CAPÍTULO 1

Laura

Eu sabia que não devia me meter, mas aquela pinta de bom moço não me convenceu. Por que ele precisa de um homen na frente da porta do seu apartamento. Um homem que aparentava ser comum não tinha dinheiro para ter tantos luxos e muito menos ter seguranças.

Eu sabia o quanto tinha lutado para ter um apartamento no condomínio Princess e nisso tinha que incluir pais ricos e uma ótima faculdade e uma busca por trabalho que toma parte do meu tempo. Talvez ele fosse algum mafioso ou herdeiro de alguma fortuna. Fazia quinze dias que tinha me mudado para o apartamento 215 no centro da cidade e o meu vizinho conseguiu despertar meu interesse, não por ser alto, o homem realmente deveria malhar muito! Não pude deixar de notar a barba maravilhosa as covinhas o deixando mais másculo. Sua boca carnuda é linda, seu nariz perfeito, seus cabelos castanhos estava sempre bem arrumados, mas os olhos, os olhos tem um tom de verde que nunca vi na minha vida. Entretanto não era isso que tinha despertado minha curiosidade. Talvez eu devesse deixar toda essa minha paranóia para trás, eu sempre achava um jeito de encontrar algo ao que me ocupar. Aquele homem possuía um letreiro acima da sua cabeça escrito " confusão ".

O som da campainha soou alto e com o susto deixei o binóculo cair lá em baixo por pouco não atingindo a cabeça de Matheus Guerra, meu vizinho. Ele olhou para cima e eu quase caio na tentativa de me esconder. O que não deu certo já que a janela era grande e eu nunca ter sido rápida o suficiente.

Respiro fundo e corro para abrir a porta. Para encontrar minha mãe. Logo atrás Ruan segurando algumas sacolas.

— Você está muito pálida, minha filha o que aconteceu? - Ela coloca as mãos em meu rosto, fazendo um alto exame.

— Não tenho nada mãe. O que você tem aí? - Mudei de assunto ela me estuda mais de perto, não parecendo muito segura. Denise nunca se dava por vencida e não foi fácil quando os dois filhos resolveram seguir seu caminho. Vinicius era três anos mais velho que eu e tinha mudado a dois anos, diferente de mim, ele foi embora do país, e nada menos para Amsterdã.

— Roupas. Laura, você ainda é uma Ferreira mesmo abandonando sua família e tem que se vestir como uma mulher decente. - O tom choroso sempre presente, mais nos últimos anos.

— Mãe! - Era extremamente difícil dizer ou falar algo quando ela resolvia fazer drama.

— Tudo bem. - Ela limpa as lágrimas, para minha mãe nada tinha mudado ainda era uma criança que ela usava das lágrimas para manipular. Já tinha vinte e três anos e pelo que via ela não tinha percebido que eu havia crescido.

As sacolas estava ao lado da porta e não tinha percebido quando o motorista da minha mãe havia saído.

— Como é morar aqui, filha? - Ela varreu o apartamento com os olhos.

— Maravilhoso, mãe. O apartamento é muito aconchegante os vizinhos são todas boas pessoas... bem acho que são.  - Sua atenção se voltou para mim, e pela sua expressão facial, eu havia ativado o botão alerta.

— Como assim? - Péssima ideia, ela segurou minhas mãos apertando entre as suas. Pensa rápido Laura.

— Você conhece algum Matheus Guerra? - Ela estreitou os olhos e sabia que estava pensando. Se ela descobrisse o que eu estava fazendo alguns minutos atrás me arrastaria para casa.

— Conheço um Matheus Guerra. Mas  ele não iria morar em um apartamento desse condomínio...

— Por que não, mãe? - Ela focou os olhos castanhos nos meus, como se eu tivesse perdido algo, algum detalhe crucial.

— Ele tem dinheiro o bastante para morar em qualquer lugar deste país... qualquer lugar do mundo. - Ela sabia que pouco me importava com pessoas ricas e que se achavam Reis. Mas a julgar pelo seu olhar eu deveria conhecer exatamente esse Matheus Guerra.

— Não deve ser o mesmo então. - Ela se sentou no sofá e deixei meu corpo cai ao seu lado, recebendo um olhar de advertência pela minha falta de modos.

— Não é. Se me lembro encontraram petróleo nas terras da família Guerra e no decorrer do tempo eles fizeram ótimos investimentos.

— Tem falado com o Vini? - Mudo de assunto já sabendo que isso a distrairia. Vinicius era o alvo de maior preocupação dos meus pais.

— Seu irmão é um irresponsável, Laura não faça as mesmas coisas que ele.

Minha mãe, falava com orgulho de qualquer pessoa rica, ela se levantou passando a mão pelo sobretudo preto. Sempre elegante, os cabelos cacheados preso em um coque. Ela já sofreu muito, uma negra na faculdade de moda nos anos noventa não era bem aceita, ainda havia um grande preconceito hoje.

— Tenho que ir, princesa. - Me levanto para receber um beijo na testa . — Você só precisa ligar e eu e seu pai estaremos aqui a qualquer hora. - Os olhos castanhos brilhando com as lágrimas.

— Mãe...- Ela sorriu, sempre foi protetora. Mesmo as vezes quando estávamos zangadas uma com a outra, ela me vazia sentir feliz.

— Tudo bem minha filha, estou indo. - Ela apertou minha mão mais forte, se virou saindo quase que correndo.

- Há... me lembrei . - Ela se virou ainda segurando a maçaneta da porta. — Talvez você esteja falando do Matheus Guerra o filho caçula. Você o conhece ? Está interessada nele.

— Não. Mãe, eu só fiquei curiosa . - Não pareceu o suficiente, ela sorriu. Essa foi a primeira vez que ela fez esse gesto nos últimos meses.

— Ele é um ótimo partido, é muito esforçado, as últimas notícias que tive era que seu património estava próximo aos dos pais, espero que vocês se casem, não que você precise do dinheiro dele. Não esqueça que você é uma Ferreira e tudo o que precisa...

— E tudo o que eu preciso fazer é ter um casamento por amor. Eu sei mãe, não quero o dinheiro de ninguém, eu tenho o meu próprio.

— Tenho muito orgulho de você, Xuxu. - Ele me beijou novamente. — Te mandarei um e-mail com tudo o que conseguir descobrir sobre Matheus Guerra. Descansa minha filha . Te amo.

Quando a porta se fechou e eu me vi sozinha em meu novo lar percebi que seria impossível descansar, eu me sentia eufórica por ter algo meu, estava com medo de não dá certo, me sentindo sozinha e já morrendo de saudades dos meus pais.

— Por onde começar ? - peguei meu celular conectando com o som o único aparelho que já estava conectado as tomadas, liguei o volume em uma altura média, não queria quebrar as regras no meu primeiro dia.

Quando os primeiros acordes de Pisando Descalço de Maneva começa a tocar meu corpo segui o ritmo da música.

"Pisando descalço nesse chão molhado

Deito do teu lado para relaxar

Fazendo fogueira, sem eira nem beira

Deitado na esteira vendo o luar

Pego o meu violão

Canto uma canção que já fez maluco se por a dançar

Aquele doce

Que derrete a mente no desembaraço desse meu cantar

Aquela morena..."

                             Matheus

— A mercadoria tem que ser entregue até segunda-feira. - Sentado a minha frente estava Luiz Aberto eu  não gosto de fazer negócios com principiantes e gostava menos ainda de pessoas egocêntricas. Fico no rosto do homem calvo a minha frente.

— Ela vai ser entregue no dia marcado, eu odeio que me pressione e nunca em toda a minha carreira eu fiz algo errado, então não venha com esse papinho. - Ele se ajeitou na cadeira os olhos arregalados, eu gostava da fama que tinha e como cada sujeito que se dizia homem, tremia em minha presença. Ele quebra o contato visual olhando para baixo parecendo temer que eu o atacasse. Não era preciso que eu altera-se meu tom de voz, todos sem exceção sabia o momento de obedecer.

— Eu não quis ofender, Guerra. - Ele tossiu desviando os olhos os focando-os em algo na mesa mais uma vez.

— Saía!  - Ele se levantou, em sua pressa derruba a cadeira, podia ver suas mãos tremendo enquanto ele a coloca novamente de pé, ele era só um empregado de alguém, tento me lembra.  — Des-desculpe, senhor. - Ele se virou e saiu fechando a porta, que é aberta no mesmo segundo.

— Seu pai chega hoje . - Zainá senta no lugar antes ocupado por Luiz Alberto, como sempre, tentando me provocar ela cruza as pernas, e sorri os olhos puxados quase se fechado, era uma mulher muito bonita e inteligente. Ela estava comigo desde que havia chegado do Japão. A quatro anos, para ser exato e na maioria das vezes ela servia para aquecer minha cama.

— Preciso que leve esses documentos até o banco. - Não queria ficar olhando para ela e ter que me esquivar de pessoas inconveniente não era algo que gostava de fazer a todo momento, aprecio a sinceridade e no momento eu só queria silêncio para poder pensar.

— Você quer que acompanhe em seu jantar de família? - Não tinha nada mais que me arrependia no momento do que a última vez que a levei até a casa dos meus pais, ela está criando esperanças.

— Não. - Ela descruza as pernas e pelo quanto do olho vi o movimento dela se aproximando mais da minha mesa.

— Eu posso...

Me desliguei do que Zainá falava, gosto dela. Só que no momento tudo o que eu conseguia pensar era a nova vizinha. Isso não era bom e pelo que percebi ela era bem curiosa. Eu não podia me arriscar e tinha que saber tudo sobre a curiosa do 215, ela quase me acertou com aquele binóculo. Poderia ser alguém me vigiando. Deveria ter meus inimigos sobre controle ou não ter inimigos.

— Onde você está indo . - Não me dei ao trabalho de responder Zainá, peguei a sacola sobre a mesa e sai de casa.

Era simples chegar a ela, só precisei abrir a porta e da alguns passos. Nunca foi meu estilo ir atrás de uma mulher. Só não sabia o que esperar, ainda não tinha conseguido da uma boa olhada, só a vi duas vezes e isso não era o suficiente. Normalmente ninguém morava no 215 o prédio era composto por pessoas de confiança. Não pude da a minha opinião sobre a venda do apartamento por está em uma viagem . Percebi o erro no momento em que meu dedo pressionou o botão da campainha.  Deveria saber tudo sobre todos ou eu estaria fodido em um piscar de olhos.

Ela abre a porta e quando me viu seus olhos castanhos arregalados. A mulher é linda para caralho, por um momento perdi o ar, comportando como um adolescente que já fui um dia. Seus cabelos me chamou atenção, cada cacho em um formato de mola, o mais lindo black-power. Uma incrível pele negra e brilhosa. Seus olhos castanhos contrastavam perfeitamente com a boca carnuda, era impossível não notar as curvas do seu corpo, a cintura muito fina, coxas grossas e seios pequenos. Uma deusa, nunca tinha me sentido tão atraído por uma mulher. E essa parecia se chamar provocação.

— Vim devolver seu binóculo. - Sorrio ao ver a maneira como seus olhos arregalaram, pude ver o movimento de sua garganta quando ela engoliu em seco.

— Jesus Cristo... - Foi tudo o que ela disse ao pegar o objeto da minha mão.

— Não. Me chamo Matheus, prazer em lhe conhecer.

— Eu... Me Desculpe eu estava admirando alguns pássaros. Eu te machuquei ? — Ela deu uma leve tossida e revistou a sacola, nenhum pedido para que eu entrasse na sua casa ou agradecimento.

— Quem é você? - Pergunto usando a voz mais sedutora que possuía, desejando que ela se afetasse comigo como ela estava fazendo.

— Me chamo Laura, sou nova no prédio. Peço que me desculpe se eu lhe causei algum dano.

— Tudo será esquecido se me convidar para um café . - dei um passo para frente pensando que ela iria me receber de bom grado só que ela fechou mais porta.

— Talvez amanhã... não consegui organizar nada ainda.

A sensação de ser dispensado era nova para mim e eu não gostei. Me virei entrando novamente em meu apartamento, não olhando para o segurança. Pude ouvir ela sussurrar alguma coisa.

— O que aconteceu? - Zainá está saindo do meu escritório. De um jeito estranho a rejeição me causou raiva.

— Tire a roupa.

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