Quando chegou à cozinha, a cena era desesperadora.Astrid se debatia no chão. Thyra e Ylva tentavam conter as convulsões e Sigrid estava inerte, sem saber o que fazer. — O que houve? — gritou Sigurd. — Eu… eu não sei! Acho que o chá… o chá… o chá … Sigrid tentava falar alguma coisa. Rolf se aproximou de Astrid e pode sentir a vida de sua rainha se esvaindo entre seus dedos. Thyra tentava usar o seu poder para reverter o feitiço e Ylva tentava entrar na mente de Astrid e impedir a passagem. Foi quando um estrondo surgiu na cozinha e uma luz verde surgiu das mãos de Sigrid. Na sua testa surgiu uma marca, característica de um poder oculto, conhecido como Helbredende, o poder de regeneração mitótica, capaz de curar e desfazer feitiços. Todos estavam assustados. Rolf sorriu e por um momento se acalmou. — Afastem-se de nossa rainha! Ela se aproximou da amiga e levou suas mãos até seu corpo. Uma energia verde saiu de suas mãos e assolou o corpo de Astrid. Sigrid depositava todo o seu p
No Reino do Fogo…Erik estava posicionado nos portões da cidade, ao lado de Olaf, ambos à espera da chegada de Ragnar. O céu estava tingido de laranja e vermelho, refletindo a intensidade do reino que habitavam. As chamas dos fogos de sinalização dançavam ao vento e o som distante de martelos batendo em metal ecoava, criando um ambiente vibrante e pulsante. Logo, a figura loira de Ragnar apareceu ao longe, montado em seu cavalo negro, acompanhado por Arne e Njall. A presença dele era imponente e Erik sentiu um frio na barriga com a expectativa do que estava por vir.Ragnar se aproximou, seu sorriso largo iluminando o rosto marcado pelas batalhas. Ele estendeu o braço em um cumprimento brutal, um aperto de punhos que simbolizava a amizade e a camaradagem entre eles.— Nunca pensei que fosse sentir tanto sua falta, Erik. — exclamou, com o tom de voz forte e cheio de vida.Erik sorriu de volta e respondeu divertido:— Admita que não vive sem mim. — A conexão entre eles era inegável, er
A caminho das Terras no Norte…O sol começava a se pôr, tingindo o céu de tons avermelhados, enquanto Ágata se movia rapidamente, organizando o fogo e a comida para a noite que se aproximava. Leif, o rei, já havia vistoriado a pequena caverna onde iriam se abrigar. A atmosfera estava carregada, nuvens escuras se acumulavam no horizonte e um pressentimento de tempestade pairava no ar. — É melhor nos banharmos. — Ágata disse, virando-se para Leif com um olhar decidido. — A tempestade está chegando e será impossível sairmos da caverna quando a chuva começar. Leif olhou para Ágata e hesitou. — Juntos? — perguntou, com uma mistura de surpresa e timidez. A morena soltou uma risada, iluminando seu rosto delicado. — Por acaso, milorde, você nunca viu uma mulher nua? Não me diga que vossa majestade é virgem?Os olhos de Leif se arregalaram e ele gaguejou: — É claro que não! É só que, geralmente, as mulheres com quem convivo… elas não são tão... assim… — Assim como? — Ágata provocou com
Nas terras do Reino da Terra…Ingrid caminhava decidida em direção à sala do trono, onde seu pai, o rei Gudrun, discutia com os generais de seu exército. A atmosfera estava carregada de tensão. A iluminação da sala era suave, mas sombria, refletindo a gravidade da conversa. O rei gesticulava com fervor, sua voz ecoava pelas paredes ornamentadas.— Não interessa, Roar! Eu já disse que precisarei me ausentar por três dias e vocês ficarão de olho no reino com Verner. Não podemos vacilar. Não confio no rei Ivar e muito menos no meu genro. Outra coisa: como vocês permitiram que o rei do Reino do Vento fugisse? Ele teve ajuda! Vejo que não posso confiar em meus homens, estou perdido!Os generais, visivelmente intimidados, se afastaram, deixando a sala em silêncio. Gudrun, em um gesto de raiva, arremessou sua taça de vinho contra a parede, fazendo o vidro se estilhaçar. — Imprestáveis! Não servem para nada! Incompetentes! Estou cercado de idiotas! — soltou um suspiro pesado e ao olhar para
Ragnar estava sentado em uma sala, mergulhado em profunda meditação. À sua frente, Ivar aguardava com uma expressão séria, enquanto Erik e Olaf observavam em silêncio, conscientes da gravidade do que estava prestes a acontecer. Ragnar estava em comunhão com Ræv, avaliando seu poder e se preparando para extrair o de Ivar. Erik permanecia próximo, ansioso, pois sabia que tão logo a extração fosse concluída, o poder deveria ser imediatamente transferido para seu olho direito.Concentrando-se intensamente, Ragnar começou a canalizar seu poder. Uma energia vibrante circulava ao redor do seu corpo, refletindo toda força que emanava dele. Não era apenas de seu poder que ele precisava, a energia da natureza também era essencial para a realização do feito. Pequenos raios de energia saíam de suas mãos e uma camada de fogo revestiu seu corpo, criando uma aura impressionante. Erik, Olaf e Ivar trocavam olhares de preocupação diante de tanto poder.Abrindo os olhos, Ragnar revelou um vermelho in
No Reino do Fogo…Ragnar despertou de um sono profundo, sua mente ainda estava nebulosa. Ao abrir os olhos, ele se deparou com um quarto grande e majestoso, suas paredes ornamentadas e o teto alto refletindo a luz suave que entrava pelas janelas. As memórias do que havia acontecido começaram a retornar lentamente e ele se sentou abruptamente na cama, percebendo que não estava sozinho. Seu melhor amigo e irmão, Erik, estava sentado em uma cadeira ao seu lado, observando-o com atenção.Os olhos de Erik transmitiam preocupação e Ragnar percebeu que algumas memórias ainda não haviam voltado para ele. A porta do quarto se abriu, por ela entraram Rolf e Sigurd. Nesse momento, Ræv liberou suas lembranças e Ragnar fechou os olhos, deixando um grunhido alto escapar de seus lábios. Ao abri-los novamente, sentiu seu poder oscilando, uma energia intensa pulsava dentro dele.— Odin… — Ragnar murmurou, sentindo a dor da realidade bater em seu peito. Ele virou-se para Sigurd, as lágrimas começando
Ingrid seguia viagem montada em seu cavalo branco, ao lado de seu pai. O silêncio entre eles era palpável, pesado e a angústia crescia dentro dela. Desde o encontro com a anciã, anos atrás, sua confiança em Gudrun havia se dissipado. Ele era um homem amante da cobiça e do poder, era capaz de tudo por eles. Quando jovem, ela foi tão apaixonada por ele e pela forma como comandava seu reino que ignorou os rumores sobre a morte de sua mãe.A ideia de seu pai ter entregue sua mãe em sacrifício aos deuses, em troca de poder, parecia absurda. Como ele poderia ser capaz de uma loucura dessa magnitude? Neste momento, refletia durante a caminhada e via que sim, ele poderia ter cometido tal atrocidade. A cobiça transforma as pessoas e ela se perguntava até onde um homem seria capaz de ir em nome da ganância e da ambição. Ela não queria pensar nisso, mas a verdade era que, anos atrás, ela própria havia cometido um ato similar, condenando duas vidas por um amor platônico. Será que valeu a pena?E
Nas Terras do Norte…Ragnar e Astrid acabavam de enterrar seu filho. Era doloroso demais. Ele se aproximou de seu pai, Bjorn, recebendo como consolo um abraço apertado. O rei do Reino do Relâmpago sentiu o corpo do filho tremer contra o seu e essa conexão era tudo o que ele precisava naquele momento. À distância, Erik estava abraçado a Sigrid e a dor que emanava dela era quase tangível. O elo entre eles era forte, profundo e intenso. Ragnar e Erik não eram apenas irmãos de coração, eram irmãos de alma, ligados por experiências e vidas passadas.Erik sentiu a tristeza de Sigrid enquanto ela suspirava fundo, ele a virou para si e ao olhar em seus olhos, percebeu que chorava. Compreendendo que ela precisava de um momento a sós, levantou-se e segurou o braço da namorada, guiando-a para um canto mais privado.— O que houve, meu amor? — ele perguntou, com a voz suave e encorajadora.Sigrid sorriu levemente ao ouvir o carinho em suas palavras. Olhou para Astrid que estava abraçada com Fr