Suzana entrou no hospital desesperada, precisava encontrar Pablo e se inteirar sobre o que tinha acontecido com Fátima. A viagem até o hospital pareceu durar uma eternidade, ela já estava a ponto de descer e sair correndo para tentar chegar mais rápido.— Suzana! – Ela ouviu o seu nome e virou o corpoPablo estava em um canto da recepção e vinha caminhando na sua direção.— O que aconteceu? Ela está bem?— Não sei. – Ele envolveu Suzana em seus braços e a apertou com força — Ela sofreu um AVC, Suzana. Os médicos estão tentando estabilizar o estado dela.— Meu Deus! – Suzana sentiu toda a força do seu corpo ser drenada — Mas ela parecia tão bem...— Essas coisas podem acontecer do nada, não tem como prever.— Será que podemos vê-la?— A atendente disse que assim que os médicos tiverem uma posição, irão nos avisar. No momento, só podemos esperar.— E a Sofia? Ela está bem? – Suzana sempre se sentiu mal por deixá-la sozinha para se encontrar com Junior, mas nunca imaginou que algo assim
Quando Theodoro chegou ao hospital, ainda tentava digerir tudo o que ouviu da vizinha de Suzana. A mulher não parou de falar e contou toda a história dela em poucos minutos. Mas, graças a ela, conseguiu descobrir onde Suzana estava e o que aconteceu com a amiga dela.Ele olhou ao redor e viu diversas pessoas em pé, enquanto outras estavam sentadas com os rostos pálidos, parecendo que iam morrer. O local estava muito cheio, e o ambiente não parecia ser limpo o suficiente para um hospital. Era um verdadeiro horror ver tantas pessoas jogadas esperando atendimento.— Vou tentar achar a Suzana. – Theodoro despertou da avaliação que fazia quando Douglas o chamou — Fique aqui enquanto busco informações.Ele voltou a olhar ao redor, indignado, tanto dinheiro público desperdiçado, enquanto pessoas inocentes morrem sem atendimento. Odiava corrupção e quando presenciava cenas como esta, sentia repulsa pelas pessoas que permitiam que inocentes morressem.— Theodoro, por aqui. – Ele escutou Dougla
— Ela acabou de ser transferida.Theodoro falou assim que voltou a encontrar o grupo que se reunia em um canto da recepção. Ele estava louco para saber o que Murilo fazia com a tal amiga de Suzana, mas teria que controlar a curiosidade até tudo se ajeitar.Obviamente, seu amigo também estava curioso, e, pela maneira que olhava para ele, Murilo estava prestes a pular em seu pescoço.— Como assim já foi transferida? Eu queria ir ao lado dela na ambulância. – Suzana se separou do grupo e encarou o homem, que já não conhecia mais.— O médico achou melhor ela ir sozinha, mas já estamos indo encontrá-la. Douglas nos espera lá fora.— Eu levo as meninas, Theodoro Aljarafe, não precisa se preocupar. Agora estou aqui e tomo conta da situação. Pode ir para casa.Theodoro observou seu amigo segurar o braço de Suzana e arrastá-la para junto de si. Ele estava cometendo um grande erro, mas por considerar o momento que ela vivia, ficaria quieto e apenas colocaria o seu amigo no devido lugar.— Vamos
Quando chegaram ao hospital, Fátima já estava sendo levada para uma cirurgia de emergência. O hospital ficava na zona sul do Rio e Suzana ficou imaginando quanto custaria uma diária ali. Ela já estava entrando em desespero só de pensar o quanto teria que pagar por tudo aquilo. Passaria a vida toda tentando pagar dívidas. Junior, ou melhor, Theodoro, ajeitou toda a documentação necessária para a internação da sua amiga e ficou algum tempo ao seu lado. Ele exigiu um quarto de primeira e pediu que todos os procedimentos médicos fossem feitos para que salvassem a vida de Fátima.Pouco tempo depois dos dois terem chegado, Priscila e Murilo também apareceram. Sua amiga tentou fazer perguntas sobre o que estava acontecendo, mas Suzana pediu um tempo. Não queria entender nada dessa confusão naquele momento, apenas precisava saber que tudo estava bem com Fátima.Quando estava chegando perto das oito da manhã, Theodoro comunicou que precisava ir até a empresa, mas que gostaria de saber como Fát
— Suzana! – Theodoro passou boa parte da manhã esperando pela ligação dela. Já sabia tudo o que tinha acontecido com a sua amiga. Seu fiel motorista já tinha levantando o estado dela e repassado todos os detalhes — Como está sua amiga?— Bem, graças a você! – Suzana nunca iria agradecer o suficiente por tudo o que ele fez por Fátima. Se não fosse a intromissão dele, ela ainda estaria naquele hospital, e só Deus sabe se seria operada.— Graças a Deus, eu não fiz nada além de ajudar na transferência dela. Se ela não reagisse bem, tudo teria sido em vão.— Não minimize a sua responsabilidade nessa história, você sabe que foi fundamental no atendimento dela.— Ok. – Theodoro não queria ser o herói, então o melhor era mudar de assunto — Você se sente melhor? Precisa de alguma coisa?— Estou bem. – A boneca que Sofia brincava caiu no chão, e ela começou a chorar — Só um minuto. – Suzana colocou o telefone em cima da mesa e pegou a bonecaFez uma firula com ela, para Sofia sorrir, e quando
Theodoro se sentiu bem melhor depois de ter conversado com Suzana e ouvir as boas notícias sobre o estado da amiga dela. A voz da sua bela loira estava um pouco cansada, mas ele sabia que era o reflexo da sua noite agitada.Ele esperava de verdade que a mulher se recuperasse, pelo carinho que todos falavam dela, deveria ser uma pessoa muito boa. Seria muito triste se não sobrevivesse, certamente seria uma perda difícil de suportar depois de tudo o que Suzana já tinha passado.O barulho de uma confusão do lado de fora da sala de reuniões chamou sua atenção. Quando pegou o telefone para saber o que acontecia, a porta foi aberta com um estrondo. Aparentemente, Murilo era o responsável pela confusão, e tinha um segurança irritado atrás dele gritando várias blasfêmias. Ele já esperava essa visita, só não imaginava que seria tão cedo.— Deixe-o entrar, está tudo sob controle. – Theodoro recostou-se na sua cadeira e encarou seu amigoSe estivesse no lugar dele, também se sentiria irado. Perd
— Tem certeza do que está fazendo? – Theodoro já não aguentava mais ouvir Douglas fazer a mesma pergunta— Já disse que sempre sei o que faço.— Não acho que saiba. – Seu motorista esticou o corpo e pegou uma caixinha de chicletes — Quer um? – Théo apenas fez um gesto negativo com a cabeça e o viu colocar dois chicletes na boca — Acho que você está indo muito longe levando uma criança para a sua casa. Isso pode te colocar em um compromisso do qual não estápreparado.— Dispenso os seus conselhos, Douglas. – O excesso de amizade deles deixava seu motorista intrometido demais — Ainda vai lembrar do que estou falando. – Douglas disse antes de sair do carro para abrir a porta para duas lindas garotasSorrindo, Theodoro observou Suzana se aproximar do carro. Ela teve uma breve conversa com Douglas, e seu amigo fez um gracejo para a criança em seu colo. Depois ele abriu a porta, e ela sentou ao seu lado, ajeitando uma bolsa no canto e colocando uma linda menina no colo.— Desculpa a demora,
Theodoro nunca foi de ter mulheres circulando na sua casa. Sempre preferiu ir até a casa delas do que tê-las invadindo o seu espaço. Mas agora ele estava no seu apartamento, com duas lindas garotas, e gostava de vê-las ali.O constrangimento da sua bela loira era evidente. Ela voltou a ser a mulher tímida que entrou no seu apartamento meses atrás e parecia desconfortável em cada movimento que fazia. Ele teria que esclarecer a situação deles o quanto antes, só assim ela ficaria à vontade e entenderia que independente da mentira que existiu entre eles, nada iria mudar.— Você me espera tomar um banho antes de jantarmos? Eu tive um dia corrido e preciso tirar esse terno.— Claro que espero, na verdade não estou com fome. – Sempre que Suzana se sentia pressionada perdia a fome— A senhorita comeu hoje?— Pouca coisa. – Com tantos problemas que estava vivendo, comida foi a última coisa que passou pela cabeça dela— Certamente não comeu nada, mas irá comer no jantar. – Ele se aproximou e be