Capítulo 50 Dandara olhava para o médico em sua frente, coberta de ansiedade, preocupação e medo. Não sabia que Paco poderia causar uma tempestade de sentimentos tão distintos dentro dela. — Sou Gael Benrouissi, irmão do paciente. — Gael se apresenta, estendendo a mão ao médico. Dandara e aquele doutor recusava apresentações, porque ela já o conhecia, era o médico da família. — Doutor Andrade, qual é a situação dele? — Dandara insiste em sua agonia. — Por favor, se acalme, Dandara. Não há razão para se preocupar. — Ele finalmente abriu a boca, enquanto passava os olhos pela sua prancheta. — Seu esposo ficará bem. No mesmo instante, Dandara solta um longo suspiro de alívio, agradecendo a qualquer entidade divina. — O quadro do Paco é estável. Sofreu apenas algumas fraturas na coluna e deslocou o joelho. Em breve receberá alta, mas esta noite precisará ficar em observação. — Ele explica. — Ademais, irá precisar de repouso até se recuperar totalmente, e também para evitar seque
Dandara estava de frente para um Paco curioso, que analisava do seu rosto até o seu celular que estava em suas mãos. — O que estava fazendo, Dandara? — ele insiste, e mesmo que sua voz soasse pesada, Dandara percebeu sua urgência. Tentando se manter calma e indiferente, Dandara coloca o seu celular de volta no bolso do seu terno e começa a andar em frente. — Estava apenas tentando ligar para alguém da sua família. — Ela explica. Paco apenas jogou sua cabeça para trás outra vez, e soltou um longo suspiro seguido de um gemido de dor. Ele fechou os olhos com força, e mesmo que tivesse passado as últimas horas dormindo, ele se sentia exausto. — Não adiantaria de nada. — Paco resmunga. E por mais que Dandara estivesse extremamente curiosa para descobrir sobre o que Paco se referia, naquele instante, ela tinha uma urgência ainda mais importante. Dandara então, para ao lado de Paco, e se atreve a tocar em sua mão. Paco ainda estava de olhos fechados quando sentiu o calor que vinha de
Dandara estava tão próxima a Paco que poderia sentir o hálito quente de sua respiração. Naquele instante, Paco não recordava que estava em uma cama de hospital e que estava consideravelmente machucado, qualquer dor que existia em seu corpo sumia quando olhava para Dandara.— Você está fazendo isso de novo. — Dandara sussurra quando percebe as intenções nos olhos de Paco.Ele apenas sorri do jeito sedutor que sempre fazia qualquer mulher se desmontar. Dandara não era diferente.— Não estou fazendo nada, Dandara. — Ele murmura. — Eu estou preso nessa cama de hospital, qualquer coisa que você fizer comigo, será culpa sua.Dandara engole em seco, ela consegue notar o desafio na voz de Paco, e se sente ainda mais instigada. Ela engole em seco e nota que se der qualquer passo em frente, poderia cair em um vasto abismo. E como se qualquer força divina resolvesse intervir, Dandara pôde recobrar o seu juízo, quando uma enfermeira entrou pela porta do quarto. No mesmo instante Dandara se
No dia seguinte, logo após os médicos darem alta, Dandara acompanhou Paco até a sua casa. O clima na mansão dos Benrouissi havia sido tão caloroso com a volta de Paco quanto uma pedra de gelo. Ninguém o esperava naquela sala, e pra dizer a verdade, parecia que ninguém lembrava dele e do seu estado. E se recordavam, não se importavam o suficiente.Dandara nota toda essa situação assim que entra naquela casa, e receosa de que Paco percebesse o mesmo, ela é ágil em tentar contornar toda aquele ambiente.— Vou o ajudar subir as escadas. — Dandara diz, se aproximando de Paco. — Você pode se equilibrar em mim.Paco sorri no mesmo instante enquanto Dandara joga os seus braços sobre ele, o segurando firme com toda força que tinha, mesmo que aquilo não surtisse efeito no corpo forte e musculoso de Paco. Ele aproveita então o modo como Dandara está acerca dele, e se aproxima do seu ouvido, sussurrando:— Se essa é sua desculpa para se agarrar a mim... Lamento dizer que você está vestida
Capítulo 54 Os dias se passaram com rapidez, enquanto Dandara seguia presa naquela casa. Os seus momentos de alívio só surgiam quando estava na empresa, mergulhada em trabalhos e sobretudo, quando estava a sós com Paco. Por mais que a relação entre eles ainda se mantivesse com uma tensão gritante enquanto os seus corpos chamavam um pelo outro, eles estavam aprendendo a lidar com toda a apreensão contida. — Dandara, você... — Paco surge de repente, saindo do seu quarto e parando no corredor onde Dandara se encontrava. Mas ela não estava sozinha. Dandara vira rapidamente o rosto em direção a Paco e dá um sorriso amigável, totalmente diferente da expressão que Paco trazia no seu rosto. — Oi, Paco — ela responde por fim — Eu estava aqui, conversando com o Gael sobre o filme que assistimos ontem à noite. Você acredita que ele nunca viu? Paco disfarça a amargura que surge em seu peito e o gosto amargo do sentimento que parece o entorpecer a cada segundo. Mesmo assim, ele sorri e encar
Capítulo 55Dandara sente uma raiva profunda enquanto caminha em passos rápidos em direção ao quarto. Ela não podia acreditar na insinuação de Paco, outra vez ele havia a ofendido com suas palavras confusas, que a deixava extremamente magoada.Dandara tentava forçar a si mesma a acreditar que deveria ter uma razão lógica para Paco ter agido assim, mas naquele momento, tudo que importava era o modo como ela se sentia.— Dandara — uma voz firme e máscula soou naquele quarto.A mulher permaneceu de costas, e respirou fundo, sentindo a brisa noturna exalando da janela aberta. Paco estava ali naquele quarto, e o seu perfume embriagava os sentidos de Dandara. Mas ela tinha que se manter forte e não recuar.Ela permanece em silêncio, e é quando Paco resolve falar:— Fiz uma reserva no seu restaurante preferido. — é tudo que diz.Quando Dandara percebe que Paco já havia terminado tudo que queria dizer, ela se vira sobre seus próprios calcanhares, incrédula.— Está falando sério? — ela arfa, c
Capítulo 56Dandara era incapaz de pregar os olhos naquela noite, não apenas pela discussão anterior que ainda queimava em sua mente, mas sobretudo pelo que acabara de descobrir.— Não pode ser... — Ela sussurra para si mesma, encarando um documento em sua mão que a fizera questionar tudo que achava que conhecia.Quando não conseguiu se acalmar naquela noite, Dandara resolveu andar pela mansão e acabou entrando em uma ampla biblioteca. Enquanto passava os dedos pelos diversos livros ali, Dandara acabou por encostar no que acabou se revelando uma sala secreta.Ela engoliu em seco, e olhou para os lados, se certificando de que ninguém estava ali. Por mais que Dandara soubesse que deveria se afastar daquele local, ela acabou espreitando naquela sala.Ligou a lanterna do seu celular e percebeu que aquele espaço parecia mais ser um escritório anexado. Ela investigou os móveis empoeirados, abrindo suas gavetas e encontrou diversas fotos de família, documentos... E aquela maldita descoberta.
O ar fresco da noite os envolve, enquanto o luar lançava uma suave luz sobre eles no exato instante em que aquelas palavras saíram da boca de Dandara. O ambiente tranquilo contrastava com a tensão que pairava entre os dois. Após aquela acalorada discussão, quando Dandara decidiu, por fim, revelar seus sentimentos, surpreendendo Paco profundamente. Seus olhares se encontraram em meio ao silêncio que pairou entre eles. Paco absorvendo as palavras que acabara de ouvir. Ele sentiu uma mistura de surpresa e alívio, pois por muito tempo acreditara que Dandara nutria sentimentos pelo seu próprio irmão. Agora, diante da confissão, um turbilhão de emoções o envolve. — Me desculpe, mas eu não posso mais guardar isso dentro de mim. Preciso dizer... Eu me apaixonei por você, profundamente. — Dandara sussurra. Mesmo sabendo que provavelmente se arrependeria daquelas palavras que jorravam como uma cachoeira dos seus lábios, Dandara simplesmente não conseguiria evitar. Toda a tempestade de sent