Parte 2...
A garganta dela estava seca. Suas pernas tremiam. Foi bom sentar. Esperava que ele não ouvisse seu coração batendo dentro do peito.
Ela observou a roupa dele. Dava para saber que eram de marca cara só pelo brilho da seda da camisa azul escura e a calça preta. Olhou rápido o relógio e viu a marca gravada. Cartier. Ela sabia que era uma das mais caras. A peça tinha ouro branco, só podia ser e as pedras com certeza eram algum cristal. — Não prefere algo mais forte, mais requintado?— Não, obrigada. Eu não bebo álcool.Igor achou que ela gostasse de beber, já que na avaliação isso estava marcado. Talvez um erro.— Você não gosta ou não quer agora?— Eu não bebo álcool – repetiu enfiando as unhas na palma da mão, nervosa — Nunca provei.Ele achou estranho. Depois iria rever a avaliação dela. Mandou que trouxessem o suco. Ela sentou grudada ao braço do sofá e ele foi para perto. Parecia desconfortável.— Você marcou que bebia em seu relatório.— Foi? – ficou sem graça. Alana não lhe avisara disso — Deve ter sido a pressa em responder o questionário.— Sei – olhou sério para ela e ergueu uma sobrancelha — Espero que não tenha errado em muitas coisas.— Não, claro que não – sorriu sem jeito.— Muitas bebidas são boas para apreciar um bom prato e uma boa conversa – comentou — Mas até que é bom que você tenha o corpo limpo.Aline achou o comentário estranho. O que tem a ver com o “trabalho”? Por que ter o corpo limpo? Modo estranho de falar.Deveria ter se aprofundado nos detalhes antes de entrar nessa loucura. da irmã. Ela nem mesmo leu a cópia do questionário que Alana preencheu em seu nome. Assustou-se quando ele a puxou pela mão e colou o corpo ao dela.— Calma – ele riu — Vamos nos conhecer melhor – alisou o rosto dela. Ela parecia mesmo nervosa. Aline sentiu seu corpo se arrepiar e se espantou com a própria reação. Ele foi rápido. Sentiu um arrepio diferente e gostoso e do nada a calcinha molhar só com o olhar sedutor dele. Foi a primeira vez que reagiu tão rápido a um homem, ainda mais nessa situação.Talvez estivesse tão nervosa que seu corpo estava confuso.— Gosto do seu cheiro – ele tocou o pescoço dela com o nariz — Você é muito bonita – correu o dedo por seu queixo e nos lábios — Quero um beijo.Aline ficou quieta apenas sentindo o gosto da boca dele em um beijo leve. Não esperava de cara ser beijada, mas não iria reclamar.Ele foi gentil no início, mas logo aumentou a força do beijo e ela se deixou levar. A última vez que beijara foi o namorado e isso foi há mais de um ano. Não dava para resistir àquela boca. O homem sabia beijar. Seu corpo estava reagindo a ele, seus seios incharam e sua pele arrepiou. De repente ele parou o beijo._ Acho que vamos nos dar bem na cama.Ela arregalou os olhos diante da declaração. Como assim? Não era tudo falso apenas para agradar aos avós dele? Acabara de chegar e o homem já falava em sexo? Teria uma conversa muito séria com Alana. Ela ia ter de lhe mostrar os termos do contrato e quais as obrigações. Não falara nada sobre relações sexuais. De que jeito ela iria para a cama com um total desconhecido?Igor a estava achando no mínimo curiosa, com suas reações bem fortes, parecia real. Gostava disso. Já podia imaginar-se na cama com ela.Sexo com alguém tão sexy assim não seria nenhum sacrifício e logo com certeza ela estaria grávida. O tempo passaria mais rápido e quem sabe teriam até bons momentos de diversão até o final do contrato.Até que a ideia de uma esposa comprada não tinha sido tão errada.— Depois irei levá-la para conhecer minha suíte.Aline ouviu isso e pendeu a respiração. O cara era rápido. Até demais. Isso era mais o estilo da irmã, que sabia como lidar com esse tipo. Ela era mais lenta com as coisas e se estivesse nervosa, pior ainda.Não fez nenhum comentário, apenas deu um sorriso meio sem graça e prestou atenção ao que conversava, mas evitando falar mais do que o necessário.Eles jantaram e conversaram um pouco, mas ela quase não tocou na comida. Sua mente estava preocupada com o futuro desse acordo. Tentou falar devagar, pensando bem nas respostas que a irmã daria para não ficar muito diferente. E isso era uma pressão para ela. Não tinha o costume de inventar mentiras do nada e ainda mais para um caso assim.Depois ele a levou até a suíte onde estava hospedado e o nervosismo bateu mais forte.— É muito bonita e grande - fez um comentário bobo.— Gosto de dar o melhor serviço aos hóspedes.— Então esse hotel...— É meu.Essa era outra informação que a irmã não lhe passara. Deus do céu!— Está surpresa?— Sim - foi honesta.— Você não leu o contrato ou meu advogado não a informou que ficaríamos aqui no nosso encontro? - questionou desconfiado.Outra vez ela ficava sem saber como agir. Teria que prestar mais atenção ao que ele dizia. Ele era observador e ela estava caindo em contradições de modo rápido e isso não era bom. No pouco tempo de conversa dava para perceber que era acostumado a ter tudo como queria. Sem dúvida era arrogante. Já tinha visto na entrada que algumas mulheres a olharam feio quando entrou na área reservada. Agora sabia que o motivo era ele. Deveria ter várias à disposição dele, o que com certeza o deixaria ainda mais cheio de si.Igor ainda estava em dúvida sobre ela. Tirando a questão da beleza que já estava implicita, ela parecia diferente do que seu advogado lhe passara. Seria desligada, falsa ou estava nervosa? Deveriam se casar dentro de dois dias, mas ela parecia desligada da realidade. Nem parecia realmente interessada no acordo, mas já havia recebido o dinheiro. Seu advogado abriu uma conta direta para ela.Aline não sabia bem como se comportar. Se fosse a irmã com certeza estaria toda solta, rindo e fazendo seu jogo de sedução, talvez até já estivesse na cama com ele, mas no caso dela era diferente, não conseguia se soltar de imediato.Se perguntava como faria para sair dali? Seu coração batia tão forte que ela até começava a sentir calor.— Não sei se você sabe com quem está lidando. Assinou um contrato sem ler? Não é algo ideal para se fazer.“Quase isso” ela pensou.— Na verdade seu advogado me falou como seria e não precisei ler, acreditei na palavra dele - sorriu de lado.— Mas não deveria fazer isso, não é adequado. Isso foi ingenuidade da sua parte, para não dizer burrice.— Não sou burra – retrucou.— Então foi ingênua.Autora Ninha Cardoso
* livro completo.Parte 3...Ele estudou o modo dela de se portar. Era muito bonita e se o advogado a tinha escolhido dentro do que exigiu, poderia correr o risco de casar com ela. Com certeza ele tinha feito uma boa entrevista, pois estava bem seguro ao relatar para ele que já tinha encontrado a candidata.Qualquer coisa errada era só cancelar o acordo. Ele não tinha que ficar casado com ela. Mas passou por sua mente que os avós iriam gostar dela e só isso já valia a pena o risco. Ela andava pela sala como se a qualquer momento fosse levar bronca. Seus ombros estavam tencionados e ela apertava as mãos.— Você é tímida mesmo ou está só nervosa?— Um pouco dos dois - respondeu puxando o ar.Ele ficou surpreso com a resposta. Talvez seu avô gostasse dela de imediato. Ela parecia bem o jeito que sua avó Helena era quando mais jovem.— Seria bom falarmos sobre nosso casamento.Ela ficou travada e Igor a puxou para o sofá.— Acho que seu advogado já falou sobre isso direitinho, não há necessidade de repet
Parte 1...Igor ainda não conseguira dormir. Não parava de pensar na garota que em breve seria sua esposa. Ela era muito sexy de um jeito que não era vulgar, apesar do vestido curto e colado. E apesar do vestido ser bonito, não parecia estar à vontade com ele.Mas essas coisas de mulher era até difícil de entender, cada uma tinha sua mania e frescura particular. Quando era casado com Katiana viu várias vezes ela reclamar com drama sobre não ter roupa para sair, sendo que o closet estava lotado.Estava com as fotos dela em suas mãos. Era a mesma pessoa que conhecera no restaurante... E ao mesmo tempo não era. Tinha algo que não estava de acordo nas fotos com a pessoa ao vivo. Ela parecia ser mais delicada, seus gestos eram mais curtos, a fala mansa, rosto um pouco mais cheio. Talvez devesse ter pedido fotos tiradas na hora por seu advogado. Talvez assim ele tivesse uma ideia de como ela se sentia no momento em que assinou o acordo.E o modo dela parecia em desacordo com o que lhe foi
Parte 2...— Não está bom de compras? Acho que já nos viram bastante.— Vamos almoçar – ele pegou sua mão — Para que fique tudo certo, vou ter que falar com seus pais.— O que? Mas para que? - ela engoliu em seco.— Quando as fofocas começarem vão dar um jeito de entrar em contato com eles e precisamos ter a mesma versão da história - explicou.“Ai, meu Deus”.— E o que vamos dizer?— Marque um encontro com sua família e eu resolvo isso.Como ela faria agora? Precisava urgente falar com a irmã sobre isso. Ele insistia em falar com a família. Seu pai estava enrolado com a outra e sua mãe deprimida com os problemas.Seria difícil que eles se juntassem para ouvir o que ele tinha a dizer. No máximo a mãe poderia aceitar, mas teriam que ter cuidado.— Vou ver o que posso fazer.— Quero que seja hoje à noite.Ela quase travou. — Meu pai não está na cidade - inventou depressa.— Não faz mal. Falarei com sua mãe e irmã. Marque o horário.Pronto. Agora ela havia travado. Ele parou e a encarou
Parte 3...Na manhã seguinte o celular a acordou cedo. Mas não era Igor, era seu pai. Estava curioso e queria saber sobre Igor.— Como tem esse número – esfregou o olho.— Liguei ontem à noite e sua mãe me deu. Que história é essa de casamento com um homem estranho?— Vou me casar e pronto. Que tem isso demais? – saiu da cama.— Quero conhecer esse rapaz.— Para que? – de modo algum, era só o que faltava.— Sou seu pai, tenho o direito de saber quem será seu marido.— Desde que saiu de casa do modo como fez, perdeu esse direito – não poderia deixar o pai falar com Igor. De certeza seria descoberta e a confusão seria enorme — Foi bom o senhor ligar, queria mesmo lhe falar sobre aquela mulher.— Aline, é sobre você que quero falar.— Não tem nada para falar, pai. Fale com sua amante para deixar mamãe em paz – disse aborrecida — Não tem a menor consideração por minha mãe? Como deixa que aquela mulher a incomode?— Tivemos uma conversa sobre isso ontem. Ela vai parar de chatear Anabel - r
Parte 1..._ Tem mais coisas para guardar? – Alana perguntou.Aline olhou para a irmã com a cara fechada, parecendo chateada. Desde cedo ela estava assim._ Por que parece com raiva de mim?_ Não sei... Talvez por ter ido ver o pai ou por ver tantas coisas que Igor já lhe deu – fez cara feia — Quem sabe? - deu de ombro._ Eu juro que ás vezes você me dá vontade de te bater – fechou a mala._ Tente – deu uma risadinha _ Você sempre foi molenga._ Estou fazendo o que você me pediu, lembra? Ou melhor, me obrigou. Não posso nem falar a verdade que ainda assim corro o risco de um processo._ E está adorando – puxou o cabelo dela — Nem vem com essa. Você já está vendo as vantagens de um homem rico._ Ai... Estou é morrendo de medo, isso sim. Não sei como pode ficar calma. Se ele quiser pode colocar a gente na prisão._ Simples. Pense no lado bom. - gesticulou — Não perca tempo focando em algo que você não pode mudar._ Dinheiro? É isso que você diz que é o bom? - franziu a testa e fez um bi
Parte 2...Alana a metera nessa confusão, mas ela própria deveria encontrar o melhor modo de sair sem se machucar. Não era uma menina e sim uma mulher. Cumpriria o acordo maluco, mas iria tentar ser feliz com as opções e tão logo fosse possível sairia disso tudo. Tinha que pensar que ficaria um ano presa ao contrato, mas um ano passava rápido.Quando acabou de comer ele sentou na poltrona ao seu lado e a encarou._ O que? – virou para ele._ Não vai me falar?_ Olha – encheu o peito e soltou o ar devagar _ Eu não sou adivinha. O que quer saber mesmo? – inclinou a cabeça — Se não falar, não saberei._ Sobre isto – mostrou uma foto no celular._ O que tem? – disse indiferente à foto dela com o pai._ Isso foi hoje de manhã – disse entre dentes._ Eu sei – devolveu o celular com displicência._ E? – ele estava começando a se irritar._ Não posso me encontrar com outro homem? - cruzou as mãos sobre o colo.Igor ficou aborrecido com a resposta e segurou sua mão com força._ Não brinque co
Parte 1...Chegaram em Roma no início da noite. Uma vantagem de ter seu avião particular é não perder tempo. Roma era um museu a céu aberto e isso a distraiu de sua situação atual e dos problemas que poderiam surgir. Ficou encantada com tudo o que via, não sabia para que lado olhar de tanta coisa diferente, clássica e bonita. As ruas eram cheias de gente e o barulho era diferente do que estava acostumada.— Esta é a Via Nazionale – segurou sua mão enquanto o carro percorria o caminho — Vai ter a chance de passear pelos lugares maravilhosos da cidade.— A cidade eterna – ela disse num suspiro.— Sabe a história de Roma? – ficou surpreso feliz com o comentário.— Um pouco. Vou poder sair quando quiser?Ela se empolgou com o que via e adoraria poder andar por aqueles lugares, conhecer mais, visitar museus.— Não é uma prisioneira – ele franziu a testa — É minha esposa. Claro que terá liberdade para fazer o que quiser._ Eu adoraria me perder nas ruas cheias de história de Roma.—
Parte 2...Ele deu uma risada alta e levantou.— Está querendo desistir, é isso?‘Se fosse possível”. Mas ela sabia que não era. Alana já havia gastado uma parte do dinheiro.— Sei que não posso, não é isso.— Não deu atenção devida ao contrato? – cruzou os braços.— Dei... Um pouco – mentiu nervosa, apertando os dedos.— Tem algo que você quer me contar e está com medo. Eu percebo.Realmente. Mas como lhe revelar toda a verdade? — Eu... Nunca fiz sexo – soltou ansiosa e respirando fundo.— O que? – ele começou a rir — Não precisa fingir. Não tenho fantasia de ter uma virgem. Isso é uma bobagem.— Não estou fingindo – ela levantou e foi até ele — Eu só não sabia como falar – apertava as mãos — Tenho vinte e cinco anos – torceu a boca.“Será mesmo?” Ela tinha dito ao advogado que era experiente.— Sabe, Aline – ele se aproximou — Depois nós teremos que repassar seu formulário e descobrir se suas respostas batem com a vida real, mas por agora, vamos deixar passar – pegou sua mão