A luz dourada do entardecer se derrama sobre os campos abertos, pintando o horizonte com tons quentes de laranja e vermelho. A árvore imponente sob a qual estamos sentados parecia uma velha guardiã de segredos, testemunha silenciosa de inúmeras conversas, planos e decisões que moldaram não apenas nossas vidas, mas também o destino de nossas famílias.Heitor abriu outra cerveja com um estalo metálico, o som se perdendo no leve farfalhar das folhas acima de nós. Javier, com o olhar perdido no horizonte, parecia absorto em memórias que o vento trazia de volta. Teodoro e Éder estavam mais focados no presente, atentos ao diálogo que se desenrolava.— É impressionante. Murmurou Teodoro, olhando para o céu tingido de cores vibrantes. –como uma única decisão pode mudar o curso de tantas vidas.Javier assentiu, o olhar finalmente se voltando para nós.— A decisão de treinar nossos filhos foi, sem dúvida, a mais importante que tomamos. Não apenas pela segurança deles, mas pela continuidade do
Joana A Precisão dos VenenosO cheiro estéril e levemente metálico do laboratório era quase reconfortante para Joana. Diferente do caos controlado do ringue ou do zumbido incessante das telas de Mateus na central de monitoramento, ali, tudo era silêncio, precisão e controle absoluto. Cada frasco, seringa e ampola tinha seu lugar. Cada líquido colorido e pó brilhante contava uma história — de cura, de morte, de poder.Joana sempre acreditou que o mundo era dividido entre aqueles que entendiam as nuances invisíveis que regiam a química da vida e aqueles que simplesmente sobreviviam sem percebê-las. Ela fazia parte do primeiro grupo, e a sensação de controle que isso trazia era quase viciante.Vestindo seu jaleco branco impecável, com luvas cirúrgicas ajustadas e uma máscara cobrindo parte do rosto, Joana parecia mais uma cientista em um laboratório de última geração do que uma peça-chave em um grupo de operações secretas. Mas era exatamente isso que ela era: uma peça essencial, insubst
Jonh A Força na Linha de FrenteO sol nascia preguiçoso no horizonte, tingindo de dourado os campos vastos da Fazenda Feitiço do Sol Nascente. O som de passos firmes ecoava pelo campo de treinamento ao ar livre. Sob o céu aberto, Jonh estava lá, suando enquanto repetia cada movimento com precisão letal.Segurava uma faca curta em uma das mãos e um bastão de madeira na outra, movendo-se com agilidade surpreendente para alguém de seu porte físico robusto. Seus músculos pareciam esculpidos no aço, resultado de anos de treino e disciplina quase militar. Cada golpe era rápido, cada esquiva era medida ao milímetro.Naquele momento, Jonh não era apenas um lutador, era um predador.Desde pequeno, Jonh sempre fora o mais destemido do grupo. Enquanto os outros hesitavam diante de desafios físicos, ele se jogava de cabeça. Treinava com Javier e Heitor, seu tio e o pai de Luna, aprendendo com homens que sabiam exatamente o peso de uma vida nas mãos.Mas Jonh não era apenas força bruta. Ele ente
MateusO Mestre da TecnologiaO zumbido constante das máquinas era música para os ouvidos de Mateus. No fundo do galpão da Fazenda Feitiço do Sol Nascente, atrás de uma porta reforçada com código biométrico e senha dupla, ficava o seu santuário: a Central de Monitoramento. Um lugar que mais parecia saído de um filme de ficção científica do que de uma fazenda isolada no meio do nada.Telões gigantes cobriam quase toda a parede frontal, exibindo mapas digitais, transmissões de câmeras ao vivo e linhas intermináveis de código correndo em janelas abertas. O brilho azul dos monitores era a única fonte de luz no ambiente, refletindo nos óculos de Mateus enquanto ele deslizava os dedos sobre o teclado com velocidade quase inumana.Era ali que ele reinava.Mateus não era apenas um programador; ele era um arquiteto do mundo digital. Um mestre dos códigos, um estrategista das sombras eletrônicas. Enquanto Luna e os outros lutavam com os punhos, armas e venenos, ele lutava com números, senhas e
Luna.A GuardiãO sol despontava no horizonte, tingindo de dourado os campos vastos da Fazenda Feitiço do Sol Nascente. A névoa da manhã ainda se agarrava à grama úmida quando Luna atravessou os estábulos com passos firmes, suas botas de couro ressoando no piso de madeira.Seu olhar atento captava cada detalhe: um cavalo inquieto na baia à direita, uma sela fora do lugar, um arreio que precisava de ajuste. Nada escapava dos olhos de Luna, não quando se tratava dos animais que ela tanto amava.Luna havia crescido entre cavalos. Javier, seu pai, havia lhe ensinado que o coração de um cavaleiro bate no mesmo ritmo que o de seu cavalo. E ela levou essa lição a sério. Tornou-se veterinária com especialização em medicina equina e doma racional, focada nos magníficos cavalos crioulos que corriam livres pelos campos da fazenda.Seu consultório veterinário, localizado próximo aos estábulos, era um espaço impecável. Uma mesa de aço inoxidável brilhava sob a luz suave que entrava pela janela, en
Luna. O casamento se aproxima. Despedida. O amanhecer despontava, pintando o céu com pinceladas laranja e rosa, quando atravessei o portão enferrujado que dava acesso ao galpão antigo da Fazenda Feitiço do Sol Nascente. O frio da madrugada ainda se agarrava à terra úmida sob minhas botas, e uma fina névoa serpenteava pelo chão, como se o próprio mundo hesitasse em acordar. O galpão ficava afastado do centro da fazenda, escondido por árvores altas e arbustos densos. À primeira vista, parecia apenas uma estrutura velha, esquecida pelo tempo. As tábuas desgastadas e o telhado remendado por chapas de metal davam a impressão de abandono, mas para nós, aquele era o coração pulsante de tudo que éramos e representávamos. Empurrei a pesada porta de madeira, que rangeu como um velho queixoso, e fui recebida por um aroma inconfundível: óleo, suor e algo mais... talvez o cheiro metálico da pólvora impregnada no ar. Lá dentro, o ambiente parecia outro mundo. As paredes eram forradas com estante
O Jardim dos Sonhos A manhã estava perfeita. O céu límpido, o cheiro das flores recém-regadas e o som suave do vento sussurrando entre as árvores do hotel fazenda traziam uma paz inexplicável. Estávamos todas reunidas no jardim principal, cercadas por mesas decoradas com tecidos brancos e arranjos florais exuberantes. À minha frente, Jordana gesticulava animadamente enquanto explicava uma ideia para a cerimônia, enquanto Maria anotava tudo com precisão no seu inseparável caderno de planejamento. Martina, sempre focada, provava uma das amostras de bolo que seriam servidas no casamento. Eu, Laura, apenas observava. Era fascinante perceber como a vida nos transformou. Cada uma de nós havia passado por desafios imensos, sofrimentos que pareciam insuperáveis, mas ali estávamos, unidas, felizes e prestes a realizar um dos dias mais importantes na vida da minha filha, Luna. — Laura! Chamou Jordana, arrancando-me de meus pensamentos. — Você ouviu o que eu disse? Pergunta — Perdão, e
O Jardim dos Sonhos – Parte IIO céu estava tingido de tons alaranjados e rosados quando finalmente decidimos encerrar os preparativos daquele dia. A brisa fresca da noite trazia consigo o perfume das flores recém-arranjadas, e as luzes do jardim brilhavam com uma suavidade quase etérea. Respirei fundo, permitindo que aquele momento se instalasse em mim. Era como se tudo ao meu redor estivesse em perfeita harmonia.Jordana, Maria, Martina e eu caminhávamos lado a lado de volta ao salão principal do hotel fazenda. Nossos passos eram lentos, como se estivéssemos prolongando aquele instante. Cada uma de nós carregava uma expressão serena no rosto, mas nossos olhos denunciavam a emoção que nos consumia.— Acho que nunca vi algo tão bonito na minha vida. Sussurrou Jordana, quebrando o silêncio.— Está tudo perfeito. Concordou Maria, ajustando os óculos enquanto admirava as luzes ao longe.— Isso aqui é mais do que um casamento. Disse Martina, sorrindo de forma doce. — É um sonho. Completo