Bjorn
Quando Laguerta surgiu diante de mim, o mundo pareceu parar.
Eu não sabia como descrever a mistura de emoções que explodiu no meu peito.
Era medo de que tudo aquilo fosse apenas um sonho e eu acordasse sozinho novamente. Era alegria, uma felicidade quase dolorosa, por estar ao lado da única mulher que amei em toda a minha vida.
Ela parecia confusa, perdida entre dois mundos, mas eu sabia o que precisava ser feito. Sir havia sido clara: ela só ficaria se quisesse ficar. Então, fiz o que meu coração mandou, chamei seu nome com todo o amor e desespero que existia em mim. Por um instante, temi que ela não reconhecesse minha voz…então, vi seu sorriso nascer e seus olhos azuis brilh
No Reino da TerraInga aproximou-se silenciosamente da sala do trono, seus passos leves eram como o vento. Na penumbra do corredor, pôde ouvir uma discussão feroz ecoando pelas paredes. A voz áspera e poderosa de Gudrun ressoava com fúria e a resposta fria e calculada da Bruxa Vermelha cortava o ar como navalha.Ela parou e observou pela fresta da porta.— Gunhild, você não entende! — Gudrun vociferou, socando o braço do trono com força. — Recebi um corvo do Reino da Água. Eina
No Reino do Fogo— Ivar... eles chegaram — disse Olaf, com a voz tensa.— Então, não vamos deixá-los esperando — o rei se levantou, empunhou sua espada e olhou para os homens ao seu redor com determinação.Gudrun não veio pessoalmente. Após a vitória sobre o Reino da Água, ele precisava recuperar suas forças. No entanto, seus generais partiram para liderar a destruição do Reino do Fogo e do Reino do Relâmpago. Krakto e Omoi marchavam com mais de 100 mil soldados, cavalos enfeitados para a guerra e enormes lobos enfeitiçados por Gudrun ao lado deles. O ar carregava o cheiro metálico da guerra iminente.O exército da Terra avançava sob o sol escaldante, suas armaduras reluzindo como brasas. A bandeira do reino tremulava no vento, suas cores tingidas de um verde-oliva profundo.— General — chamou um dos homens, aproximando-se a cavalo. Sua armadura de prata, com detalhes em cobre, brilhava enquanto ele segurava as rédeas com firmeza. — Estamos a duzentos metros, eles estão a postos, agu
ArneCavalgo ao lado de Agatha, uma das guerreiras mais habilidosas que já vi em campo de batalha. Ela é feroz e implacável, uma selvagem leal ao Meishu, cumprindo suas missões com a precisão de uma tempestade que ninguém pode conter.— Agatha, eles estão perto! — grito com a voz cheia de energia e fúria.A profecia estava se cumprindo diante de nós. Não havia mais dúvidas. Enquanto estivermos vivos, lutaremos até o fim. Vamos esmagar o exército do rei Gudrun e gravar nossos nomes nas canções que ecoarão por eras. Ao olhar para ela, vejo seu sorriso surgir, um sorriso feroz e determinado.— Entre os selvagens, morrer em batalha é uma honra. Seremos os que alcançarão a glória ao lado de nosso rei. Não tememos a morte. O que tememos é viver como escravos.— Tem certeza disso? — pergunto, provocando-a.Agatha assente com o olhar, firme como aço. Ela, Thyra e as outras guerreiras estão confiantes. Treinamos por noites a fio para esse momento, confio cegamente em todas elas.— Cem metros!
O som do metal contra metal ecoava como trovão no campo de batalha. O chão era um mar de corpos e o cheiro de sangue pairava no ar como uma sombra cruel. No centro do caos, Olaf lutava com a fúria de mil tempestades ao lado do selvagem Arne.Arne lutava corpo a corpo com uma criatura monstruosa, uma águia imensa, suas penas tingidas de carmesim com o sangue de soldados abatidos. A ave soltava gritos ensurdecedores enquanto suas garras afiadas rasgavam o ar, tentando alcançar o guerreiro que, com o sorriso selvagem nos lábios, não recuava. Ele girava com destreza, desviando dos ataques com a precisão de um predador.— Menneskedyr klon!— gritou com sua voz que saia como um trovão. No Reino do NorteO vento frio soprava sobre as montanhas do Reino do Norte, trazendo consigo o cheiro de pinho e gelo. Ragnar permanecia imóvel, com os olhos fixos no horizonte. Esperava ansiosamente o retorno de Erik do Reino do Fogo. O peso da devastação do Reino da Água ainda repousava sobre seus ombros. Os relatos sobre os sobreviventes escravizados pelo rei insano atormentavam sua mente.Cada vida perdida aumentava sua sede de vingança. Ele não queria apenas derrotar Gudrun, queria destruí-lo com as próprias mãos.Dentro de Ragnar, Raev lutava para conter a ira do rei. A fera dentro dele rugia, ameaçando romper as correntes do autocontrole e conter o Meishu, estava se tornando uma batalha tão perigosa quanto a guerra lá fora.Sigurd, sempre em sintonia com os murmúrios de Vaskebjørn, observa Ragnar atentamente. Ele sentia a instabilidade crescendo como uma tempestade prestes a explodir. Sabia que precisava agir antes que o Meishu perdesse o controle e destruísse tudo ao seu redoCap 125 - Inquietude
Laguerta parou na frente da porta do quarto que dividiria com Bjorn, sentiu o coração batendo descompassado no peito. O silêncio do corredor parecia aumentar o som de sua própria respiração. Desde que voltou, não teve um momento a sós com Björn e agora que isso finalmente aconteceria, uma avalanche de emoções a invadiu.Era estranho… e ao mesmo tempo inevitável. Vinte e quatro anos. Era esse o tempo que os separava, desde a última vez em que estiveram juntos. Seu corpo se lembrava dele, mas seu coração hesitava, como o de uma menina que experimentava o amor pela primeira vez.Ela sorriu de canto, um sorriso tímido, quase nervoso. — Você é uma mulher, uma selvagem e não uma garota assustada — murmurou para si mesma.Ainda assim, o olhar de Björn a perseguia. Onde quer que estivesse, sentia os olhos dele sobre si, intensos, ardentes, mas também ternos. Ele não precisava dizer nada, aquele olhar era uma declaração silenciosa de amor, saudade e desejo.Laguerta respirou fundo uma última
A sala estava em penumbra, iluminada apenas pelo fogo brando na lareira.Ragnar estava em pé, de costas para a porta, com as mãos apoiadas na mesa de guerra. O mapa diante dele era um emaranhado de estratégias e possibilidades, mas seus olhos não viam mais nada.Sua respiração era pesada, seus ombros rígidos como se carregassem o peso de todo o mundo. Raev em seu interior gritava com ele, mas era ignorado. Sentia a oscilação do seu poder, sabia que isso era perigoso mas pensar em perder as pessoas que amava, deixava o selvagem vulnerável.Astrid entrou devagar, fechando a porta com cuidado. O vento cortante soprava entre as árvores retorcidas, trazendo consigo o cheiro metálico de gelo e algo mais sombrio… algo que fazia até os corvos permanecerem em silêncio.Inga e Gunnhild avançavam pela trilha coberta de neve em direção às montanhas geladas. O ar estava denso, como se o próprio mundo prendesse a respiração.Inga mantinha o olhar fixo à frente, seus lábios curvados em um sorriso enigmático. A cada passo, seu coração acelerava com a antecipação de seu plano. Ela não via a hora de ter nas mãos o poder absoluto da feiticeira e, finalmente, quebrar o pacto que a prendia a Último capítuloCap 128 - O Confronto nas Montanhas Geladas