Carmem entrou irritada no apartamento e Théo sabia que ser enganada era algo que a mãe não admitia.Agora teria que ter todo cuidado para não a deixar ainda mais enfurecida. Precisava que a mãe aceitasse não só Suzana, mas também Sofia na vida dele.Assim que entrou na sala, Carmem olhou os brinquedos espalhados e tentou compreender o que acontecia. Ela tinha consciência que o filho havia mudado, ele já não estava mais disponível como antes e andava dando desculpas para não ir aos jantares que sempre tinham durante a semana. Só que ela jamais imaginou que isso acontecesse por conta da existência de uma criança.Se por acaso ele escondeu a própria neta dela, iria deserdá-lo para sempre. Deveria existir uma maneira legal de punir financeiramente filhos mentirosos.— Essa criança é sua? Se for, me diga logo, assim começamos a nossa briga sem enrolação. – Como sempre, Carmem foi direta, não gostava de meias palavras.— Calma, mãe, não quer se sentar?— Não quero sentar droga nenhuma, quer
Depois que sua mãe foi embora, Théo ficou aliviado. Para a surpresa dele, ela não fez o escândalo que ele imaginou, muito pelo contrário, ela foi sensível com a história de Suzana e tratou Sofia muito bem. Pelo jeito, ela apoiaria a relação deles, porém isso Théo só saberia na manhã seguinte, quando passasse na casa dela. Antes de ir embora, ela deixou bem claro que os dois precisariam ter uma conversa. Isso significava que ela não ficou completamente satisfeita com tudo o que haviam conversado hoje.— Sofia está dormindo? – Théo perguntou assim que entrou no quarto. Suzana estava sentada na cama, mas pela maneira que o olhou, algo não ia bem— O que foi minha linda? Algum problema?— Claro que temos um problema, Theodoro. – Suzana se sentia chateada por ele deixá-la sozinha com a sua mãe, sabendo do constrangimento dela. O pior era ver o sorriso debochado no rosto dele.— Aconteceu algo enquanto levava a minha mãe na porta? – Ele se surpreendeu quando ela lançou um travesseiro na s
— Bom dia, Marta. – Théo se preparou para ouvir sua secretária gritar, Marta odiava quando ele mudava os planos sem avisá-la— Bom dia, senhor. – Chamá-lo de senhor era praticamente uma ofensa para elaEntretanto, desde que seu pai morreu, Théo exigiu esse tipo de tratamento. Na empresa, ele era o todo poderoso, já na vida real não se importava quando Marta se referia a ele como "menino".Marta fazia parte da vida dele desde que era adolescente e merecia a intimidade que possuíam fora da empresa.— Desmarque a minha agenda, não chegarei ao escritório antes das onze.— O quê? Como assim? O senhor tem algum problema? – Théo olhou Suzana se movimentar na cozinha, enquanto preparava o café da manhã deles, e pensou que seu único problema era estar apaixonado por ela.— Tenho que resolver um assunto que requer a minha presença. – Ele não queria deixar Suzana, pela primeira vez na vida não sentia vontade de ir ao escritório.— Mas não pode resolver esse assunto aqui no escritório? Não consig
Se não fosse a manhã gloriosa que Théo tivera, ele estaria soltando fumaça nesse instante. Por pura vingança, Marta jogou um monte de problemas para ele resolver assim que chegou. Ele estava na empresa há menos de uma hora, mas pelo tamanho de documentos na sua mesa, parecia que estava há horas nesse maldito escritório. Porém, depois de ter uma noite fantástica e uma manhã perfeita, ele não se aborreceria com sua secretária mal-humorada. Agora que sabia que teria Suzana sem nada entre eles, Théo sorria como um bobo, esse era mais um passo para consolidar um relacionamento. Sem perceber, ela estava se prendendo a ele, mas Théo tinha planos para fazê-la ficar dependente dele em vários níveis da sua vida, não deixaria Suzana fugir por nada.— Senhor! – Marta apareceu na porta com o rosto fechado, hoje ela estava impossível — O gerente do banco acabou de chegar com o Doutor Rodolfo.— Mande os dois entrar. – Finalmente Théo resolveria o problema da dívida de Suzana no banco, o próximo pa
Suzana desligou o telefone e ficou estática. Ela não conseguia acreditar no que tinha acabado de ouvir, sua dívida no banco estava quitada. Isso só podia ser uma pegadinha, ela não tinha conseguido pagar sequer uma das parcelas que havia combinado com o gerente, então não podia ter uma dívida encerrada.— O que foi, querida? – Ela saiu da inércia e viu Fátima parar de dar o suco de Sofia. – Você está pálida, Suzana, parece que viu um fantasma.— Foi praticamente isso. – Suzana colocou o celular na mesa ao lado — Acabo de saber que não tenho dívida no banco.— O quê? – Depois dessa informação, até mesmo Fátima se surpreendeu — Como não tem dívida?— Não sei. O gerente só me informou que não preciso mais me preocupar, que tudo foi pago. Preciso ir lá apenas para assinar algo.— Isso é impossível. – Fátima olhou para além de Suzana, até que um pensamento por sua cabeça — Suzana, eu posso estar enganada, mas isso parece ser coisa do Theodoro.Assim que a sua amiga disse o nome dele, Suzan
Algum tempo depois...— Não é da minha conta o que aconteceu hoje no seu escritório, mas quero que saiba que levei a senhorita Suzana para casa, ela saiu da sua sala muito abalada. – Mesmo sabendo da irritação de Théo, Douglas achou melhor avisar que Suzana chegou em casa segura— Fez bem, Douglas, obrigado! – Os olhos de ambos se encontraram pelo espelho, e Théo observou a surpresa do seu amigo por ele ter sido gentil — Não me olhe assim, eu realmente estou grato por você ter cuidado dela.— Vai querer ir para a casa dela? Ela não está nada bem.— Não, vou deixá-la esfriar a cabeça, mas quero que me leve para a casa da minha mãe.— Tem certeza?Théo recostou a cabeça no banco e fechou os olhos.— Absoluta.Quando chegaram à casa da sua mãe, ela não estava, apenas a sua governanta se encontrava, avisando que ela saíra com uma amiga, mas que voltava em breve.Como não tinha intenção de ir embora, Théo dispensou os serviços de Douglas e foi para o quarto que sua mãe sempre mantinha rese
Depois de uma noite repleta de lágrimas, Suzana se sentia inchada, cansada e com vontade de chorar ainda mais. Ela havia dormido na casa de Priscila, para poder chorar sossegada. Sofia tinha ficado com Fátima e Solange na noite passada, e isso deu a Suzana um pouco de tranquilidade para se afogar na sua tristeza. Se tivesse que cuidar da sua sobrinha, teria sido um verdadeiro inferno se segurar para não deixar a criança agitada. Graças a Deus as enfermeiras que o maldito Aljarafe arrumou eram pessoas maravilhosas, e todas as duas amavam ficar com Sofia.Quando Suzana pensou em Theodoro, um soluço escapou, nem tinham se passado vinte e quatro horas que os dois se viram, e já sentia saudades daquele cretino. Se ele não fosse tão prepotente e controlador, nada disso estaria acontecendo. Porém o ordinário não sabia ouvir quem estava ao seu redor e apenas fazia o que achava correto.— O que aconteceu? – O coração de Suzana disparou quando ouviu a voz de Priscila — Você chorou a noite toda
— Não vou para a sua casa. – Por alguns minutos, as coisas entre eles funcionaram bem, mas bastou Suzana se acalmar, que Théo voltou a ditar ordensEssa mania dele em achar que pode disparar ordens para quem quiser deixava Suzana irritada, jamais deixaria ele ditar regras na sua vida.— Suzana... – Théo se esforçava para aceitar a opinião dela, porém não entendia como uma pessoa tão delicada poderia ser teimosa como uma mula — Nesse momento, o que importa é a sua segurança e a da Sofia.Ele olhou a menina no colo de Priscila e teve uma ideia para tentar convencê-la de que estava certo.— Inclusive acho que a Priscila deveria ir com você, tenho receio desse cara voltar quando ela estiver sozinha em casa. Se ele entrou aqui hoje cedo, pode entrar a hora que quiser.— Ele tem razão, meu bem. – Fátima entrou no assunto – Esse rapaz pode voltar, e algo grave acontecer. Se o Theodoro não chegasse a tempo, talvez ele agredisse uma de vocês. Sem contar que não podemos deixar a Sofia aqui, ele