deu. Que história é essa de casamento com um homem estranho?— Vou me casar e pronto. Que tem isso demais? – saiu da cama.— Quero conhecer esse rapaz.— Para que? – de modo algum, era só o que faltava.— Sou seu pai, tenho o direito de saber quem será seu marido.— Desde que saiu de casa do modo como fez, perdeu esse direito – não poderia deixar o pai falar com Igor. De certeza seria descoberta e a confusão seria enorme — Foi bom o senhor ligar, queria mesmo lhe falar sobre aquela mulher.— Aline, é sobre você que quero falar.— Não tem nada para falar, pai. Fale com sua amante para deixar mamãe em paz – disse aborrecida — Não tem a menor consideração por minha mãe? Como deixa que aquela mulher a incomode?— Tivemos uma conversa sobre isso ontem. Ela vai parar de chatear Anabel - r
Parte 1..._ Tem mais coisas para guardar? – Alana perguntou.Aline olhou para a irmã com a cara fechada, parecendo chateada. Desde cedo ela estava assim._ Por que parece com raiva de mim?_ Não sei... Talvez por ter ido ver o pai ou por ver tantas coisas que Igor já lhe deu – fez cara feia — Quem sabe? - deu de ombro._ Eu juro que ás vezes você me dá vontade de te bater – fechou a mala._ Tente – deu uma risadinha _ Você sempre foi molenga._ Estou fazendo o que você me pediu, lembra? Ou melhor, me obrigou. Não posso nem falar a verdade que ainda assim corro o risco de um processo._ E está adorando – puxou o cabelo dela — Nem vem com essa. Você já está vendo as vantagens de um homem rico._ Ai... Estou é morrendo de medo, isso sim. Não sei como pode ficar calma. Se ele quiser pode colocar a gente na prisão._ Simples. Pense no lado bom. - gesticulou — Não perca tempo focando em algo que você não pode mudar._ Dinheiro? É isso que você diz que é o bom? - franziu a testa e fez um bi
Parte 2...Alana a metera nessa confusão, mas ela própria deveria encontrar o melhor modo de sair sem se machucar. Não era uma menina e sim uma mulher. Cumpriria o acordo maluco, mas iria tentar ser feliz com as opções e tão logo fosse possível sairia disso tudo. Tinha que pensar que ficaria um ano presa ao contrato, mas um ano passava rápido.Quando acabou de comer ele sentou na poltrona ao seu lado e a encarou._ O que? – virou para ele._ Não vai me falar?_ Olha – encheu o peito e soltou o ar devagar _ Eu não sou adivinha. O que quer saber mesmo? – inclinou a cabeça — Se não falar, não saberei._ Sobre isto – mostrou uma foto no celular._ O que tem? – disse indiferente à foto dela com o pai._ Isso foi hoje de manhã – disse entre dentes._ Eu sei – devolveu o celular com displicência._ E? – ele estava começando a se irritar._ Não posso me encontrar com outro homem? - cruzou as mãos sobre o colo.Igor ficou aborrecido com a resposta e segurou sua mão com força._ Não brinque co
Parte 1...Chegaram em Roma no início da noite. Uma vantagem de ter seu avião particular é não perder tempo. Roma era um museu a céu aberto e isso a distraiu de sua situação atual e dos problemas que poderiam surgir. Ficou encantada com tudo o que via, não sabia para que lado olhar de tanta coisa diferente, clássica e bonita. As ruas eram cheias de gente e o barulho era diferente do que estava acostumada.— Esta é a Via Nazionale – segurou sua mão enquanto o carro percorria o caminho — Vai ter a chance de passear pelos lugares maravilhosos da cidade.— A cidade eterna – ela disse num suspiro.— Sabe a história de Roma? – ficou surpreso feliz com o comentário.— Um pouco. Vou poder sair quando quiser?Ela se empolgou com o que via e adoraria poder andar por aqueles lugares, conhecer mais, visitar museus.— Não é uma prisioneira – ele franziu a testa — É minha esposa. Claro que terá liberdade para fazer o que quiser._ Eu adoraria me perder nas ruas cheias de história de Roma.—