OTTON Após Yanah me deixar sozinho no restaurante papai enfim aparece e me olha em silêncio. — Não conseguiu nada, mais uma vez? — Papai pergunta. — Pai, que ideia foi essa de nos juntar no restaurante. — A ideia foi da Késsia e eu achei ótima, Yanah precisa saber que você está a fim dela e que agora é para valer. Dê um tempo a ela, de um dia, compre um anel e a peça em namoro! A surpreenda no seu trabalho. — No seu trabalho? E se ela me disser não, na frente de todos? Eu não vou aguentar, pai, acho isso uma loucura. — O amor é isso! Tudo ou nada. Se não se arriscar vai perder ela. Frustrado é o meu nome. Parece que, quanto mais corro atrás, mais ela se afasta. Preciso dar uma cartada final. Volto para o meu escritório e ao sentar na minha cadeira foco no trabalho. Passo a tarde inteira participando de reuniões e audiências e a cada dia chega um problema novo, e o que mais está me tirando o sono é Yanah. UM DIA DEPOIS: Fico na dúvida se faço ou não faço o que
YANAH Alina e eu saímos do hospital em silêncio, ela está muito estranha. Vamos para a nossa nova casa, ela e dá o nosso novo endereço ao motorista e ele segue para um bairro chique. Chegamos ao grande portão, passamos por identificação e entramos num condomínio, estou atenta a cada detalhe. — Alina, tem certeza que não vai me contar quem está bancando isso tudo, é um namorado seu? Não vou te julgar. — Não quero falar sobre esse assunto, por favor, respeite isso. — Alina pede e o seu olhar está perdido. O carro para em frente uma casa linda, com portas de vidro e piscina. Desço do carro com a certeza que Alina está com alguém muito rico. Ela abre a grande porta, tudo é muito lindo e bem decorado, sento no sofá emocionada sem acreditar que estamos numa casa tão luxuosa. — Por favor, Yanah, suba para o seu quarto, veja se está tudo do seu gosto — Alina fala desanimada. Tudo está perfeito, até melhor do que sonhei. Subo as escadas e Alina me acompanha. Quando abro a porta do m
OTTON Trago Yanah para junto de mim, para não soltar mais. Apresento a ela o nosso futuro lar, porque pretendo passar de namorado a marido da Yanah. — Quantas mulheres já trouxe aqui? Sempre que ficávamos íamos para um apartamento, aquilo lá é um motel? — Você é a primeira mulher que trago para o meu lar, lugar de descanso e trabalho também. — Sei! — Yanah fala andando pela casa. A abraço por trás, beijando o seu pescoço. — Não estou mentindo, Yanah, juro por nós que não estou mentindo. Yanah me beija. Sirvo uma taça de vinho a ela, e ficamos conversando sobre como vai ser daqui para frente. A mesma fala da sua nova casa, que Malvino cedeu, mas ela ainda não sabe que ele criou uma obsessão por sua irmã. Ela sorri com os olhos quando fala do projeto que lhe foi dado para trabalhar. É difícil segurar os ciúmes quando ela fala do Martin, o quão príncipe ele é. — Otton, que cara é essa quando falei do Martin? Isso é ciúmes, ou não vai assumir? — Yanah pergunta. — É ci
YANAH Durmo um sono reparador ao lado do Otton, até sonhei conosco juntos e felizes, Alina e Ykaro bem. O sonho era tão tranquilo e me acordo de uma vez com a melhor notícia da minha vida: Ykaro reagiu, acordou. Otton e eu corremos para o hospital. No caminho ligo inúmeras vezes para o celular da Alina e ela não me atende. Ainda bem que Otton está do meu lado, e ver o meu irmão vivo é uma emoção sem igual. Seguro na sua mão frágil e ele aperta a minha mão. — Você acordou, meu anjo. — Falo, emocionada. Ykaro tenta balbuciar alguma coisa, mas não consegue falar nada, e uma médica chega. — Como está ele, ficou curado da pneumonia? — Pergunto emocionada. — Mais exames serão feitos, está tomando medicamento, a fonoaudióloga vem complementar o tratamento para ele voltar a falar. Não se preocupe, tudo vai ficar bem. — Posso ficar aqui com ele? — Pergunto aflita. — Pode sim. Ele irá nos acompanhar, irá fazer uma tomografia agora. Acompanho o meu irmão e acabo encontrando Késs
OTTON Alina voltou alugando um condomínio inteiro na cabeça da Yanah. Malvino armou tudo direitinho, conseguiu dobrar Alina e ter ela nas suas mãos com a doença do irmão. Ele após cumprimentar todos vai embora e, lógico, sobrou para até para mim, pois Yanah sai do quarto do seu irmão muito brava. — Otton, vou embora, a minha cabeça está cheia, não estou entendendo mais nada. Você sabia de tudo e não me falou nada. — Yanah, eu não posso me meter na vida de ninguém. — Falo, Yanah entra no elevador e eu acompanho. — Estou passada com tanta coisa acontecendo e eu sem perceber nada. — Yanah fala sem olhar para mim. — Yanah, vamos para a minha casa. Malvino quis a sua irmã e não mediu esforços para tê-la, não tenho culpa de nada. Alina te ama, ama o seu irmão e por vocês ela é capaz de tudo. — Eu sei, Otton. Juro que eu não queria que ela ficasse com ele só por dinheiro, por nós, por isso que ele me escolheu para estagiar na sua empresa. — Nesse ponto de vista você está e
YANAH Não acreditei quando vi Alina com Malvino, não precisava eu nem perguntar o que estava acontecendo porque era nítido no seu olhar todo o seu sacrifício feito por nós. Juntas, vamos visitar Ykaro. — Alina, ele ainda está muito debilitado. — Falo triste. — Amo demais vocês, o nosso irmão vai ficar bem, Yanah. — Alina fala emocionada. — Alina. Precisamos conversar. Me explica tudo, estou confusa, estamos nas mãos do Malvino. — Yanah, sei que você não esperava me ver com ele, mas saiba que tudo o que estou fazendo é por Ykaro e só quem está nas mãos dele sou eu. Juro que depois conversamos. Deixo Alina sozinha do lado do meu irmão e vou para casa porque eu estava cansada, perguntando o que vai ser de mim na Cruz Engenharia. Como é ruim esse sentimento de impotência, de ver Alina fazer o que ela repugnou em toda a sua vida. Fico chateada com Otton por ele saber de tudo e não me contar nada, mas ele me faz entender que não podia impedir o que aconteceu, pois até ele
OTTON O grande dia do meu casamento chega e do meu lado o meu pai está, enquanto me arrumo para ir esperar Yanah no altar. Ela tem um poder enorme sobre mim e Yanah sabendo disso me conduz da melhor maneira possível, me amando e fazendo de mim um homem especial. Também tenho cuidado, amado e protegido Yanah, para que se sinta cuidada e protegida. Ela não demonstra, mas sei que hoje é um dia difícil para ela, pois os seus pais não estão aqui para presenciar esse momento de união. — Mãe, pode entrar, já estou quase pronto. Gostou do noivo? — Pergunto, sorrindo. — Você está perfeito, Otton. O seu sorriso, os seus olhos brilham mostrando o quanto está feliz. Filho, me desculpa por tentar tirar essa felicidade de você. — Oh! Mãe, eu te amo demais, estou feliz! Yanah é a mulher da minha vida, eu não tenho dúvidas disso. — Estarei aqui sempre! — Dou-lhe um abraço apertado e o meu pai está nos olhando, chamo ele também para o abraço. — Vamos para a igreja! — Falo e juntos vamos p
ALINA A minha vida de irmã mais velha sempre foi muito agitada, pois dedico o meu tempo trabalhando como secretária do advogado Otton Borsi, vaga essa que me foi destinada, e também por cuidar dos meus irmãos Yanah e Ykaro, o caçula, que desde pequeno enfrenta problemas de saúde. Ainda bem que, nesse meio tempo, conheci pessoas que me ajudaram desde a morte da minha mãe, e uma delas é o padre Zaqueu e a senhora Zoraide, que é dona da pequena casa em que vivemos, casa essa tão falada por Yanah, por não ter quartos o suficiente para nós três. Nunca fui uma mulher de reclamar ou de me lamentar, agradeço o pouco que tenho. Assim como todas as pessoas desse mundo, eu tinha um sonho, mas foi interrompido, e só me restou aceitar o meu destino e o fardo ficou um pouco mais leve. Busco forças em Deus, porque tem dias que falta até o que comer e a vizinha tem que nos ajudar, não porque eu ganho mal no meu trabalho, e sim porque pago a melhor faculdade para Yanah e compro os medicamentos do m