Luna. O casamento se aproxima. Despedida. O amanhecer despontava, pintando o céu com pinceladas laranja e rosa, quando atravessei o portão enferrujado que dava acesso ao galpão antigo da Fazenda Feitiço do Sol Nascente. O frio da madrugada ainda se agarrava à terra úmida sob minhas botas, e uma fina névoa serpenteava pelo chão, como se o próprio mundo hesitasse em acordar. O galpão ficava afastado do centro da fazenda, escondido por árvores altas e arbustos densos. À primeira vista, parecia apenas uma estrutura velha, esquecida pelo tempo. As tábuas desgastadas e o telhado remendado por chapas de metal davam a impressão de abandono, mas para nós, aquele era o coração pulsante de tudo que éramos e representávamos. Empurrei a pesada porta de madeira, que rangeu como um velho queixoso, e fui recebida por um aroma inconfundível: óleo, suor e algo mais... talvez o cheiro metálico da pólvora impregnada no ar. Lá dentro, o ambiente parecia outro mundo. As paredes eram forradas com estante
O Jardim dos Sonhos A manhã estava perfeita. O céu límpido, o cheiro das flores recém-regadas e o som suave do vento sussurrando entre as árvores do hotel fazenda traziam uma paz inexplicável. Estávamos todas reunidas no jardim principal, cercadas por mesas decoradas com tecidos brancos e arranjos florais exuberantes. À minha frente, Jordana gesticulava animadamente enquanto explicava uma ideia para a cerimônia, enquanto Maria anotava tudo com precisão no seu inseparável caderno de planejamento. Martina, sempre focada, provava uma das amostras de bolo que seriam servidas no casamento. Eu, Laura, apenas observava. Era fascinante perceber como a vida nos transformou. Cada uma de nós havia passado por desafios imensos, sofrimentos que pareciam insuperáveis, mas ali estávamos, unidas, felizes e prestes a realizar um dos dias mais importantes na vida da minha filha, Luna. — Laura! Chamou Jordana, arrancando-me de meus pensamentos. — Você ouviu o que eu disse? Pergunta — Perdão, e
O Jardim dos Sonhos – Parte IIO céu estava tingido de tons alaranjados e rosados quando finalmente decidimos encerrar os preparativos daquele dia. A brisa fresca da noite trazia consigo o perfume das flores recém-arranjadas, e as luzes do jardim brilhavam com uma suavidade quase etérea. Respirei fundo, permitindo que aquele momento se instalasse em mim. Era como se tudo ao meu redor estivesse em perfeita harmonia.Jordana, Maria, Martina e eu caminhávamos lado a lado de volta ao salão principal do hotel fazenda. Nossos passos eram lentos, como se estivéssemos prolongando aquele instante. Cada uma de nós carregava uma expressão serena no rosto, mas nossos olhos denunciavam a emoção que nos consumia.— Acho que nunca vi algo tão bonito na minha vida. Sussurrou Jordana, quebrando o silêncio.— Está tudo perfeito. Concordou Maria, ajustando os óculos enquanto admirava as luzes ao longe.— Isso aqui é mais do que um casamento. Disse Martina, sorrindo de forma doce. — É um sonho. Completo
LunaO casamento estava para começar. Luzes pendiam delicadamente entre as árvores, criando um céu estrelado artificial que competia com o verdadeiro acima de nossas cabeças. O som da música ao vivo se misturava com o riso e conversas abafadas dos convidados, o tilintar de taças e o murmúrio emocionado de parentes e amigos. No entanto, algo dentro de mim parecia incompleto, como uma peça que faltava no quebra-cabeça perfeito daquele dia. Eu não havia falado isso para ninguém, mas desde o início, meu coração sussurrava os nomes deles: Lupita e Arturo. Meus avós. Meus pilares. Eles não estavam ali, e isso doía mais do que eu poderia admitir.Eu queria acreditar naquelas palavras, mas havia uma parte de mim que ainda desejava vê-los ali, em carne e osso. Lupita com seu olhar sereno, suas mãos firmes e gentis; Arturo com aquela presença imponente que parecia capaz de fazer o mundo parar com um único olhar.De repente, o murmúrio começou. As pessoas começaram a se virar em direção à entra
Promessas ao EntardecerO jardim estava impecável, e o pôr do sol parecia ter sido pintado à mão apenas para aquele momento. O céu, tingido de dourado e rosa, lançava uma luz suave sobre cada detalhe da decoração. Flores brancas e lilases adornavam o altar, enquanto fileiras de cadeiras elegantemente decoradas aguardavam os convidados. O vento soprava leve, carregado o perfume das glicínias e lavandas espalhadas pelo espaço.Estou diante do espelho do quarto reservado para noivas no hotel fazenda. Minha respiração está lenta, e minhas mãos estão ligeiramente trêmulas. Visto um vestido branco rendado que cai suavemente até o chão, com detalhes delicados bordados à mão. Meus cabelos estão presos em um coque baixo, adornados com pequenas flores brancas, e o véu cai suavemente sobre meus ombros.Após a emocionante chegada dos meus avós, me sinto feliz e ansiosa.Dinorá e Marcelo chegaram mais cedo e já estavam nos seus lugares, e eu estava feliz de ter todos reunidos na cerimônia do meu c
Os Votos de ThéoQuando chegou a hora dos votos, Théo segurou minhas mãos com firmeza, olhando profundamente nos meus olhos. Sua voz estava calma, mas carregada de emoção.— Luna, desde o momento em que te vi pela primeira vez, soube que minha vida nunca mais seria a mesma. Você entrou na minha vida como um raio de luz em meio à escuridão, trazendo cor, calor e esperança para um coração que já estava cansado de lutar.Ele fez uma pausa, respirou fundo, e pude ver seus olhos brilhando com lágrimas contidas.— Nós passamos por momentos difíceis, enfrentamos desafios, e até mesmo dúvidas. Mas, mesmo nos momentos mais sombrios, você foi minha âncora. Hoje, diante de todos que amamos, prometo ser seu parceiro, seu companheiro e seu porto seguro. Prometo te amar nos dias bons e nos dias ruins, quando o sol brilhar forte ou quando as tempestades tentarem nos derrubar.Eu sentia as lágrimas escorrendo pelo meu rosto enquanto ele falava. Théo continuou, apertando minhas mãos suavemente.— Prom
La Promessa del CorazónThéo estava ao meu lado, sua mão firme segurava a minha, enquanto nós dois cumprimentávamos os convidados e recebíamos abraços apertados.— Está tudo bem, amor? Théo perguntou baixinho, percebendo meu olhar perdido entre os convidados.— Está, sim!O Anúncio InesperadoO mestre de cerimônias chamou a atenção de todos para um brinde especial. As taças foram erguidas, e as palavras de carinho continuaram a ser ditas, mas, no fundo, eu estava distraída. Minha mãe, Laura, estava radiante, assim como meu pai, Javier. Meus primos Jonh, Joana e meu irmão Mateus riam alto perto da pista de dança, mas ainda assim, meu coração estava inquieto.Quando finalmente voltamos para a festa, a presença deles parecia ter mudado a atmosfera do ambiente. Algumas pessoas ainda olhavam de longe, surpresas por verem duas figuras tão poderosas ali, em um evento tão pessoal e íntimo.Laura e Javier ajudaram Lupita e Arturo a se acomodarem em uma mesa especial, perto dos meus pais. Théo
Momentos na pista de dança A música animada tomou conta do salão novamente, e logo estávamos todos na pista de dança. Paola dançava com Mateus, rindo alto enquanto ele fazia passos exagerados para arrancar risadas dela. Joana girava sozinha, aproveitando cada segundo com sua alegria contagiante. Mas foi quando olhei para Jonh que algo chamou minha atenção. Ele estava parado perto do bar, olhando para alguém no outro lado do salão. Segui seu olhar e encontrei Giovana, filha dos meus padrinhos . Ela estava deslumbrante em um vestido vermelho que realçava seus cabelos escuros e sua pele dourada. Ela parecia não notar o olhar de Jonh a princípio, mas então seus olhos se encontraram. Por um segundo, tudo ao redor deles pareceu sumir. O mundo continuou girando, mas eles estavam presos naquele instante. — Parece que alguém acabou de levar uma flechada de cupido. Sussurrei para Paola, que estava ao meu lado. Ela seguiu meu olhar e sorriu. — Acho que sim. Jonh nunca olha assim para ningué