123°
As perguntas continuaram na sala 3B.
Bonifácio, outro aluno levantou a mão.
“Meu pai me disse que essa coisa de mágica é balela. Que o governo faz propaganda para enganar a população e esconder a verdade.”
Sofia Perguntou. “E os vídeos que passam nos noticiários?”
“É tudo efeito especial.” Bonifácio respondeu. “Meu pai sempre diz que a gente não pode acreditar em vídeos.”
“Acredito que se seu pai não acredita em provas em vídeos, também não acredita em fotos, áudio, documentos escritos e considera todas as evidências históricas de nossa civilização questionáveis.” Arremedou o Cadete.
“Não é bem assim.” Protestou o aluno. “Meu pai acredita em provas escritas. Se for um documento escrito ele diz que é verdade.”
“Então seu pai não acredita em uma cena em vídeo, mas acredita no que alguém escreveu em um pedaço de papel?” O cadete soltou algumas risadas e deixou o aluno sem respostas.
124° De volta a sala B2 Zoya se sentia melhor do que todo mundo, mas isso acabou no instante em que ela colocou a mão na redoma e uma espécie de liquido escuro começou a girar dentro. A cadete soltou um suspiro, muito chateada olhando para a carteira da Zoya. “Você está usando algum amuleto contra magia?” Mayara piscou e balançou o dedo. “Eu...” Zoya ficou muito encabulada e mostrou dentro de sua roupa. “Alguns... Eu uso alguns.” “Se isso é ‘alguns’ nem quero ver o que você chama de muitos.” Mayara revirou os olhos. “Você está mais enfeitada do que uma arvore de natal.” Zoya começou a tirar os amuletos “Nãofiquei chateada, eu é que deveria ter avisado.” Mayara se dirigiu para classe. “Pessoal! Por favor, tire qualquer amuleto contra magia que estiverem usando, isso afeta a leitura do aparelho.” Os alunos começaram a retirar os amuletos enquanto a cadete regulava o medidor. “Eu ta
125° “Nome e número.” Ordenou o cadete Dietrich. Havia um silencio mortal na sala 3B; muitos alunos suavam; mesmo com o terrível frio que se fazia aquele dia. Ofélia olhava para a redoma como se ela fosse sugá-la para dentro. A diretora disse o nome e o número de Ofélia, que parecia pronta para vomitar quando ela colocou a mão na redoma e uma luz azul se ascendeu. O ar parecia tão tenso que se podia cortá-lo com uma faca. O silencio era tal que se podia ouvir o coração de cada um batendo. O cadete apenas anotou algo em seu tablet e levou o aparelho ao próximo aluno. “Nome e número.” A cada mão colocada, a tensão aumentava. Allix sentia o frio da sua mão aumentando, atravessando a roupa, esfriando o seu peito. O cadete periodicamente olhava para ela pelo canto do olho com interesse. Novamente a luz se acendeu para Estefani a garota mais inteligente da classe.
126° As coisas já não estavam mais tão alegres na B2. Pelo menos não para Zoya, ela sabia que Allix era uma feiticeira, até lhe disse que sua mãe sofria uma doença apenas pra siddas. “Algum problema Zoya?” Mayara perguntou. “Você parece preocupada.” “Mayara.” Zoya ajeitou seu cabelo. “Você conhece uma doença que só afeta feiticeiros chamada Ergozopolis ou Erozitits alguma coisa assim?” “Você quer dizer Ergozotits.” Mayarasorriu. “Sim, sou familiar com a doença.” “É muito grave?” “Que nada.” Mayara brincou. “Alguns dias recebendo uma solução intravenosa se fica ótima.” “E se a pessoa não fizer esse tratamento?” Mayara arrumou o yogata e colocou na frente de Zoya. “Sem tratamento intravenoso a pessoa vai definhar até uma lenta e dolorosa morte.” ‘Não é possível! ’ Zoya sentia que ia chorar. ‘A dona Ivana é a pessoa mais legal que já conheci. Allix nem tem ideia de como é sortuda te
127° Na sala 2B. Mayara falava em seu tablet com alguém sobre um sidda de alto nível que ela havia encontrado. Até onde Zoya sabia era como se referiam aos feiticeiros. “Sim...” Mayara falou no tablet. “Agora vou continuar com as leituras.” “Espera! Espera!” Zoya a segurou. “Do que você está falando?” “Me desculpe! Eu só queria ver suas leituras!” A cadete guardou o tablet. “Eu tenho uma colega com um selo igual ao seu. Parece que é um selo para bebês que nasceram com Vidyas anormalmente fortes.” A sala ficou apreensiva. Todos olhavam para Zoya com surpresa e preocupação. “Provavelmente seus pais queriam evitar que o selo ficasse visível e encobriram com outro feitiço, mas o selo se enfraqueceu conforme você se fortaleceu com o passar dos anos.” A cadete parecia totalmente tranquila e sobre controle. “Por isso que seu pai te deu tantos amuletos, você os consome feito sorvete no v
128° Allix olhou para sua mão coberta de cristais de gelo. Péssima hora para os seus poderes voltarem. Um grito se ouviu vindo da B2 e em seguida uma serie de fortes estalos. Ouve uma batida forte na parede, o chão tremeu, lascas de tinta seca e massa atingiram vários alunos, uma grande rachadura apareceu na parede. “A bruxa!” Ofélia gritou. Começou um alvoroço por toda a 3B a tensão imediatamente acabou. “Acalmem-se!” Gritou a diretora. Dois homens passaram correndo pela porta da sala. Ninguém mais estava nas carteiras, alvoroçados os alunos falavam todos ao mesmo tempo. Um estrondo, seguido de uma rachadura na parede. Todos ficaram em silencio assustados. “Por favor!” Gritou o cadete Derek. “Todos em fila indiana, para o pátio.” “Eu vou evacuar as outras salas.” A diretora correu para fora da sala. “Todos! Saiam rápido e em ordem.” Ordenou o cadete. Uma
129° Como um trovão os gritos foram ouvidos por toda parte. O chão vibrou, vidros quebraram, algumas pessoas correram, outras se aglomeraram para ver. De certa forma Allix também estava cercada, todos os alunos que a conheciam a observavam espantados comentando. “Por que os gritos diziam que ela era uma bruxa?Seria verdade?” Foi então que ela pode ouvir os gritos perfeitamente. “Allix é a Bruxa! Vocês têm que pegá-la, não eu.” Ela viu claramente os olhares de seus colegas a fitando. Seu corpo parecia ter congelado e seu coração que tinha parado de bater. ‘Eles sabiam agora. Todos sabiam. ’ Quase todo mundo já havia saído do edifício, os cadetes feridos foram retirados e estavam recebendo cuidados médicos no pátio. Para surpresa de todos, Zoya surgiu gritando. Ela estava sendo segura por dois homens usando longos bastões com laços, estavam usando roupas bem protegidas parecidas com as de homens b
130° Quando Zoya foi atingida na cabeça tudo pareceu em câmera lenta para Allix. Ela girou o corpo duas vezes e caiu no chão rolando e antes que pudesse fazer qualquer coisa a cadete Grace empurrou um logo bastão em suas costas e puxou um gatilho. Alguns estudantes aplaudiram, outros pareciam nauseados. A bruxa foi pega alguns diziam. Zoya estrebuchou e espumou como se estivesse sendo eletrocutada, isso continuou por intermináveis segundos até que finalmente parou sem vida parada com os olhos revirados em uma poça de saliva e espuma. “Não precisam se preocupar que tudo está sob controle.” Miró apareceu apaziguando a multidão. “Ela estava perturbada, mas vai ficar bem.” “Ficar bem?” Comentou uma voz por trás de Allix. “Estão brincando? Seria melhor se tivessem atirado pra matar!” “Eu já vi isso antes!” Comentou outra voz. “O cérebro dela virou tapioca. Ela nunca mais vai ac
131° O cadete Derek Dietrich observava o camburão sendo fechado para partir. “Isso foi completamente desnecessário Grace.” Derek olhava para Zoya no chão. “Eu tinha a situação sobre controle.” “Depois do que ela fez com a Engenhoca?” Grace perguntou. “Não acha que foi justo?” “Acho que nós temos visões diferentes...” Derek notou que havia algo escrito no papel que Allix segurava. “Então foi porque ela ficou se agarrando em você.” Grace passou o dedo pelo peito de Derek. “O que é isso?” “Parece um bilhete que uma garota me deu.” “Ora, mas que conquistador.” Grace tentou pegar o papel, mas Derek não deixou. “Será que eu vou ter que atirar em mais alguém?” “Não entendi porque ela foi dizendo que queria se entregar pra gente lá no pronto socorro.” Miró cruzou os braços. Ela veio com a gente.” “Como assim ela veio se entregar?” Derek se aproximou. “Não, não.” A capitã Mabel Vo