77°
“O futuro esquecido.” Allix tentou descobrir quem era a mulher falando. “Lembre-se.”
Allix abriu os olhos e pegou o despertador no seu bolso que tocava.
“Cai no sono por oito horas.” Allix esfregou os olhos borrando sua maquiagem.
“Bom dia, minha flor do dia.” Elena ofereceu um café.
“Tem conhaque neste capuchino.” Allix reclamou e bebeu do mesmo jeito. “Tive aquele sonho que não consigo lembrar de novo.”
“Se você não consegue se lembrar, como sabe que é o mesmo sonho”?
“Quando eu estou sonhando, eu me lembro de que sonhei antes, mas quando acordo, me esqueço do sonho, mas me lembro de que já sonhei o sonho.”
“Não tenho certeza se isso faz algum sentido.” Elena negou com a cabeça.
”Nem eu.”
“Você anda caindo no sono desse jeito nas suas saídas”? Elena colocou a xícara em um canto. “Não existem mais saqueadores noturnos, mas não ficou menos perigoso.”
“Só acont
071 - Essa experiência de viagem no tempo te deixou bem mudada. – Kazan olhou no fundo dos olhos de Allix. – Eu poderia até pensar que você é a tal Allix do futuro. - O que é isso? – Allix sorriu encabulada. – Eu pareço tão madura assim pra você pensar que existe uma mulher dentro do meu corpo? - Sim! Digamos que você está mais madura do que me lembro. - Então... Obrigada. Vou tomar isso como um elogio. Os fogos começaram a estourar formando uma coroa a cima da grande arvora da vida. Kazan estava lá e para Allix foi mais do que o suficiente. Continuava Alegre e brincalhão. Não fazia o perfeito par romântico com Pêsseguinho, mas tanto Allix, quanto Cassandra sentiam que eles combinavam. Ele não fazia a mínima ideia e Pêsseguinho não tinha coragem de se declarar. Tudo estava de volta ao normal. Isso era mais do que perfeito. - Mesmo assim... – Allix declarou timidamente. – Ainda existe uma coisa q
79° O céu ficou laranja anunciando o entardecer. Aquele era um dos poucos momentos onde o mercado se acalmava, pois muita gente ia pra praça das igrejas. “Você precisa mesmo pintar a cara desse jeito”? Cassandra reclamou da maquiagem da Allix. “Incomoda-me em demasia e você sabe que tenho asperges.” “Cassandra, desconfio que a sua implicância não tenha nada a ver com asperges.” E continuou a se maquiar. “O senhor Júri está lá.” Cassandra parou na frente da loja. “Vou pegar umas roupas com ele.” “O restaurante das maravilhas está aberto.” Allix virou a cabeça. “Eu vou avisar a duquesa sobre o exército. Se bobear ela sabe mais do que eu.” “Não tenha duvida, a noticia já se espalhou quando você estava dormindo.” Cassandra se despediu. “Então nos vemos depois.” Allix chegou espiando e logo uma grande senhora de seios fartos com vestido azul veio atendê-los. “Se não é a Duquesa.” Allix deu um
80° Havia um boato que metade dos soldados e da força policial que ficaram em Aquamarina entrou para a gangue das maravilhass. Naquele momento ficou claro que todos os soldados e policiais da cidade faziam parte da gangue das maravilhass e estavam apontando armas para eles. Boris olhava para aquilo como se fossem crianças brincando, mas quando Allix chamou Zimey de mãe sua cor mudou para branco. “Fico quinze dias fora....” “Dezoito.” Allix corrigiu. “Fico dezoito dias fora e já está tudo um caos.” “Estamos apenas conversando.” Boris deu um sorriso assustador. “Não precisa agarrar ela para isso.” A rainha falou casualmente com suas mãos nos sabres com bainhas enfeitadas com fitas e laços vermelhos e brancos. “Eu disse para solta-la .” Lumina estava sendo impedida por Jaguadarte e o senhor Lagarta. Seu disfarce já havia saído quase completamente e todos ali podiam ver que o temido Grifo er
81° Dentro do hotel Majestic se encontrava um lugar confortável e familiar, fora as caixas cheias de contrabando o lugar foi arrumado como uma sala de visitas com sofás, poltronas, mesa de centro e um tapete felpudo onde Allix estava deitada segurando sua mão direita, sentindo uma mistura de dor e humilhação. “Não funcionou.” Ela quase chorou. “Quando eu preciso essa porcaria de mão não funciona.” “Pois fique feliz que não funcionou.” A rainha de copas bateu na cabeça de Allix. “Se atacasse Boris com seus truques ele retaliaria e se conseguisse mata-lo o resto da gangue ia executar as leis do mercado em você e eu não poderia reclamar.” Em seguida a Rainha bateu em Lumina. “Apontando uma faca no mercado? O que tem na cabeça”? “Achei que essas regras não valiam mais.” Lumina falou bobagem e levou outra pancada da rainha de copas. “Você vive apontando o sabre.” Rolou para não receber outra pancada. “Por qu
82° As coisas não estavam muito alegres no hotel Ritz. Mesmo com toda a musica e efeitos luminososm Boris o Urso estava de mau humor, e isso afetava o ambiente mais do que anevoa de miasma. Uma figura que estava quieta e nas sombras se levantou e foi até Boris, que sentava em seu trono no centro do luxuoso lobby do hotel Ritz. Uma mulher negra com a pele pálida e olhos claros, quase brancos com um longo cabelo crespo. Suas unhas e batom negros e usava um longo vestido. Parecia que ela deslizava pelo chão. As garotas em volta de Boris a olhavam com pavor. “Acho que chegou minha hora Boris.” A mulher falou com uma voz fria e sem emoção. “Vou levar meu pessoal comigo.” “Por quê”? Boris balançou o copo para uma das garotas enche-lo. “Por causa da rainha de Copas ou dos soldados Arcanos esta manhã”? “Nós temos coisas melhores a fazer do que morrer.” Ela respondeu com um sorriso. “Você se acha mal Bor
83° Na lavanderia do senhor Jura Cassandra ouviu sobre o encontro de Boris com Allix, mas mal teve tempo de ouvir sobre a aparição da rainha e saiu correndo para o restaurante das Maravilhas. Ela chegou a tempo de ver o pessoal já se debandando e se agaichou por tras de uma mureta pra ver melhor. “O que temos aqui? Uma espiã?” Cassandra levou um susto e quando se virou viu a A ovelha, Tweedledee e Tweedledum. “Não esta feliz em nos ver? Estamos de volta.” “Mas... Mas... Vocês não tinham ido embora?” “Voltamos” A ovelha colocou o bra;co em volta dela e a puxou pro restaurante. “E trouxemos companhia.” Allix teve uma surpresa. “Cassandra.” “Mas que cheiro bom é esse?” Uma voz de fora perguntou. “Estão comemorando alguma coisa ou desperdiçando rações?” A voz era meio familiar. Allix já tinha visto o Coelho Branco algumas vezes. Um sujeito grande e intimidante. Zimey
84° Logo ao lado do Hotel Majestic, na suíte da cobertura do hotel Plaza um grande grupo de pessoas se reuniam na cobertura. Uma figura veio de dentro do hotel usando uma máscara que parecia um bico. “Por que a máscara de médico da peste negra?” Titia se apoiou na sacada. “Por que não?” O mascarado respondeu com uma voz digitalmente distorcida. “O que é médico da peste negra?” Masha a loirinha perguntou. “Na época da peste bubônica usavam uma máscara como essa, colocavam ervas aromáticas para disfarçar o cheiro fétido dos doentes.” Titia respondeu com alegria. “Alecrim!” O mascarado apontou para a máscara. “Isso é para mim?” Ela fez uma cara triste e simulou uma lagrima escorrendo. “Vou ficar ofendida.” “Aquamarina.” O mascarado fez um sinal de fedor com a mão. “Não sei como suportam esse ar fétido e cheio de miasma.” “O ser humano tem uma incrível capacidade de adaptação
85° No restaurante do hotel Majestic a cúpula da Gangue das Maravilhas se reunião em volta da Cassandra que segurava um choro. “Eu juro que eu não fiz nada.” “Mesmo?” Zimey puxou um palito de carne seca pra boca, o que Cassandra sabia que era um sinal de que ela estava irritada. “Nós formulamos planos, os realizamos e ficamos letárgicos sem desenvolver nenhuma ideia nova.” Marilyn concordou. “Só percebemos como estávamos com a mente anuviada quando saímos da Zona Espiral.” “E não estamos pensando direito agora.” Merlin roía as unhas irritadamente. “Os poderes da Cassandra não são relacionados a Zona Espiral.” O chapeleiro tirou o chapéu para coçar a cabeça. “E dai?” Zimey socou a mão. “Dai que se a Cassandra tivesse encantado a gente, o efeito não passaria quando saíssemos da Zona Espiral.” “Eu não usei meu poder, eu juro.” Cassandra falou quase chorando. “Eu prometi pro tio Zanoni que nun