— Quero que você esteja aqui às vinte horas, pode ser?Suzana observou ele fechar sua elegante blusa.— Claro que pode, estarei aqui no horário. – Ela sorriu e se aproximou dele. — Me deixe te ajudar.Suzana pegou a gravata e alinhou no seu pescoço.Agora que tinha certa intimidade com ele, se sentia mais livre para tocá-lo. Gostava de ajeitar gravatas, ela sempre fazia isso no canalha do ex-marido, mas ele não ficava tão lindo como Junior ficava. Nele, as gravatas eram apenas um acessório, mas no seu chefe elas viravam objeto de fetiche.— Pronto. – Ela alisou a gravata e olhou em seus olhos, e o que viu neles deixou Suzana perturbadaMas nada se comparou com quando ele segurou a sua cabeça e procurou sua boca. O beijo dele tinha uma conotação diferente que a fez se derreter em seus braços.— Me lembre de nunca mais marcar nada na hora do almoço e também jamais me deixe permitir que você arrume minha gravata sem ter tempo de f#dê-la por ser tão sensual fazendo isso. Jurava que me sen
Manhã de sexta-feiraNo Escritório— Está aqui o que me pediu. – Theodoro observou seu motorista e amigo jogar uma pasta sobre sua mesa. — Consegui levantar a vida da sua bela loira em tempo recorde.Tentando aparentar toda a calma do mundo, Theodoro olhou para o relógio e verificou que seu amigo chegou com os documentos antes do prazo marcado.— Ainda são onze horas, a sexta nem chegou na metade.— Eu sei, mas quando tenho uma missão, faço rápido. Até porque não foi nada complicado descobrir quem ela era. Digamos que a sua loira tem vizinhos que adoram falar sobre a vida dos outros. Foi rápido, o serviço.— Você fez sozinho? – Douglas sempre foi bom de papo e teve meios escusos para descobrir certas informações.— Pedi ajuda para aquele meu amigo, ele conseguiu fazer um bom trabalho com as informações que obtive dos seus vizinhos. O valor que paguei a ele está no final do relatório, espero a transferência do dinheiro até o final do dia. – Theodoro observou o amigo prender o sorriso.
Suzana estava nervosa, ela tinha acabado de receber um convite do chefe e não sabia o que faria para passar o fim de semana com ele. Queria muito ir, mas como deixaria Sofia sozinha?— Deus, o que vou fazer? – Ela olhou para Sofia brincando na sala e perdeu a coragem de ir. Não poderia abandonar sua pequena e ir se divertir sozinha. Sofia já passava tempo demais aos cuidados de terceiros, não era certo deixá-la tanto tempo sem a sua presença.— O que foi, Suzana, por que está com essa cara de desespero? – Suzana olhou para Priscila, que chegava em casa, e não soube como contar para a amiga o que estava acontecendo.Sempre que olhava para Priscila, se sentia culpada, a sua amiga tinha interesse em Junior, e com esses encontros deles se tornando cada vez mais constante e estranho, ela estava se sentindo apegada a ele. Quando aceitou ser treinada pelo chefe delas, achou que era algo comum, mas agora que a maioria dos encontros deles estava se tornando pessoal demais, Suzana passou a se
Theodoro sentia que a sua vida estava fugindo do controle. Ele tinha sido dispensado por uma mulher que pretendia ser garota de programa. Isso era inadmissível, nunca fora rejeitado por ninguém, e ela não seria a mulher que faria isso.Num impulso, ele pegou o celular e procurou na sua agenda números de mulheres que adorariam a sua companhia. Começou a ligar e se assustou quando três delas disseram que não podiam ir, pois estavam comprometidas.O que estava acontecendo com as mulheres? Será que elas estavam querendo dar um castigo nele? Tentou mais uma ligação e, como resposta, ouviu que ela já tinha namorado e não se interessava mais pelo seu convite.— Que merda!Essas mulheres decidiram dar um gelo nele? Algo estava errado, isso jamais tinha acontecido com o poderoso Theodoro Aljarafe.Olhou para o celular e decidiu fazer outra ligação, dessa vez não admitiria ouvir não como resposta.— O que foi, meu filho?— Mãe... – Theodoro se sentiu como um garoto correndo para a barra da s
Na casa de Priscila— Suzana, cadê você? – O grito da sua amiga chamou a atenção de Suzana, e ela pediu licença para sua vizinha Verônica e entrou em casa para saber o que Priscila queriaUmas das vantagens de morar em uma vila era a comodidade de conversar no portão com tranquilidade. A pequena rua da vila só era frequentada por quem morava ali, por isso as pessoas ficavam tranquilas em bater papo na calçada.— O que foi, Priscila? – Suzana acomodou Sofia no seu quadril e viu sua amiga na sala com o celular na mão.— Você não vai acreditar. – Ela sorriu e jogou o celular no sofá – Acabei de receber um telefonema do meu cliente, e ele disse que estamos indo essa noite para Angra. Acabou de mudar o nosso programa e me avisou que terei que ficar disponível o final de semana todo.Suzana olhou para a amiga e não soube o que falar. Não queria pensar que esse passeio de Angra tinha a ver com o que teria feito com o Junior.— Parece que tem uma festa em um iate de um amigo do nosso chefe, e
DomingoAngra dos ReisPéssima ideia!Pela milésima vez, Theodoro pensou na burrada que fez. Ele nunca foi de agir na impulsividade, mas depois de receber tanto nãos, perdeu o controle e se meteu nessa furada.Com desgosto, ele observou as oito mulheres que Murilo trouxe para passar o fim de semana com eles. Todas eram bonitas, mas nenhuma delas chegava aos pés de Ashley. Essas meninas que estavam em seu iate eram atrevidas demais, experientes demais e não possuíam a inocência que sua bela loira tinha.Ashley tinha um olhar puro, um sorriso tímido e uma voz suave que era capaz de elevar sua temperatura corporal a níveis máximos. Ela despertava seu lado protetor, sempre que estava com ela, tinha vontade protegê-la de qualquer mal. Theodoro nunca havia desejado alguém como desejava Ashley, ela era um vício que ele começou a entender que não estava preparado para se livrar.— Quero saber o motivo do seu desânimo. – Murilo se aproximou do amigo para tentar descobrir qual era o problema co
Suzana passou o fim de semana chorando. Ela estava sentindo saudades de Junior e com medo do que estava acontecendo no final de semana dele. Se alguma das garotas que estavam no passeio tivesse chamado a atenção dele, ela certamente seria deixada de lado.O coração dela se apertou e a fez se lembrar dos bons momentos que viveu ao lado do seu chefe. Depois que perdeu sua família, uma tristeza profunda se instalou nela. Apenas Sofia e ele conseguiam tirar dela a angústia que a dominava. Se os encontros dele fossem cancelados, ela não saberia que iria fazer. Priscila chegou no domingo, tarde da noite, mas Suzana fingiu que estava dormindo e não respondeu à amiga quando ela a chamou no quarto. Desde que ela foi para Angra, Suzana não conseguiu dormir. Sempre que fechava os olhos, imagens do Junior ao lado da amiga povoavam a sua mente. Sentia um mal-estar quando imaginava ele fazendo com Priscila o que os dois já fizeram juntos. Ela sabia que não deveria ter desenvolvido sentimentos por
Já havia se passado uma semana, e Suzana não tinha recebido nenhuma notícia de Junior. Ela sabia que seu emprego tinha ido por água abaixo, mas achava que merecia ser dispensada pessoalmente. Não aceitaria esse desprezo dele. Durante anos, ela sempre fez o melhor para as pessoas e sempre evitou magoar quem estava à sua volta. Mas agora seria diferente, ela iria atrás dele e diria algumas verdades antes de ir embora. Não estava se importando se ele iria ou não gostar do que ia ouvir, mas ela não sairia dessa por baixo. Estava cheia de ser enrolada pelos homens, não aceitaria mais isso.Suzana já havia marcado um almoço com Murilo. Ele ligou para ela durante a semana e tinha perguntado como ia seu estágio. Como ainda não tinha tomado uma decisão, Suzana mentiu e disse que estava perto do fim. Não aceitaria nada antes de colocar a situação com Junior em pratos limpos. Ela queria ir atrás dele e olhar dentro dos seus olhos antes de partir. No fundo, ela sabia que precisava vê-lo só mais u