Parte 3...
Ele estudou o modo dela de se portar. Era muito bonita e se o advogado a tinha escolhido dentro do que exigiu, poderia correr o risco de casar com ela. Com certeza ele tinha feito uma boa entrevista, pois estava bem seguro ao relatar para ele que já tinha encontrado a candidata.
Qualquer coisa errada era só cancelar o acordo. Ele não tinha que ficar casado com ela. Mas passou por sua mente que os avós iriam gostar dela e só isso já valia a pena o risco. Ela andava pela sala como se a qualquer momento fosse levar bronca. Seus ombros estavam tencionados e ela apertava as mãos.— Você é tímida mesmo ou está só nervosa?— Um pouco dos dois - respondeu puxando o ar.Ele ficou surpreso com a resposta. Talvez seu avô gostasse dela de imediato. Ela parecia bem o jeito que sua avó Helena era quando mais jovem.— Seria bom falarmos sobre nosso casamento.Ela ficou travada e Igor a puxou para o sofá.— Acho que seu advogado já falou sobre isso direitinho, não há necessidade de repetirmos - engoliu em seco.Ele deu uma risada.— Engraçado. Para alguém que vai se casar por dinheiro, você até que é bem insegura.De novo ela ficava sem ação. Foi um erro aceitar logo de cara a ideia da irmã. Sabia que daí não sairia boa coisa, mas estava anestesiada por causa dos problemas com a mãe.— Você parece assustada.— Impressão sua.Ela deu um sorriso forçado. Talvez devesse contar a verdade e acabar com o tormento? Mas aí seria jogada aos leões. Alana já usara uma parte do dinheiro em seu nome. Se houvesse um processo seria ela a responsável.— Será bom que fique mais à vontade comigo ou meus avós irão desconfiar – tocou o rosto dela — Me dê um beijo agora – inclinou-se.Antes que ela dissesse algo ele tocou os lábios dela devagar com a ponta da língua, lambendo seu batom. Ela ficou confusa e excitada. O beijo que se seguiu foi um dos mais ternos que ela já dera na vida. A boca de Igor tomava a sua como nenhuma antes. E se ela tivesse boa memória, isso sim era um beijo bom. Não sabia quanto tempo durou, mas ela relaxou em seus braços, até ele parar de beijá-la.— Temos que deixar este dedo mais bonito ou meu avô irá reclamar – tirou do bolso uma caixinha azul e colocou um anel lindo de pedra azul com pequenos diamantes em volta — Agora sim.Aline ficou abismada com o tamanho e a beleza do anel e ficou preocupada em seguir com o plano.— Preciso voltar para casa – segurou a respiração.— Mas já? – arqueou a sobrancelha.— Tenho algumas coisas pendentes para resolver antes de... — Antes do nosso casamento – ele completou — Está bem, melhor que vá e resolva tudo. Não quero esperar, sou muito ocupado. Além disso, você precisa relaxar mais, está muito travada – levantou — Meu motorista vai levar você, mas ante de ir, tem algo mais.Ela segurou a expressão de espanto com o celular que ele lhe entregou. Era muito caro e exclusivo com certeza. O modelo era muito bonito e ela nunca tinha visto esse tipo em nenhum lugar. Já começava a ter responsabilidade, o que a deixou mais preocupada. Ela aceitou e se despediu dele rápido, antes que a beijasse de novo.********** ***********
— Sério que ele já está te enchendo de presentes caros?Alana estava besta com o anel no dedo da irmã.— Pelo jeito ele não liga para gastos – Aline disse quando a irmã puxou o anel de seu dedo.— Esses diamantes são verdadeiros. Esse anel vale uma fortuna. Acho que se deu bem com nosso acordo, não foi?Aline sentiu uma ponta de inveja nesse comentário.— Não acho. Estou muito nervosa, isso sim. Ele falou que o casamento será em dois dias. Não sei se posso. Melhor contar tudo.— Nem seja louca de fazer isso!— Estou com medo que descubra a verdade, Alana.— E daí? Ele quer uma esposa de mentirinha, só por um tempo.— Ele não me parece um homem que precisa contratar uma esposa.— Ai, deixa de ser burra – revirou os olhos — Ele não quer alguém que encha o saco dele depois, é tudo só um acordo comercial. Qual o drama, Aline? — Tem algo mais que você não me disse?— Bem... Você sabe que vai ter de transar com ele – disse displicente com uma cara de paisagem.— O que? Está doida? – arregalou os olhos e fez uma cara de desgosto.— Qual é, Aline – riu — Não se faça de tonta. Como ele pagaria rios de dinheiro se não rolasse sexo?— Mas... – estava nervosa de novo.— Ele me achou atraente pelas fotos – deu um giro — Isso quer dizer que se atrai por você também. Somos idênticas.— Mas eu não quero transar com um desconhecido. É errado! E você não me falou isso. Achei que fosse só para me mostrar à família.— Lá vem você de novo com bobagem. Vão se casar, será seu marido. Podem se conhecer depois. Desde quando um casal vive sem sexo? - riu.Aline apertou as mãos nervosa e Alana desconfiou da atitude dela.— Só falta agora você me falar que é virgem.— Bem... Não sou como você e acho que isso é algo muito sério... Ainda não me apaixonei.Alana gargalhou e bateu palmas ironizando.— Não acredito nisso. Como você é tonta. Não aprendeu nada comigo? – riu de novo — Como vai ser agora? Quer que eu te ensine?— Credo, não seja cínica – respondeu chateada.— Então deixe de frescuras e assuma o papel ou estará em sérios problemas – apontou — Não tenho como devolver o que gastei e sabe que vou me casar. Agora é com você.— Como sempre você só pensa em si mesma. Eu não deveria estar nessa situação, Alana. Você passou do ponto.Alana começou a chorar e reclamar que sempre viveu à sombra da irmã, que os pais sempre compararam as duas, que Aline tinha muitos amigos e ela não... Reclamou praticamente de tudo.Depois de todo o choro Aline finalmente decidiu que deveria se sacrificar pelo bem da irmã e da mãe. Não tinha jeito, ela não conseguia afastar a irmã, apesar de tudo.Se fosse capaz de entender o homem com quem se casaria então poderia fazer isso. Precisava lembrar que seria apenas um contrato com tempo de duração e que depois estaria livre, sua mãe estaria melhor sem as dívidas e com a casa de volta e Alana se casaria com o homem que amava. O tempo era algo maravilhoso e curava tudo. As coisas iriam se encaixar. Ela só teria que fazer esse sacrifício, mais pela mãe do que por Alana.— Pare de chorar. Eu irei até o fim com essa loucura e vou me casar com Igor Anton. Só quero que me prometa ser feliz na nova vida – disse firme.— Aiii... Você me deixou tão feliz – beijou o rosto dela várias vezes a apertando nos braços — Vai dar tudo certo pra gente, você vai ver – saiu correndo do quarto.Aline tinha dúvidas sobre isso, mas agora não poderia desistir. As duas precisavam dela. E ela não teria como sair dessa, nem mesmo se procurasse um advogado. Igor Anton com certeza deve ter uma equipe com os melhores advogados e ela acabaria talvez até sendo presa por fraude.Era isso. Tinha que levar adiante esse acordo absurdo e seja o que Deus quiser e que Ele tenha pena dela no final.Parte 1...Igor ainda não conseguira dormir. Não parava de pensar na garota que em breve seria sua esposa. Ela era muito sexy de um jeito que não era vulgar, apesar do vestido curto e colado. E apesar do vestido ser bonito, não parecia estar à vontade com ele.Mas essas coisas de mulher era até difícil de entender, cada uma tinha sua mania e frescura particular. Quando era casado com Katiana viu várias vezes ela reclamar com drama sobre não ter roupa para sair, sendo que o closet estava lotado.Estava com as fotos dela em suas mãos. Era a mesma pessoa que conhecera no restaurante... E ao mesmo tempo não era. Tinha algo que não estava de acordo nas fotos com a pessoa ao vivo. Ela parecia ser mais delicada, seus gestos eram mais curtos, a fala mansa, rosto um pouco mais cheio. Talvez devesse ter pedido fotos tiradas na hora por seu advogado. Talvez assim ele tivesse uma ideia de como ela se sentia no momento em que assinou o acordo.E o modo dela parecia em desacordo com o que lhe foi
Parte 2...— Não está bom de compras? Acho que já nos viram bastante.— Vamos almoçar – ele pegou sua mão — Para que fique tudo certo, vou ter que falar com seus pais.— O que? Mas para que? - ela engoliu em seco.— Quando as fofocas começarem vão dar um jeito de entrar em contato com eles e precisamos ter a mesma versão da história - explicou.“Ai, meu Deus”.— E o que vamos dizer?— Marque um encontro com sua família e eu resolvo isso.Como ela faria agora? Precisava urgente falar com a irmã sobre isso. Ele insistia em falar com a família. Seu pai estava enrolado com a outra e sua mãe deprimida com os problemas.Seria difícil que eles se juntassem para ouvir o que ele tinha a dizer. No máximo a mãe poderia aceitar, mas teriam que ter cuidado.— Vou ver o que posso fazer.— Quero que seja hoje à noite.Ela quase travou. — Meu pai não está na cidade - inventou depressa.— Não faz mal. Falarei com sua mãe e irmã. Marque o horário.Pronto. Agora ela havia travado. Ele parou e a encarou
Parte 3...Na manhã seguinte o celular a acordou cedo. Mas não era Igor, era seu pai. Estava curioso e queria saber sobre Igor.— Como tem esse número – esfregou o olho.— Liguei ontem à noite e sua mãe me deu. Que história é essa de casamento com um homem estranho?— Vou me casar e pronto. Que tem isso demais? – saiu da cama.— Quero conhecer esse rapaz.— Para que? – de modo algum, era só o que faltava.— Sou seu pai, tenho o direito de saber quem será seu marido.— Desde que saiu de casa do modo como fez, perdeu esse direito – não poderia deixar o pai falar com Igor. De certeza seria descoberta e a confusão seria enorme — Foi bom o senhor ligar, queria mesmo lhe falar sobre aquela mulher.— Aline, é sobre você que quero falar.— Não tem nada para falar, pai. Fale com sua amante para deixar mamãe em paz – disse aborrecida — Não tem a menor consideração por minha mãe? Como deixa que aquela mulher a incomode?— Tivemos uma conversa sobre isso ontem. Ela vai parar de chatear Anabel - r
Parte 1..._ Tem mais coisas para guardar? – Alana perguntou.Aline olhou para a irmã com a cara fechada, parecendo chateada. Desde cedo ela estava assim._ Por que parece com raiva de mim?_ Não sei... Talvez por ter ido ver o pai ou por ver tantas coisas que Igor já lhe deu – fez cara feia — Quem sabe? - deu de ombro._ Eu juro que ás vezes você me dá vontade de te bater – fechou a mala._ Tente – deu uma risadinha _ Você sempre foi molenga._ Estou fazendo o que você me pediu, lembra? Ou melhor, me obrigou. Não posso nem falar a verdade que ainda assim corro o risco de um processo._ E está adorando – puxou o cabelo dela — Nem vem com essa. Você já está vendo as vantagens de um homem rico._ Ai... Estou é morrendo de medo, isso sim. Não sei como pode ficar calma. Se ele quiser pode colocar a gente na prisão._ Simples. Pense no lado bom. - gesticulou — Não perca tempo focando em algo que você não pode mudar._ Dinheiro? É isso que você diz que é o bom? - franziu a testa e fez um bi
Parte 2...Alana a metera nessa confusão, mas ela própria deveria encontrar o melhor modo de sair sem se machucar. Não era uma menina e sim uma mulher. Cumpriria o acordo maluco, mas iria tentar ser feliz com as opções e tão logo fosse possível sairia disso tudo. Tinha que pensar que ficaria um ano presa ao contrato, mas um ano passava rápido.Quando acabou de comer ele sentou na poltrona ao seu lado e a encarou._ O que? – virou para ele._ Não vai me falar?_ Olha – encheu o peito e soltou o ar devagar _ Eu não sou adivinha. O que quer saber mesmo? – inclinou a cabeça — Se não falar, não saberei._ Sobre isto – mostrou uma foto no celular._ O que tem? – disse indiferente à foto dela com o pai._ Isso foi hoje de manhã – disse entre dentes._ Eu sei – devolveu o celular com displicência._ E? – ele estava começando a se irritar._ Não posso me encontrar com outro homem? - cruzou as mãos sobre o colo.Igor ficou aborrecido com a resposta e segurou sua mão com força._ Não brinque co
Parte 1...Chegaram em Roma no início da noite. Uma vantagem de ter seu avião particular é não perder tempo. Roma era um museu a céu aberto e isso a distraiu de sua situação atual e dos problemas que poderiam surgir. Ficou encantada com tudo o que via, não sabia para que lado olhar de tanta coisa diferente, clássica e bonita. As ruas eram cheias de gente e o barulho era diferente do que estava acostumada.— Esta é a Via Nazionale – segurou sua mão enquanto o carro percorria o caminho — Vai ter a chance de passear pelos lugares maravilhosos da cidade.— A cidade eterna – ela disse num suspiro.— Sabe a história de Roma? – ficou surpreso feliz com o comentário.— Um pouco. Vou poder sair quando quiser?Ela se empolgou com o que via e adoraria poder andar por aqueles lugares, conhecer mais, visitar museus.— Não é uma prisioneira – ele franziu a testa — É minha esposa. Claro que terá liberdade para fazer o que quiser._ Eu adoraria me perder nas ruas cheias de história de Roma.—
Parte 2...Ele deu uma risada alta e levantou.— Está querendo desistir, é isso?‘Se fosse possível”. Mas ela sabia que não era. Alana já havia gastado uma parte do dinheiro.— Sei que não posso, não é isso.— Não deu atenção devida ao contrato? – cruzou os braços.— Dei... Um pouco – mentiu nervosa, apertando os dedos.— Tem algo que você quer me contar e está com medo. Eu percebo.Realmente. Mas como lhe revelar toda a verdade? — Eu... Nunca fiz sexo – soltou ansiosa e respirando fundo.— O que? – ele começou a rir — Não precisa fingir. Não tenho fantasia de ter uma virgem. Isso é uma bobagem.— Não estou fingindo – ela levantou e foi até ele — Eu só não sabia como falar – apertava as mãos — Tenho vinte e cinco anos – torceu a boca.“Será mesmo?” Ela tinha dito ao advogado que era experiente.— Sabe, Aline – ele se aproximou — Depois nós teremos que repassar seu formulário e descobrir se suas respostas batem com a vida real, mas por agora, vamos deixar passar – pegou sua mão
Parte 3...Igor a observava enquanto dormia. Com certeza estava cansada da viagem e de tudo mais o que aconteceu porque seu sono era pesado. Ela nem acordou quando ele a puxou para os braços e a apertou de encontro ao peito. Disse que estava com fome, mas quase não tocou na comida que ele pediu no hotel e parecia ainda muito pensativa. Correu o dedo pelas curvas de seu corpo e alisou a barriga lisa, pensando que em breve ela estaria grande e inchada com um bebê seu. Talvez naquele momento enquanto ela dormia a mágica da criação já acontecia. Suspirou e passou os dedos no cabelo. Queria um filho, a ideia inicial e principal era essa, mas agora queria poder desfrutar mais da companhia dela, em especial na cama. Sexo sempre era bom, mas com ela tinha sido diferente, especial. Estava mesmo precisando de uma coisa diferente para distrair um pouco a cabeça.Começou a sentir sono e apagou a luz do abajur lateral. Se ajeitou e passou a perna por cima dela em uma atitude possessiva e adorm