Duas semanas depois…
Los Angeles, Quinta-feira.
Aria correu como louca após sair da cafeteria, os resultados da seleção para o programa de Artes Digitais na Coreia do Sul já haviam chegado, estava louca para abrir o computador e saber se tinha conseguido a vaga. As garotas tinham se reunido para o momento, compraram bebida barata e muita comida, mais que o suficiente para uma comemoração decente.
Correndo pelas ruas agitadas com uma caixa de bolinhos nas mãos, Aria percorreu pelo menos dois quarteirões até finalmente chegar ao seu apartamento.
O som da televisão foi a primeira coisa a ser ouvida quando ela entrou, um
Los Angeles, Quinta-feira.Gregory havia chegado à Los Angeles no início da noite, a viagem havia sido mais cansativa do que esperava, contudo, mesmo tendo tirado uma folga e se afastado de tudo, não havia força no mundo que o impedisse de pensar nela.Allie foi a dona de seus pensamentos durante cada hora de cada dia, não importava o quanto tentasse se manter ocupado, ouvia o som da risada dela em toda parte. Os comentários sarcásticos e a postura desinibida, até mesmo o cheiro dela o estava assombrando aquela altura.Quando finalmente chegou em casa ele resistiu a tentação de encarar a porta dela, queria procurar por qualquer sinal de que ela havia ficado, tinha evitado o tempo todo saber qu
Um mês depois…Los Angeles, segunda-feira.O sol já estava alto naquela hora da manhã, Church se contorcia na janela do quarto, apreciando o calor do sol sobre seu corpo roliço. O gato saltou da janela aberta para dentro do quarto e seguiu a passos suaves até a cama.Ao saltar sobre os lençóis vermelhos, o animal contemplou os quatro pés emaranhados sobre os lençóis onde os dois adultos estavam adormecidos.Church seguiu sobre as costas de Gregory, subindo nos ombros de Allie, o gato se deitou sobre o queixo dela deixando suas patas sobre o nariz. Depois de alguns segundos se sentindo sufocada pelo peso do animal, a mulher finalmente despertou numa das piores crises de
Los Angeles, Quarta-feira. Relato de Allie Edwards - Um desastre chamado Kyle O dia se tornava cada vez mais tedioso conforme as horas do relógio corriam diante dos meus olhos, ficar no balcão da Mevin’s Magazine passando as compras de várias patricinhas loiras, oxigenadas e desempregadas que decidiam passar o dia no shopping em plena quarta feira era quase tão ruim quanto ir ao dentista. A garota à minha frente não parece ter mais que vinte anos, pelas roupas brilhantes e extravagantes postas sobre o balcão percebo que as festas das faculdades estão começando. Gastar centenas de dólares em um tubinho minúsculo e dezenas de calcinhas não era uma coisa muito socialmente agradável. Dane-se o protocolo, nenhuma mulher com mais de vinte anos compra quinze calcinhas fio dental, me recuso a crer que a vida sexual dessa criança é mel
Sozinha no bar fico a divagar sobre minha existência conforme as doses vão passando, ao bater das onze o banco ao meu lado é ocupado por um rapaz de estatura mediana. Os cabelos pretos e a barba por fazer destacam o rosto jovem, ele pede uma garrafa de whisky e parece determinado a acabar com ela sozinho. Observo fascinada a elegância com a qual ele serve uma dose a si mesmo e vira o copo como um cowboy do velho oeste, digno dos filmes que eu amava assistir durante a época do colégio. A pouca dignidade que me resta me diz para parar de encará-lo e ir embora, mas meu cérebro insiste em continuar observando como se ele fosse um alienígena impressionante. Estava tão fora da realidade que sequer percebi quando os olhos castanhos me notaram encarando seu rosto. - Você parece fascinada. – Ele sorri discretamente me vendo enrubescer de vergonha. - Desculpe. –
Los Angeles, Quinta-feira. O sol brilhava no céu às sete da manhã, as cortinas do pequeno kitnet estavam abertas quando Allie correu até o fogão para desligar a chaleira fervente. Saindo da cozinha com uma xícara fumegante de café ela seguiu para o espelho do corredor checando sua aparência. O uniforme da loja estava bem passado e as calças jeans serviam com maestria em suas coxas grossas, destacando os sapatos brancos que lhe davam um charme levemente feminino. Maquiada com nada além de um delineador de gatinho, ela seguiu até a janela tendo uma vista adorável de Church urinando em sua caixinha de areia. O gato de pelo cinzento se preparava para uma longa briga com as flores do vizinho do andar superior, seria
Para Allie, os dias foram regados a faxinas desagradáveis e maratonas de antigos seriados de comédia na televisão. A rotina triste de uma mulher solteira que nunca tem tempo de lavar a roupa. Quando o meio da semana chegou trazendo uma liquidação nova na loja, o caixa estava lotado com longas filas graças aos quarenta por cento de desconto que o gerente havia declarado em todas as roupas disponíveis. O dia havia sido um caos, Allie tinha ouvido mais reclamações sobre o limite do cartão de crédito do que jamais ouviu, os gritos de reclamação dos clientes a faziam querer ter a visão do Superman e desintegrar cada um deles ali mesmo. Quando se sentou no ônibus na volta para casa, agradecida por ter conseguido um assento no início da viagem, Allie se surpreendeu por seu celular ter vibra
Relato de Allie Edwards - Um mentiroso chamado Tyler Às vezes as coisas são ótimas, por isso amo a realidade criada por celulares. Eles te permitem falar o que pensa para alguém sem que ela te dê uns tapas de imediato. Eu comecei a escrever esses relatos porque sou incapaz de falar o que penso em voz alta, mas se está escrito e ninguém vai ler. Que todo mundo se dane! Eu não estou aqui para falar do meu hobbie secreto, estou aqui para falar do Tyler. O maravilhoso... Perfeito... Quando estacionou o carro na garagem do edifício ele suspirou vendo Church sentado sobre um ar condicionado no quinto andar, por dois minutos ele observou a estrutura se questionando como o gato havia parado em um lugar tão absurdo. Mas nada no mundo poderia responder aquilo, as leis da física simplesmente não se aplicavam aqueles animais pequenos e malévolos. Subindo até o elevador ele se surpreendeu ao ver Allie lá dentro com olheiras tão profundas que assustariam um demônio. Entrando na gigantesca bolha de constrangimento Gregory a observou analisar todos os pontos do elevador para evitar observá-lo. Se recordando da dívida que Allie teria com ele talvez pelo resto da vida graças ao animal medonho que ela criava em seu apartamento, Gregory soltou a bombaUm "não encontro" com o meu vizinho