— Tudo bem. — Paco diz simplesmente, cedendo ao pedido de Dandara subitamente.A mulher o encara, surpresa por Paco ter se rendido tão rápido assim, porque não era do seu feitio. Paco realmente não desejara trazer Dandara consigo, mas naquele momento, ele não teria tempo de explicar coisa alguma.— Você quer ir, não é? — Paco volta a falar quando percebe que Dandara permanece petrificada frente a ele.— Sim, eu quero. — Ela volta a dizer confiante. Paco evita um suspiro de frustação, mas apenas estica suas mãos, gesticulando para Dandara seguir em frente. Ela o faz, mas antes que Paco pudesse a seguir, ele é interrompido. Gael o segura pelo braço, o que o faz encarar o seu irmão. Paco se vê em seu reflexo, e com apenas um olhar, Gael consegue perceber que há algo errado, o que desperta o instinto protetor de irmão mais velho. — Você sabe que pode contar comigo. — Gael diz. — Só me diga o que precisa.Paco apenas encara de volta o seu irmão, e mesmo sentindo-se grato por aque
Uma câmera lenta parecia ter sido instalada no cérebro de Paco. Enquanto ele assistia, impotente, Dandara em pé no meio daquela rua, enquanto aquele carro acelerava em sua direção.Sem hesitar nem por um segundo sequer, Paco corre em direção a mulher, como se ele fosse capaz de evitar o inevitável. Dandara arregala os olhos em sua direção, e um grito surdo fica preso em sua garganta. Ela quer avisar a Paco que permaneça onde está, que não arriscasse nem um passo a mais, no entanto, já era tarde demais.Porque no momento em que Paco ouve o motor do carro se aproximando, como se estivesse dentro dos seus ouvidos, ele vê o que aconteceria em frações de segundos. Com ela.Paco havia sido inteiramente sincero quando dissera que jamais se perdoaria se algo acontecesse com Dandara, e isso se comprova quando ele se joga em sua frente, a protegendo daquela colisão com seu próprio corpo. Paco sente o impacto daquele carro ao chocar diretamente em suas costas, mas mesmo assim, ele só conseg
Dandara estava a ponto de testemunhar mais uma guerra familiar, e ela estava ali, bem no meio do fogo cruzado.Alex encara Gael, um tanto incrédulo ao assistir o seu irmão tomar partido de uma, desde então, estranha. Alex conhecia o seu irmão o suficiente, para saber que aquele tratamento hostil era de praxe para ele, mas Alex estava certo de que havia algo a mais ali.— Ela é esposa do nosso irmão, maninho — Alex comenta, coberto de sarcasmo — Toda essa pinta de querer ser um cavalheiro na frente dela não faz muito sentido. Assim que aquela palavra sai dos lábios de Alex, Gael avança sobre ele. Seus olhos estão como chamas, e o comentário infeliz do seu irmão desperta em seu peito um tipo de fúria e auto descontrole que há muito tempo não habitava em seu peito.Dandara pressentiu o que estava para acontecer, e mesmo que a insinuação de Alex tivesse sido magnificamente desrespeitosa, ela soube que não poderia dar ouvidos. Por isso, ela se meteu em frente a Gael, usando seu corpo
Capítulo 50 Dandara olhava para o médico em sua frente, coberta de ansiedade, preocupação e medo. Não sabia que Paco poderia causar uma tempestade de sentimentos tão distintos dentro dela. — Sou Gael Benrouissi, irmão do paciente. — Gael se apresenta, estendendo a mão ao médico. Dandara e aquele doutor recusava apresentações, porque ela já o conhecia, era o médico da família. — Doutor Andrade, qual é a situação dele? — Dandara insiste em sua agonia. — Por favor, se acalme, Dandara. Não há razão para se preocupar. — Ele finalmente abriu a boca, enquanto passava os olhos pela sua prancheta. — Seu esposo ficará bem. No mesmo instante, Dandara solta um longo suspiro de alívio, agradecendo a qualquer entidade divina. — O quadro do Paco é estável. Sofreu apenas algumas fraturas na coluna e deslocou o joelho. Em breve receberá alta, mas esta noite precisará ficar em observação. — Ele explica. — Ademais, irá precisar de repouso até se recuperar totalmente, e também para evitar seque
Dandara estava de frente para um Paco curioso, que analisava do seu rosto até o seu celular que estava em suas mãos. — O que estava fazendo, Dandara? — ele insiste, e mesmo que sua voz soasse pesada, Dandara percebeu sua urgência. Tentando se manter calma e indiferente, Dandara coloca o seu celular de volta no bolso do seu terno e começa a andar em frente. — Estava apenas tentando ligar para alguém da sua família. — Ela explica. Paco apenas jogou sua cabeça para trás outra vez, e soltou um longo suspiro seguido de um gemido de dor. Ele fechou os olhos com força, e mesmo que tivesse passado as últimas horas dormindo, ele se sentia exausto. — Não adiantaria de nada. — Paco resmunga. E por mais que Dandara estivesse extremamente curiosa para descobrir sobre o que Paco se referia, naquele instante, ela tinha uma urgência ainda mais importante. Dandara então, para ao lado de Paco, e se atreve a tocar em sua mão. Paco ainda estava de olhos fechados quando sentiu o calor que vinha de
Dandara estava tão próxima a Paco que poderia sentir o hálito quente de sua respiração. Naquele instante, Paco não recordava que estava em uma cama de hospital e que estava consideravelmente machucado, qualquer dor que existia em seu corpo sumia quando olhava para Dandara.— Você está fazendo isso de novo. — Dandara sussurra quando percebe as intenções nos olhos de Paco.Ele apenas sorri do jeito sedutor que sempre fazia qualquer mulher se desmontar. Dandara não era diferente.— Não estou fazendo nada, Dandara. — Ele murmura. — Eu estou preso nessa cama de hospital, qualquer coisa que você fizer comigo, será culpa sua.Dandara engole em seco, ela consegue notar o desafio na voz de Paco, e se sente ainda mais instigada. Ela engole em seco e nota que se der qualquer passo em frente, poderia cair em um vasto abismo. E como se qualquer força divina resolvesse intervir, Dandara pôde recobrar o seu juízo, quando uma enfermeira entrou pela porta do quarto. No mesmo instante Dandara se
No dia seguinte, logo após os médicos darem alta, Dandara acompanhou Paco até a sua casa. O clima na mansão dos Benrouissi havia sido tão caloroso com a volta de Paco quanto uma pedra de gelo. Ninguém o esperava naquela sala, e pra dizer a verdade, parecia que ninguém lembrava dele e do seu estado. E se recordavam, não se importavam o suficiente.Dandara nota toda essa situação assim que entra naquela casa, e receosa de que Paco percebesse o mesmo, ela é ágil em tentar contornar toda aquele ambiente.— Vou o ajudar subir as escadas. — Dandara diz, se aproximando de Paco. — Você pode se equilibrar em mim.Paco sorri no mesmo instante enquanto Dandara joga os seus braços sobre ele, o segurando firme com toda força que tinha, mesmo que aquilo não surtisse efeito no corpo forte e musculoso de Paco. Ele aproveita então o modo como Dandara está acerca dele, e se aproxima do seu ouvido, sussurrando:— Se essa é sua desculpa para se agarrar a mim... Lamento dizer que você está vestida
Capítulo 54 Os dias se passaram com rapidez, enquanto Dandara seguia presa naquela casa. Os seus momentos de alívio só surgiam quando estava na empresa, mergulhada em trabalhos e sobretudo, quando estava a sós com Paco. Por mais que a relação entre eles ainda se mantivesse com uma tensão gritante enquanto os seus corpos chamavam um pelo outro, eles estavam aprendendo a lidar com toda a apreensão contida. — Dandara, você... — Paco surge de repente, saindo do seu quarto e parando no corredor onde Dandara se encontrava. Mas ela não estava sozinha. Dandara vira rapidamente o rosto em direção a Paco e dá um sorriso amigável, totalmente diferente da expressão que Paco trazia no seu rosto. — Oi, Paco — ela responde por fim — Eu estava aqui, conversando com o Gael sobre o filme que assistimos ontem à noite. Você acredita que ele nunca viu? Paco disfarça a amargura que surge em seu peito e o gosto amargo do sentimento que parece o entorpecer a cada segundo. Mesmo assim, ele sorri e encar