DEANNA
Eu poderia puxar da memória e não encontraria dias como aqueles na história da minha vida.
Era piegas, eu sei, mas era impossível, depois de tudo pelo que passei, acreditar que algum dia eu encontraria felicidade e prazer nos braços de outro homem.
Mas Kade era diferente. Eu podia confiar nele. Podia me entregar sem medo de ser machucada.
Por mais que nosso relacionamento tivesse um prazo de validade, ele sempre fora sincero em relação a isso. Nunca tentara me enganar e parecia verdadeiramente triste, tanto quanto eu, pela nossa iminente separação.
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KADE A reunião com Adam foi melhor do que eu esperava. Ele já estava com tudo pronto para fazer uma apreensão na casa e na empresa de Charles, levando uma equipe do FBI com ele. Seria o fim da linha para aquele filho da puta. Deanna estaria livre para sempre, e eu poderia contar a verdade para ela. Só mais alguns dias… Se me afastasse, ao menos estaria segura. Mas ao menos saberia quem eu era, e eu faria de tudo para que acreditasse nos meus sentimentos. Estacionei o carro na garagem do prédio e subi, sentindo-me animado. Iria contar para ela o que tínhamos, faríamos amor, jantaríamos, e eu queria ainda fazer uma lig
DEANNA A bile subia pela minha garganta, em reação ao medo que sentia. Não era possível. Quantas vezes mais eu ainda teria que sofrer nas mãos dos homens por quem decidia me apaixonar? Depois de descobrir que o cara maravilhoso que me libertara de todos os traumas do passado era um mentiroso, ainda tinha que lidar com o maior pesadelo da minha vida. Assim que fui surpreendida por Charles, na saída da casa de Kade, enquanto esperava por um táxi, soube que estava perdida. Tentei gritar, mas ele estava armado, então, só me restou obedecê-lo e entrar no carro como uma cordeirinha.&nb
KADE As horas pareceram passar em câmera lenta. Cada segundo durava uma eternidade. Talvez eu não tivesse o menor direito disso, mas não conseguia sair do lado de sua cama no hospital. O corte provocado por Charles não danificara nenhum órgão, mas fora fundo o suficiente para ela perder uma boa quantidade de sangue. Além disso, quebrara duas costelas, e ainda nem sabíamos como, já que ela não despertara para contar. Os médicos diziam que ela ficaria bem, que só não despertara porque estava dopada para não sentir tanta dor. Ainda assim, eu estava desesperado.
DEANNAAs cores do crepúsculo explodiam nas minhas lentes, enquanto eu fotografava Cheryl e seu noivo para o ensaio de antes do casamento.Ela estava linda, com um vestido rendado branco, em um estilo praiano, deixando seu corpo escultural perfeitamente delineado. Patrick, seu noivo, brilhava igualmente. Ele mais parecia uma versão de George Clooney em seu auge, na época de Um Dia Especial, com os cabelos começando a ficarem grisalhos, mas com aquele corpo de babar. Era um casal deslumbrante.Patrick era herdeiro de uma empresa de construção, podre de rico, mas apaixonado pela minha amiga. Estavam juntos há um ano e meio, mas já estavam prestes a ir para o altar. Dali a alguns dias, aliás.Era estranho pensar que ela encontrara o amor no dia em que eu perdi o meu. Patrick e Cheryl esbarraram um no outro no hospital, quando Charles me feriu. Ele estava cuidando da mãe idosa
KADEJurei que seria discreto. Tentaria uma aproximação devagar, iria conversar civilizadamente, como se fôssemos apenas bons amigos, mas quando a vi, vindo na minha direção, linda como uma fada, não resisti.Porque… porra, eu realmente sentia a sua falta.Ouvi-la dizer que sentia o mesmo era um presente.— Não é o momento certo, nem o local, mas já fazem dois anos, e, sim, eu estou com pressa, porque está é uma oportunidade que não vou perder… Nada mudou em relação aos meus sentimentos por você.Deanna pareceu aliviada ao ouvir isso, mas não retribuiu.— Cheryl armou esse reencontro, não foi? — ela indagou.— Sim, mas desta vez concordei plenamente com ela, principalmente quando me disse que vocês conversaram sobre mim recentemente.— Ela realmente
DEANNAUma última olhada no espelho quase me fez chorar. Eu não queria estragar a maquiagem, que estava mais do que perfeita, mas eu me sentia linda. A mulher mais feliz do mundo.Foram longas tempestades até eu chegar àquele ponto da jornada, mas valera a pena.— Aí, amiga! Você parece uma princesa! — Cheryl falou.— Parece mesmo, mamãe — a vozinha de Will estava empolgada, o que me deixava ainda mais contente. Por mais que ele tivesse recuperado a mãe, Jennifer e eu nos dávamos bem o suficiente para que ela não se sentisse chateada por seu filho ter em mim também uma figura materna. O menino chamava as duas de mãe.Ele agora era um jovenzinho de oito anos, lindo, com um enorme potencial para partir coraçõezinhos de garotas por todo lado. Mas não se eu pudesse impedir. Queria que ele fosse justo, honesto, le
KADEFechando o último botão da camisa, dei mais uma olhada no espelho. Deslizei a mão pelos meus cabelos, ajeitando-os e passei um pouco de perfume. Estava pronto.Aquela era a minha chance. Depois de dois meses desempregado, vivendo das minhas economias, eu finalmente fui chamado para uma entrevista em uma multinacional, com um ótimo salário e um cargo ainda melhor do que eu tinha anteriormente. Era uma oportunidade imperdível, e eu iria dar o meu melhor para agarrá-la com unhas e dentes.Já estava quase pronto, apenas vestindo o blazer por cima da camisa branca, quando minha campainha tocou.Péssima hora...Fosse quem fosse, teria que retornar depois.Ainda assim, fui até a porta e a abri. Na pressa, nem sequer chequei o olho mágico, o que foi uma escolha muito infeliz da minha parte.De pé, segurando um bebê no colo, es
KADECompletamente nu, andava em direção à cama, onde ela jazia exausta. Era a terceira vez que me procurava, porque dizia que só eu conseguia deixá-la daquele jeito. Jogada sobre a cama, depois de gozar três vezes – nos meus dedos, na minha boca e no meu pau.Casada, esposa de um magnata do ramo petroleiro, insatisfeita e entediada. As minhas favoritas. Além disso, quarenta anos e muito, muito bonita. Como todas as minhas clientes, aliás.Eu estava há seis meses no ramo, mas já tinha “fama” suficiente para poder escolher. Elas pagavam bem, porque, modéstia à parte, eu era bom no que fazia. E a maioria delas sempre voltava. Stella, a mulher ainda ofegante sobre a cama do hotel, já tinha me encontr