- VOCÊ ACHA QUE ESTÁ FALANDO com quem, garoto?
Ele sabia naquele momento que tinha dado ruim para ele.
— Quantos deuses já me desafiaram nestes meses, você é só mais uma.
— Sim... sou só mais uma...
Ticê sorriu satisfeita com o egocentrismo do garoto e estalou os dedos e Kiamunaka-manã apareceu.
— Miauuuuuuuuu... Raonizinhooooo
A deusa onça colou seu rosto ao de Raoni em sinal claro de afeição a ele.
— Não acha que é apelar demais?
A deusa sorriu ainda mais satisfeita vendo que o ego
- DEIXA QUE EU FALO COM ELA, tudo bem? — Miau!! Para quem é o grande guerreiro, está com medinho de uma garotinha? — Não é bem assim que funciona.— O QUE ELA ESTÁ FAZENDO AQUI? – Gritou Pequena Princesa. — Miau!!! Oi para você também... — Aff... — Calma, garotas... Amor, eu posso explicar. — Terei que fazer uma missão para o meu pai. — E desde quando você &eacut
- QUEM DIABOS É VOCÊ? — Ele é o Boto. — Boto? Vou é botar a minha mão na sua cara se não sair daqui, seu desgraçado sem vergonha, tenho nojo de um tipinho como você. — Está nervosinho só porque acharam que eu era seu pai? — Que história é essa, Raonizinho? — Minha mãe foi embora da tribo grávida e todos achavam que ela tinha engravidado desse pateta aí... pior do que não ter um pai seria saber que seu pai é um pilantra que engana as mulheres a seu bel prazer.&nb
ASSIM QUE ELES CHEGARAM na entrada da caverna foram abordados por um ser reluzente. — Sejam bem-vindos. — Miau! Ó grande Guaraci, viemos aqui para ajudarmos Anhangá, o grande protetor de toda fauna. — Claro que sim, meu irmão irá precisar de toda ajuda possível. — Você é irmão dele? — Todos nós na floresta somos irmãos. Guaraci que emanava raios solares olhou atentamente nos olhos de Raoni como se estivesse lendo a mente dele. &md
O SUBMUNDO ERA DIFERENTE de tudo o que Raoni já tinha visto, era por isso que Guaraci estava dizendo que os homens vivos tinham uma percepção errônea sobre a morte. — Não fique com medo dos espíritos, miau, eles não podem fazer nenhum mal. — Na verdade, sinto paz em estar aqui. — Para nós, deuses amazônicos, miau, a morte é um processo, por isso Catxuréu leva pessoalmente as pessoas até aqui. — No fim das contas, ela é uma boa deusa. — Tudo o que é natural é bom, miau, e a morte não é o fim da estrada.
- MAS ANTES DE BRINCARMOS um pouco, quero que vejam meu irmão e como o estamos tratando. Eles seguiram Xandoré até os aposentos de Anhangá e estava ouvindo música. — Raooooooni... queeeee graaaaata surpreeeeesa – disse cantando no ritmo da música. — Não posso dizer o mesmo. — Gatiiiiinha. Imediatamente Kiamunaka-manã começou a ronronar, o que fez Anhangá dar um sorriso. — Queeeeeero queee conheeeeeeeçam Anhum, o deeeeeeus da músicaaaaa.Raoni percebeu que aquele deus era dife
- QUEM ESTÁ AÍ? — Parece que não se lembra do seu primeiro sonho, jovem guerreiro. Raoni pegou seu talimã e o transformou em lança e o energizou, mas nenhuma luz que tentasse emanar parecia surtir efeito contra aquela escuridão. — Lembra-se do seu primeiro sonho? — Óbvio que me lembro... — Eu te chamei naquele dia para se encontrar comigo, apesar de estar sempre contigo. — Que papinho idiota é esse? — Onde acha que estamos, Raoni?<
A PEQUENA LUZ QUE RAONI havia concebido estava começando a se extinguir. — Agora me diga como posso te vencer, Jurupari. — Me vencer? Não sou seu inimigo, só alimento o que há dentro de você, assim como há dentro de cada ser humano que habita no mundo. — Mas todo ser humano tem uma luz também. — Sim, alguns têm... mas não é o seu caso. — Como não... salvei minha esposa, salvei minha mãe, salvei a floresta... Mas amou lutar contra os deuses e monstros mitológicos... admita
ELES FORAM ATÉ O SALÃO dos mortos.— Devolva o submundo para Ticê e Anhangá, Xandoré.Xandoré sorriu. — Porque faria isso? — Porque vim aqui restabelecer a ordem. — Você criou a bagunça, conviva com as consequências de suas próprias ações. — Sim... agora estou criando outra. Raoni energizou sua lança e atacou Xandoré que se tornou fumaça. — Pelo visto não aprendeu nada lutando contra Jurupari.&n