— Estou esperando uma explicação. — Diane insiste quando percebe que ninguém ali estava disposto ao falar o que ela desejava.A verdade era que assim que aquela mulher adentrou ali, todo aquele lugar ficou pesado. Dandara se perguntou como deveria ter sido para Paco crescer em um lar como aquele, porque Dandara só estava ali há menos de uma hora e já poderia sentir a energia carregada e negativa que envolvia todo aquele lugar. Se perguntou como sobreviveria ali pelos próximos dias.— Não há nada para explicar. — Gael diz, por fim. — Só estávamos conversando e coincidiu com você invadindo o lugar.No mesmo instante, Dandara mordeu os próprios lábios com força, sabendo que aquela frase de Gael só traria mais conflitos a confusão já presente no momento. — Mãe, a Dandara irá passar um tempo conosco. — Paco diz, tentando mudar de assunto o mais rapidamente que podia. — Você já a conhece, não é?Dandara pôde perceber a boa intenção de Paco por trás de sua insinuação. Paco apenas havia
Dandara estava petrificada em frente a Gael, a revelação que saiu de sua boca só a deixara mais confusa do que estava ao entrar pelas portas daquela casa.Gael continuava com o olhar preso no dela, impassível, enquanto esperava aquela mulher digerir aquela situação. Mas a verdade era que Dandara não sabia como reagir, ela só tinha perguntas, infinitas questões que naquele momento, ela parecia ser incapaz de pronunciar. — Vamos seguir em frente. — Gael diz de repente, quando não obteve resposta alguma de Dandara. — Acredito que conhecer o jardim é tudo que você precisa agora. — Ele dá um sorriso sarcástico enquanto caminha.— Por favor. — Dandara finalmente abre a boca, porque tudo que ela precisava no momento era tomar um ar.Do lado de fora, Dandara tenta ardentemente não olhar em direção a Gael, enquanto força a si mesma para permanecer em silêncio, para não voltar a ultrapassar uma linha familiar tão sensível quanto aquela. Mas existia algo que ainda rodava na cabeça de Dand
Assim que Paco deixou Dandara e Gael naquela sala de estar, ele seguiu em direção ao escritório do seu avô. Lembrou então da ligação que havia recebido na noite anterior, o que o levou a estar de volta naquela casa após tantos meses.Paco não sentia falta de quase nada daquela mansão, com exceção do seu avô, que sempre havia sido um exemplo de homem e empresário que ele sempre desejou ser. Mas Paco conhecia Jake o suficiente para desconfiar que o seu chamado não era uma simples cortesia.Assim que Paco atravessou a mansão, e foi até a sala onde seu avô estava, o encontrou atrás de sua mesa, os óculos de grau em seu rosto enquanto lia um espesso livro sobre finanças.— Me chamou? — Paco perguntou, anunciando sua presença.Jake baixou o seu livro no mesmo instante e o olhou, um sorriso caloroso ao ver o seu neto de volta em casa. — Você chegou! Ela também está aqui? — Jake pergunta.Ele não precisou falar do nome de Dandara, para Paco saber que ele se referia a ela. Paco e Jake e
— Tudo bem. — Paco diz simplesmente, cedendo ao pedido de Dandara subitamente.A mulher o encara, surpresa por Paco ter se rendido tão rápido assim, porque não era do seu feitio. Paco realmente não desejara trazer Dandara consigo, mas naquele momento, ele não teria tempo de explicar coisa alguma.— Você quer ir, não é? — Paco volta a falar quando percebe que Dandara permanece petrificada frente a ele.— Sim, eu quero. — Ela volta a dizer confiante. Paco evita um suspiro de frustação, mas apenas estica suas mãos, gesticulando para Dandara seguir em frente. Ela o faz, mas antes que Paco pudesse a seguir, ele é interrompido. Gael o segura pelo braço, o que o faz encarar o seu irmão. Paco se vê em seu reflexo, e com apenas um olhar, Gael consegue perceber que há algo errado, o que desperta o instinto protetor de irmão mais velho. — Você sabe que pode contar comigo. — Gael diz. — Só me diga o que precisa.Paco apenas encara de volta o seu irmão, e mesmo sentindo-se grato por aque
Uma câmera lenta parecia ter sido instalada no cérebro de Paco. Enquanto ele assistia, impotente, Dandara em pé no meio daquela rua, enquanto aquele carro acelerava em sua direção.Sem hesitar nem por um segundo sequer, Paco corre em direção a mulher, como se ele fosse capaz de evitar o inevitável. Dandara arregala os olhos em sua direção, e um grito surdo fica preso em sua garganta. Ela quer avisar a Paco que permaneça onde está, que não arriscasse nem um passo a mais, no entanto, já era tarde demais.Porque no momento em que Paco ouve o motor do carro se aproximando, como se estivesse dentro dos seus ouvidos, ele vê o que aconteceria em frações de segundos. Com ela.Paco havia sido inteiramente sincero quando dissera que jamais se perdoaria se algo acontecesse com Dandara, e isso se comprova quando ele se joga em sua frente, a protegendo daquela colisão com seu próprio corpo. Paco sente o impacto daquele carro ao chocar diretamente em suas costas, mas mesmo assim, ele só conseg
Dandara estava a ponto de testemunhar mais uma guerra familiar, e ela estava ali, bem no meio do fogo cruzado.Alex encara Gael, um tanto incrédulo ao assistir o seu irmão tomar partido de uma, desde então, estranha. Alex conhecia o seu irmão o suficiente, para saber que aquele tratamento hostil era de praxe para ele, mas Alex estava certo de que havia algo a mais ali.— Ela é esposa do nosso irmão, maninho — Alex comenta, coberto de sarcasmo — Toda essa pinta de querer ser um cavalheiro na frente dela não faz muito sentido. Assim que aquela palavra sai dos lábios de Alex, Gael avança sobre ele. Seus olhos estão como chamas, e o comentário infeliz do seu irmão desperta em seu peito um tipo de fúria e auto descontrole que há muito tempo não habitava em seu peito.Dandara pressentiu o que estava para acontecer, e mesmo que a insinuação de Alex tivesse sido magnificamente desrespeitosa, ela soube que não poderia dar ouvidos. Por isso, ela se meteu em frente a Gael, usando seu corpo
Capítulo 50 Dandara olhava para o médico em sua frente, coberta de ansiedade, preocupação e medo. Não sabia que Paco poderia causar uma tempestade de sentimentos tão distintos dentro dela. — Sou Gael Benrouissi, irmão do paciente. — Gael se apresenta, estendendo a mão ao médico. Dandara e aquele doutor recusava apresentações, porque ela já o conhecia, era o médico da família. — Doutor Andrade, qual é a situação dele? — Dandara insiste em sua agonia. — Por favor, se acalme, Dandara. Não há razão para se preocupar. — Ele finalmente abriu a boca, enquanto passava os olhos pela sua prancheta. — Seu esposo ficará bem. No mesmo instante, Dandara solta um longo suspiro de alívio, agradecendo a qualquer entidade divina. — O quadro do Paco é estável. Sofreu apenas algumas fraturas na coluna e deslocou o joelho. Em breve receberá alta, mas esta noite precisará ficar em observação. — Ele explica. — Ademais, irá precisar de repouso até se recuperar totalmente, e também para evitar seque
Dandara estava de frente para um Paco curioso, que analisava do seu rosto até o seu celular que estava em suas mãos. — O que estava fazendo, Dandara? — ele insiste, e mesmo que sua voz soasse pesada, Dandara percebeu sua urgência. Tentando se manter calma e indiferente, Dandara coloca o seu celular de volta no bolso do seu terno e começa a andar em frente. — Estava apenas tentando ligar para alguém da sua família. — Ela explica. Paco apenas jogou sua cabeça para trás outra vez, e soltou um longo suspiro seguido de um gemido de dor. Ele fechou os olhos com força, e mesmo que tivesse passado as últimas horas dormindo, ele se sentia exausto. — Não adiantaria de nada. — Paco resmunga. E por mais que Dandara estivesse extremamente curiosa para descobrir sobre o que Paco se referia, naquele instante, ela tinha uma urgência ainda mais importante. Dandara então, para ao lado de Paco, e se atreve a tocar em sua mão. Paco ainda estava de olhos fechados quando sentiu o calor que vinha de