No Reino do Norte
O altar estava pronto. A mesa de sacrifício, coberta com flores de todas as cores, exalava um perfume que misturava suavidade e reverência. Cada detalhe foi cuidadosamente preparado. Astrid, Thyra, Ylva, Sigrid e Agatha mal conseguiam conter a expectativa pelo que estava por vir.
Astrid fechou os olhos por um momento e quase sentiu o abraço caloroso da sogra, aquele que a consolou quando ela perdeu seu primeiro filho. Um sorriso leve se formou em seu rosto ao lembrar a alegria estampada nos olhos de Ragnar quando Sir revelou que era chegada a hora de trazer sua mãe de volta à vida. Mesmo acostumada aos mistérios místicos, Astrid ainda se maravilhava com a ideia de um poder capaz de desafiar a própria morte.
Seus olhos buscaram Ragnar. Ele esta
LaguertaMeu corpo ainda doía, mas tudo que eu queria era sentir aquele abraço. Estava nua, deitada sobre pedras frias, mas o calor dele era tudo o que importava.Bjorn acariciou meu rosto com dedos suaves, secando minhas lágrimas com ternura.— É você mesmo? — perguntou com a voz entrecortada pela emoção.Eu o abracei com força, ainda incrédula e deixei escapar em um sussurro:— Você está diferente…Ele riu com aquele sorriso que um dia roubo
RagnarQuando senti os braços de minha mãe ao meu redor, algo indescritível tomou conta de mim. Um calor diferente, antigo, mas ao mesmo tempo novo. Uma paz tão completa que parecia me dissolver por inteiro. Por um instante, eu não era um guerreiro, um líder ou um homem. Eu era apenas um garoto de seis anos, aconchegado no abraço mais seguro do mundo.Quando ela acariciou meus cabelos e seus olhos azuis se encontraram com os meus, senti meu coração acelerar, parecia querer escapar do peito. As lágrimas vieram sem aviso e eu as deixei cair. Não importava quem estivesse ali, não importava se era tolice um homem do meu tamanho chorar. Naquele momento, nada mais importava além daquele abraço.Minha mãe estava de vol
BjornQuando Laguerta surgiu diante de mim, o mundo pareceu parar.Eu não sabia como descrever a mistura de emoções que explodiu no meu peito.Era medo de que tudo aquilo fosse apenas um sonho e eu acordasse sozinho novamente. Era alegria, uma felicidade quase dolorosa, por estar ao lado da única mulher que amei em toda a minha vida.Ela parecia confusa, perdida entre dois mundos, mas eu sabia o que precisava ser feito. Sir havia sido clara: ela só ficaria se quisesse ficar. Então, fiz o que meu coração mandou, chamei seu nome com todo o amor e desespero que existia em mim. Por um instante, temi que ela não reconhecesse minha voz…então, vi seu sorriso nascer e seus olhos azuis brilh
No Reino da TerraInga aproximou-se silenciosamente da sala do trono, seus passos leves eram como o vento. Na penumbra do corredor, pôde ouvir uma discussão feroz ecoando pelas paredes. A voz áspera e poderosa de Gudrun ressoava com fúria e a resposta fria e calculada da Bruxa Vermelha cortava o ar como navalha.Ela parou e observou pela fresta da porta.— Gunhild, você não entende! — Gudrun vociferou, socando o braço do trono com força. — Recebi um corvo do Reino da Água. Eina
No Reino do Fogo— Ivar... eles chegaram — disse Olaf, com a voz tensa.— Então, não vamos deixá-los esperando — o rei se levantou, empunhou sua espada e olhou para os homens ao seu redor com determinação.Gudrun não veio pessoalmente. Após a vitória sobre o Reino da Água, ele precisava recuperar suas forças. No entanto, seus generais partiram para liderar a destruição do Reino do Fogo e do Reino do Relâmpago. Krakto e Omoi marchavam com mais de 100 mil soldados, cavalos enfeitados para a guerra e enormes lobos enfeitiçados por Gudrun ao lado deles. O ar carregava o cheiro metálico da guerra iminente.O exército da Terra avançava sob o sol escaldante, suas armaduras reluzindo como brasas. A bandeira do reino tremulava no vento, suas cores tingidas de um verde-oliva profundo.— General — chamou um dos homens, aproximando-se a cavalo. Sua armadura de prata, com detalhes em cobre, brilhava enquanto ele segurava as rédeas com firmeza. — Estamos a duzentos metros, eles estão a postos, agu
ArneCavalgo ao lado de Agatha, uma das guerreiras mais habilidosas que já vi em campo de batalha. Ela é feroz e implacável, uma selvagem leal ao Meishu, cumprindo suas missões com a precisão de uma tempestade que ninguém pode conter.— Agatha, eles estão perto! — grito com a voz cheia de energia e fúria.A profecia estava se cumprindo diante de nós. Não havia mais dúvidas. Enquanto estivermos vivos, lutaremos até o fim. Vamos esmagar o exército do rei Gudrun e gravar nossos nomes nas canções que ecoarão por eras. Ao olhar para ela, vejo seu sorriso surgir, um sorriso feroz e determinado.— Entre os selvagens, morrer em batalha é uma honra. Seremos os que alcançarão a glória ao lado de nosso rei. Não tememos a morte. O que tememos é viver como escravos.— Tem certeza disso? — pergunto, provocando-a.Agatha assente com o olhar, firme como aço. Ela, Thyra e as outras guerreiras estão confiantes. Treinamos por noites a fio para esse momento, confio cegamente em todas elas.— Cem metros!
O som do metal contra metal ecoava como trovão no campo de batalha. O chão era um mar de corpos e o cheiro de sangue pairava no ar como uma sombra cruel. No centro do caos, Olaf lutava com a fúria de mil tempestades ao lado do selvagem Arne.Arne lutava corpo a corpo com uma criatura monstruosa, uma águia imensa, suas penas tingidas de carmesim com o sangue de soldados abatidos. A ave soltava gritos ensurdecedores enquanto suas garras afiadas rasgavam o ar, tentando alcançar o guerreiro que, com o sorriso selvagem nos lábios, não recuava. Ele girava com destreza, desviando dos ataques com a precisão de um predador.— Menneskedyr klon!— gritou com sua voz que saia como um trovão. No Reino do NorteO vento frio soprava sobre as montanhas do Reino do Norte, trazendo consigo o cheiro de pinho e gelo. Ragnar permanecia imóvel, com os olhos fixos no horizonte. Esperava ansiosamente o retorno de Erik do Reino do Fogo. O peso da devastação do Reino da Água ainda repousava sobre seus ombros. Os relatos sobre os sobreviventes escravizados pelo rei insano atormentavam sua mente.Cada vida perdida aumentava sua sede de vingança. Ele não queria apenas derrotar Gudrun, queria destruí-lo com as próprias mãos.Dentro de Ragnar, Raev lutava para conter a ira do rei. A fera dentro dele rugia, ameaçando romper as correntes do autocontrole e conter o Meishu, estava se tornando uma batalha tão perigosa quanto a guerra lá fora.Sigurd, sempre em sintonia com os murmúrios de Vaskebjørn, observa Ragnar atentamente. Ele sentia a instabilidade crescendo como uma tempestade prestes a explodir. Sabia que precisava agir antes que o Meishu perdesse o controle e destruísse tudo ao seu redoCap 125 - Inquietude