Suzana não sabia como conversaria com a sua amiga sobre a decisão de ficar na casa de Théo. Quando chegou da casa da mãe dele, no domingo à noite, Priscila estava no trabalho e só chegou de madrugada. Ela praticamente dormiu o dia todo, e quando acordou, foi logo perguntando quando elas voltariam para casa.Contar para a amiga que não voltaria seria complicado, pois Priscila contestaria sua decisão. Apesar de saber que estava sendo impulsiva, Suzana não queria deixar Théo. Ele havia ganhando o seu coração, e agora ela se sentia dependente dele, não queria mais viver sem tê-lo ao seu lado.O som da campainha a fez sair dos seuspensamentos e correr para atender quem estivesse esperando. Como o porteiro não avisou quem estava subindo, deveria ser alguém conhecido, certamente era Carmem querendo alguma coisa. No impulso, Suzana abriu a porta e deu de cara com Murilo. Ele estava vestido com uma informalidade que ela desconhecia. Sempre que o encontrava, ele estava com roupas milimetricam
O dia de trabalho tinha sido exaustivo para Théo. Ele entrou e saiu de várias reuniões e mal teve tempo de almoçar. Ser o chefe, não era fácil, os problemas pareciam se multiplicar com uma facilidade desconcertante. A sorte dele era que agora tinha ânimo para se manter tranquilo ao longo dos compromissos de trabalho, pois quando chegasse em casa, teria sua loira o esperando.Quando ele abriu a porta do seu apartamento, sentiu seu corpo relaxar, finalmente ele voltaria a ver Suzana e sentir o seu cheiro familiar. Assim que ele fechou a porta, ouviu duas vozes um tanto quanto exaltadas. O primeiro pensamento foi que de alguma maneira o pai de Sofia tinha entrando na sua casa. Com urgência, Théo foi para a sala e se deparou com Murilo e Priscila em uma discussão acalorada.— Desculpa! – Théo não queria interromper o casal, ainda que quisesse conversar com o seu amigo, não iria entrar no meio da conversa deles. — Pensei que a Suzana estivesse com problemas.— Eu estou precisando conversar
Depois da visita de Murilo, Priscila decidiu retornar para a sua casa. Quando ela comunicou isso aSuzana, um sentimento de perda apertou o coração dela. Sua amiga voltaria para sua vida, enquanto Suzana iniciaria uma nova jornada ao lado de Théo. Assim que Priscila ficou sabendo que Suzana não a acompanharia, reclamou e tentou mostrar que a amiga estava errada em não pensar bem na proposta. Mas Suzana explicou que amava Théo e que não queria mais se afastar dele.Com certa relutância, ela foi embora, e Suzana seguiu ao lado do homem que amava. Durante uma semana, viveu um verdadeiro sonho, tudo parecia bem. Fátima estava recuperada, Priscila aos poucos estava se entendendo com Murilo, e Théo estava feliz por ter acertado os pontos com o amigo. Mas como tudo na vida dela nunca ficava tranquilo por muito tempo, recebeu uma ligação da assistente social, avisando que o pai de Sofia tinha pedido a guarda dela.Assim que Suzana soube dessa notícia, se desesperou. Se esse bandido conseguiss
— Suzana, se você continuar tão nervosa, vai acabar se prejudicando quando chegar o dia da audiência. – Priscila não aguentava mais o nervosismo da amiga.— Não consigo me controlar, tenho medo do juiz me obrigar a entregar a Sofia. Eu só tenho a guarda provisória dela. Agora que o pai pediu a guarda, posso ser obrigada a entregá-la. – Só de pensar nessa possibilidade, Suzana tinha vontade de chorar.— O Theodoro não tinha dito que um advogado iria com você?— Disse, mas...— Para, Suzana, não sofra por antecedência. Com o tipo de advogado que o seu namorado tem, o Túlio não tem nenhuma possibilidade de ficar com a Sofia.— Ainda assim tenho medo.— Não tenha, você tem ao seu favor o boletim de ocorrência que fizemos contra ele, quando veio aqui em casa. Isso te dará uma super vantagem, relaxa.— Tudo bem, você tem razão. – Suzana tentou se controlar — E o Murilo? Quero saber como vocês estão.— Aos poucos estamos nos entendendo. Ele é teimoso, e eu também sou, isso dificulta as coisa
Sem muito esforço, Suzana e Priscila prepararam uma festa pequena para Sofia. Como os amigos que ela tinha agora estavam todos na vila da amiga, Suzana decidiu que a festa seria lá, apesar dos protestos de Théo. Ele tentou convencê-la que um salão de festas seria mais apropriado, porém Suzana não queria nada grande, não tinha o que comemorar de verdade.Ela tinha perdido a família há quase seis meses e todos os dias sentia a dor de não os ter por perto. Sofia era o seu refúgio, e Théo a pessoa que lhe apoiava em tudo, sempre passando segurança. Ela só necessitava, naquele momento, ter as pessoas que a ajudaram quando precisou e comemorar a vida da sua pequena princesa.Depois de dizer o que queria para a festa de Sofia, Théo entendeu o desejo de Suzana e liberou Priscila para fazer uma festa inesquecível na vila. Como Priscila adorava uma comemoração, preparou uma megafesta, que deixou todos os morados boquiabertos.Mesmo sem entender nada do que acontecia, Sofia aproveitou do seu jei
— Não pense que ficará com a minha neta, Suzana, ela voltará comigo.— Eu...— Não responda nada, Suzana. – A advogada que Théo designou para acompanhá-la a impediu de responder. — Senhora, quem decidirá com quem a criança ficará será o juiz, então não se abale em fazer ameaças infrutíferas. – Com essas palavras, Anália afastou Suzana de perto da mulher — Não fique nervosa, temos tudo sob controle.Os instantes que antecederam a audiência foram de puro desespero para Suzana, e quando entraram na sala do juiz, nada melhorou. Lígia, a mãe de Túlio, também tinha levado um advogado, e o homem começou a mostrar ao juiz que os clientes deles não foram avisados que a mãe da menina havia morrido. Pela maneira como o homem falava parecia que a intenção de Suzana era roubar Sofia. Para piorar, sua advogada permanecia calada. Quanto mais o homem acusava Suzana, mais ela se sentia acuada e revoltada. Se o juiz caísse nessa conversa mole dele, certamente ela perderia a guarda da menina nessa audiê
Theodoro se sentia tenso com a demora de Suzana, ele já sabia que tudo tinha terminado bem. Tanto Douglas quanto Anália tinham passado todos os detalhes do que tinha acontecido, mas ele precisava olhar sua loira para saber se ela estava realmente bem.Durante o dia, ele tentou trabalhar comnormalidade, mas quando o horário da audiência chegou, só pensava no desejo de estar ao lado de Suzana para lhe dar a segurança que ela tanto necessitava. No auge da sua angústia, Théo decidiu encerrar o seu expediente mais cedo e foi direto para a casa da mãe, para pegar Sofia. Queria que Suzana os encontrasse em casa quando voltasse da audiência.No meio da confusão dos seus sentimentos, Théo não pensou como seria ter que ficar sozinho com a criança. Apenas quando chegou em casa é que percebeu o tamanho da idiotice que tinha feito. Para a sorte dele, Sofia se comportou bem e ficou ao seu lado assistindo ao desenho estranho que ela tanto gostava enquanto revezava a atenção com a boneca de pano que
Como combinado, eles foram no dia seguinte comprar as alianças do noivado. Théo tentou deixar a escolha a cargo de Suzana, mas quando ela escolheu um par de alianças sem graça, ele foi obrigado a se meter.Jamais uma noiva sua iria usar uma aliança comum. A futura senhora Aljarafe merecia algo grandioso, e por isso Théo escolheu um elegante solitário de brilhantes como aliança para ela e para ele uma aliança grossa para mostrar a todos que estava comprometido. Obviamente teve que controlar os protestos de Suzana, mas ele havia aprendido a falar as palavras certas para acalmá-la.Quando Théo contou a mãe que iria ficar noivo de Suzana, ela se alegrou. Apesar de saber que o desejo de Carmem era que ele se casasse com uma mulher da alta sociedade, Théo não se surpreendeu quando ela disse que queria apenas que o filho fosse feliz. Claro que essa compreensão toda veio acompanhada pelo pedido de netos, isso era algo que ela sempre fazia. Mas agora que ele tinha Suzana, sabia que conseguiri