Algum tempo depois...— Não é da minha conta o que aconteceu hoje no seu escritório, mas quero que saiba que levei a senhorita Suzana para casa, ela saiu da sua sala muito abalada. – Mesmo sabendo da irritação de Théo, Douglas achou melhor avisar que Suzana chegou em casa segura— Fez bem, Douglas, obrigado! – Os olhos de ambos se encontraram pelo espelho, e Théo observou a surpresa do seu amigo por ele ter sido gentil — Não me olhe assim, eu realmente estou grato por você ter cuidado dela.— Vai querer ir para a casa dela? Ela não está nada bem.— Não, vou deixá-la esfriar a cabeça, mas quero que me leve para a casa da minha mãe.— Tem certeza?Théo recostou a cabeça no banco e fechou os olhos.— Absoluta.Quando chegaram à casa da sua mãe, ela não estava, apenas a sua governanta se encontrava, avisando que ela saíra com uma amiga, mas que voltava em breve.Como não tinha intenção de ir embora, Théo dispensou os serviços de Douglas e foi para o quarto que sua mãe sempre mantinha rese
Depois de uma noite repleta de lágrimas, Suzana se sentia inchada, cansada e com vontade de chorar ainda mais. Ela havia dormido na casa de Priscila, para poder chorar sossegada. Sofia tinha ficado com Fátima e Solange na noite passada, e isso deu a Suzana um pouco de tranquilidade para se afogar na sua tristeza. Se tivesse que cuidar da sua sobrinha, teria sido um verdadeiro inferno se segurar para não deixar a criança agitada. Graças a Deus as enfermeiras que o maldito Aljarafe arrumou eram pessoas maravilhosas, e todas as duas amavam ficar com Sofia.Quando Suzana pensou em Theodoro, um soluço escapou, nem tinham se passado vinte e quatro horas que os dois se viram, e já sentia saudades daquele cretino. Se ele não fosse tão prepotente e controlador, nada disso estaria acontecendo. Porém o ordinário não sabia ouvir quem estava ao seu redor e apenas fazia o que achava correto.— O que aconteceu? – O coração de Suzana disparou quando ouviu a voz de Priscila — Você chorou a noite toda
— Não vou para a sua casa. – Por alguns minutos, as coisas entre eles funcionaram bem, mas bastou Suzana se acalmar, que Théo voltou a ditar ordensEssa mania dele em achar que pode disparar ordens para quem quiser deixava Suzana irritada, jamais deixaria ele ditar regras na sua vida.— Suzana... – Théo se esforçava para aceitar a opinião dela, porém não entendia como uma pessoa tão delicada poderia ser teimosa como uma mula — Nesse momento, o que importa é a sua segurança e a da Sofia.Ele olhou a menina no colo de Priscila e teve uma ideia para tentar convencê-la de que estava certo.— Inclusive acho que a Priscila deveria ir com você, tenho receio desse cara voltar quando ela estiver sozinha em casa. Se ele entrou aqui hoje cedo, pode entrar a hora que quiser.— Ele tem razão, meu bem. – Fátima entrou no assunto – Esse rapaz pode voltar, e algo grave acontecer. Se o Theodoro não chegasse a tempo, talvez ele agredisse uma de vocês. Sem contar que não podemos deixar a Sofia aqui, ele
Trabalhar nunca foi tão difícil para Theodoro como foi nesse dia, ele olhava seu relógio inúmeras vezes, e a hora não passava por nada. Todos no escritório estavam apreensivos com ele depois do show que dera no dia anterior, e era normal ficarem assim. Apesar de se sentir constrangido por ter perdido o controle na frente da sua equipe, Theodoro não sentia necessidade de se desculpar. Ele era o chefe e podia dar o chilique que quisesse, afinal de contas, ser o dono dessa porra de empresa tinha que ter seus privilégios.Quando finalmente encerrou o expediente, ligou para Douglas buscá-lo, e o amigo resmungou por ter que sair de casa para pegar trânsito, mas, assim que chegou, o sorriso no rosto do motorista deixou Theodoro intrigado.— Quero saber da piada. – Os olhos de ambos se encontraram, e Douglas sorriu ainda mais— Gosto da Suzana na sua casa, ela fez um almoço divino, bolo para o lanche e prometeu fazer carne assada com batatas coradas no jantar. Você tem noção do tempo que não
Assim que Théo chegou em casa, escutou um som relativamente alto vindo do final do corredor, e vozes alegres acompanhavam o barulho. Ele largou sua pasta na mesa lateral e seguiu o som enquanto desfazia a gravata e retirava as abotoaduras do seu terno. Pela empolgação das vozes, as meninas estavam extremamente animadas.Quando ele chegou ao quarto de hóspedes, viu Suzana, Priscila e Sofia dançando uma música estranha que passava na televisão. Sofia sorria todas as vezes que Priscila rodopiava com ela, enquanto Suzana cantava e fazia um requebrado sexy para a sobrinha.Os lábios de Théo se repuxaram com essa visão inusitada, ele nunca imaginou que um dia chegaria na sua casa e encontraria tanta alegria. Agora dava para entender o encantamento do seu motorista; essas meninas eram cheias de vida.Ele permaneceu parado na porta, admirando as curvas da loira mais linda que já cruzou sua vida. Ela era diferente de tudo o que conheceu até o momento, e isso era o grande motivo de ter mexido c
O final de tarde foi agradável com todos juntos.Théo se divertiu com a alegria das meninas e, pela primeira vez, percebeu como sua casa era morta antes de ter a presença delas. Suzana se saiu uma grande chef na cozinha, o bolo que ela tinha feito era dos deuses. Théo saiu da dieta e comeu dois pedaços com um café delicioso feito na hora. Ele só era mimado assim quando sua mãe estava em sua casa, mas agora ele tinha Suzana para fazer esse papel.O jantar foi outro espetáculo, ela fez a tal da carne assada, e o cheiro chegou até o escritório, deixando Théo impaciente. Seu desespero foi tanto, que ele acabou interrompendo o serviço e esperou o jantar na cozinha.Quando terminaram de jantar, todos eram só elogios para Suzana. Douglas era o mais saidinho, elogiou tanto, que conseguiu levar uma porção extra de sobremesa para casa. O ciúme correu pelo corpo de Théo, mas ele manteve o controle e fingiu não se importar com oderretimento excessivo do amigo para a sua mulher.Durante todo esse
Tentando controlar a ansiedade, Théo esperou Suzana pacientemente no seu quarto. Ele tomou um banho relaxante, assistiu ao jornal, respondeu mensagens de alguns amigos, até que perdeu a paciência e foi em busca da sua loira.O primeiro local que ele parou foi no quarto de hóspedes, e lá a encontrou dormindo na cama, com a televisão ligada e um abajur que espalhava uma luz suave pelo local. Sofia dormia tranquilamente no berço portátil que ele havia comprado. Nesse final de semana, Théo tinha planos de levar Suzana até uma loja infantil, para que ela escolhesse um berço de verdade. Ele não gostava de ver Sofia dormindo em algo tão informal, a pequena merecia um local decente para dormir.Com cuidado, ele entrou no quarto, desligou a televisão, foi até a cama e, por alguns minutos, apreciou o sono da mulher linda que estava na sua frente. As mãos dele foram para o cabelo dela, ajeitando uma mecha atrás dos seus ombros. Ela parecia uma princesa adormecida.— Minha princesa. – Théo disse
Depois da primeira noite com Théo, foiimpossível resistir ao seu charme. Suzana não conseguia controlar o seu desejo. Por mais que ela quisesse ficar chateada com ele, quando colocava os olhos em Théo, todo raciocínio lógico fugia. Ele era uma espécie de vício que ela não conseguia dominar.Não ajudava nada ele sempre chegar mais cedo do trabalho, cobrindo ela e Sofia de carinho. A felicidade que Suzana observava no seu rosto, quando estava em casa, era um dos motivos de derrubar todas as suas defesas.Théo realmente se sentia feliz com a presença delas em sua casa, não tinha como alguém fingir o sorriso que dominava o seu rosto quando voltava do trabalho.Durante a semana, a mãe dele apareceu no apartamento, e isso foi o motivo de Suzana quase ter um infarto. Por mais que a mulher fosse cordial, ela intimidava pela sua maneira altiva de olhar tudo ao redor.A mãe de Theodoro era claramente uma mulher da alta sociedade, todo o visual dela demonstrava isso, o que acabava por intimidar