Era uma manhã como todas as outras no castelo, todos os criados estavam ocupados com seus afazeres, a senhora Carter certificando-se de que tudo estava na mais perfeita ordem, a governanta como sempre, correndo de um lado para outro apressada, depois de falar com o duque chamou Christine.
― Senhora Carter, mandou me chamar? ― disse Christine.
― Sim, a partir de hoje a senhorita tem uma nova função aqui no castelo, o duque pediu para que eu designe alguém para ser a criada da senhorita Denzel, não consegui pensar em ninguém melhor do que a senhorita.
― Muito obrigada senhora Carter, vou imediatamente começar a servir a senhorita Denzel.
Christine foi correndo até os aposentos de Dorothy para contar a novidade.
― Com licença, senhorita Dorothy, tenho uma novidade para te contar.
Dorothy estava escrevendo em seu diário, ficou feliz porque achou que a novidade tinha a ver com
Dorothy começou a falar, mas a senhora Carter interrompeu:― Senhorita, tem um homem da vila te procurando, eu disse que estava almoçando, mas ele insiste dizendo que é urgente, o pobre homem está desesperado.― A senhora sabe de quem se trata? ― perguntou Dorothy muito curiosa.― Sim, trata-se do senhor Emor, o ferreiro.― Vou recebê-lo sim. ― disse Dorothy intrigada. Que assuntos ela teria para tratar com o ferreiro que nunca ouviu falar?― Eu te acompanho. ― disse o capitão. ― A senhorita na frente.Quando Dorothy chegou ao portão do castelo, o duque já estava lá conversando com o homem desesperado.― Senhorita, me perdoe por vir assim sem avisar no horário do almoço, mas meu filho está morrendo, com muita febre, tossiu sangue, soubemos na vila que a senhorita sabe curar essas doenças, pago o que for preciso, mas cura meu menino! ― disse o fer
Enquanto Vincent cavalgava lhe ocorreu que a neve e o frio eram os menores dos perigos que ela poderia enfrentar no caminho.― Inferno, porque essa mulher não me obedece.Conforme Dorothy caminhava, a sua coragem ia se esvaindo pelo caminho. Que estrada era aquela? Ela não conseguia reconhecer, tinha andado tanto, pegou tantos caminhos que não conseguia voltar, a noite não tardaria chegar, ao escutar o trote de um cavalo, ficou aliviada, quando o cavalo se aproximou percebeu que não se tratava de Vincent, mas de um homem desconhecido. Quando chegou mais perto disse:A senhorita está perdida? ― disse o estranho que estava montado no cavalo.― Não senhor! ― Dorothy respondeu apertando o passo.― Mas não é seguro uma dama tão bonita andar sozinha por aqui, venha, suba no meu cavalo eu te levo ao seu destino.O homem aparentava sujeira, os dentes que lhe restavam na boca n&ati
Pela manhã Dorothy pensou em ficar na cama o dia todo, quando a senhora Carter foi até seus aposentos e disse: ― Tem uma senhora lá fora te procurando.Ela vestiu-se e desceu, quando chegou no portão do castelo estava uma senhora segurando uma criança pela mão.― Ouvi falar que a senhorita consegue curar as pessoas, pode por favor ajudar meu filho?Era uma criança de uns quatro ou cinco anos, seu rosto estava com manchas brancas e seu abdômen distendido.― Ele está com vermes senhora, pode aguardar aqui volto logo.Dorothy pediu para senhora Carter uns frascos pequenos de vidro vazios, procurou na bolsa entre tantos remédios que tinha e lá achou o apropriado para a criança. Amassou todas as doses e colocou uma dentro de cada frasco. Então voltou para o pátio do castelo.― Desculpa a demora, a senhora vai fazer assim: quando chegar em casa, dilua
Quando retornaram ao castelo o duque veio aos gritos:― Onde vocês estavam?Dorothy respondeu:― Eu precisei sair e pedi para o capitão Landon me acompanhar, algum problema?― Por que não me pediu para te acompanhar? ― argumentou Vincent.― Porque eu preferi a companhia do capitão. ― respondeu mais uma vez Dorothy.Landon, pediu licença e se retirou, deu a desculpa que tinha algumas obrigações do exército para cumprir e saiu quase sem ser notado.O duque continuou dizendo:― A senhorita recebeu alguns presentes.― Como assim?― As pessoas que a senhorita atendeu aqui nos portões do castelo pelas minhas costas, vieram expressar a gratidão deles.Quando Dorothy viu os presentes, levou um susto, se tratava de galinhas vivas, um porco, sacos com milho, outro com feijão, compotas de frutas, salames defumados.― O que eu vou
Se existe um sujeito que não sabe lidar com dívidas, esse sujeito chama-se passado, credor mais cruel que existe. Se algo ficou pendente, passe o tempo que passar, siga a vida o rumo que ela seguir, um dia o passado retorna para nos cobrar. Somente depois de quitar a dívida de ontem (ou perdoá-la), conseguiremos realmente seguir em frente.― Milady, seu banho está pronto! ― disse Christine.Depois de tomar banho, Christine vestiu Dorothy, camadas e mais camadas de panos, um espartilho muito apertado que ela mal conseguia respirar, seus cabelos muito bem penteados e seu vestido era o mais lindo e Lily era a mais animada, já que foi ela quem escolheu o vestido.― A senhorita vai ser a mais linda de todo o baile. ― disse Lily.― Só porque a senhorita ainda não tem idade para frequentar tais eventos.Quando Dorothy desceu as escadas, Vincent ficou paralisado, ela estava tão imponente, uma v
Ao sair da biblioteca, Dorothy perdeu-se e entrou em uma espécie de sala menor, foi quando levou um susto ao avistar Vincent e Valentina se beijando, ela sentiu uma raiva queimando dentro de si.Voltou para o salão principal e a primeira bandeja com taça que passou, ela pegou duas de uma vez, tomou praticamente em um só gole, tomou as duas e pediu a terceira.― Acho que alguém já tomou champanhe o suficiente. ― disse o capitão Landon.― Vou ter que discordar, estou apenas começando. ― respondeu-lhe Dorothy com a fala lenta devido ao seu estado de embriaguez.O capitão Landon tomou a taça da mão de Dorothy e disse:― Lembro-me perfeitamente de a senhorita ter me pro-metido uma dança.Landon pegou a mão de Dorothy e a conduziu para o meio do salão, ela deu alguns passos, e quase caiu.Não estou me sentindo bem. - disse Dorothy
Quando Dorothy acordou a primeira parte do seu corpo que sentiu foi a cabeça, porém não doía mais que seu ego. Ela bebeu tanto a ponto de ficar solta e fazer o que pensava sem culpa ou vergonha, porém não bebeu o suficiente para se esquecer do que havia feito ou dito. Não tinha coragem de sair do quarto para não dar de cara com Vincent, nunca mais conseguiria encará-lo novamente.― Milady, o duque pediu para a senhorita ir até a biblioteca, deseja falar-lhe. ― disse Christine.― Fala para ele que eu estou com dor de cabeça, não vou sair do quarto.― O milorde disse que a senhorita diria isso, ele disse também que se a senhorita não for na biblioteca, em dez minutos ele vem aqui.― O que esse duque está pensando?Dorothy pegou um analgésico escondido de Christine e saiu do quarto.― Milady, a biblioteca é para lá. ― di
Quando Dorothy desceu para ir até a casa do ferreiro, viu uma moça chorando desesperada em frente à porta da igreja.― Pobrezinha! Trata-se da senhorita Olivia Edgell, filha do padeiro. ― disse o senhor Culbert.― O que será que aconteceu com a moça? ― perguntou Dorothy tomada de compaixão.― Soube que ela foi fazer uma entrega de pão, na volta um sujeito se aproveitou dela e ela engravidou, a família ficou com vergonha de ter uma filha desonrada em casa e a expulsou.― Minha nossa, que horror! A coitada não tem culpa, é uma vítima.― Mês passado a criada de um lorde, cuja identidade estão tentando ocultar, tirou a própria vida por conta disso. As pobres moças se sentem perdidas, a sociedade as vê como escória.― Eu vou ali conversar com a moça.Enquanto Dorothy dirigia-se ao encontro de Olívia, se deparou