- Magia é muito útil e interessante, mas em uma guerra de verdade armas de fogo ainda são imbatíveis. O maior artista marcial e mais poderoso dos feiticeiros ainda pode facilmente ser destruído por um momento oportuno do mais inapto com o dedo no gatilho. – Medhal guardou a arma e ajudou Allix a se levantar com sua costumeira tranquilidade como se nada tivesse acontecido. – Como já disse este treinamento lhes proporcionara um corpo e uma mente mais saudável, um dos benefícios é que também poderão conjurar magia com menos esforço e mais habilidade. Unindo rituais de magia com artes marciais foi desenvolvida a arte do Mahoukempô. – O instrutor fez um gesto rápido e pequenas faíscas giraram em seus braços e com um soco no ar soltou uma bola de luz azul, que um aceno de sua mão estourou no ar antes de atingir as garotas. - Particularmente acredito que a mais valiosa lição que eu proporciono é a disciplina. Este é o salão de combate, são três treinos por semana. Vocês du
- Qual é o seu interesse nessa garota? – Lumina perguntou pra Kazan. - Ela precisava de ajuda. Eu faria a mesma coisa por você. Que eu me lembre, fiz algo parecido uma vez. - Já não basta ela quase ter matado a todos nós. Você ainda usa seu favor com Medhal pra trazê-la pra cá. - Do que você está falando? – Kazan perguntou um pouco zangado. – Você estava lá. Você pegou o baralho do pai dela correndo pra ter certeza que ia devolver. Praticamente pediu comigo pro Medhal trazer ela pra cã. Você até viajava escondida nos fins de semana pra encontrar com ela. - Eu não estava escondida. – Lumina ficou incomodada. - Você não estava escondida. – Origami desconfiou. – Então a sra. Jones sabe que você estava fazendo trabalho disfarçado pros Arcanos? - Não e nem sonha em contar pra minha mãe! – Lumina ameaçou. - Porque você ta fingindo que tem raiva dela? – Kazan perguntou. – Todo dia você fica andando com o baralho, seguindo ela pelos ca
- A gente pode te mostrar. – Allix estava com muita raiva. - Por favor, não briguem! – Zoya perguntou não conseguindo controlar as lágrimas. – Allix! Se ela era a pessoa que levou sua mãe, então você me disse que eram amigas, Ela te ajudou no mercado e guardou o baralho do seu pai. Você já falou com sua mãe, ela está bem melhor, está se recuperando. - Muito bem! – Allix apertou o baralho em suas mãos. – Eu agradeço por ter guardado o baralho do meu pai. - Como uma verdadeira jogadora de Atizaya, não podia ter feito de outra forma. - Lumina olhou Allix com raiva e se virou com um aperto no coração. Todo seu ódio não passava de um balão de ar quente, a dor que sentia ao ver o olhar de ódio de Allix era maior do que podia imaginar. – Eu sabia como era importante pra você. - Viu só? – Zoya puxou Allix. – Agora vamos fazer as pazes, está tudo bem. - está bem. – Allix se virou. - Mas eu nunca vou te perdoar por aquela traição. - Eu nunca per
- Que lugar lindo. – Sussurrou Zoya inebriada enquanto suas pernas ainda tremiam. – O que era aquilo onde estávamos? - Era o mundo onírico. – Nicole respondeu se espreguiçando no chão. - É pra lá que a gente vai quando morre? – Zoya não podia imaginar lugar melhor como paraíso. - Não! - Respondeu com uma risada. – É pra lá que você vai quando dorme. As garotas se levantaram em frente do diretor. De alguma forma a sensação de desconforto que sentiam em sua presença desapareceu completamente. - Vocês repararam que seu programa de aulas acabou. - Sim, vamos pegar outro com o prof. Maddox. - Essa foi a última pré-avaliação de vocês. Ainda vão ter algumas aulas teóricas de reforço, mas já vão começar a ter aulas com outros alunos na segunda feira. Allix e Zoya trocaram um olhar cheio de alegria por algum motivo elas sentiam como se tivessem passado em alguma espécie de teste e finalmente fariam parte de Sephirot. - A
No meio de uma das tarefas mais chatas que encontrara em sua vida, Allix surgiu. - Estou incomodando? – Perguntou timidamente. - Por favor, me incomode. – Kazan largou os últimos objetos dentro da primeira caixa que encontrou. - Tudo bem você fazer isso? – Allix perguntou. - Eu termino depois. Nem é minha obrigação fazer isso mesmo. Só estou ajudando o clube de eventos. - Nicole te pediu? - Não, o Janus. - E por que ele te pediu pra fazer isso? - Porque ele queria agradar a Nicole. - Há... - Em que posso ajudar? - Eu queria aprender a jogar Atizaya. - Você não sabe jogar? Lumina me mostrou que você já tinha um baralho original antes de vir pra cá. - Eu meio que aprendi a jogar, mas o modo que vocês jogam com as convocações é bem diferente. – Allix mostrou o baralho dela timidamente. - Lumina já devolveu seu baralho! – Ela me mostrou quando voltamos da sua cidade. – Vocês d
- O mais poderoso dos ataques destruiria a mais fraca das criaturas em modo de defesa e não daria nenhum dano na energia do seu escudo. Lembre-se que não pode colocar nenhuma carta com valor superior ao sacrifício. - Se a cada jogada eu posso jogar quatro cartas não vou ficar sem cartas? - Se sua mão ficar sem cartas automaticamente pega mais três cartas e na sua próxima vez mais uma carta. Kallo. Allix imitou a magia que havia visto tantas vezes na academia, um agradável calor saiu de dentro do seu peito e percorria suas mãos até a ponta de seus dedos. Sentiu a comichão e a Lamina se dissolvendo em seus dedos como uma pastilha efervescente. Foi uma sensação maravilhosa e empolgante. - Mas que adorável! – Allix ficou encantada com sua coruja do poente bem pequenininha no campo de batalha. A sensação de êxtase era maravilhosa. – Ela está se mexendo. - Eu vou sacrificar uma carta seis e colocar minha clareira de
Ciclo sete Após a conversa com Kazan, Allix desenvolveu mais interesse ainda pelas cartas mágicas, ficou eufórica com a ideia de ir até a biblioteca pesquisar os livros sobre cartas com as outras garotas. A biblioteca de Sephirot era muito conhecida entre os magos, por conter livros que eram considerados proibidos e secretos em muitas culturas. Os avanços do império Britânico e as guerras ajudaram os magos a conseguirem muitos exemplares raros e existia um verdadeiro exercito de pesquisadores traduzindo e convertendo antigas escrituras para línguas modernas. Só sobre budismo existia praticamente um salão inteiro livros como o Cânone Bön[1] tinha mais de 200 volumes, apenas suas copias e traduções ocupavam estantes inteiras. Allix ficou espantada com o tamanho gigantesco da biblioteca, os corredores de livros pareciam ruas, corvos e ratos de óculos cuidavam do lugar, os alunos liam sentados, outros deit
- Por que você está na minha cama? – Zoya cutucou Cassandra, mas essa apenas a ignorou. - Alguém vai comigo? – Allix perguntou. - Não pode. – Cassandra puxou o cobertor por cima da sua cabeça. – A sala te deixa na porta. - Não acenda a luz. – Pediu Nicole. – Se troca no banheiro. Assim que Allix se levantou Zoya entrou na cama dela. Ciclo Dois Durante todo o caminho a sala abacaxi reclamou da movimentação. O uniforme de buscas era bem menor e mais fino que os outros uniformes normais e mesmo dentro do castelo estava frio. Quando as portas se abriram Allix se surpreendeu com a quantidade de pessoas no enorme salão medieval iluminado por enormes tochas nas paredes e em pilares. Alguns alunos estavam tão sonolentos quanto ela, mas a grande maioria era energética e apressada. Em grandes balcões de pedra os instrutores passavam e repassavam informações. - O que e
Logo ao lado do salão dos mapas havia uma sala com um grande portão e em volta quatro estátuas de dragões chineses deitados no chão jogando um jogo de tabuleiro. Havia quatro pilastras vazias provavelmente das estátuas e as paredes eram pintadas com um desenho do fundo do mar que se movia. Alguns peixes saiam das paredes e nadavam pelo ar até entrarem novamente na outra parede. Também havia muitos jovens sentados nos bancos conversando entre si e comparando anotações. Aqueles estranhos Brownies estavam por toda parte e a maioria dos alunos usava uniforme de cadetes de um ou outro grêmio. Todos os alunos usavam proteções, algumas parecidas com as dela e outras grandes e espalhafatosas. Atravessando o portão pela primeira vez Allix pode ver Ingarden. O cenário era completamente diferente do que ela via todo dia ao acordar. O céu estava claro e as nuvens rosa com a luz do sol da manha, o outono em Ingarden deixava o bosque mult