― Não vejo sangue.
― Que sangue? Não estou ferida! ― disse Dorothy confusa.
― Me refiro ao sangue de sua virgindade.
― Ah entendi, eu não era virgem.
― Como assim? Te tratei o tempo todo como uma donzela. Fui enganado. Como fui tolo e não consegui perceber?
Vincent segurou Dorothy pelos braços e perguntou muito irado.
― Com quantos já esteve? Me responda! ― Vincent esbravejava.
Dorothy começou a ficar assustada com o jeito dele, ficou muito irritado pelo fato de ela não ser virgem.
― Eu não disse que era virgem em momento algum, e você também não era virgem e nem por isso estou tendo um ataque.
― Mas eu era casado!
― E vai me dizer que só fez sexo com sua esposa.
― Não, mas eu sou homem.
― Só porque o que você tem no meio das pernas é diferente de mim, te torna melhor que eu?
― Eu tinha razão você é um deles sua prostituta rebelde, e ainda a coloquei em minha cama, o que deu em mim? Se eu quisesse uma prostituta, na casa de madame Terese tem umas muito mais habilidosas que você na arte do amor e sabem satisfazer muito melhor um homem na cama, se fosse donzela estaria explicado.
Dorothy não conseguiu se conter quando Vincent terminou de falar e deu um tapa no seu rosto, se arrependeu imediatamente, mas era tarde.
O duque havia se transformado, então ela começou a chorar pedindo para ele parar de falar. Até que ele gritou:
― Guardas!
Rapidamente entrou um soldado no quarto.
― Vossa alteza.
― Prendam essa prostituta na torre, desconfio que ela é uma do bando dos rebeldes, amanhã vou arrancar a verdade dela a qualquer custo.
― Sim, vossa alteza. ― respondeu um dos guardas.
A jovem começou em vão a suplicar:
― Não por favor, eu juro que não sou nenhuma rebelde, juro!
Vincent ordenou mais uma vez:
― Andem, não quero vê-la na minha frente.
Enquanto os guardas a levavam, ela não desistiu de gritar por socorro, contorcia seu corpo, até que a jogaram em uma cela fria e pavorosa. Sentiu muito medo, as únicas companhias eram os ratos. Quando se acalmou começou a pensar: como alguém passa de futura duquesa a prisioneira?
Não foi nada fácil a noite com frio, o lugar úmido, iluminado apenas por uma tocha, cansada de chorar e gritar, Dorothy pegou no sono.
Acordou com um raio de sol aquecendo seu rosto, ele entrava pela única janela muito pequena que ficava bem no alto, mas a permitia ver o céu. Ela estava perdida sem seu colar, precisava pedir para senhora Carter trazê-lo para ela...
Na manhã seguinte não se falava em outra coisa no castelo, a não ser sore a prisão de Dorothy, todos estavam sem entender.― Coitada da moça, porque o duque fez isso, será que ele não está bem? ― disse um criado consternado.Foi de cortar o coração ver a senhorita Denzel sendo arrastada para a torre! ― disse Christine.― Pobrezinha, dava para escutar ela chorando lá na torre, chorou até cansar! ― disse o senhor Culbert o cocheiro.Não demorou para Violet se manifestar:― Gostaria de ter visto ela sendo arrastada, penso que ela mereceu.― Fala isso porque está com ciúmes do duque, acha que vai ter a mesma sorte da condessa Vog que mesmo sendo criada se casou com um nobre, o duque nunca vai te olhar! - disse o senhor Culbert.Violet abriu a boca para retrucar, quando a Sra. Carter interrompeu:― Ninguém tem mais n
Enquanto isso, pelos corredores do castelo um dos criados começou a contar a novidade.― Acabei de vir da cidade ouvi dizer que tem um padre convocando a todos para relatar qualquer ato de bruxaria que os cidadãos tenham presenciado, disse também que se presenciar ou ouvir falar de qualquer prática oculta e não relatar, será punido por associação à bruxaria. O padre tem selo da coroa e uma carta do rei dando-lhe plenos poderes para condenar os hereges. Está indo de casa em casa interrogando as pessoas, várias mulheres estão sendo arrancadas de suas casas e arrastadas pelos cabelos, ele disse que quem souber de algo é para se dirigir a igreja. Estão até montando a fogueira no meio da praça para queimar os hereges.É aquele diabo do padre Jacob que de padre não tem nada, se ele interrogar alguém a pessoa é condenada à fogueira
No portão do castelo padre Jacob exigia entrar.― Preciso interrogar a prisioneira do duque do Vale da Fênix! ― ordenou ao soldado no portão.― Vou avisar o duque de sua presença. ― respondeu-lhe o soldado.― Este documento em minhas mãos contém um selo da coroa e é uma incumbência de sua majestade real, dando-me plenos poderes de entrar em qualquer lugar e interrogar quem quer que seja, sem prévia autorização, por tanto abra agora os portões, antes que eu mande o juiz condená-lo à forca por desacatar um emissário real.Um soldado abriu o portão e o outro acompanhou o padre até a torre.― Abra a cela agora! - ordenou padre Jacob.― Então, a senhorita Denzel, foi acusada de bruxaria. ― disse o padre.― Houve um engano, não sou bruxa, senhor. - disse Dorothy assustada.― Há muitos a
Os minutos que passaram a senhora Carter seguiu limpando os ferimentos, passou pomada cicatrizante, Dorothy tomou analgésicos e anti-inflamatórios. Então a senhora Carter quebrou o silêncio:― Minha querida, sei que o que eu vou te dizer neste momento não vai parecer ter sentido, mas se tem algo que eu aprendi nessa vida é que para tudo tem um propósito, até para nossas aflições, tudo coopera para um bem maior.A senhora quer me convencer que tem um propósito em eu ser torturada? Realmente não faz sentido e acredito que nunca vai fazer! - disse Dorothy.― Não pense que vossa alteza é um monstro, deve ter uma explicação. ― disse a senhora Carter.― Explicação, a senhora acredita mesmo? Vincent colocou o fio da espada no meu pescoço, ameaçou cortar minha língua, me amarrou, me fez andar por horas descalça a
Dorothy colocou o pé no castelo e o duque foi ao seu encontro desesperado.― Senhorita Denzel, preciso de sua ajuda!Dorothy o ignorou e continuou andando.Vincent insistiu: ― Lily está muito doente, hoje pela manhã não se sentiu bem e agora está ardendo em febre, assim como a senhorita me ajudou ajude ela também, não posso perder mais um filho. Não me importa que use bruxaria desde que salve minha Lily.― E depois o senhor vai correndo contar para o padre maluco, como fez da outra vez?― Eu juro que nem sabia que esse bode velho estava na cidade!Claro que vou ajudar Lily, ela é só uma criança e não tem culpa de ter o pai que tem, e eu me apeguei muito a ela.― Muito obrigado senhorita, não tenho como agradecer--te.― Não me agradeça, de preferência nem dirija a palavra a mim, não vou fazer pelo senhor,
Era uma manhã como todas as outras no castelo, todos os criados estavam ocupados com seus afazeres, a senhora Carter certificando-se de que tudo estava na mais perfeita ordem, a governanta como sempre, correndo de um lado para outro apressada, depois de falar com o duque chamou Christine.― Senhora Carter, mandou me chamar? ― disse Christine.― Sim, a partir de hoje a senhorita tem uma nova função aqui no castelo, o duque pediu para que eu designe alguém para ser a criada da senhorita Denzel, não consegui pensar em ninguém melhor do que a senhorita.― Muito obrigada senhora Carter, vou imediatamente começar a servir a senhorita Denzel.Christine foi correndo até os aposentos de Dorothy para contar a novidade.― Com licença, senhorita Dorothy, tenho uma novidade para te contar.Dorothy estava escrevendo em seu diário, ficou feliz porque achou que a novidade tinha a ver com
Dorothy começou a falar, mas a senhora Carter interrompeu:― Senhorita, tem um homem da vila te procurando, eu disse que estava almoçando, mas ele insiste dizendo que é urgente, o pobre homem está desesperado.― A senhora sabe de quem se trata? ― perguntou Dorothy muito curiosa.― Sim, trata-se do senhor Emor, o ferreiro.― Vou recebê-lo sim. ― disse Dorothy intrigada. Que assuntos ela teria para tratar com o ferreiro que nunca ouviu falar?― Eu te acompanho. ― disse o capitão. ― A senhorita na frente.Quando Dorothy chegou ao portão do castelo, o duque já estava lá conversando com o homem desesperado.― Senhorita, me perdoe por vir assim sem avisar no horário do almoço, mas meu filho está morrendo, com muita febre, tossiu sangue, soubemos na vila que a senhorita sabe curar essas doenças, pago o que for preciso, mas cura meu menino! ― disse o fer
Enquanto Vincent cavalgava lhe ocorreu que a neve e o frio eram os menores dos perigos que ela poderia enfrentar no caminho.― Inferno, porque essa mulher não me obedece.Conforme Dorothy caminhava, a sua coragem ia se esvaindo pelo caminho. Que estrada era aquela? Ela não conseguia reconhecer, tinha andado tanto, pegou tantos caminhos que não conseguia voltar, a noite não tardaria chegar, ao escutar o trote de um cavalo, ficou aliviada, quando o cavalo se aproximou percebeu que não se tratava de Vincent, mas de um homem desconhecido. Quando chegou mais perto disse:A senhorita está perdida? ― disse o estranho que estava montado no cavalo.― Não senhor! ― Dorothy respondeu apertando o passo.― Mas não é seguro uma dama tão bonita andar sozinha por aqui, venha, suba no meu cavalo eu te levo ao seu destino.O homem aparentava sujeira, os dentes que lhe restavam na boca n&ati